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˖࣪ ❛ PERSEGUIDORES
— 02 —

ELES ESTAVAM NO PÁTIO, na hora do recreio. Alguns meninos comiam frutas, outros andavam de skate, outros fofocavam entre si. Mas os cinco, não fizeram nem mais nem menos do que espionar a nova aluna, lidando com a ideia de saber se realmente era 'Mad Max'.

— Pessoal, isso pode ser assustador. — Jules mencionou, dando a seus amigos um olhar sujo. — Eu não gostaria de ser visto me esgueirando assim.

Dustin suspirou. — Julie. Minha grande e querida Julie. — ele pôs as mãos nos ombros da morena. — Algum dia, talvez quando você for mais velha, você entenderá que os homens têm suas próprias maneiras de lidar com as coisas.

Ela olho para ele em descrença.

— Primeiro, você nem é um homem ainda. — Dustin perdeu o sorriso. — E segundo, temos a mesma idade!

Ele se afastou ofendido, enquanto Lucas revirava os olhos.

— Ela não pode ser Mad Max. — Mike negou.

— Sim. Garotas não... — Will ficou intimidado com o olhar de Jules, então ele rapidamente mudou o que ia dizer. — Garotas que não são Jules não jogam videogame.

A morena bateu com a palma da mão na testa, como se ela estivesse cansada.

— Mesmo que jogassem, não conseguiriam setecentos e cinquenta mil pontos. — disse Mike, recebendo uma beliscão de sua melhor amiga. — Juls, ai! Eu ainda sustento que é impossível.

— Mas o nome dela é Max. — Lucas disse.

— E daí?

— E daí? Quantas Max você conhece? — Lucas perguntou.

— Não sei.

Jules desviou-se da conversa, levando o olhar para a ruiva que andava de skate, por um momento ficou atordoada sem perceber. Will se virou para vê-la e franziu a testa, um pouco confuso.

Quer dizer, ele poderia esperar um olhar assim para a nova garota de Dustin ou Lucas, mas o surpreendeu vindo de Jules.

— Ela também anda de skate, então ela é muito legal. — o que Dustin disse a trouxe de volta à realidade.

— Legal? Você nem falou com ela. — disse Mike.

Aparentemente, o homem de cabelo preto estava na defensiva.

— Eu não tenho que falar com ela. Basta olhar para ela. — eles se viraram e a garota havia sumido. — Droga, perdi meu alvo.

Eles a procuraram com os olhos, até que Will a encontrou. Eles se aproximaram e observaram enquanto ela jogava um pedaço de papel amassado no lixo. Julie sabia o que eles tinham em mente e negou.

— Não, gente, isso já ficou estranho... — eles não a ouviram e começaram a correr, então ela não teve escolha a não ser segui-los. — Merda.

Enquanto Dustin vasculhava o lixo, os quatro o cobriram, tentando parecer casual ao lado da lata de lixo. Algo que era impossível.

— Consegui. — ele se levantou e eles se reuniram. —Vamos ver o que tá escrito. — ele abriu e todos leram em voz alta juntos. — Parem de me espionar, perseguidores. Que ruim.

— Ótimo, agora vocês me fizeram parecer uma esquisita. — disse Jules com diversão.

Dustin virou-se para vê-la. — Você é esquisita, Julie.

Ele reclamou assim que recebeu um golpe dela no ombro.

— Cala a boca.

Os outros riram, zombando de Dustin.

— William Byers... — a voz do diretor falou atrás deles, eles se viraram rapidamente. — Sua mãe chegou. — o direto virou para Jules. — Ela também vai levar você embora, Jules.

Os dois amigos olharam para baixo, a pior parte do dia foi essa, sem dúvida.

Eles seguiram o diretor pelos corredores, onde os alunos lançavam olhares discretos para Will. Pelo menos ninguém conhecia a história de Jules.

Saíram da escola e lá na frente estava Joyce, encostada no carro, fumando um cigarro. Ela os viu e sorriu ao cumprimentá-los. Eles se aproximaram e entraram no carro, deixando as mochilas na parte de trás, onde estava a morena.

Eles não conversaram muito no caminho, apenas uma pequena conversa entre mãe e filho, enquanto Jules olhava pela janela, incrivelmente chateada por ela ter que ir ao laboratório de Hawks.

Eles chegaram e lá estava Hopper já esperando por eles. O homem e Julie formaram um bom relacionamento por causa de quando ele resgatou ela e Will do outro lado. Eles não se viam muito, mas se toleravam.

— Olá, amigo. — ele cumprimento Will primeiro. — Como vai? — Hopper olhou para Jules.

— Oi, garotão. — a morena deu um tapinha em seu ombro.

Hopper revirou os olhos e eles continuaram andando para entrar no local. O menino olhou para a amiga com uma expressão desanimada, então ela pegou a mão dele, em sinal de apoio.

Jules esperou um pouco do lado de fora da sala onde Will estava sendo examinado, então eles a chamaram e relutantemente foram para o lugar de sempre, eles a pesaram e injetaram um soro nela. A de olhos castanhos encarou os médicos para deixá-los desconfortáveis.

— Ok, Julie...

— Jules.

— Hum?

Ela suspirou. — Apenas meu melhor amigo me chama de 'Julie'.

O médico acenou com a cabeça. — Ok, vocês tem um relacionamento muito forte?

Jules assentiu e olhou para as mãos dela, o mesmo homem que atendera Will fechou o caderno e se aproximou da garota, como se quisesse lhe contar algo em sigilo.

— Jules, você experimentou algo único, você e Will. Eu preciso que você me dê uma resposta, nenhuma das vezes que você veio aqui conseguiu falar com a gente.

— É porque não tenho as respostas que você procura. — ela falou frustrada. — Osso é inútil. Eu já disse a você que não experimentei coisas como Will. Talvez alguns pesadelos de vez em quando, mas como eu poderia não tê-los depois que aquela coisa me sequestrou?

— Mas ele não te machucou, Jules. — ele murmurou. — Aquela coisa nem mesmo tocou em você, não poderia nem mesmo te deixar na condição em que encontraram Will. Eu preciso saber como.

— Eu sou boa em correr. — ela mentiu.

A verdade é que enquanto procuravam por Will com a ajuda de Eleven, o demogorgon havia sequestrado Jules. A única pessoa capaz de dizer e explicar como isso aconteceu era ela, mas ela nunca falou sobre isso com ninguém.

— Apenas nos diga o que você lembra, ok?

Hopper entrou na sala, já que não gostou da ideia de deixar a garota sozinha com tantos médicos. Jules deu-lhe um leve sorriso e ele deu-lhe um aceno de cabeça.

— Acordei do outro lado, estava frio, escuro e vazio. — ela começou a falar. — Mas de alguma forma quente. — os médicos franziram a testa. — E aquela coisa não estava lá, lembro que comecei a gritar os nomes dos meninos...

Ela parou, algo nela a impedia de continuar.

— E o que mais, Jules?

Ela engoliu em seco.

— Não posso, desculpe. — ela se desculpou, balançando a cabeça.

Eles suspiraram, tinham estado tão perto, mas decidiram tomar isso como um progresso. De alguma forma, eles entenderam que isso custaria a garota.

Depois do laboratório, a jovem quis clarear a mente e distraí-la por um momento. Ela contatou Lucas e Dustin, que estavam do lado de fora do fliperama, esperando Mad Max chegar, e agora ela também.

— Não acredito que estamos fazendo isso. — ela murmurou, entregando o binóculo para Lucas.

Dustin olhou para o relógio. — Oh, inferno. Minha mãe vai me matar.

— Posso ficar com você hoje? — perguntou a morena, olhando para o boné.

Ele sorriu para ela e assentiu.

— Vão para casa. Falo com vocês pelo rádio se ela vier. — Lucas disse, fazendo Dustin e Jules franzirem a testa.

— Ah sim, boa tentativa. Você quer que eu vá embora para fazer a sua jogada. — disse Dustin, percebendo o que seu amigo estava insinuando.

Jules se perguntou: Por que não posso fazer um movimento também? Mas ela achava estúpido mencionar isso para seus melhores amigos, ela se sentia tão estressada e o medo de ser julgada crescia o tempo todo.

— Claro, porque você é uma ameaça. — Lucas falou sarcasticamente.

— Assim é. Não vai resistir a esses dentes, grrr. — respondeu ele, fazendo a morena rir e Lucas fazer uma careta de nojo. — Dez horas, dez horas.

Lucas pegou o binóculo rapidamente e Jules prestou mais atenção no carro que vinha em alta velocidade. A partir daí a linda ruiva desceu, parecendo aborrecida.

— Eles estão discutindo. — disse ela, sacudindo seus dois amigos.

Dustin revirou os olhos. — Meu Deus. É assim que parece, nem sei porque você ocupa isso. Que tonta você é.

O carro saiu e Max entrou no fliperama, enquanto os três olhavam para tudo com o cenho franzido. Eles começaram a correr e ficaram na janela de frente para o jogo Dig Dug.

A menina estava ali, jogando muito concentrada. Jules sorriu maliciosamente, enquanto seus amigos não percebiam porque eram do mesmo jeito. A morena respirou fundo e cruzou os braços.

— Eu vou falar com ela.

Dustin e Lucas franziram a testa. — Você está louca?

— Meninas com meninas, certo? — ela perguntou com um sorriso divertido, só ela pegando o duplo sentido do que ela havia dito.

Seus amigos não a impediram e ela entrou no fliperama, caminhou um tanto nervosa até onde estava Mad Max e lançou um olhar de soslaio para os dois meninos que espiavam pela janela. Ela se moveu para trás da ruiva e limpou a garganta.

— Se você quiser jogar, vai ter que esperar. — Max respondeu.

Jules sorriu. — Sim... Eu posso esperar.

Ela ficou ali, com as mãos juntas e olhando de vez em quando para o chão. Max franziu a testa e se virou para olhar para ela.

— Você vai ficar aí?

— Sim, é um bom lugar para se estar, o chão é... Muito bom. — Jules murmurou, xingando a si mesma por deixar aquela coisa estúpida sair de sua boca.

Max franziu ainda mais a testa, mas um sorriso quase imperceptível apareceu em seu rosto, enquanto ela revirava os olhos e voltava ao seu jogo.

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