038
˖࣪ ❛ O PLANO
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EDDIE LEVANTOU-SE ASSUSTADO ao ouvir barulhos vindos de fora, e ainda com a garrafa quebrada nas mãos se aproximou da janela, tentando ver algo ou sinais de que alguém estava ali.
Ele se assustou assim que a porta se abriu, mostrando os meninos, que entraram com malas.
— Entrega em domicílio. — Dustin sorriu.
Jules a partir de agora passou mais tempo com os meninos, enquanto eles a atualizavam sobre tudo o que havia acontecido desde a noite no STARCOURT.
Ela soltou a mão que estava entrelaçada com a de Max e as duas se sentaram, enquanto Eddie tirava tudo que estava nas sacolas e começava praticamente a tomar café da manhã e almoçar ao mesmo tempo.
— Temos boas e más notícias. — Dustin falou. — O que você quer primeiro?
— As ruins primeiro, sempre. — ele respondeu com a boca cheia.
Ele assentiu: — Bem, a má notícia: nós nos infiltramos na estação de rádio da polícia com cérebro e eles estão procurando por você. — Eddie olhou para ele em silêncio. — E eles estão convencidos de que você matou Chrissy.
— Eles estão cem por cento convencidos. — Max contribuiu.
— E as boas? — ele perguntou, não querendo continuar comendo.
— Seu nome não se tornou público. — respondeu Robin. — Mas se soubermos, outros descobrirão em breve. E quando isso for divulgado, todos e suas mães estarão caçando você.
— Cace o geek, certo?
Jules acenou com a cabeça pesadamente. — Exatamente.
Eddie soltou um suspiro cansado. A situação estava claramente piorando.
Eles até disseram à morena que como ninguém sabia de seu paradeiro no trailer de Munson, ninguém a considerava suspeita, mas isso não conseguiu animá-la.
Jules estava preocupada por Eddie.
— E antes que isso aconteça, devemos encontrar Vecna, matá-lo e provar sua inocência. — Dustin falou, encorajado.
O homem cacheado olhou para ele incrédulo, — Outra coisinha, Dustin? Ou é tudo?
Ele sorriu: — Sim. Nada mais, isso.
Robin falou novamente. — Escute, Eddie. Eu sei que tudo o que Dustin diz parece um delírio, mas já passamos por algo assim antes. — tentou tranquilizá-lo. — Bom, eles já estiveram lá diversas vezes, e eu já estive lá uma vez. O meu era mais uma coisa de carne humana e o deles era mais parecido com fumaça, mas a questão é que, como grupo, acho que vamos conseguir.
Steve acenou com a cabeça. — Sim. Geralmente recebemos ajuda de uma garota com superpoderes, mas seus poderes sumiram, então...
— Tecnicamente, sim... É mais como... — ele começou a gaguejar.
— A fase de propor ideias. — concluiu Max.
— Proponha ideias: — sorriu o homem mais velho.
— Sim, não há nada com que se preocupar. — Jules falou, tentando acalmar a atmosfera.
Harrington olhou para ela e acenou com a cabeça, mostrando que concordava com ela.
Eddie olhou para eles em silêncio, incapaz de processar qualquer coisa que diziam.
Ouviram-se as sirenes da ambulância ao lado das viaturas policiais, alarmando os meninos, pensando que haviam sido descobertos.
— Porra.
— Cubra-se. — disse Robin. — Cubra-se!
Eddie se cobriu com a lona e eles se aproximaram da janela do galpão.
Eles viram alguns carros patrulha passando em alta velocidade, então deduziram que Vecna havia atacado outra pessoa ou provavelmente estavam procurando por Eddie, não tinham certeza.
— Vamos. — Steve pegou as chaves do carro.
Jules ameaçou ir com eles, mas eles a impediram.
— Tem certeza? Haverá polícia lá. — disse Robin.
Ela franziu a testa e acenou com a cabeça: — Sim, irei com vocês.
Eles se entreolharam com dúvidas, mas acabaram concordando. Saíram do galpão e foram até o carro do major, entrando rapidamente e começando a acompanhar as patrulhas.
Chegaram ao ponto de encontro, vendo o melhor que puderam que a poucos metros de distância, no chão, estava o corpo de alguém, coberto por um cobertor branco.
E ali estava Nancy Wheeler, sendo interrogada.
Eles desceram do carro, enquanto Nancy olhava para eles, um pouco surpresa. E o golpe final foi assim que a morena saiu do carro, apertando levemente a mão em cumprimento e fazendo uma careta no rosto.
★
Eles estavam no estacionamento de trailers, os seis sentados em uma mesa, conversando sobre a morte de Fred e o padrão dos ataques, só que nenhum deles sabia exatamente com o que estavam lidando.
— Então você acha que a coisa que matou Fred e Chrissy é do Outro Lado? — Nancy perguntou.
Steve acenou com a cabeça, — É o que parece.
— Nossa teoria é que ele os atacou com uma maldição... Ou feitiço. Mas não sabemos se ele cumpre a vontade do devorador de mentes ou se apenas gosta de matar adolescentes.
— Sabemos que isso é algo novo. — disse Jules.
Nancy negou: — Não faz o menor sentido.
— É apenas uma teoria. — Dustin encolheu os ombros.
— Não, Fred e Chrissy. Não faz sentido. — a mais velha falou. — Quero dizer, por que eles?
— Eles estavam no lugar errado? — Dustin tentou deduzir. — Os dois foram para o jogo.
Max franziu a testa: — E eles estavam no estacionamento de trailers.
Steve olhou para todos eles. — Nós também. — então ele olhou em volta. — Eh... Você acha que devemos!
Jules olhou para um ponto fixo, enquanto sentia seu corpo entrar em um estado incrivelmente frio. Ela levou a mão ao braço e soltou um suspiro ao senti-lo frio, rapidamente começou a acariciá-lo, tentando se aquecer.
— Há algo neste lugar. — Nancy falou novamente. — Fred começou a agir de forma estranha assim que chegamos.
— Quão estranho?
— Assustado, chateado. — ela começou a dizer. — Nervoso.
— Max também viu Chrissy chateada. — disse Dustin.
Todos os olhos se voltaram para a ruiva.
— Sim, mas não aqui. — ela negou. — Ela estava chorando nos banheiros da escola.
Robin franziu a testa, lambendo os lábios e depois deixando escapar o que estava pensando.
— Os serial killers perseguem suas presas antes de atacar, certo? — agora os olhares foram para ela. — Talvez Fred e Chrissy tenham visto esse 'Vecman'.
— Vecna, — Dustin corrigiu.
— Eu não sei sobre você, mas se eu visse um bruxo monstruoso como esse, eu mencionaria isso a alguém. — Steve falou.
A morena realmente se sentiu perdida fora da conversa.
Ela teve dificuldade em prestar atenção.
— Talvez sim. — disse Max. — Eu vi Chrissy sair do escritório da conselheira. Se você visse um monstro, você não iria à polícia, eles nunca acreditariam em você. Mas você poderia ir com...
— A terapeuta. — concluiu Jules.
Eles assentiram e rapidamente se levantaram, começando a caminhar em direção ao carro de Steve.
Só no meio disso Nancy se separou deles, indo para o carro.
Harrington percebeu isso: — Ei, Nancy. Nancy! — ele repetiu, até que ela se virou. — Aonde você vai?
— Há uma coisa que quero verificar primeiro.
Dustin olhou para ela: — Algo que você queira compartilhar com outras pessoas?
— Não perca seu tempo. É um tiro cego.
— Sim, mas você está com dor de cabeça? — Steve perguntou. — Você vai sozinha enquanto Vecna está à solta? Não, é perigoso. Você precisa de uma pessoa que... — Nancy olhou para ele confusa. Steve se virou e jogou as chaves do carro para Robin. — Aqui. Eu ficarei com Nancy, ok? Vocês vão no carro para ver a conselheira.
Robin olhou para ele sem expressão: — Duvido que você queira que eu dirija.
— Por que?
— Não tenho licença. — explicou ela.
— E por que você não tem licença?
— Eu sou pobre.
Max olhou para a situação e encolheu os ombros: — Eu sei dirigir.
Steve negou imediatamente. — Não, não. Você não. Quem quer que seja, menos você.
Jules olhou para ele e sorriu, esperando que Steve concordasse em deixá-la dirigir.
— Esqueça. — disse o homem mais velho a ela.
— Por favor: — ela implorou.
Robin decidiu intervir. — Tudo bem. — ela se aproximou e tirou um dos rádios da mochila de Dustin. — Isso é tão estúpido. — ela foi até Steve e entregou-lhe as chaves. — Vamos juntas.
A loira ficou ao lado de Nancy, que assistiu tudo em silêncio.
Robin falou novamente: — A menos que você pense que precisa nos proteger. — ela sorriu divertida.
Elas começaram a se afastar, enquanto Steve ficou parado, observando as duas partirem.
— Você vai ficar aí assistindo? — Jules perguntou.
— Cale a boca. — o homem mais velho revirou os olhos.
A morena riu e subiu na traseira do carro, ao lado de Max.
— Tire a sujeira. — Steve ordenou para Dustin.
O menino balançou o pé dentro do carro, antes de entrar completamente.
— Mas lá fora! Lá dentro não. — reclamou ele, fechando a porta e colocando a chave para ligar o carro. — Sou sempre a babá. Eu sou sempre a maldita babá!
Jules revirou os olhos e depois se virou para Max, que estava olhando pela janela.
Ela pegou uma das mãos da garota, fazendo-a se virar para olhar para ela.
A de olhos castanhos tirou um dos anéis e colocou-o no dedo anelar de Max, entrelaçando as mãos.
A ruiva sorriu, enquanto se virava para olhar pela janela novamente, sentindo seu coração acelerar.
Jules Walker não sentia mais necessidade de evitar fazer coisas que queria fazer com Max Mayfield em público. Coisas tão simples como segurar a mão dela poderiam tê-la aterrorizada antes, mas agora ela praticamente tinha o vício de ter o toque de Max sobre ela.
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