Portuguesa com certeza
Por Braz...
Se eu contar que até com o The Voice, o Túlio invoca, alguém estranharia?
Para vermos candidatos de outros países, apelamos à intenet. Sempre mais amiga que a TV, a internet nos permite que vejamos uns tipos interessantes como o The Voice da Russia, pra mim, um dos mais interessantes, a exemplo disso foi a cantora Narguiz Zarikova que arrepiou cantando Scorpions na primeira audição.
— Mulher corajosa, como alguém aguenta uma tatuagem na cabeça? Eu tenho essa no braço e já achei punk de aguentar. — comento com Túlio que só olha de canto. Ele não curte muito a arte dos desenhos eternizados na pele. Pelo menos não faria na sua pele, ele diz.
— Tem uma puta voz. Porque pessoas assim não tem o mesmo espaço que esse monte de porcaria que tá na mídia?
— Ela tá ali justamente pra isso, buscando a oportunidade. Mas concordo que tem coisa bizarra que se ousarmos comentar que é ruim com alguém, somos meio que massacrados.
— Leia-se:... — ele não comenta o nome de alguns artistas de nosso próprio país que estão em evidência, mas entendo e sei que tem muita gente com mais talento por aí. — Brasil é meio Roma antiga, vivemos à base de pão e circo na maioria do tempo...
Pra ele não entrar nisso, eu mudo de assunto...
— Por falar em Roma, olha essa freira no The Voice da Itália.
Sem premeditar, nossa expressão de choque é a mesma dos jurados. Nos apaixonamos pela Irmã Cristina Scuccia e repetimos o vídeo dela, procuramos por outros e nisso, vimos outras cantoras e cantores ítalos que calam a boca especialmente do alemão.
De repente caio na Espanha...
— Braz, isso não é The Voice...
— É o Got Talent da Espanha. — Outra Cristina nos surpreende cantando ópera e AC/DC em sua apresentação, Cristina Ramos. — O mundo é delas, das Cristinas!
Me empolgo muito, e viciados, nós dois perdemos a tarde procurando essas atrações, como se eu não tivesse mais o que fazer na vida. Tendo cinco mercados, basicamente eu não poderia estar em casa.
Vários The Voices são vistos até que eu paro num vídeo com o sósia do Túlio, Kevin Simm do Reino Unido.
— Ah! — eu tomo um susto — Amor, olha você! Que cara mais parecido contigo!
— Só na tua terrinha. — ele faz referência à Portugal.
— É parecido sim, se puxar a ficha, bem capaz de vocês terem um ancestral em comum. — eu brinco com o irritadinho — Além de gato, canta bem.
Tô morto.
— Gato? — um par de olhos verdes miram na tela onde o cara canta Chandelier. — Me acha bonito?
— O cara mais gato que eu conheço.
Um sorrisinho bem safado desenha-se na boca dele. O bicho ficou todo convencido, afinal se o tal de Kevin é gato e se parece com Túlio, é porque... dois mais dois são quatro.
— Este gajo canta bem, opá. — meu sotaque luso é discreto, mas na hora eu dou uma forçada e imito meu pai que mora em Algarve.
Encontramos uma cantora na Austrália, Karise Eden, hoje se ouve a mulher na rádio Antena 1.
— Que voz é essa? Tem gente que nasce abençoado com o dom de cantar e encantar.
— Tipo Adam Lambert — comento. Sim, porque o cidadão é só cara que sobe no palco com os remanescentes do Queen.
— Ele não é aquilo tudo — Túlio tem a necessidade básica de me contrariar. — É um cara meio bonito só.
— Ah, para. Ele canta pra caramba. Tem uma baita voz. Agora se ficar comparando ele com o Freddie Mercury, com certeza não vai achar o cara bom o suficiente, jamais.
— Tá. Mas tem gente com mais poderio na voz que o cara.
— Tem, com certeza. Especialmente porque você não gosta do cara.
— Eu nem falei isso.
13° mandamento: Não teimarás com o teimoso.
Adiantamos uns vídeos e encontramos duas russas cantando uma música chamada Canção do Mar (um fado português de Dulce Pontes) e Túlio se derrete todo pela de cabelos pretos.
— A participante canta melhor que a jurada.
— As duas cantam bem.
— Isso é russo? Pra mim, elas estão cantando em árabe. — seus olhos verdes se arregalam quando ele percebe que estou cantando junto. Quando, num momento raro, ele cai na gargalhada. — Braz, tá cantando em árabe?
Deixo ele rir e até rio com ele, mas o corrijo:
— É português, opá!
— A música pode até ser, mas elas são russas e estão cantando em árabe.
— Elas estão cantando em português. Claro que é compreensível que elas "escorreguem" na pronúncia, mas para quem é russo se arriscar numa canção portuguesa.
— Você teima, Braz.
— Presta a atenção, ouve isso: "fui bailar no meu batel... além do mar cruel e o mar bramindo, diz que eu fui roubar a luz sem par..."
— Ah tá, só porque você quer. É russo isso daí ou árabe.
— A canção está sendo cantada em português.
— Árabe.
Ah! Teimoso!
— Vamos correr na praia porque preciso me acalmar contigo. — tem dia que é mais chato que o normal.
— Ainda bem, porque esses programas são chatos.
Melhor ficar quieto. Mas não fico:
— Depois de ficar assistindo por duas horas, fala que é chato. Chato é você. — enfrento porque ele precisa dar uma acalmada e quando o chamo assim, ele se cuida por uns dias para não cair em tentação e reclamar de qualquer coisa.
Ele me ignora quando o convido pra correr na praia, então vou sozinho que é pra ele ficar no banquinho do pensamento por uma hora. Sei que vou chegar em casa e das duas, uma:
1. Ele estará com uma cara daqueles meninos levados que tomaram bronca e não cedem, ou;
2. Ele refletiu e vai me esperar com a janta preparada, cheio de más intenções pra me amolecer.
Digamos que ele é mais maduro e me pede desculpas por ser tão intransigente às vezes? Viram isso? Só às vezes. Mas nega ser teimoso e falou que chato é o que ele faz no trabalho, que isso sim é chato e maçante, que eu deveria sentar no seu lugar só um dia da minha vida e mais um monte de blábláblá, isso tudo só pra se pendurar no meu pescoço e se esfregar no meu corpo pingando suor.
Só não meto rola nele porque estamos na cozinha.
Se bem que a vecchia Itália está de folga... e eu já tô duro.
Túlio esfrega seu corpo cheiroso e recém banhado no meu, tira minha camisa encharcada de suor e lambe meus pelos suados, chupa meus mamilos, geme no processo e quando me beija, eu enfio a duas mãos dentro da sua bermuda, aperto a bunda com força, esfrego meu dedo do meio com força no seu cuzinho e arranco um gemido sem vergonha dele. Ele puxa meus mamilos com força também, os torce e pede pra eu meter a língua no seu rabo.
Meio debruçado sobre a mesa da cozinha, ele desce metade do short, eu desço o resto e levanto uma de suas pernas para liberar o acesso à sua entrada.
Ele geme alto quando uso as duas mãos para espancar suas nádegas de uma só vez, são três tapas fortes que lhe deixam a bunda vermelha, antes de abri-la e meter a língua onde o faço perder o controle.
Não meti a pica nele, porque esse alemão precisa de castigo.
— Se ajoelha e me chupa. — ele é meio fresco com suor? Às vezes. Naquela hora, ele obedece lindamente, parece um bezerro. Sou quase lavado por sua língua quente e ansiosa, sou cheirado. Os pelos da região da minha virilha são cafungados, minha rola baba, meu saco é lambido até que ele peça pra ser penetrado e toma uma surra de caralho bem quietinho. Tão quietinho que apanha no traseiro e só geme, nem reclama.
— Tá bravo? — ele pergunta quando paro de beija-lo na boca. É até engraçado quando ele tá preocupado, se torna uma coisinha obediente e doce. Depois da nossa gozada que melou o chão limpo, eu mesmo dou uma ajeitada e vou pro banho sem convida-lo, dando um gelo bonito no cara.
— Esfrega minhas costas. — Não peço o "por favor" só pra ver o limite dele. Vai explodir já já. Ele faz, fala sobre umas coisas que descobriu durante a semana, fala do imposto, fala sobre as declarações e quando vê que não falo exatamente nada, ele vai ficando cada vez mais quieto.
— Já deu né. — ele reclama. — Para de ser tão birrento!
— Ah tá. — Rio da piada. Porque é piada, só pode. — Sou birrento?
— Olha o que tá fazendo. Só pra você ver como não sou tão inflexível, eu ouvi aquela música novamente e realmente, é cantada em português.
Não consigo parar de rir.
Cena: pelados no banho, eu rindo feito hiena, ele me olhando sério com o Watson fica diante de Sherlock Holmes, aliás, Túlio é parecido com Jude Law, demais até. E Kevin Simm, é parecido com ambos. E já que o maridíssimo diz acha que agora estamos de boa, eu provoco mais.
— Ei Jude Law, sabia que encontrei o amigo do Chico, o PM Marçal e o Teseu correndo na praia.
— Quem? Que Jude Law... — tá sério. — É Eliseu, Braz.
— Tudo a mesma coisa. Tava o cidadão lá correndo. Só o PM que cumprimentou, o outro olhou pro mar bem na hora.
— Também, chamando o cara de Teseu.
— Não chamei ele na cara, falei pra você.
— A pessoa sabe quando a outra não vai com a cara. Tipo o marido do Carlinho que até hoje olha torto pra mim, quando foi você que pegou o baixinho lá nas antigas.
— Quer falar de ex? Vamos falar de ex, de passado...
— Não, não. Quero jantar fora, escolhe um restaurante bom que preciso comer um peixe.
— Hum, delícia, linguado gratinado com molho branco, camarãozinho de aperitivo, um vinho branco do Porto...
— Aham... — todo dengoso, ele já tá colado em mim, bem vestido, cheiroso e gato. — Hoje vou tomar um vinho com você. Se a Itália tivesse em casa, nós comíamos isso aqui mesmo.
— E deixar de socializar? Nem pensar. Já passei um whats pro Adriano e pro Raul. Vamos nos encontrar na Beira Rio, escolhemos o restaurante por lá mesmo.
Ele sempre resiste um pouco pra sair, mas se esforça, pois sabe que a depressão toma conta outra vez se deixar. Fica feliz quando nos reunimos com outros casais, especialmente Adriano e Davi.
— E o Raul? — Adriano me pergunta.
— Brigou com o namorido.
— Quem nunca. — Davi parece estar dando um gelo no companheiro também.
— Ih, quem não brigou hoje, levanta o braço. — eu pergunto.
— Pior que eu nem tenho culpa — o doutor se defende — Teve alguém que queria cozinhar pra mim, comprou tudo e... pula essa parte... daí pra poupar ele, eu falei em jantar fora. Tá com esse beiço aí.
— Oh, Davi, o papi ali só quis te economizar. — Eu brinco. Davi não resiste e abre um sorriso. — A culpa é toda minha que convidei vocês. Na verdade a culpa é do Túlio que pediu pra comer fora.
Túlio ri e assume a culpa.
— Claro que convidei, depois que discutimos, eu pensei que ia ter que cozinhar pra te deixar calminho de novo.
— Tá vendo, Túlio conhece até meus pensamentos.
— Já perdoei o Adri, tá.
— Glória! — o médico comemora e vira um gole de vinho. — Hoje "tem" então, hahaha. Semaninha em casa parecia um Saara.
Outro descarado, esse Adriano, Davi fica sem graça.
— Pô aqui não serve a Punheta de Bacalhau? — pergunto pro garçom que olha em volta sem graça. Sei que não, mas precisava tirar a cara de tranquilo do Túlio.
— Ah... a salada?
— Que salada, meu querido. — corrijo o garçom que anota os pedidos, sendo que optamos pelos grelhados. — Salada pode ser um repolho ralado, Punheta é uma receita riquíssima, com bacalhau desfiado, salsinha, cebola, azeite e uma pimentinha do reino.
— Uma delícia, já comi. — Adriano bebe o vinho e segura o riso. — Punheta é sempre uma delícia. Não me faço de rogado por uma Punheta.
— Será que os portugueses sabem que aqui no nosso país, essa palavra é maliciada desse jeito? — Davi pergunta.
— Com certeza. — novamente forço o sotaque. O garçom sai de perto com ares de riso e eu olho para o Túlio, meu escorpiano brabo. — Adoro uma Punheta bem feitinha. Final desse ano vamos visitar minha família em Portugal.
— Ah que bacana.
— Sim. — Túlio ficou sabendo naquela hora.
— Lá vão se acabar na Punheta então? — Putz, Adriano fala alto e tem família olhando de atravessado.
— Vamos até emagrecer de tanta Punheta.
Balanço geral: um ótimo encontro de casais depois de um dia repleto de The Voice, suor, dengo e teimosia... e vontade de saborear uma Punheta, opá.
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Oi oiii pessoal♥ Hoje fiz questão de homenagear CristinaAlves248 , pois descobri que ela é portuguesa. Obrigado por estar sempre aqui juntinho, mesmo que o Atlântico nos separe.
Um abração carinhoso♥
Acima mencionei Kevin Simm, abaixo tem um vídeo desse espetáculo
https://youtu.be/ZtTTRac7X7A
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