Sacudir o alemão de vez em quando é bom
Por Braz
Tirar esse alemão da conchinha no feriado é questão de honra.
Tadinho, eu senti foi pena dele por esses dias. Não sabe dizer não, ficou soterrado com as declarações de Imposto de Renda de Pessoa Física. Eu dei duas broncas. Coloquei de castigo. Virei de costas na hora de dormir. Chamei de tanso. E ele ficou caladinho. Muitos vão se identificar com ele. Trabalha em excesso, puxa outras responsabilidades pra cima de si e acha que pode abraçar o mundo. Aí parece que vai dar conta de tudo e nada vai mudar. Beleza. No começo parece que nada mudou. Nada mudou. Só que mudou sim.
Começa com o ser humano comentando sobre alguma particularidade. Tudo bem né. Um casal conversar sobre o trabalho faz parte. É até saudável. Mas daí, o homem falar na hora da janta. No banho. Na cama. No cafezinho. Na piscina. No caminho entre casa e trabalho. Na hora que a gente tá dando uns beijinhos. Ah, aí é demais. O cidadão só fala do trabalho. Aí a gente dá um toque:
— Amor, ontem eu disse pra você que tava falando só de trabalho e tu não gostou muito. Hoje, já esqueceu?
— Não posso falar nada, então?
O cara faz a costumeira birra. Eu tinha impressão de que isso ia acontecer.
Depois, a pessoa além de comentar, traz algo pra fazer em casa, para realizar naquela hora que "não tem nada pra fazer", como se isso acontecesse. Porra, em casa, tem nossa rotina, nossas conversas, nossas atividades. Temos compromissos, ambos treinamos, tem a quarta do cheira pescoço em que cozinhamos, ou melhor, cozinhávamos juntos. Tem a quinta-feira pra socializar com alguns amigos. Ou melhor, não tem mais, porque o alemão trouxe coisas pra preencher esses momentos nossos.
— Túlio, hoje eu vou cozinhar, — isso na quarta retrasada — hoje vou no pratinho vegetariano, separei um vinho... Túlio, larga o notebook, amor.
— Hã? Vai o que?
— Alemão, tá pedindo um esporro...
— Ah entendi, vinho... — ele nem olha na minha cara, continua a digitar algo e completa com calma — que bom que vai cozinhar, assim dá tempo de terminar essa declaração.
A seguir, a pessoa que já comentou, trouxe serviço pra casa, meteu isso no meio da nossa rotina de casal, começa a cansar e esse cansaço reflete onde?
No humor, na disposição, no tempo. Tipo, o humor do Túlio nas manhãs, é algo meio do capeta. Oh cara mau humorado. Esses dias cruzou os braços feito rapaz pequeno e disse que odiava acordar cedo.
Porra, trinta e nove anos! O cara me faz uma manha de guri de sete anos. Em plena sexta-feira, famoso "dia da maldade", dia do crime, sei lá. Como que alguém pode acordar emburrado em plena sexta-feira?
— Me deixa. Não vou levantar hoje.
Repito, trinta e nove anos! O homem vira de costas, tampa-se até o pescoço e diz que não vai levantar. Cena que eu nunca tinha presenciado antes.
— Tá.
Ah, sem paciência, socorro.
Mal chego na cozinha, escuto um chinelo arrastando logo a seguir.
Ele nunca arrastou o chinelo em nove anos que o conheço.
— Porque se sobrecarrega tanto?
— Porque sim.
— É pra ser malcriado contigo hoje?
— Ai amor... tô acabado.
— Aí o senhor acaba comigo? Tá certo isso? Hoje é dia 12 e só porque eu te amo muito que vou te falar isso: até dia 16 tu vai terminar tudo, entendeu? Sh! Sem retrucar. Vai terminar tudo. Quer ficar acordado por 72 horas direto, pode fazer. Não vai pegar mais nenhuma declaração dessas pra fazer de amigo nenhum.
— Posso falar?
— Não.
Ele não aceitou bem a minha ordem. Porque foi ordem mesmo e o Túlio fica mais do que puto quando eu determino alguma coisa. Que se foda. Dia 17 eu quero acordar, dar uma transada e chegar no trabalho lá pelas 10 da manhã.
É uma trepada comemorativa?
Não. É uma trepada pra tirar o atraso mesmo. Quase um mês sem... Vou fazer esse bicho sofrer. Vou dar um cansaço nesse alemão. Sou paciente demais. Fui paciente demais.
E dia dezesseis, sabe o que rolou? Briga né. Porque ele não terminou umas "coisinhas".
— Todo ano você implica comigo.
— Todo ano tu faz a mesma coisa e não adianta te dar bronca.
— Credo, Braz! Que perturbação pé no saco.
— Credo digo eu. Isso é chato pra caralho. — eu falo e ele fica me olhando com seus olhos assustados.
Tadinho, se deu mal porque eu tô sem sexo e isso me deixa insuportável. Até porque o alemão sabe e provoca, brinca com minha carência e fala que só falta uma declaração, justo a do Raul que é quase meu irmão. Deixou por último pra me amolecer.
Eu tava nos cascos na última quarta-feira. Dia dezessete, molhar o biscoito, oxi, foi história né. Nós dois não conseguimos conversar. Tava tenso. Túlio se cuidou pra não falar sobre o trabalho. Não se queixou o dia inteiro. Quietinho. Nem me olhava.
Então, na quinta de manhã acordamos com aquela cara, sabe. Nenhum sorriso até a hora do almoço. À tarde, a pessoa lá, sabe quem, o Olhos Verdes, vem mansinho, entre um assunto e outro que trato na minha sala, fecha a porta, caminha feito um felino caçador até minha mesa e senta do outro lado que é pra não correr o risco de ser agarrado com fúria.
— Morrr... — sotaque, cacete. Ali me fode, fode uns 87,5% das minhas intenções de meter a bronca nele. — Acabei tudo. Será que depois que...
— Nem pensar! A resposta é não!
— eu...
— Não mesmo. Não interessa o assunto. Não, é não.
— Posso falar?
— Não.
— Para de me tratar mal, só ia dizer que precisa montar a sua declaração. Não gosto de deixar pra última semana. E você deixa lá pra dia 25...
— Depois, eu converso contigo sobre isso. Me deixou bem irritado esse mês. Porque tu se sobrecarrega? Já teve a oportunidade de trabalhar só pra mim, eu cubro o seu salário, não há necessidade de fazer essas coisas.
— Ei! Pode parar. Quem foi que agendou uma quatro dessas declarações? Até do Marcelo eu fiz. Isso que no ano passado, ele disse que só confiava no contador que faz a contabilidade da empresa dele.
Descanso meu crânio nos braços apoiados na mesa. Cansado desse assunto. Dessa coisa que suga o Túlio e eu juntamente com ele.
— Vem aqui me abraçar. — ele dá a volta na mesa e o faz, beija meus cabelos e diz que tá com saudade de ficar bem grudado. Isso é como meter um dedo no meu "dodói" da carência, porque eu sinto vontade de correr atrás dele, rapta-lo e cancelar todos os compromissos que meu próprio negócio me trazem. A diferença é que separo as coisas, não levo as minhas insatisfações pra casa.
.
Sexta nós respiramos, determinei que só trabalharíamos até o meio dia, mas no íntimo queria que o alemão fizesse a birra do outro dia, só pra não levantar da cama. O eterno cara do contra, pula da cama disposto. Incomum.
Peço pra tomar banho junto com ele e rola a sua doce vingança, vingancinha.
— Ontem tava só me dando patada, hoje fica tentando me agarrar.
Viado. Mais. Nojento.
— Ô menino que tem TPM, quer um chocolate, um docinho, melzinho numa chupeta? Menos. Se eu não te cobrasse, tu ia continuar insuportável.
— Eu... insuportável? — a cara que ele faz é de arrepiar um crente. Sabe aquela hora que acontece um pequeno arrependimento? Eu senti um pouco, mas não por ele, por mim mesmo, tá. Ele mereceu o "elogio". — Porque me chamou assim?
— Ah, faz um exame de consciência. Não te enxergas. Não muda.
— Não.
— Agora deixa eu entrar que vou tomar esse banho contigo.
— Só se for na água quente. Quase morro congelado nessa água morna.
— Valha-me senhor.
Me arrisco a perder os pelos e a pele nessa água escaldante? Alguém nesse mundo além do Túlio, consegue tomar banho com a água subindo vapor?
O chuveiro é muito grande não tem como ficar mais pro ladinho, só se ficar dentro da banheira.
— Sabia que a água muito quente não faz bem pra pele.
— Faz sim.
— Ô criancinha...
Vossa Malvadeza Suprema tempera a água, mas quase não faz diferença. Sinceramente eu nunca vou entender ele por completo. Meu maravilhoso enigma.
— AU! Amorrr... não bate assim.
— Tu gosta.
— Na cama sim.
— Sabia! Falar nisso... — não, não, não — tu tá me deixando de lado.
— Eu tava muito cansado. — aí "malvadamente" ele se esfrega em mim.
Pronto, ereção aconteceu, se não pegar ele agora, mato alguém com meu mau humor hoje.
— Meu gatinho ruim... — dou uma encoxada nele no estilo "ônibus lotado" que as mulheres reclamam. Encaixo o pau entre suas nádegas. Pior que ele adora isso e se mexe um pouco, enquanto protesta que é sexta-feira. — Foda-se, quinta, segunda, domingo. Eu quero agora.
— Tá... só que eu quero na cama.
Quem aguenta esperar?
Tem que esperar porque, sexo anal sem o preparo básico, é perigoso. Sem detalhes.
Eu gosto, ele adora, Túlio debruçado pelado com as pernas levemente afastadas. Adoro ainda mais é sentir o safado subindo o quadril, abrindo mais as pernas, gemendo baixo e tentando conter a voz, mordendo a fronha de verdade, pedindo mais língua no cu, contraindo e piscando. Isso me leva a loucura. Eu fico maluco. Doido.
Esse homem se desmancha quando leva um cunete demorado. Pede pra eu esfregar a barba na sua bunda, pede mordida forte, tapa, reclama que dói, me deixa com tesão só de falar:
— Amorrr, cuida.
— Sh! — ele afunda a cara no travesseiro e aproveita. Leva rola gemendo baixo, tomando mordidas na nuca, no pescoço, chupadinhas na pontinha da orelha, palavrões indecentes sussurrados em seu ouvido. Se arrepia todo. Pede pra eu meter mais forte. Chupa meu indicador com força desvairada. Beijo na boca. Meto com força. Ele segura um gemido de espanto. Me debruço em suas costas pra ele sentir meus pelos roçando nele. Caralho, que gostoso que é sentir o calor e o aperto no meu pau nessas estocadas que o massageiam gostoso. Entro e saio quase por inteiro. Observo sua pele se arrepiar várias vezes. Os gemidos aumentam, ele coloca a mão pra traz e me puxa pelo quadril. Pede, mudo, por mais. Fala que tá quase gozando. De repente ninguém mais se segura...
Oh alívio divino!
Alguém mais fica nos cascos quando não trepa? E que quando goza, fica leve e saltitante feito pônei de desenho infantil?
Até o alemão fica de dengo por mais de meia hora. Fala até da declaração, do caralho do meu IR e nada de mal lhe acontece. Tal o efeito do relaxamento pós foda.
— À tarde... vamos dar uma escapada lá pro sítio.
— Nem avisei o Davi que ia faltar agora de manhã.
— Manda um áudio pra ele. Coisa rápida e nem pergunta se precisa de ajuda. Deixa quieto pra não me estressar. Ainda mais, né.
— AH lembrei... ele foi dispensado, hoje é feriado.
— Até que tu não é só malvado.
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