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AISHA ASTRID LEBLANC, pelo amor de Deus, às vezes é exaustivo ser sua amiga, sabe? – diz minha melhor amiga, Madge Cook, sentada ao meu lado ouvindo mais uma história de amor que não foi para frente. – Querida, você sabe que aquele tal de Justin não daria certo, por favor, olha o nome: Justin! – exclama enquanto acaricia minhas costas, me fazendo soltar uma risada abafada pelo travesseiro.

— Não é isso, Cookie, eu não poderia ligar menos para o nome dele; só que, poxa, eu sempre invisto em caras que não valem a pena. – levanto minha cabeça e olho o pequeno ser de cabelos encaracolados em minha frente. – E eu vou ter que vê-lo todo santo dia nessa droga de faculdade. Posso me transferir de planeta?

— Não querida, o que seria de mim se você ousasse fazer isso? – ela faz biquinho, o que me faz rir e me sentar ao seu lado. – Eu sei que a vida pode ser difícil às vezes, mas você só tem 20 anos, Aisha, por Deus! – revira os olhos. – Esse é o momento de estar pegando geral, sem ao menos perguntar o nome, e não sofrendo por um cara da Odont.. – fez careta. – Você tem um péssimo gosto, sabe disso, não sabe?

— Você é a melhor amiga do mundo, sabia disso? – passo o braço por seus ombros pequenos e sorrio, enquanto ela joga os cabelos para trás.

— Sei sim. – brinca e nós rimos.

+++

— Aumenta Thomas, droga! – grita Cook, enquanto ouvíamos o rádio. – É o Shawn Mendes, merda!

— Você é ridícula, Madge, por achar que eu vou aumentar o volume só porque você quer. – provoca debochado, me fazendo rir.

Madge olha para mim, revirando seus olhos castanhos, e rosna para Thomas, mostrando sua irritação.

— Aisha, eu vou quebrar o Thomas na porrada! – diz brava e o moreno ri, aumentando o volume.

Madge e Thomas são meus melhores amigos desde o ensino médio. Por sorte, a faculdade que escolhemos abrange um bom número de cursos, assim, não ficamos tão longe e nossa amizade não é abalada pela distância.

— AI MEU DEUS, AI MEU DEUS! EU PRECISO LIGAR LÁ! – grita minha melhor amiga, pulando por toda a sala de estar após a rádio anunciar que os fãs poderiam ligar para Shawn Mendes. – Shhhh! Cala a boca todo mundo!

Então, Shawn, você já jogou Pergunte-me Qualquer Coisa? – pergunta a entrevistadora.

Não, eu acho. – ri. – Como funciona?

Nós vamos receber ligações de algumas fãs suas, onde elas poderão perguntar qualquer coisa que quiserem, e você terá que responder. – explica. – Está pronto?

— Acho que sim.

Madge pega o celular, com as mãos tremendo, e disca o número, colocando no viva-voz.

— Ai, eu não consigo! – joga o celular em minha direção, me deixando apavorada.

A ligação é atendida.

Congelo.

Olá, você está ao vivo na Radio Disney com Shawn Mendes! – diz a apresentadora. – Qual a sua pergunta?

— A m-minha pergunta? – gaguejo, nervosa. – E-eu, eu, é, então, você gosta de batata? – ouço risadas ao fundo.

Sim, eu gosto de batata. – responde com uma voz suave.

Quero me soterrar dentro de um buraco e nunca mais sair de lá.

— Não responda com apenas sim ou não. Tem que ser específico, tipo, o porquê de você gostar de batata.

Oh, eu gosto de batata porque, se você parar para pensar, nós podemos comer batata de qualquer jeito! Doce, frita, palha, quente, fria... Batatas arrasam. – justifica e eu dou risada, me sentindo menos tensa. – Sua risada é muito bonita.

— Ah, obrigada. – respondo tímida enquanto sou encarada por duas criaturas de olhos arregalados.

Você apenas tem essa pergunta? – a voz da apresentadora de faz presente, chamando minha atenção, me fazendo perceber que a ligação ainda estava rolando.

— Sim, eu acho. – respondo baixinho.

— Então, obrigado por ter ligado e ter feito a pergunta mais criativa que eu poderia receber. – ouço aquela voz suave novamente, e tenho quase certeza de que ele está sorrindo do outro lado. – Tchau!

— Tchau, Shawn Mendes. – a ligação é encerrada e olho para meus dois melhores amigos, ainda sem acreditar no que aconteceu em questão de 5 minutos. – Eu falei com Shawn Mendes.

— MINHA MELHOR AMIGA FALOU COM SHAWN FREAKING MENDES! – grita Madge, correndo pela sala, me fazendo gargalhar.

Essa foi a coisa mais aleatória que poderia ter acontecido comigo. Sem brincadeira.

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