053

: O EQUIPAMENTO
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DESCERAM E ENTRARAM na grande loja, que estava cheia de gente andando de um lado para outro com armas nas mãos.

Para nada inquietante.

— E não queríamos aldeões violentos. — disse Robin, vendo todos os senhores e mulheres de aparência intimidadora.

Nancy se virou para olhar para ela: — Vamos fazer isso... Rápido.

— Eu concordo. — respondeu Erica.

Eles rapidamente se separaram, enquanto cada um pegava um carrinho ou uma cesta e começava a percorrer diferentes áreas do grande local. Jules olhava tudo com curiosidade, enquanto começava a guardar facas e gasolina, que era o que precisavam.

Ela se aproximou de uma loja de roupas e viu um colete estilo militar, depois uma camiseta preta justa de mangas compridas. Ela sorriu e pagou o que devia, depois foi ao provador e vestiu-se.

Assim que ela saiu, na sua frente encontrou uma arara com chapéus do mesmo desenho e estilo do colete.

Hesitou um pouco, mas acabou pegando um e levando para o responsável daquele espaço de vendas.

Jules se apegou muito rapidamente às coisas, mas ia guardar o chapéu Ahoy, era praticamente a sua essência.

— Obrigada. — ela murmurou.

Ela colocou o chapéu novo e ao longe viu a ruiva olhando tudo com atenção e colocando algumas coisas em sua cesta.

Jules se aproximou dela, surpreendendo-a por trás.

— Olá, anjo. — Jules cumprimentou, sorrindo para ela.

Max se virou para olhar para ela e levou alguns segundos para inspecioná-la com os olhos.

— Este é o seu novo estilo? — Max perguntou divertida.

— Eu tinha que estar bonita para a ocasião. — Jules respondeu, pouco nervosa sob o olhar da ruiva.

Max sorriu de volta, assentindo.

— Você conseguiu. — Max respondeu.

Jules tirou o chapéu Ahoy de trás, deu um passo à frente e colocou-o na garota à sua frente, que se assustou.

— Jules...

— O que? Você parece bem. — Jules falou.

Max revirou os olhos e imediatamente tirou o chapéu que Jules usava na cabeça e começou a correr.

— Max! — exclamou a morena, começando a correr atrás dela.

Elas evitavam pessoas e prateleiras o melhor que podiam, obviamente esbarrando em algumas e recebendo xingamentos ou comentários desnecessários por serem "garotas" em tal loja.

A ruiva parou e a de olhos castanhos automaticamente pegou seu braço, para ela não escapar novamente.

— Isso não foi divertido. — Jules negou, respirando pesadamente.

Max riu: — Foi para mim.

Jules olhou mal para ela e imediatamente a garota de olhos azuis se virou em seu lugar, ficando de frente uma para a outra. Com as duas mãos Max moveu as rebeldes mechas morenas que estavam em no rosto de Jules e as colocou atrás da orelha.

Julie engoliu em seco, acompanhando cada movimento dela com os olhos.

Era como se tivessem isolado todo o som do local, a única coisa que estava na sua frente era a imagem de Maxine Mayfield acariciando seus cabelos com sua suavidade e passando os dedos pela pele do rosto.

Max pegou o chapéu de Ahoy, colocou na cesta e depois pegou o segundo chapéu, colocando-o na cabeça de Jules.

— Pronto. — Max murmurou, finalmente colocando a mão na bochecha de Jules.

As duas ficaram ali, se encarando e naquele momento uma delas teve isso mais claro do que nunca.

Jules não acreditava que existisse alguém com a mesma capacidade e intensidade de amar alguém como ela amava Max.

A bolha delas estourou quando elas se lembraram que estavam em um lugar extremamente público e elas rapidamente se separaram, enquanto os nervos começaram a percorrer seus corpos.

Então Max começou a ver um ponto fixo, então Jules olhou para lá e viu Nancy conversando com um garoto que estava perigosamente perto dela, vestindo uma jaqueta do time de basquete do ensino médio.

— Temos que ir. — Max murmurou.

Max pegou a mão de Jules e elas rapidamente encontraram os outros do lado de fora da loja, entrando no trailer com sacolas nos braços.

— Vamos. — exclamou Steve, aproximando-se do volante.

— Posso ir na frente? — Jules perguntou, sorrindo para ele e esperando um "Sim".

Steve trocou um olhar com Nancy, que assentiu e murmurou que não haveria problema.

Harrington revirou os olhos: — Bem, vamos, Walker.

Ela olhou para ele com a felicidade saindo de seus poros e sentou-se, enquanto olhava pela janela emocionada.

— Isso não é justo. — Dustin reclamou. — Eu sou o seu favorito.

Jules reprimiu uma risada. — Sim, continue acreditando nisso, rolinhos.

Steve os repreendeu e ordenou que ficassem em silêncio, então eles tiveram que obedecer.

Jules acenou para Dustin e ele se aproximou, pois os dois encontraram uma manobra muito estranha para que pudessem dividir o assento.

— Ei, não, o que acha que estão fazendo? — o mais velho perguntou cansado.

Foi até que eles conseguiram e o de boné deixou a cabeça cair no ombro da melhor amiga.

O tempo continuou a passar, enquanto todos no trailer estavam em silêncio, alguns até dormindo.

— Steve. — Jules o chamou, e ele se virou para olhar para ela.

— Sim?

— Você me chamou de "Julie". — ela falou. — Há um tempo, notou?

Ele demorou a responder: — Sim, acho que sim.

Ela sorriu um pouco. — Sentirei sua falta. — ela falou, fazendo-o olhar para ela confuso. — Eu só quero que você saiba.

— Eu não vou deixar você morrer, ok? — ele respondeu. — Pare de falar como se tivesse certeza de que algo iria acontecer com você.

— Mas caso isso aconteça, Steve. — Jules respondeu. — Nunca disse isso e acho que é uma boa hora para dizê-lo agora.

Jules desenvolveu um afeto e uma dependência inimagináveis ​​pelo mais velho.

Talvez ela não estivesse disposta a demonstrar isso, mas ela o amava, tanto ou mais do que ele a amava.

— Eu me importo com você, Julie. — ele falou, com o olhar fixo na estrada. — Sim, você é chata e tudo mais... Mas, ainda assim. — ele ficou pensando em alguma coisa. — Se eu puder evitar que algo aconteça com você, eu vou.

Ela se virou para olhar para ele e ele também, enquanto uma careta apareceu em seu rosto.

— Obrigada. — ela respondeu, enquanto em seus olhos era possível ver a admiração e o carinho que sentia por Steve Harrington.

Ela sentiu um movimento ao seu lado e Dustin começou a "acordar" enquanto passava a mão pelo rosto e se virava para olhar relutantemente para o homem mais velho.

— Não sei por que todo mundo se sente à vontade para chamá-la assim. — Jules e Steve franziram a testa. — Eu inventei o apelido.

— Você estava ouvindo tudo, garoto intrometido? — Steve perguntou, em desaprovação.

— Sim. — ele admitiu.

Jules revirou os olhos, com um sorriso no rosto.

Eles estavam em um campo distante, enquanto eram divididos em grupos e cada um se encarregava de montar os equipamentos.

Jules estava ao lado de Dustin e Eddie, ajudando a fazer escudos para os dois. Ela começou a martelar com Dustin, enquanto com o martelo batia com força, liberando parcialmente a raiva que sentia por Vecna ​​naquele momento.

— Sim, bem, tente não me matar, ok? — falou o de boné, tirando o martelo das mãos.

Jules fez uma careta: — Sinto muito.

Eddie levantou-se, seu escudo de unhas já terminado.

— Como se sente? — perguntou a morena.

— Leve, mas durável. — ele respondeu. • Letal... Mas confiável. — o de boné soltou uma risada, enquanto Eddie colocava uma perna na madeira e levantava a mão como Vecna. — Me escute... Ele nunca mais dará um passo para trás. De Eddie, o Pária!

Jules levantou-se, guardando a caixa com pregos.

— Pronto para Vecnanza? — Dustin perguntou sorrindo.

Ambos se viraram para olhá-lo seriamente, em completo silêncio.

Duston riu: — Entendeu? — continuaram em silêncio. — "Vecnanza" para Vecna. Não? — perguntou ele desanimado, deixando o escudo no chão. — Bom, achei engraçado.

Eles se assustaram assim que Eddie ganhou velocidade e foi contra Dustin, empurrando-o, mas sem derrubá-lo no chão. O de boné não esperava, mas depois devolveu a ação da mesma forma.

— Sim, eu moro com dois idiotas. — admitiu Jules divertida, cruzando os braços.

Os dois se entreolharam com conhecimento de causa e então começaram a correr em direção à morena. Eles a abordaram até que os três caíram no chão, rindo e com alguns leves gemidos de dor.

— Isso não é justo! — Jules exclamou, e então deixou cair a cabeça na grama.

Eddie ergueu o torso e olhou para os dois.

— Nunca mude, Dustin Henderson e... Jules Munson. — Eddie falou, ainda um tanto agitado. — Vocês podem me prometer?

A morena demorou alguns segundos para processar o que acabara de ouvir. Ela se sentia parte de uma família, mesmo que já tivesse uma.

— Eu não estava planejando fazer isso. — respondeu Dustin.

Jules saiu do transe e também negou: — Sim, eu também não.

— Excelente. — o homem encaracolado sorriu, depois se levantou e olhou para outras duas pessoas. — Ei, irmãos Sinclair! Como estão essas lanças?

Em resposta, eles receberam Lucas fazendo sinal de positivo.

Dustin ajudou Jules a se levantar e sorriu para ela.

— Então... Munson? — Dustin pergunta intrigado.

— Aparentemente. — ela sorriu.

— Walker parecia bom, mas você pode ter os dois. — ele deu de ombros e então uma ideia lhe veio à mente. — Você poderia até adicionar "Mayfield" à lista.

Jules virou-se rapidamente, olhando para ele com surpresa e um pouco de vergonha.

— Dustin! — Jules exclamou.

Ele soltou uma risada e ela ganhou impulso para se aproximar dele novamente e jogá-lo no chão pela segunda vez.

— Eu não estava pronto! — exclamou o que estava com dor no chão.

Agora Jules poderia se livrar do sobrenome do pai, que havia deixado uma marca nela.

O mundo deveria se preparar para conhecer Jules Munson.

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