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˖࣪ ❛ A VERDADE
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TODOS SE ENTREOLHARAM, enquanto os gritos de Eleven se intensificavam, eles estavam com medo pela amiga, não encontravam um jeito de acalmá-la.
— Minha perna! Minha perna! — ela repetiu com dor.
Eles olharam para a ferida, fazendo caretas de desgosto e algumas de pena.
— O que é isso? — Erica perguntou.
— Está se movendo!
Algo estava dentro da ferida, eles só não tinham certeza do que era.
— Mantenha-a acordada. — Jonathan falou, levantando-se e começando a fugir dali.
Eles viram que Eleven estava começando a perder a consciência, então a colocaram de lado, enquanto Mike a segurava e pedia que ela ficasse acordada.
— Você sabe? Na verdade, não parece tão ruim assim. — Robin falou. — O goleiro do meu time de futebol... Outra garota pisou na perna dela e saiu um osso do joelho uns quinze centímetros, foi uma loucura.
Todos franziram a testa, trazendo seu olhar para ela.
— Robin.
— Sim? — ela olhou para Steve.
— Você não está ajudando.
— Desculpe.
Jonathan voltou, com luvas, uma longa colher de pau e uma faca. Jules olhou para os materiais com preocupação.
— Ei, Eleven, isso vai doer muito, ok? — ela assentiu. — Fique calma. — ele colocou as luvas. — Você vai querer morder isso, ok? É para dor. — entregou-lhe o pequeno pedaço de madeira.
Ele levou a faca até o ferimento, enquanto se preparavam para o que estava para acontecer.
Ele iria cortá-la e isso doeria muito.
Com certa hesitação ele apresentou a faca, recebendo como resposta um grito da morena, grito esse que foi abafado pelo utensílio em sua boca.
Ninguém esperava que depois disso Jonathan inserisse dois dedos no ferimento de Eleven, então eles desviaram o olhar assim que ele fez isso.
Eleven apertou a mão de Jules com força, enquanto aquele de olhos castanhos olhava tudo assustado.
— Está tudo bem. — ela murmurou para a amiga. — Acalme-se.
O mais velho dos irmãos Byers continuou ainda mais fundo, causando mais gritos de Eleven.
De repente, ela tirou a colher de pau da boca: — Pare com isso! — ela gritou. — Eu posso fazer isso.
Ela soltou a mão da morena e direcionou-a para sua perna, ela abriu os dedos e começou a impor força, enquanto leves gemidos saíam de seus lábios.
De repente, seu grito ficou mais alto, fazendo com que a vitrine atrás deles explodisse e pequenos pedaços de vidro caíssem sobre eles.
Jules cobriu Max, enquanto a ruiva colocou os dois braços acima da cabeça.
A criatura saiu da perna de Eleven e com suas últimas forças o jogou longe, enquanto sua respiração permanecia descontrolada.
Eles seguiram seu olhar e viram como o bicho rastejou, até que alguém pisou nele.
Eles olharam um pouco mais para cima e viram Hopper, Joyce e Murray, os três adultos olhando na direção deles.
★
Com as coisas um pouco mais calmas, eles estavam por toda parte, explicando e atualizando Jim e Joyce sobre o retorno do devorador de mentes.
— O devorador de mentes construiu este monstro em Hawkins. — Mike falou. — Para parar Eleven. Para matá-la e criar um caminho para o nosso mundo.
— E ele quase conseguiu. — disse a ruiva. — Isso era só uma pequena parte dele.
Hopper, que tinha Eleven nos braços, decidiu falar: — Qual o tamanho dessa coisa?
— É enorme. Pelo menos nove metros.
Jules permaneceu sentada, observando seus pés balançarem.
— Então, só para deixar claro, essa enorme coisa de carne que feriu Eleven... É algum tipo de arma? — Steve perguntou.
Nancy assentiu.
— Em vez de usar metal e parafusos, o devorador de mentes criou sua arma... Com pessoas?
— Exato.
— Sim, está bem. Foi só para confirmar.
A morena franziu a testa enquanto engolia em seco.
— E temos certeza de que essa coisa está viva por aí? — Joyce perguntou.
— Sim. — todos olharam para Jules. — Eu posso sentir isso. — ela murmurou. — Para ser sincera nunca deixei de sentir isso.
— O que você está falando? — Mike perguntou. — O portal fechou.
— Eu sei, Mike. — Jules suspirou. — Mas é como se a vibração dele ainda estivesse lá. Ainda consigo sentir a sombra, mas quando esse novo monstro apareceu, senti o dobro, então sabia que algo estava errado.
— Por que você não disse nada?
— Você disse isso... — ela se levantou. — O portal se fechou. Achei que eram apenas efeitos colaterais de estar do Outro Lado, ou algo estúpido assim.
Mike e Lucas se entreolharam e depois se viraram para olhá-la com desconfiança.
— Mas se fecharmos o portal novamente... — Will começou a falar.
— Separamos o cérebro do corpo.
— E nós o matamos. — concluiu Lucas. — Em teoria.
Jules sentou-se novamente, enquanto seu olhar permanecia fixo no chão.
E se isso me matar?
Ela começou a ter essa dúvida na cabeça.
Eleven conseguiu fechar o portal, mas Jules conseguiu abri-lo.
Alguns gritos os distraíram, todos menos a morena desviaram o olhar e viram Murray chegar agitando alguns papéis no ar. Chegou até eles e coloco os planos sobre a mesa.
— Alexei chamou isso de 'o centro'. — ele apontou o dedo indicador para o papel. — Podemos chegar ao cofre de lá.
— Ok, onde fica o portal? — Hopper perguntou.
— Bem aqui. — ele deslizou o dedo para a outra ponta. — Não sei qual é a escala disso, mas acho que fica bem perto da abóbada, talvez uns quinze metros.
Erica deu um passo à frente. — É tipo cento e cinquenta. Vocês vão dançar como se fosse uma Disneylândia comunista ou algo assim?
Hopper ergueu as sobrancelhas, um tanto surpreso.
— Desculpa quem você é?
— Erica Sinclair. Quem é você?
O homem franziu a testa. — Murray... Bauman.
— Escute, Sr. Bunman, não estou tentando lhe dizer como fazer as coisas, mas fiquei naquela merda por vinte e quatro horas. E com todo o respeito, se você fizer o que você diz, você morrerá.
— Com licença, mas por que essa menina de quatro anos vem em minha direção?
— Tenho dez anos, seu bastardo careca.
Lucas olhou para ela surpreso. — Érica!
— Só disse a verdade!
Dustin decidiu intervir.
— É certo. Todo mundo vai morrer, mas não precisa. — ele se aproximou da mesa onde estavam os planos. — Com licença, posso?
Murray sorriu sarcasticamente.
— Por favor.
Dustin pegou os planos e sentou-se. — Ok. Você vê esta sala? É um armazém. — ele contornou com um lápis. — Há uma escotilha que leva ao sistema de ventilação subterrâneo. Isso o levará à base da arma. É um labirinto lá embaixo, mas Erica e eu podemos mostrar o caminho.
— Você pode nos mostrar o caminho? — Hopper perguntou, tentando confirmar se o que tinha ouvido era verdade.
— Não se preocupem. Você luta e faz coisas arriscadas, nós apenas... Guiaremos você.
Jim acenou com a cabeça. — Não.
Foi um gesto confuso.
Logo estavam preparando as armas para os adultos se infiltrarem na base russa, enquanto as crianças descansavam.
Max estendeu a mão e sorriu ao tocar o chapéu de marinheiro que Jules usava.
— Isso é novo ou...? — ela perguntou divertida.
Jules compartilhou seu sorriso: — Sim, na verdade é meu novo estilo.
A ruiva manteve o sorriso, junto com o contato visual.
— Eu gosto disso: — Max concordou.
Jules engoliu em seco, olhando para suas mãos, sentindo todo o seu sistema ficar descontrolado com o comentário de Max Mayfield.
— Eu também. — ela admitiu.
Poderia ter sido uma declaração indireta, ou não poderia ter sido.
Jules falou novamente. — Max... — a garota de olhos azuis olhou para ela. — Se quando eles fecharem o portal, eu...
— Não. — Max a interrompeu. — Não diga isso. Você vai ficar bem, ok? — Jules suspirou. — Nada vai acontecer com você.
— Mas se isso acontecer...
— Jules... — Max a interrompeu novamente, colocando as mãos no rosto da morena. — Isso não vai acontecer.
Jules sorriu, mesmo que não tivesse certeza disso.
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