Capítulo 34 - O lugar perfeito
- Qual?
- Tá com o frasco? - Ele assente e me mostra o frasco. - Perfeito. Então me segue.
Me viro e vou até a saída, passando pela mesma, e olho em volta para me lembrar qual lado devo seguir.
- É tenso lembrar sendo que eu fui pela minha última lá quando eu tinha cinco anos.. - Alex faz uma cara perdida, mas não diz nada. - Ah! Lembrei! É pra leste! Alex, se importa em andar um pouquinho?
- Não, não. Eu até gosto de andar.
- Beleza então. - Começo a andar para a direção apontada com Alex logo atrás de mim. A viajem foi bem animada. Ficamos conversando por quase todo o percurso. Não sei exatamente por quantas horas ficamos andando, mas parece que foram várias, pois já estava começando a escurecer e Alex estava arfante.
- "Um pouquinho"? Alice, saiba que eu não tenho um ancestral que ande quilômetros sem cansar como você. Já tá chegando? - Olho em volta. Estamos em um campo aberto. Não há ninguém aqui conosco. Disso eu me lembro bem. Então significa que estamos perto.
- Quase. Só mais alguns metros... Ali! - Digo apontando para um pontinho preto ao longe que ficava cada vez a maior a medida que nos aproximávamos. - Alex endireita os óculos e força um pouco a vista.
- O que é isso? - Reviro os olhos.
- Você ainda não percebeu? É um trem, óbvio.
- Por que "obvio"? - Ele faz uma cara de desentendido, e como resposta, eu reviro os olhos novamente.
Quando finalmente chegamos no trem, Alex para e observa sua grandiosidade.
- Hum.. - Ele parece pensativo. - Um trem abandonado é bem óbvio.. Alice! Você é um gênio!! Quem iria procurar em um lugar tão clichê assim o objeto mais perigoso do mundo?
- Eu não disse? - digo enquanto escalo sua porta caída e entro no trem. Alex faz o mesmo logo após de mim e olha em volta.
- Mas como você sabia da existência desse trem?
- Sempre que íamos visitar Brasília, meu pai vinha brincar aqui comigo.
- Ah.. Porque ele te levava aqui?
- Então.. Em que lugar do trem vamos escondê-lo? - Pergunto ignorando sua pergunta.
- Você não tinha pensado nisso?
- Não. Eu mal me lembrava onde o trem estava. Quanto mais um canto esquecido.
- Aff. Ok então. Vamos nos dividir: você procura pela direita e eu pela esquerda.
- Tudo bem. - Dou de ombros e começo a ir pra direita, procurando por qualquer cantinho em que o frasco possa permanecer seguro. Reviro placas de madeiras, procuro atrás de bancos, embaixo de balcões.. De tudo. Fico uns vinte minutos procurando, porém não encontro nada. É tudo muito aberto ou mesmo óbvio demais.
Resolvo então voltar para ver se Alex achou um lugar.
- Alice! Acho que encontrei! - Escuto ele gritando do outro lado do trem assim que dou o primeiro passo.
- Aonde? - Grito de volta enquanto corro até ele.
- Na caldeia. Ninguém vai procurar no meio de todo esse carvão. - Responde. Encontro Alex abrindo a caldeia enquanto observava seu interior. e fico atrás enquanto ele colocava cuidadosamente o frasco na caldeia e cobria com o pouco carvão que ainda tinha lá. - Pronto.
Ele se vira e me encara, eu abaixo o olhar.
- Já está escurecendo. Vamos voltar logo pra irmandade. - Digo, e Alex faz uma cara de terror.
- Ahh. Andar tudo aquilo de novo. - Reclama, e eu não contenho uma gargalhada.
- Vamos. - Digo puxando ele pela mão.
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