014
Dez anos se passaram desde que ambas as princesas se casaram. Elas ficaram mais altas, mais velhas. O relacionamento delas, no entanto, nunca mudou. Mesmo agora, em meio ao trabalho de parto, Alaenna estava ao lado da irmã. Este seria o terceiro de Rhaenyra; Alaenna tivera o quarto há algum tempo.
Rhaenyra estava coberta de suor, tentando o seu melhor para acompanhar as parteiras ao seu redor. Ela se esforça para respirar profundamente conforme as instruções, a dor de tudo isso parecendo insuportável.
"Continue respirando. E empurre." Rhaenyra era forte e já teve muitos bebês antes. Ela seguiu o curso da contração empurrando o bebê para fora.
"E de novo."
"Eu n-- eu não consigo", o aperto de Rhaenyra se fortaleceu durante a contração, deixando Alaenna com um braço vermelho depois que isso foi feito.
"Sim, você pode, Nyra. Só mais alguns empurrões fortes, e ele estará aqui. Seu bebê," Alaenna descansou sua têmpora contra a de sua irmã, acalmando-a enquanto ela continuava empurrando.
Alaenna geralmente tinha um senso aguçado para o sexo de um bebê. Isso lhe permitia levar para casa algumas apostas estranhas aqui e ali. Ela sabia com certeza que seria um menino. Harwin pensou que se o último bebê indicasse, seria uma menina.
"A cabeça!", gritou alegremente a parteira mais jovem quando o bebê nasceu.
"Um menino, Princesa." Rhaenyra tinha um sorriso bobo quando se virou para Alaenna. A mais nova tinha ficado um pouco presunçosa com seu sucesso de adivinhação, mas estava mais orgulhosa de Rhaenyra.
"Louvada seja a Mãe!"
"Bom trabalho, Nyra." A alegria de um bebê saudável se estendeu a todos na sala enquanto Rhaenyra soltava risadas doloridas.
"Ahh. Saudável?" Rhaenyra recebeu o bebê chorando apertando-o perto dela. Era a mesma sensação toda vez que um deles dava à luz. Uma gratidão que só poderia ser explicada nas profundezas da alma.
"Chutando como uma cabra, princesa."
Tudo estava bem. As duas mães e a criança se reencontraram. As portas se arrebentaram, revelando Elinda, uma das babás compartilhadas de Alaenna para os filhos dela e de Rhaenyra.
"Princesa... a Rainha solicitou que a criança seja trazida a ela... imediatamente."
"Por quê?" Alaenna virou-se para Elinda. Ao longo dos anos, Alaenna tinha se tornado mais franca em relação a lidar com Alicent.
Às vezes, ela chegava a dizer que odiava a mulher rancorosa. Parte dela sabia que era uma causa dos rumores de que Rhaenyra teve filhos com Harwin. Embora fosse verdade, também não era da conta de ninguém.
"Eu mesma o levarei." Rhaenyra levantou-se lentamente com a ajuda de uma parteira.
"Você deve permanecer na cama, Princesa-"
"Sim, eu deveria! Ajude-me a me vestir", Alaenna se virou, ouvindo a respiração difícil da irmã enquanto ela tentava empurrar seu corpo para frente.
Rhaenyra gemeu levemente, tentando se mover e se vestir. Ficar de pé naquele momento seria demais. Ela nem teve a chance de amamentar o pobre bebê.
"Princesa... seu vestido?" Elinda lembrou.
Rhaenyra passou o bebê para Alaenna. Ele começou a chorar na transferência entre irmãs. Suavemente Alaenna começou a mandá-lo calar, ao que ele se acalmou um pouco. Era uma coisa de cheiro. As vidas compartilhadas dos dois transbordaram para como seus filhos receberam o outro neste estágio.
"Ah, está chegando", Rhaenyra se livrou das parteiras enquanto se preparava para tirar a placenta.
"A placenta!" Alaenna deu um passo para trás, permitindo que todos cuidassem de sua irmã. Ela segurou o bebê bem embrulhado para mantê-lo aquecido. Logo ficaria mais frio.
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"Um menino. Acabei de ouvir", Laenor explodiu, um grande sorriso no rosto enquanto ela olhava para seus primos. Ele tinha sido um grande apoiador para seus filhos, uma figura compartilhada que todos eles admiravam. Depois que ele e Rhaenyra não tiveram filhos, ele prometeu ser o melhor pai substituto para Harwin, que tinha se tornado relativamente próximo dele.
"Sim." Rhaenyra apertou o bebê contra o peito enquanto Alaenna tentava acalmar qualquer ponto estranho. Apesar das alegações de Alaenna de que Alicent deveria simplesmente ir até elas, ela se vestiu bem rápido.
"Muito bem." Laenor estava ao lado de Rhaenyra. Virando-se confuso para Alaenna enquanto passavam por ele. "Aonde você vai?"
"Ela quer vê-lo."
"Agora? Vou com você."
"Espero que sim." Rhaenyra seguiu em frente, cercada por sua irmã e um preocupado Laenor.
"Deixe-me levá-lo", Laenor tentou aliviar o fardo.
"Não, ela não vai ter essa satisfação com isso." Eles já tiveram problemas como esse antes. Depois que Jace nasceu, todos culparam a genética Baratheon de Laenor simplesmente pulando nele. Luke, no entanto, trouxera perguntas compradas e rumores.
"Pelo menos segure meu braço." Laenor segurou o antebraço de Rhaenyra enquanto ela prontamente o ignorava.
"Foi terrivelmente doloroso?" Laenor sempre foi o brincalhão. Normalmente, a entrega tinha sido de bom gosto. No entanto, essas não eram as vezes.
"Oh, deuses," Alaenna exclamou quando chegaram ao fim do corredor. Cortesãos em troves saíram para parabenizar Rhaenyra por sua entrega.
Cada uma se curvou em sua princesa, suas vozes eram leves sussurros enquanto elas chegavam ao pé da escada. Elas só pararam quando Rhaenyra começou a soltar respirações difíceis.
"O que é isso? O que é isso? O que é isso?"Nyra, talvez eu devesse-"
"Porra." Rhaenyra não tinha ouvido nenhuma das partes interessadas enquanto elas se sobrepunham. Ela sentiu seu corpo cedendo a tais demandas físicas imediatas.
"Ande... Ande!"
"O que ela poderia querer? Pensei que já tivéssemos superado isso."
Cada lance parecia drenar mais e mais de sua irmã. Alaenna queria tanto subir aquelas escadas correndo e repreender Alicent por ser um ser humano tão indecente.
"Princesa, Sor Laenor, é um privilégio estar entre os primeiros a parabenizá-la."
"Obrigada, Lorde Caswell." Rhaenyra se esforçou para falar enquanto Laenor segurava a frente de seu vestido, gentilmente a conduzindo escada acima.
"Se eu puder ser de alguma utilidade."
Alaenna se virou gentilmente, dispensando o senhor. "O dia ainda pode chegar, meu Senhor."
Enquanto Rhaenyra permanecia presa nos degraus, era evidente para a maioria que ela não podia nem deveria continuar.
"Estamos voltando, tudo bem? Ela pode vir até nós, tudo bem?" "Eu já disse isso a ela. Rhaenyra, deixe-me levar o bebê." Alaenna e Laenor divagavam de cada lado dela.
"Não. A menos que você queira me carregar escada abaixo."
Elas continuaram sua jornada agonizante subindo as escadas e atravessando o corredor em direção ao quarto de Alicent. Ambas as mulheres ainda conseguiam ouvir Leanor murmurando os absurdos enquanto caminhavam.
O caminho deles foi brevemente interrompido pelo aparecimento de Criston Cole esperando do lado de fora das portas. Ele se tornou um cão de colo nos dez anos desde sua rejeição oportuna. Servindo um novo mestre. Alaenna não sabia como isso aconteceu, mas alguns homens eram tão inconstantes quanto a estação e corriam atrás de qualquer saia que lhes proporcionasse mais conforto.
Eles encontraram Alicent no meio da prova. Era um vestido verde escuro com detalhes em dourado claro. Ela havia parado de usar as cores Targaryen desde o casamento, o que Alaenna presumiria ser apenas uma tentativa infantil de pregar uma peça no homem.
"Rhaenyra! Você deveria estar descansando depois do seu trabalho." Alicent disse com um charme tão repugnante. Todas as empregadas que tinham sido próximas da Rainha ou Princesa sabiam que elas nunca foram tão doces uma com a outra.
"Não tenho dúvidas de que você preferiria isso, Vossa Graça."
"Você deve se sentar. Talya, pegue uma almofada para a princesa."
"Não há necessidade."
"Bobagem."
Enquanto a almofada era colocada no sofá, Rhaenyra começou uma descida lenta com a ajuda de Alaenna. Enquanto as criadas saíam, seu pai entrou ostentando seu próprio andar gingado. Sua saúde havia decaído significativamente em anos e provou que ele se movimentava.
"Que notícia feliz esta manhã."
"De fato, Vossa Graça."
"Onde ele está? Onde está meu neto? Ali. Ali está ele. Oh. Um belo príncipe. Resistente. Você será um cavaleiro temível. Sim, você será."
Apesar de todas as deficiências do pai, ele se tornou mais disponível emocionalmente para as necessidades das filhas. Depois de cada nascimento, ele fazia check-in, não importava o quão absurda fosse a hora. A cada dia do nome, ele as mimava com presentes e histórias semelhantes.
"O bebê já tem nome?" Viserys se virou para o casal.
"Nós não falamos-" "Joffrey. Ele vai se chamar Joffrey." Alaenna sabia que Laenor estava sofrendo por seu primeiro amor há algum tempo. Ele ignoraria isso comprando coisas ou dormindo com homens jovens. Ele realmente tentou nomear Jace, Joffrey após seu nascimento, mas Corlys interrompeu, afirmando que seria um insulto à casa deles colocar um westerosi chamado Velaryon no trono.
"Esse é um nome incomum para um Velaryon."
"Eu acredito que ele tem o nariz do pai." Visrerys riu baixinho. "Você não?"
Alaenna limpou a garganta, permitindo que a atenção se voltasse para ela. "Pai, Rhaenyra se esforçou heroicamente e deveria descansar."
"Claro. Ali." Viserys tentou entregar o bebê para Alicent, que o interceptou. Alaenna apertou a mão de Rhaenyra enquanto a observavam checar a cabeça do bebê. Ele tinha pintas marrons, como os filhos e irmãos de Alaenna antes dele.
Alicent se afastou cada vez mais, deixando Laenor para segui-la. Uma tentativa de recuperar o bebê.
"Muito bem, minha menina. Espero que o parto tenha sido fácil." Viserys gentilmente segurou Rhaenyra. Parte de sua nova vulnerabilidade com suas filhas vinha do medo de perdê-las como a mãe delas.
"Acho que chamei a parteira de vagabunda." Rhaenyra disse entre olhares. Os dois sorriram, dando um beijo na outra bochecha. Viserys segurou a mão de Rhaenyra enquanto se virava para Alaenna, cuja atenção estava toda em Alicent sussurrando para Laenor.
"E a pequena Aemma", Alaenna virou seu colar agarrado. Aemma era a mais nova, uma menina de oito anos. Ela tinha ficado bastante doente depois do parto e tremia além da conta, um motivo de preocupação para toda a família. Ela tinha melhorado, mas ainda sentia febre e calafrios.
"Ela está melhor. Mantemos o quarto dela aquecido e ela mantém o ovo ao lado dela." Viserys deu a Alaenna sua própria mão reconfortante ao notar seu tom solene.
"Ela vai se recuperar. Se ela for parecida com a mãe, ela vai se recuperar." Alaenna deu um breve sorriso ao pai enquanto Alicent retornava.
Eles saíram pelas grandes portas. Laenor com o bebê e Alaenna com Rhaenyra. O silêncio era tenso enquanto eles atravessavam o corredor.
"Você não... pensa em me consultar antes de dar um nome ao meu filho?"
"Ele é nosso filho, não é?", disse Laenor, arrulhando para o bebê.
"Só uma de nós está sangrando." Alaenna continuou apoiando Rhaenyra enquanto se aproximavam do fim do corredor. Não era lugar dela dizer nada. Ela e o marido tiveram filhos juntos. Ninguém estava constantemente questionando suas origens.
"Eu mereço ter voz ativa nos assuntos da minha própria família."
"Você não pareceu tão interessado em nossos assuntos ultimamente." Alaenna não conseguiu evitar sentir-se mal por Laenor. Ele não se sentia valorizado, e Rhaenyra não achava que ele se importava o suficiente. Ambos tinham sentimentos válidos, mas isso não tornava as coisas menos difíceis.
Enquanto desciam os degraus, foram recebidos pelo bando de crianças de Alaenna. Cada uma estava animada para contar suas próprias partes dessa história maior. Simon assumiu a liderança recontando a maior parte dela enquanto Alysanne gentilmente seguia, corrigindo quaisquer detalhes perdidos. Aerys parecia muito animado com o bebê para acrescentar qualquer informação.
Rhaenyra levou todos de volta para seu quarto com um sorriso. Os filhos de Alaenna estavam tão alegres quanto ela na idade deles. Ao abrir a porta, eles foram recebidos pelos dois meninos de Harwin e Rhaenyra, que estavam contando suas próprias histórias.
"E ele vê um dragão grande e assustador!" Jace e Luke correram ao redor da mãe, alcançando uma ombreira.
"Mãe... olha."
"Escolhemos um ovo para o bebê."
Rhaenyra estava orgulhosa do filho, mas lutava contra as dores do parto. "Ahh. Esse parece ser o perfeito."
"Deixei Luke escolher." "Obrigado, Jace."
Alaenna estava parada na porta enquanto Simon e Aerys andavam ao redor do ovo. Alysanne tinha se enfiado rapidamente atrás do vestido da mãe.
"Não é todo dia que um ovo sai do Dragonpit, Princesa. Achei melhor escoltar os rapazes." Partiu o coração de Alaenna ouvi-lo se conter. Harwin tinha sido inflexível sobre estar lá para seus muitos filhos. Mesmo que ele tivesse que restringir a capacidade deles de amar abertamente Rhaenyra e os meninos, ele ainda estava lá. Algo que os meninos e Rhaenyra apreciavam.
"Laenor e eu agradecemos, Harwin."
"Outro garoto, ouvi dizer." Harwin trocou um olhar com Rhaenyra e uma Alaenna risonha. Rhaenyra se divertiu muito quando descobriu sobre a aposta. Parecia que Harwin devia à esposa dessa vez.
"Que belo cavaleiro você será, hein?" Laenor aninhou o bebê enquanto os meninos fechavam a ombreira.
"Posso?" Harwin olhou para o bebê.
"Harwin deseja ser apresentado a Joffrey." Rhaenyra falou silenciosamente.
Laenor entregou o bebê sem reclamar. Apesar dos ideais que ele já havia começado a projetar em Joffery, o bebê era, no fim das contas, de Harwin.
"Joffrey, é isso?"
Alysa tinha escapado de trás da mãe, olhando para o bebê sobre o braço de Harwin. Os meninos estavam menos reservados, querendo segurar e tocar o bebê. Simon e Jace tentaram gentilmente puxar Luke para trás enquanto ele tentava alcançar o bebê.
"Pai, por favor, posso segurar Joffrey?"
Uma sequência de "nãos" e "ahs" fluiu pela sala enquanto ambos os homens gentilmente os recusavam.
"Você tem que ser gentil com ele", Alysa exclamou enquanto afastava as mãos de Luke.
"Certo, você está, Lysa. Agora, de volta ao Fosso dos Dragões para todos vocês." Laenor encurralou os garotos enquanto Alysa os seguia obedientemente.
"Vamos!" Luke choramingou enquanto deslizavam para o corredor. Eles já tinham sido tirados das aulas por tempo suficiente. Cada um tinha um dragão, exceto Aerys, que os acompanhava caso ele reivindicasse um.
Laenor os repreendeu uma última vez antes que fechassem as portas.
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Harwin viu que balançava gentilmente o bebê enquanto as duas mulheres o encaravam com carinho. "Você me deve algo, eu acredito", Alaenna falou, inclinando-se no braço do sofá.
"Ah, sim, você e sua sorte em constante evolução."
"Não é sorte se você sabe." Alaenna ficou na ponta dos pés levemente enquanto o beijava na bochecha, tomando cuidado para não mover seus braços. Alaenna descansou a cabeça em seu bíceps enquanto ele olhava para o bebê.
"Você está dormindo na frente do Comandante da Patrulha da Cidade. Terrível falta de respeito." Ele brincou, com um grande sorriso de raposa no rosto
"Temo que uma certa insolência esteja presente na família", Rhaenyra falou amorosamente para seus dois amantes.
"Sim, minhas lindas meninas. No entanto, eu as aturo?"
"Porque você não teria de outra forma." Alaenna o lembrou. Uma pausa suave foi feita enquanto eles apenas aproveitavam a presença um do outro. Eles tinham algum tempo antes que Harwin tivesse que sair para as aulas dos meninos.
"Eu ganhei, sabia? Acho que gostaria de usar meu presente prometido agora, meu amor." Harwin revirou os olhos brincando para Rhaenyra, que riu dele.
"Sim, sim. Peço desculpas pela minha falta de atenção, minha deusa."
"Hmm, sim," Alaenna se moveu para sentar-se ao lado de Rhaenyra, descansando a cabeça no ombro da irmã. "Agora eu desejo que você proclame o quanto você nos ama." Harwin suspirou dramaticamente.
"Claro, deusa."
"Você esqueceu do "meu" Harwin", Rhaenyra interrompeu, o que lhe rendeu um leve olhar furioso.
"Desculpas, minha deusa. Em nosso tempo juntas, você conquistou um lugar especial em meu coração, um que eu carregarei comigo para sempre e que ninguém jamais poderá substituir. Não há como fingir que eu amo vocês duas, e eu as amarei até morrer, e se houver vida depois disso, eu as amarei então."
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