Ativo e Passivo - Rotinas e Putarias
Por Túlio...
Para aqueles que têm filhos, por sorte terão que lidar com as transformações advindas com o seu crescimento.
Mas que é meio estranho ver sua filha toda sorridente perto de um rapaz de sua idade, ah, isso é. Sem dúvida. Eu não queria parecer tão careta, mas me veio aquele sentimento de estou ficando em segundo plano na vida da Rafaela e o instinto protetor meio que quis gritar, me fazendo passar vergonha.
Dia desses eu busquei meus filhos na escola e os entreguei a mãe deles. Com meu filho fui conversando mil assuntos. Ela só ficou mexendo no celular e concordando com o que conversávamos sem prestar a atenção. Ouvi apenas:
— Aham.
Poxa, ela nem se tocou sobre o que concordou! Falávamos sobre algo que ela detesta, pois eu fiz de propósito perguntar se esse tal de K-Pop é legal. Foi ideia do Eduardo, porque eu nem faço ideia do que é K-Pop.
— Pra você ver como tá prestando a atenção na conversa.
— Aham. Tá.
Outra vez, nada com qualquer coisa. Eu aposto que é por causa de algum guri. Só o que me falta. Mal completou dezesseis anos.
— Como assim Túlio? — Iraci é muito liberal e não sei se gosto disso. — A menina tá na fase de curtir esse tipo de coisa. Uns beijinhos e mãozinha dada é fofinho. Tu não perdeu a virgindade comigo quando casamos né?
— Precisa falar essas coisas?
— Precisa. Não dá pra ser quadrado hoje em dia. As coisas evoluíram bastante e continuam a evoluir. Imagina se eu fosse uma pessoa tão antiquada quanto é o seu pai. Quem sabe eu implicasse, causasse desconforto em você ou não seria a mulher que orientou seus filhos a aceitarem muito jovens a realidade do pai deles.
Eu tomo esse "tapa no ouvido" da ex, que me deixa com um zumbido terrível por uns minutos.
— Entendi. Mas é coisa de pai.
— Coisa de pai, um escambau. Não constranja sua filha pra não acabar causando um afastamento entre vocês.
— Sim, eu sei né. — Isso que só comentei que ainda acho que a Rafa é uma criança e que poderia esperar pra começar a namorar lá pelos vinte e três anos. Só por isso a mulher me dá um sermão da montanha. Só. — É, só que tem cada vez mais meninas grávidas com menos de dezoito, dezesseis... até menos idade.
— Tudo que for pra acontecer nessa vida, vai acontecer. Tem como evitar e sua filha é bem inteligente. Eu converso um monte com a Rafa, sei aconselhar e...
— Você tá me dizendo tudo isso porque? Ela já tá namorando?
— Acho que não? Mas e se tiver?
— Poxa, é cedo...
— Mãe... ué, pai, ainda tá aqui?
Ela me analisa. Porque essa preocupação?
— Não posso conversar com sua mãe?
— Não falei nada. — Rafa me abraça e é tão gostoso. Tá chegando no 1,7 de altura, a mulher mais linda do mundo, Braz diz que ela parece uma leoa dos olhos cor de mel. Sua pele é mais clara que a do Edu que tem olhos mais esverdeados. São lindos. Pai coruja assumido. — Pai, espera vou abrir o portão pro Enzo Gabriel.
— Quem?
— Amigo da escola, acho que ela comentou que tinham um trabalho pra fazer.
— Ainda existe isso? Trabalho de escola pra fazer com "amigo"?
— O Enzo é filho da Janaína, mora duas casas depois da minha.
Mora encostado e isso pode significar que não sai daqui. E porque eles foram para o quarto dela?
Só observo o guri que diz "oi seu Túlio" sem muita importância. Pelo jeito ele não leu meu olhar à queima roupa.
— No quarto? Você não tá sendo muito liberal?
— Túlio, eles sempre fizeram as coisas no computador lá.
— Não dá pra por na sala?
— Ei! Ela sabe se fazer respeitar, moço!
— Olha, Ira, não falei por mal. Mas me preocupo, ela é novinha e inocente.
— Eu até te entendo, mas tu olhou direito? Ele é novinho, não tem um pelo no rosto, um menino que se criou aqui na rua, a família é de pessoas decentes. Mesmo que dessem uns beijinhos, qual o problema?
— Você parece ter certeza de que não acontece nada.
— O Edu se enfia lá junto sempre. Depois que o Enzo for embora tu vai ver a briga, todas as vezes é a mesma coisa. Por isso que estou tão tranquila. Agora calma... quer um suquinho de maracujá?
— Não tô nervoso.
— Tá sim. Toma aqui. — ela me serve um copo desse suco.
— Enzo, Enzo. Que nome. Tá cheio de Enzo por aí. Era pra ser algo diferente e já tá ficando cafona.
— Túlio, vou te chamar de Félix se implicar com a Rafa mais uma vez.
— Félix?
— A bicha má.
Ela responde e toma seu próprio suco para disfarçar.
Nossa. Eu, bicha má?
Quando conto ao Braz, ele morre de rir da minha cara.
— Bicha má???? Hahahahaha!
— Meu Deus, é engraçado mesmo né? — Pergunto muito sério. — Não paro de rir.
— Deixa de ser chato homem lindo do Braz. Dá uma risadinha. — ele me abraça e consegue arrancar um risinho meu. — Parece o gato da vecchia.
Itália adotou um gato e não teve protesto do patrão que fez a mulher mandar o peludo embora.
— Ainda acho que a Ira é muito liberal.
— Tá, mas o teu guri tava junto! Tu beijou pela primeira vez no altar? E o teu genro é bonitinho?
— Que genro, um cacete! Um bosta de quinze anos.
— Que tanto ódio. Tu queria que fosse um maduro de trinta?
— Para de falar besteira, Braz.
— A Rafa é um mulherão pra dezesseis anos, deve intimidar o moleque. Nem se preocupa com isso.
Espero sinceramente que ela não se empolgue com aquele moleque.
Chega, sábado por favor!
Cá estamos, sábado!
Braz foi trabalhar pela manhã e eu me dei uma folga, fiquei rolando na cama e me sentindo culpado por não ter ido ajuda-lo. Que vontade de pular, colocar uma roupa e no mínimo fazer sala para a sogra que me trata como se fosse seu filho também.
O sogro fica no mercado com o Braz em tempo integral durante a semana. Mas no sábado meu urso prometeu que só ficaria até o meio dia na matriz.
Que delícia esse macho. Me acordou com beijos nas minhas costas e quando me viro para ganhar um selinho, sinto o cheiro de seu perfume, o observo de calça preta social e uma camisa social charmosa meia manga que não esconde o antebraço grosso cheio de pelos que adoro puxar até ele exprimir um ruído em protesto enquanto chupa meu pescoço, me deixando excitado e depois largado por um homem que vai para seu trabalho.
— Xau amor do Braz. De tarde termino isso...
— Bom trabalho... — falo depois de um bocejo longo e sem me dar conta, apago completamente. Acordo às dez da manhã e meio sem graça passo pela cozinha para comer uma maçã.
— Seu Túlio, senta que arrumo...
— Não, não Itália, não se preocupa. Já tá tudo no lugar. Eu não queria ter dormido tanto. Me apaguei.
— Precisa descansar essa cabeça. Como que vai ficar inteiro pra segunda?
Em minutos, ela estende a toalha, coloca as coisas e me "obriga" a tomar café. Pior que a sogra senta comigo e mete uma fatia de bolo de milho cremoso no meu prato, que não curto, mas como para não lhe fazer desfeita. Ela ama cozinhar, em especial quando descobre o que eu gosto de comer. Nem o seu Joaquim tem essa barda toda com a mulher.
Meio dia logo chega com pai e filho compartilhando alguma ideia e discutindo. Braz é taurino, significa teimoso ao natural, aí precisa bater de frente com o conservadorismo das ideias de seu pai com relação à empresa da qual é dono de 10% das cotas, mas que iniciou tudo isso e Braz foi quem fez a empresa expandir, meteu a cara abrindo filiais e se modernizando, evoluindo... sei que o almoço é meio desgastante. Sorte que quando falamos sobre comidas, brincadeiras de moleques que aprontávamos e da simplicidade que tínhamos nas coisas do passado, todos aliviam a tensão e participam do assunto.
— O Francisco apanhou muito, eu fui pai e mãe, porque era solteira, aí pensava que bater era educar. Era o jeito que a gente tinha no passado.
— Braz não apanhou tanto, mas era terrível.
— Fala isso perto do Túlio... depois ele fica debochando.
Braz sempre faz isso, mas jamais se importa de verdade quando seu passado rebelde é exposto. Ele é quem mais faz piadas com suas capetagens. Um capeta mesmo.
— Quando eu tinha uns 12 anos, o pai e a mãe me botavam no caixa. Deus me livre se eu não soubesse dar o troco sem calculadora. Um dia eu me afoguei com uma bala Soft no caixa.
— Esse miúdo quase morreu sufocado na frente do pai do Raul. — Seu Joaquim conta às risadas e dona Maria arregala os olhos.
— E isso é engraçado?
— Ah mãe, hoje é engraçado. Lembra que tinham uns fios soltos no açougue e tomei choque. Só andava de pé descalço e pra por um calçado, só na hora de ir pra escola. Parecia o Cascão. Sou cheio das cicatrizes de infância, já quebrei braço, quebrei dente, um dia o carrinho de rolimã virou e eu rolei aquele morro todo perto de casa, tinha um cascalho e na descida, meu Jesus, ralou os braços, as pernas, cabeça. Cheguei ensanguentado em casa, parecia a Carry Estranha.
— E apanhou ainda por cima. — Dona Maria não ri das travessuras dele. — Eu me desesperava e o Joaquim dizia: "isso deixa o gajo mais forte". Oras.
E depois de toda essa conversação deliciosa e nostálgica, os sogros vão passear pela região e eu... vou dar um trato no meu ursão.
A estabilidade de um casamento que oferece a rotina tem pontos bem positivos. Eu consigo enxergar claramente. Diferente de um namoro, o que não é ruim em hipótese alguma, parece que a insegurança sempre está pairando. Braz não concorda comigo. Ele disse que, por ciumento que seja, sempre soube que eu era fiel.
— Tu é putinho de um macho só.
— Credo! Que vulgar, Braz!
Como que um cara acha que vai seduzir outro com essa frase?
— Não viu nada. — ele ri, tira a camisa e na hora meu rosto esquenta ao mirar no seu peito grande e peludo. Esse comportamento de amante barato me perturba ainda, após todos esses anos. Não que seja ruim... — Vai baixando a "calcinha" que vou lhe foder brabo hoje.
Minha reação é ficar meio sem graça e ele adora isso. Filho da puta. Finjo que nem ouvi e continuo no notebook.
— Tô cansado. — reclamo e certamente ele vai desistir. Mas a cama afunda com o peso dele subindo e sentando na parte de trás das minhas coxas.
— O bicho é tão puto que deita de bruços pra dizer pro macho dele que não quer trepar.
— Não precisa falar tanta putaria.
— Ah, meu alemão. Vinte e nove dias sem sexo, dormindo na mesma cama onde tem um diabo de olhos verdes que provoca, roça a bunda do pau do outro, reclama que tem dor aqui, dodói ali... nem pensar. Tô com tesão.
— Para... — ele nem me ouve mais.
— Nem fodendo. — Minha cueca já era... jogada no chão, meu quadril no ar, meu peito baixado e minha cara afundada na colcha. Ele sabe que não resisto a isso. Eu já sabia que ia rolar hoje, me "preparei" porque nem o meu urso, nem eu mesmo aguentava mais ficar sarrando no banho. — Safado, tá preparado, lavadinho e cheio de tesão nesse cu.
— AH!
Levo um tapa forte na bunda, pois é um costume dele pra me irritar. E quanto mais excitado fica, mais ele me maltrata. Depois é a língua grossa, quente e molhada que me invade fazendo círculos em volta do meu cu, chupando e metendo-se, forçando-se até eu soltar o primeiro gemido. Impossível não gemer, Braz fala muita putaria enquanto intercala com seu cunete delicioso.
— Abre... — ele manda. Aparto minhas nádegas com as mãos e ele afunda a cara entre elas, mete a língua me fodendo com a pontinha que entra e sai. Morde minha bunda, melando de saliva, dando chupões e falando mais coisas que certamente (sempre) me deixam meio errado. — Pisca o cuzinho na minha língua. Isso. Puto gostoso.
Sua barba raspa em toda essa área mais sensível, mas na contrapartida dá um tesão louco. Ele rosna quando me morde, chupa meu pau, meu saco, voltando pelo caminho até meu rabo que já arde por ele. Minhas supostas frescuras caem todas por terra quando ele serpenteia a língua e dá um chupão forte no meu cu, depois disso, bate com dois dedos na região sem me penetrar um pouquinho... ele sabe que amo isso e quer que eu peça.
— Amor...
— Hum? — Braz volta a me chupar. Para só para comentar que minha rola tá dura e melada. — Vira...
— Me fode assim de quatro...
Que raiva. Porque ele faz isso? Sabe das coisas que adoro e me faz sofrer para tê-las.
— Não. Hoje o papai aqui quer uma mamada de puto. Vem.
Sem tirar a camisa aberta e calça social, ele só abre o zíper e baixa a cueca. Se joga na cama. Isso é vulgar demais. Esse homem é gostoso. Que merda, não mando em minhas ações. Nada.
Pior que estava faminto por ele. Pela rola morena, grossa e longa. Pelo cheiro forte de macho, o sabor da pele e do seu pré sêmen. Perdi a decência na cama fazem nove anos, agora já era. Relaxo e aproveito aquilo que é só meu. Que diz que é só meu.
Suas palavras são putaria pura. Braz é um amante completo, visual, observa e verbal, comenta muito.
— Delícia...
— É? — ele pergunta.
— Aham...
— Chupa forte, bem gostoso. Engole, deixa babado, chupa a cabecinha. — ele geme pra mim, afasta as pernas e aperta os próprios mamilos. — Senta gostoso no meu caralho.
— Tira a roupa, amor. Tá me dando agonia.
— Não. Vou comer esse cu, assim.
Vou sofrer. Vai doer como sempre, especialmente depois de um mês sem penetração, dói pra cacete. Dói cada milímetro, não tem lubrificação que amenize a dor, só a escorregada dele em meu interior que fica mais macia.
— Cuida, não mete assim!
De malvado, ele dá uma estocada forte e depois outras, então se ajeita dentro.
— Dá esse cu assim... tesão... — ele se excita e mete com força, quase perco as forças no começo. Tá doloroso, mas logo vem aquelas ondas de tesão forte e os arrepios. Ele faz de um jeito que sempre é gostoso e fica enlouquecedor. Demora um pouco para minha ereção rolar de novo. Logo estou para explodir. Ele me levanta um pouco e joga na cama. Arranca sua camisa, calça e cueca, joga uma meia longe e a outra ainda fica no pé. Então me cobre com seu corpão quente e meio suado. Seu cheiro junto com o perfume é um afrodisíaco desgraçado. Cabe um peito seu na minha boca. Mordo forte e depois chupo seu mamilo, pele salgada e pelos fazendo cócegas no meu nariz. — Mama o peito do teu macho.
Nessa posição parece doer UM por cento a menos, mas é mais confortável e a penetração fica mais profunda, pelo menos eu o sinto mais fundo. É ainda mais gostoso quando ele ergue minhas pernas para me expor mais. Dói um inferno. Sinto novas ondas de tesão e como é a posição que ele mais gosta, o deixo confortável, até que avise que "tá quase". Dá pra ver porque sua respiração fica mais forte, ele chupa o dedão do meu pé pra abafar um gemido alto e continua a meter. De repente estremece e mete mais devagar, desacelera e diz pra mim... com aquele romantismo de Braz:
— Enchi esse rabo de leite.
— Que raiva... para... — eu nas minhas tentativas inúteis de dizer a ele que fico errado com suas putarias e ele gargalha sem sensibilidade.
— Vem cá... — Ele me faz sentar na cama, afasta minhas pernas e se ajoelha ali. Um boquete desse homem é algo que não sei descrever. Sei que o dedo dele roça meu cu até eu implorar pra entrar um pouquinho e quando acontece, aí não seguro. Gozo muito! Ele não tira a boca, chupa tudinho, engole e depois de eu acalmar o coração, me empurra na cama e enfia a língua na minha boca. Sabe que não amo o gosto disso, mesmo que seja o meu. — Viadinho, arrogante.
Depois de me xingar sem motivos, ele diz que me ama e que se passar de vinte dias... ele... deixa pra lá que não vou falar isso.
— Quando uma certa pessoa namorava, eu não tinha sossego, chegava cansado na tua casa e lá vinha um contador cheio de manha, sentava no meu colo, tirava minha camisa, me chupava meia hora, dava de quatro, cavalgava feito a Xena, agora pra rolar um franguinho assado tá foda.
— Amor, não tenho mais trinta anos.
— Túlio, menos. Bem menos tá.
— Você que não aguenta ficar sem sexo.
— Eu? Tu que não aguenta. Tu se esfrega em mim, pede um cunete, um carinho na bordinha do cu e goza, geme todo alegre e depois diz: "moooorrr, tô acabado".
— Você que disse relacionamento não é só sexo.
— Vai tomar no cu.
Pisando duro, ele vai pro banheiro e antes de bater a porta me chama de egoísta. Pode isso?
Me pesa a consciência (de verdade). Depois de um banho, eu tento chegar perto, mas ele se esquiva irritado e me dá patada até anoitecer. Meu signo não tem memória curta, nem perdoa fácil e não tem fama de vingativo à toa. Deixa a noite chegar.
*****
Por Braz...
Raul é dono de um Pub e um restaurante/bar, geralmente é onde batemos ponto. A turma é sempre a mesma, um dos casais está viajando, João e Marcelo. Mas Gustavo e Fabrício nos acompanham, Raul tem saído com um rapaz aqui da região e comentou que o dito cujo é escorregadio. Escapa pelos dedos.
— Maurício é do mau. — ele se refere ao rapaz que não estava presente. — Eu achei que era espírito livre, mas nada se compara a uma pessoa de Aquário. Cabe certinho.
— Acho que Fogo e Ar não dão muito certo. — Eu comento e tento pegar na mão do Túlio por baixo da mesa. Ele se esquiva. Não gosto de ser contrariado, porém não sou de nos expor seja qual for à situação ou um pequeno desentendimento, sempre digo "problema nosso ninguém precisa saber".
— Água e Terra combinam? — Túlio me pergunta. Eu o olho dentro dos olhos. Percebo que ele se arrepia. O encaro do jeito mais safado que sei fazer.
— Água deixa a Terra molhada...
— Eita sô! Nos contem, mais por favor. — Guto pede rindo. Os demais só riem.
Então Maurício chega, um guri mesmo. Por volta de vinte cinco anos, penso eu. Magro, tatuado na mão e no pescoço e muito bonito, olhos verdes também, parece sempre meio distraído, mas dá tiros certeiros nas conversas. Raul, se o conheço direito, tá apaixonado.
— De Blumenau? Eu também. — Gustavo comenta. — Nasci em Caxias do Sul, mas quando eu tinha uns dez anos nos mudamos para Santa Catarina. Minha vida toda foi em Blu. Me criei no centro.
— Eu morei sempre no Boa Vista.
Guto dá aquela franzida no nariz demonstrando um pouco de desprezo. Sabe-se que ele veio de "berço nobre".
— Não importa de onde viemos, mas onde queremos chegar.
— Hahaha, parece o Patrick quando fica bêbado. Falar nele...? — Fabrício pergunta ao Raul que não gostou da cara que o Guto fez.
— Tá com o Moreno pela... enésima vez e foram para o meio Oeste. Queria muito que se entendessem. Amo os dois.
Maurício continua muito tranquilo e ao mesmo tempo distante de assuntos dos quais não entende ou que não concorde. Eu simpatizei com ele, Fabrício flerta com o tatuado na frente de todos quando o Raul sai da mesa para atender seus clientes. Com o olhar, Guto fica procurando Raul pelo ambiente. Tudo errado.
Roubo um beijo no rosto do meu alemão quando chega mais pertinho e pede para irmos caminhar um pouco na praia.
— Desculpa. — eu lhe peço. Sempre penduro a chuteira primeiro.
— Eu também? — ele se rebaixa um pouquinho. Ninguém tava muito certo afinal. Sexo é bom num casamento, mas ainda assim não é tudo. Eu reconheço que fui meio rude e ele reconhece que é um tanto egoísta. Isso sem ninguém ou quase ninguém perceber.
— Vocês são casados? — Maurício nos pergunta.
— Estamos juntos há nove anos ao total.
— Não me imagino numa relação estável.
— Deixa tu chegar nuns trinta.
— Tenho trinta e um já.
— Nossa! Parece muito mais jovem. — Túlio comenta.
— No mínimo é surfista. — Guto fala de maneira debochada.
— E qual o problema disso? — Maurício bebe um gole do seu suco. — Se houver satisfação pessoal e não estiver prejudicando os outros, porque não?
Noooooossa que "calaboca" foi esse?
— Eu não comentei por mal, tu parece tão desprendido, jovial...
— Sou professor de matemática na rede municipal. Ganho menos de três mil por mês, pago aluguel, financiei uma motoca, sou limpo e faço o que gosto. Nada me amarra, nada me perturba e se perturbar mando tomar no cu com todas as letras.
CARALHO! Raul, onde ele conheceu essa peça? Eu tô pretérita!
— Só não manda o Fabrício porque ele é policial! — Guto brinca com Maurício que ri junto com todos.
— Sou do bem, senhor policial. — o rapaz comenta e anuncia que vai embora. Raul vem se despedir e tudo o que fazem é trocar um olhar demorado e um belisco no braço do meu amigo. — Xau grandão, se quiser ir lá depois que fechar seu "boteco" me avisa que fico em casa.
— Claro que vou. Depois que o "boteco" fechar te vejo.
Guto revira os olhos e larga na cara do Raul que ele é meio tolo da cabeça.
— Onde que isso dá aula de matemática? Tem tatuagem nos dedos, no antebraço e no pescoço. A Educação contrata gente assim?
— Credo que comentário preconceituoso, Gustavo! — Túlio que não gosta de tatuagens não me sai com uma dessas e obviamente que corrige. — Até parece que isso define caráter. O mesmo é sobre nós que somos gays, a gente leva "fumo" de quem não nos aceita, então dá pra se colocar no lugar dos outros.
— Só acho feio.
— Eu acho sexy. — Raul comenta. — E aquela tattoo do pescoço é só uma parte de uma gigantesca que ele tem no braço. Tem uma que adoro na bunda dele.
— Dispenso. — Guto ri despeitado e Fabrício faz a merda de dizer que João tem uma Fênix gigante nas costas.
Não sei porque o outro contador entrou na conversa. Mas é motivo pra uma briguinha que mais parece de mentira. Até porque, ambos disseram mais de uma vez que tem relacionamento aberto. Tipo de "modalidade" que eu jamais me adaptaria. Mas cada um na sua.
No caminho de casa, Túlio tá meio calado, boceja umas vinte vezes. Fala "te amo" sem contexto, mia que ficou meio dolorido atrás, mas que tava gostoso. De surpresa, mete a mão no meu pau e por riba da calça me masturba, mal coloco o carro na garagem do lado do carro do meu pai (que ainda não voltou à Portugal), meu zíper abre, minha cueca desce, a glande recebe uma coisa quente e molhada que suga gostoso, a língua brinca no buraquinho até que brote a gotinha transparente que ele chupa.
— Mama, puto... Caralha... Que chupada boa.
Chupada gostosa é aquela feita com força que prende a chapeleta nos lábios, depois engole a rola até a goela onde é macio e o engasga. Sem pressa. Túlio chupa até reclamar que a mandíbula tá cansada, rindo, ele me beija e monta no meu colo. Naquele amasso gostoso da porra, uma luz acende e mal dá tempo de arremessar o alemão pro banco do lado antes que meu pai surja armado achando que havíamos sido feitos de refém em um sequestro.
— Seu Joaquim! — Eu digo assustado e reclamo enquanto guardo os "documentos" de qualquer jeito e Túlio naturalmente sério tenta disfarçar. Se bem conheço meu pai, ele sacou na hora que tava rolando dentro do carro porque logo virou as costas e disse um boa noite muito desajeitado.
Clima? Sem clima depois disso.
Nem na cama.
Ou melhor, olhos verdes tava faminto e queria rola. Fala de mim e sobre minhas putarias vulgares, mas ele mesmo conjugou o verbo "mamar" nos três tempos. E quando um homem tem tesão em fazer sexo oral, não tem dor na mandíbula que o pare, porque ao cansar, grudava a boca feito uma ventosa na extensão da rola, depois lambia muito, chupou meu saco segurando cada bola dentro da boca, sugando até eu me sentir um homem sensível outra vez, quase emotivo (sarcasmo, pois da rola a lágrima de saudade escorria farta).
— Me pega de quatro.
Sabia. Pior que miou tanto que quase perdi a ereção. Reclamou de dor até quando tava bem arrombado. Eu não perdoei. Nossa! Meti pelos vinte e nove dias sem penetrar esse cu. Apertado? Era uma vez no velho oeste, um cuzinho apertado.
Gozei e continuei a meter até ele gozar. Fodeu né, porque essas contrações do reto nele me deixaram com tesão outra vez e como a rola demora um tempo pra se recuperar do "golpe", o virei de lado e continuei fodendo forte, mesmo com seus lamentos manhosos, dizendo que estava ardido. Nem percebeu que eu tinha gozado ou era bem capaz de ser egoísta outra vez. Bandido do jeito que é, né.
— Vou gozar, viado...
Eu jorro com vontade dentro do canal quente, observo sua rola já meio amolecida com o prepúcio cobrindo meia cabeça. E como sei que ele ama, caio de boca e soco dois dedos em seu rabo, quando meto o terceiro, ele pede mais forte, mais rápido, empurra meu peito pra trás e esguicha sua porra até no próprio ombro.
— Porra, que esguicho é esse?
Ele ri todo bobinho. Eu sei porque ele não me deixou engolir... porque eu ia beijar sua boca e ele é um puto chato.
Chamei meu companheiro de puto? Chamei, sim.
Que mané decência. Na cama não disso.
— Meu putão gostoso. — Ó, esse foi o Túlio que me puxa para eu deitar sobre seu corpo de pernas abertas e me beijar até bater o sono depois que as conversinhas tolas terminam.
De manhã ele cora em vários tons de vermelho quando meu pai aparece, eu finjo que não aconteceu nada porque... foda-se. Ele e dona Maria devem ter feito isso no carro pelo menos uma vez na vida. Inclusive ela me disse que fui feito nas pedras.
— Não entendi. Feito nas pedras? Já ouvi feito nas coxas, mãe.
— Não, não. Eu e o teu pai fomos lá pras pedras lá no costão da cidade de...
— Maria, faz favor. Isso é coisa se se conte? — ele fica vermelho e furioso, mas não canta de galo em casa e fica calado a seguir.
— É, mãe. Não me interessa isso não. Nem Túlio tem interesse nisso. Só a Itália ali. Depois as duas pegam num crochê e conversam.
— Que mania que me mandar fazer crochê, seu Braz.
— Velha faz o que?
Ele dá uma gargalhada e me xinga em italiano, só entendi o "puttana". Coitada de minha mãe que é uma santa mulher.
— Braz Joaquim, olha o respeito.
— Ah São Jorge, mãe, teu filho tem quarenta e três anos.
— Então faças o favor de respeitar a Itália.
— Isso mesmo, dona Maria. Braz é bem desbocado. Túlio fica sem jeito de tanta porcaria que teu filho diz.
— Oh! Agora Túlio virou santo.
— Tô quieto. — ele me responde com aquela cara de felino, carinha de nojo e indiferença que todo gato tem. Que não deixa de ser algo lindíssimo.
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Oinhe pessoal. hoje caprichei e fiz um mega capítulo comprido igual as pernas da Pernoca porque senti saudade de minha alma gêmea, não que eu seja fresquim, mas Túlio é pior. E que ele nem me "ouça". Obrigado pelo carinho e os votos de felicidade na semana passada♥ MrioCaires tentei um hot, mas não tá muito hot, dedico com carinho também ao RavenDaSilva .... beijão em todo mundo e muita saudade daqui♥♥♥
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