015

˖࣪ ❛ O VALOR
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DUSTIN SE APROXIMOU lentamente do animal, ignorando as reclamações dos amigos. Jules cerrou os punhos, tentando manter a calma.

— Dart! Sou eu. Seu amigo, Dustin. — ele falou, tirando a bandana e os óculos.

Dart virou a cabeça para Jules e depois para Dustin, dando um passo em sua direção.

— Se lembra? — o animal se aproximou. — Você nos deixa passar? — Dart abriu a cara, assustando os meninos que deram um passo para trás. — Ok, me desculpe. E sinto muito pelo porão. Foi... Eu sou um idiota, eu sei.

— Eu também sinto muito. — Jules murmurou.

O dart olhou para eles em silêncio, enquanto Dustin tirava da mochila uma barra de nougat, confundindo os presentes.

— Nossa comida favorita. — Dart se aproximou mais confiante. — Viu? Comer.

Ele começou a quebrá-lo em pedacinhos, deixando-o no chão e assim que começou a comer, Dustin sinalizou para os demais que era seguro seguir em frente.

Max foi a primeira, ela passou com cuidado e ajudou a morena a se levantar. Os outros passaram e por último foi Dustin, que aproveitou para se despedir do amigo.

Eles continuaram correndo, tentando localizar onde deixaram a corda para subir de volta.

Eles ouviram os barulhos dos demogorgos e aceleraram o passo, enquanto Steve gritava para que se movessem mais rápido.

— Vamos! Corram! — ele exclamou.

Eles encontraram o poço e correram para agarrar a corda. Primeiro Lucas subiu com a ajuda de Steve, depois Mike, e quando estava prestes a ser a vez de Max, os barulhos se intensificaram, fazendo-os se virar.

Steve pegou o bastão, preparado para lutar se necessário.

Os meninos gritaram para ele subir, mas não houve muito tempo. Eles se protegeram e assim que pensaram que não iriam além disso, os monstros passaram, ignorando totalmente que estavam ali.

Jules agarrou Max e puxou-a para perto e fora do caminho. A ruiva pegou a mão dela e apertou, mostrando o quanto estava assustada.

Eles sabiam do que se tratava, os demodogs estavam a caminho em busca de Eleven, que já havia iniciado seu trabalho de fechamento do portal para o outro lado.

Steve rapidamente ajudou Max a se levantar, depois Jules e finalmente Dustin. Eles saíram do poço e tiraram tudo do rosto, aliviados por poder respirar melhor.

A morena suspirou, ajeitando o boné, até sentir a mão de Max na sua. Ela lentamente trouxe seu olhar para suas mãos unidas, engolindo em seco e não querendo olhar para a ruiva, mas ela olhou, e a encontrou lhe dando um sorriso de lábios fechados.

Jules sorriu de volta, tudo parecendo incrivelmente certo com Max ao seu lado.

De repente, as luzes do carro começaram a ficar muito mais brilhantes, enquanto os meninos apertavam os olhos para ver melhor.

Depois de alguns segundos ele parou, enquanto Julie respirava fundo, sentindo uma pressão no peito que também não durou mais que cinco segundos.

Ellen pegou a câmera com um grande sorriso, enquanto Jules ria e revirava os olhos.

— Mais uma! — ela pediu.

A morena usava o cabelo curto solto, enquanto o vestido era verde, um verde que ficava entre o muito escuro e o muito claro, era a cor perfeita, ou pelo menos para ela era. Como acessórios, ela usava um delicado colar com um trevo e nos dedos descansava um par de anéis que sua mãe lhe dera para esta ocasião.

— Posso ir agora? — Jules perguntou.

Ellen se aproximou, deu um beijo em sua cabeça e acenou com a cabeça, sorrindo calorosamente para ela.

— Você está linda. — ela falou com uma voz suave.

Jules sorriu para ele e ao ouvir a buzina do carro de Steve, correu rapidamente em direção à porta. Ela saiu e foi até o carro, entrando no banco de trás, sentando-se e suspirando.

Seu olhar foi para Dustin e seu cabelo, ela inclinou a cabeça e franziu a testa.

— O que você acha? — perguntou seu melhor amigo.

— Você está incrível, Dustin. — ela o elogiou.

Dustin sorriu. — Você também está incrível, Julie.

Steve não conseguiu reprimir o sorriso enquanto revirava os olhos e colocava o carro em movimento, indo direto para a escola.

No caminho a morena não podia fingir que não estava nervosa, ela arrumava o vestido a cada três segundos e roía as unhas até perceber e se repreender por isso.

Max estaria no baile e ela tinha medo de não ter coragem nem de elogiá-la sem parecer uma idiota.

Por que era tão difícil?

Steve parou o carro na entrada do baile, dando alguns conselhos a Dustin.

— Agora você vai entrar...

Dustin assentiu: — Sim.

— Você vai parecer uma estrela.

— Sim!

— E você vai bater neles com tudo.

— Como um leão, grrr. — Jules sorriu um pouco ao ouvir isso.

Steve torceu o nariz. — Sim, mas não faça isso, ok?

Eles se despediram e a morena bufou, ela estava com muito medo.

— Eu não posso fazer isso. — Jules negou.

Steve se virou para olhar para ela. — Por que não?

— Muita gente, eu pareço ridícula, nem sei dançar! — Jules cobriu o rosto.

Harrington olhou para ela e suspirou.

— Walker. — Jules não revelou o rosto. — Você parece muito bem, certo? Você se acalma, entra e age como se nada importasse.

— Não sei como fazer isso. — Jules murmurou, finalmente olhando para Steve.

— Se você pode quebrar uma cadeira nas costas de alguém, tenho certeza que você consegue fazer isso. — ele falou.

Jules sorriu um pouco, esfregando as mãos e respirando levemente.

— Sim... Eu posso. — ela tentou se convencer.

— Essa é a atitude. — concordou Steve.

Ela abriu a porta e saiu do carro, ajeitando mais uma vez a roupa, e antes de seguir em direção à escola, virou-se e se aproximou da janela do veículo.

Ela sorriu para o homem mais velho. — Obrigada, Steve.

Ele retribuiu o sorriso e ela se despediu, voltando ao baile. Ela ficou aliviada ao ver que Dustin estava esperando por ela na entrada.

Eles entraram e ficaram um tanto surpresos ao ver como tudo estava incrivelmente bem decorado. A academia estava linda, você tinha que aceitar.

— Vamos acertá-los com tudo. — disse Dustin, olhando para sua melhor amiga.

— Não vou repetir isso. — Jules falou.

Eles caminharam no meio da multidão, acenando para Nancy, que sorriu para eles e elogiou suas roupas. Encontraram os amigos numa mesa e levantaram-se rapidamente ao vê-los.

— Ei. — Jules os cumprimentou.

Eles acenaram de volta e começaram a fazer comentários sobre o cabelo de Dustin.

— Você tem um ninho de passarinho aí em cima? —Lucas perguntou.

Ele tentou estender a mão, mas Jules deu um tapa nele.

— Nada aconteceu com meu cabelo. — exclamou Dustin. — Eu tentei muito.

Jules sorriu e então seu olhar foi para Max, ficando um tanto atordoada assim que a viu, aos olhos dela, ela estava linda.

E os nervos voltaram.

— Max. — Jules murmurou, chamando-a.

— Sim? — Max olhou para ela.

Elas se afastaram um pouco mais da mesa e Jules gaguejou um pouco, sem saber exatamente o que dizer.

— Bem... Você parece... — Jules tentou completar a frase, mas não saiu nada.

— Eu pareço...? — Max a encorajou.

De repente, uma música lenta começou a tocar, interrompendo-as. Jules xingou algumas vezes e quando estava prestes a falar novamente, Lucas se aproximou da ruivas

— Max, você quer...? Você sabe.

A morena parecia um pouco assustado com a situação, imaginando o que aconteceria se a ruiva aceitasse dançar com ele.

— Quer que eu dance com você, perseguidor? — Max perguntou.

— Não... Bom, só se você quiser.

A ruiva hesitou um pouco, e olhou para Jules por alguns segundos, esperando alguma interrupção dela, mas como não viu nenhuma, pegou a mão de Lucas.

— Claro.

Eles foram para a pista de dança, com os olhos dos amigos fixos neles.

Jules mordeu o lábio inferior, sentindo um nó na garganta. Talvez tenha sido uma má ideia ir ao baile.

Uma garota apareceu para convidar Will, que também hesitou, mas acabou indo com ela. Mike ficou sentado um pouco abatido e Dustin disse algo sobre conquistá-los, mas Jules não o ouviu bem.

Ela estava ocupada sendo infeliz.

Alguns caras se aproximaram dela perguntando se ela queria dançar, mas ela recusou, confundindo completamente Mike, que estava carrancudo para ela.

Depois de um tempo, seu olhar se voltou para seu melhor amigo, que estava sozinho no meio da pista de dança, olhando os casais sem saber o que fazer.

Jules franziu a testa e se levantou assim que desapareceu de vista. Ela caminhou entre os casais, sem perceber que Max a seguia com os olhos.

— Olá, Dustin. — Jules falou, quando encontrou Dustin.

Ele enxugou as lágrimas do rosto rapidamente, tentando fingir que estava tudo bem.

— Olá, Julie.

A morena sorriu um pouco. — Quer dançar comigo?

Dustin olhou para ela confuso, então ela pegou a mão dele e o conduziu até os outros casais.

Dustin olhou em volta surpreso, até que Jules falou com ele novamente.

— Não sei como funciona, mas vou improvisar. — falou a morena, pegando as mãos do melhor amigo e levando-as até a cintura.

Ela colocou as mãos nos ombros dele, que a olhou sem saber o que fazer.

Jules riu: — Dustin, você vai ter que se aproximar.

— Ah, claro. — ele concordou, aproximando-se dela.

— Agora temos que ir de um lado para outro. — Jules murmurou, olhando e imitando os outros casais.

Eles começaram a balançar, enquanto alguns olhares iam em sua direção, mas Jules tentou ignorá-los.

— Poderíamos fazer um pacto. — Jules começou a falar.

Dustin prestou atenção nele: — Que tipo de pacto?

— Dentro talvez em vinte ou trinta anos, se você ainda não tiver casado e eu também não. — Jules falou. — Nós dois nos casaremos. — Dustin olhou para ela surpreso.

— Você realmente quer isso?

— Você é meu melhor amigo, Dustin. — ela admitiu. — Então, sim.

Ele sorriu para ela e ela sorriu de volta, feliz com a ideia dela.

Casar com seu melhor amigo não significava ter um relacionamento com um interesse amoroso, essa era a parte divertida. Eles não estavam ligados um ao outro, mas de alguma forma, se casassem, nunca ficariam sozinhos.

E Jules nunca deixaria Dustin sozinho.

Depois de um tempo, quando a música acabou eles se separaram, já que Dustin ia voltar para o grupo e a morena queria sair para tomar um ar.

Ela precisava ficar sozinha por um minuto, precisava saber como tiraria a linda ruiva de seus pensamentos sem machucá-la no processo.

Jules encostou-se na parede, suspirando e fechando os olhos.

— Posso te acompanhar?

Jules franziu a testa, abriu os olhos e viu Max sorrindo timidamente.

— Sim, claro. — ela concordou, sentindo um aperto no estômago.

A ruiva se aproximou e ficou ao lado dela, suspirando e observando a noite.

— Há algum tempo. — Max começou a falar. — Você queria me contar uma coisa. O que era?

O nervosismo atingiu Jules novamente, fazendo-a olhar para baixo.

A coragem, onde estava a coragem de fazer um simples elogio a Max Mayfield?

— Você está linda. — Jules murmurou, sem saber como havia deixado escapar isso.

Max lambeu os lábios e sorriu, ela não esperava, ou talvez não esperasse o que o comentário de Jules tinha feito com ela.

Elas permaneceram em silêncio, enquanto a morena sentia que havia cometido um erro grave, talvez isso a tivesse incomodado, havia muitos pensamentos negativos.

— Quer dançar?

Jules sentiu como se o tempo tivesse parado naquele momento, ela lentamente olhou para cima e viu Max, nervosa, oferecer sua mão.

Isso estava realmente acontecendo?

Como se nada importasse.

Ela sorriu e pegou a mão da ruiva.

Naquela noite, Jules deixou claro seus sentimentos por Max.

Mas nem tudo iria correr tão bem como a maioria do grupo pensava. Sim, eles retiraram a parte sobre o devorador de mentes de Will.

Mas eles não quebraram a conexão de Jules com o outro lado.

E a realidade é que ninguém poderia fazer isso.

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