044

˖࣪ ❛ AS LUZES
— 44 —

ELES DESCERAM DO carro do mais velho, enquanto seus olhares se voltaram para a grande casa abandonada e de aparência assustadora à sua frente.

A casa Creel.

Eles esperavam que isso valesse a pena e que encontrassem as respostas que procuravam.

— Sim, nada assustador. — Steve falou.

Eles foram até lá e tiraram as ferramentas da mochila de Dustin, começando a retirar os pregos da madeira que bloqueavam o caminho até a porta da casa.

Os encarregados desta tarefa foram Steve e Nancy.

— Exatamente o que procuramos neste chiqueiro? — perguntou o mais velho.

Nancy olhou para ele: — Não sabemos. — respondeu ela. — Mas esta casa é importante para Vecna.

— Por que Max a viu no mundo mental vermelho de Vecna? — ele voltou às perguntas.

— Basicamente.

— Sim, genial.

Jules cruzou os braços, olhando em volta. Ela sentiu o mesmo arrepio que sentiu no estacionamento de trailers novamente, todo o seu corpo parecia congelar por dentro.

— Talvez ele nos dê pistas sobre onde Vecna ​​está. — Dustin falou. — Por que ele voltou ou por que matou os Creels, e como detê-lo antes que ele volte para buscar Max.

A ruiva olhou para baixo, ajustando o estojo da fita.

— Mas não achamos que ele esteja aqui, não é? — Lucas perguntou em dúvida.

A maioria das pessoas temia isso, apenas não ousava dizê-lo.

— Veremos. — respondeu Max.

Eles terminaram de retirar os últimos pregos e deixaram o grande pedaço de madeira cair, fazendo com que ele levantasse algumas folhas e um pouco de terra assim que atingiu o chão, então cobriram os olhos.

Steve agarrou a maçaneta e girou, mas nada aconteceu.

— Não abre. — ele falou, ganhando bufadas dos meninos. — Você quer que eu bata para ver se tem alguém aí?

Jules sorriu sarcasticamente. — Sim, talvez Vecna ​​até nos convide para entrar e tomar chá.

Steve olhou para ela e revirou os olhos com o comentário dela.

— Não precisa. — todos se viraram para ver Robin, que estava com um tijolo na mão. — Eu encontrei a chave.

Eles sorriram e então ela passou o tijolo para Steve, que o jogou em direção ao vitral da porta, aquele que tinha uma rosa no meio.

O vidro quebrou e ele cuidadosamente passou o braço por ele, até encontrar o outro lado da maçaneta e conseguir abrir a porta.

Eles entraram e começaram a observar tudo, enquanto a cada passo o chão rangia sob seus pés.

— Parece que eles se esqueceram de pagar a conta de luz. — falou Dustin.

Depois disso, a maioria pegou as lanternas e as acendeu, enquanto continuavam andando pela casa com um pouco mais de confiança.

Steve franziu a testa: — De onde eles os tiraram?

Dustin se virou para olhar para ele.

— Você precisa que eu conte tudo? — Steve continuou com sua expressão confusa. — Você não é mais uma criança.

— Obrigado.

Dustin tirou a mochila dos ombros e entregou a ele: — No bolso.

Steve aceitou, balançando a cabeça.

Jules começou a andar com cautela, enquanto apontava sua lanterna para o chão, vendo uma pequena aranha sair rapidamente assim que a luz foi apontada para ela.

— Uma pergunta. — disse Max, fazendo com que todos se aproximassem dela. — Todo mundo vê isso, certo?

Eles apontaram suas lanternas para lá e viram um grande relógio de pêndulo, o mesmo que a ruiva havia descrito.

— Sim. — respondeu Dustin.

Nancy franziu a testa: — É o mesmo que você viu? Em... Suas visões?

Max assentiu, engolindo em seco ao se lembrar.

Robin deu um passo à frente: — Bem, é apenas um relógio. Não? — ela deu mais um passo e limpou a poeira com a mão. — Um relógio normal.

— O que aquele feiticeiro tem com relógios? — Steve perguntou. — Poderia ser alguém que faz relógios ou algo assim?

Jules se virou para olhar para ele com a testa franzida.

— Acho que você resolveu o caso, porco-espinho. — respondeu ela.

Steve se virou para olhá-la confuso devido ao apelido curioso e estranho.

— Eu só sei que há respostas aqui. — Nancy falou, todos os olhos estavam voltados para ela.

Eles formaram um círculo e a mais velha falou novamente, dizendo como começariam a busca.

— Bem, fiquem todos em pares. — Nancy ordenou. — Robin, vamos subir.

A loira assentiu e foi até ela, enquanto as duas subiam as escadas, cada degrau rangendo sob seus passos pesados.

Lucas levou Dustin, mas assim que estavam para sair, ficaram para ver a estranha situação que estava acontecendo.

Steve agarrou o braço esquerdo de Julie, puxando-a para cima, mas Max agarrou sua mão direita, fazendo sinal para que Jules fosse com ela.

— Se eu pudesse me separar em dois, eu o faria, mas não posso, então pare de me esticar como plasticina. — Jules falou, franzindo a testa.

A ruiva olhou para o homem mais velho: — Ela vem comigo.

Harrington negou: — Não, acho que não.

Dustin riu, cruzando os braços.

— Eu a escolhi primeiro. — exclamou Max.

Steve olhou para ela confuso: — Isso não é verdade.

Jules olhou para Dustin e Lucas com irritação, pois eles estavam ali sem intervir, mas sim gostando do que estava acontecendo.

— Dustin. — sua melhor amiga gritou implorando. — Lucas, sejam bonzinhos e me ajudem.

O de boné revirou os olhos e se aproximou, separando Steve de Jules.

Max o seguiu com um olhar um tanto irritado e então puxou a mão de Jules para que ambas começassem a ir para o outro lado. Jules riu enquanto apontava a lanterna pela sala, observando tudo com atenção.

A música de Kate Bush parou e a ruiva rapidamente repetiu.

— Gostaria que a música durasse mais. — murmurou Jules, deixando clara sua preocupação.

— Quarenta e seis minutos não é ruim. — Max respondeu. — Temos outras preocupações. E se, ao ouvir isso repetidas vezes, eu ficar farta e essa não for mais minha música favorita? Ainda funcionará? Kate Bush vai... Perder seus poderes mágicos?

A morena sorriu um pouco. — Kate Bush? Nunca.

Max sorriu também. — Acho que deveria te agradecer em parte.

Jules se virou com a testa franzida.

— Po rque a mim?

A garota de olhos azuis encolheu os ombros.

— Tenho boas lembranças dessa música, e a maioria delas inclui você. — murmurou, enquanto apontava a luz da lanterna para a pequena poltrona quebrada que estava ali.

Jules rapidamente desviou o olhar, suprimindo um sorriso, fazendo-a sentir o sangue subindo pelas bochechas.

— E quais são? — Jules perguntou.

Max soltou um suspiro. — A primeira vez que passei a noite na sua casa ouvimos essa música.

— Sim, eu me lembro. — Jules assentiu. — Minha mãe queimou a comida e tivemos que pedir pizza.

Jules não gostava de pizza, mas ainda assim precisou comer naquele dia para não deixar Max jantando sozinha.

Max riu, lembrando-se disso.

— Sim... Essa música também estava tocando ontem. — Max murmurou algo baixo.

Rapidamente as memórias voltaram e você poderia jurar que ambas conseguiam acompanhar os batimentos cardíacos acelerados uma da outra, mesmo com a distância entre elas.

Jules soltou um suspiro trêmulo, quando a mão que segurava a lanterna começou a tremer ligeiramente de nervosismo.

— Eu também me lembro disso. — Jules respondeu em um sussurro.

Max se virou para olhar para ela, enquanto dava alguns passos e abria a boca para dizer mais alguma coisa, mas a repetição da música já estava pronta.

— Pronto. — Maz falou, e Jules se virou. — Faça sua mágica, Kate.

Ela estava prestes a colocar os fones de ouvido, mas de repente um lampejo na lâmpada mais próxima as distraiu. Ambas olharam para lá, franzindo a testa.

— Prometo que vou parar de perguntar. — Max disse, apontando a lanterna. — Você vê isso ou não?

Jules engoliu em seco: — Sim.

Max estendeu a mão, mas ela saiu, deixando-as confusas.

Depois outra piscada e elas tiveram que se virar, vendo como a lâmpada da entrada começava a piscar.

— O que? — a morena sussurrou no ar.

Elas caminharam seguindo as luzes bruxuleantes, até que a maioria das luzes se acendeu e de repente se apagou, deixando apenas uma acesa.

As duas trocaram um olhar, parecia que estavam pensando a mesma coisa.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top