° Capítulo 15 °
Celular
Onde estava? Mesa, cama, escrivaninha!
Os dedos abriram o aplicativo com rapidez, as letras meio turvas, mas conseguira escrever. Logo a resposta apareceu na tela criando expectativa.
Mason não morava tão longe de sua casa, enquanto o aguardava ela abriu a porta da frente. Ainda podia ver a barreira trêmula diante de si, a dor que aquela coisa simples causará beirava a morte e mesmo assim estava disposta.
O barulho do carro denunciou a chegada de Mason, ele saltou do carro acenando para ela, que retribuiu mesmo preocupada. Quando ele passou pela porta foi como se não houvesse sequer uma repressão, nada, nenhum ruído ou choque.
— Qual a urgência? — ele indagou, olhando pela casa.
— Quero que você me leve em um lugar — ela falou, omitindo o real motivo.
Mason a olhar sem entender muito seu súbito pedido, mas assentiu. Ele voltou-se para sair, a mão da felina apetou a dele fazendo parar.
— Cat?
— Vamos! — ela exclamou forçadamente.
Ele aquiesceu andando para fora seguido por ela, era um tiro cego, no entanto a deusa não tinha muitas opções. Dezenas de tentativas de fugir a levou considerar que a barreira talvez estivesse relacionada com seu sangue ou por ser uma deusa, se conseguisse camuflar com a essência de um mortal ela atravessaria com êxito ou morreria de vez, uma aposta alta.
Quando Mason colocou seu pé lara fora nada aconteceu novamente, porém assim que ela o seguiu a barreira faíscou. O Tempo congelou ao sentir seu corpo ser massacrado novamente, o ar rarefeito fez ela cambelar, se não fosse o mortal ela teria caído.
— Cat! O que está havendo? Vamos entrar — ele se virou para voltar a salar, mas ela impediu com o pouco de força que restava.
— Não! Vamos sair, confie em mim.
Mason receoso aceitou, puxando mais o corpo da felina para perto, estava quase desfalecida. A dor chocou seu coração no dado momento que metade do seu corpo estava do lado de fora, os olhos claros ficaram turvos, com a respiração quase fraca e batimentos lentos.
Entretanto toda dor deu lugar ao alívio, estava fora e salvar, seus pulmões abrigaram o máximode oxigênio, trazendo a de volta para consciência. Seu corpo ainda estava fraco, respirou com mais facilidade, por ora havia passado a pior parte.
Sabia muito bem que sua decisão foi insana e incalculável, um perigo que estava acima de qualquer medo.
— Ei — Mason segurou seu rosto. — O que foi aquilo? Vou levá-la no hospital.
— N-não — ela interpôs. — Estou bem. Preciso que me leve em outro lugar.
Longe de estar recuperada ela necessitava de ajuda para chegar no portal, se o fizesse sozinha era capaz de perder mais tempo. Sekhmet já devia ter chegado no Olimpo, o que seria útil para ela descobrir o local do templo, rastreando seu cheiro.
Mason acatou seu pedido mais uma vez, ajudou ela entrar no carro e contornou entrando no banco do motorista. O portal no quintal da felina não seria uma alternativa sensata, Hades ou Sekhmet poderiam bloquear sua passagem, então a escolha mais próxima seria alguns quilômetros da casa dos pais de Malu, fora ali que encontrara Hades, onde desejou saber mais sobre o rei do submundo.
Árvores viraram apenas borrãos quando seguiram pela estrada, uma noite caia tranquilamente, diferente do caos dentro da casa, parecia que os deuses distribuíram estrelas delicadamente no seu escuro. Lembrava-se como Hathor adorava olhar o céu e contar o que via.
— Se você precisa de algum remédio — Masom desviou os olhos por instantes da rua, indicando para a cartela de comprimidos no painel.
Ela assentiu pegando lentamente, seus dedos dormentes pela dor alucinante dificultavam sua agilidade, amaldiçoaria Sekhmet por bons séculos. Sua cura estava mais lenta que o normal, apesar de ser uma deusa, a dor fora tão forte que seu corpo ainda estava processando.
A árvore conhecida apareceu na sua frente, permancera a mesma e assim seria. Recordou como os olhos dele percorreram sobre ela naquela noite.
Ele disse que ama, pensou.
— O que viemos fazer aqui? — o mortal indagou, trazendo-a para realidade.
— Você verá — ela abriu a porta do carro.
Em passos mais firmes ela chegou na velha árvore, dedos tocaram no troco identificando a magia mesmo fraca. Virou-se para Mason, que a fitou com as sobrancelhas arqueadas, mesmo assim ela o abraçou.
— Obrigada — agradeceu. — Não poderei explicar tudo agora, mas acredite em mim.
Os olhos azuis dele entregavam a desconfiança, mas ao fundo ele confiava nela, assentindo ele confirmou. Bastet então estendeu a palma da mão correndo sobre os símbolos, no entanto, de imediato nada aconteceu, nenhuma faísca se quer. A deusa respirou fundo repetindo o processo potencializando seu poder novamente.
Sorrindo aliviada ela viu o portal se abrir, olhou para um Mason assombrada, o mortal aparentar choque total com que seus olhos viam. Ela estendeu a mão para ele, Mason olhou para o portal em seguida para ela ponderando, por fim aceitou.
Ambos foram engolidos pelo portal, atravessando em segundos e outro lugar abriu na frente deles. O aroma doce recoberto por uma vegetação verde recheada de flores, Bastet ficara impacta, o lugar insinuava um ambiente condivativo, divergindo do seu dono, Dionísio não refletia o mínimo disso.
— Como você fez isso? Meu deus, Cat!
Mason estava maravilhada com o local diante de si, andou entre as flores pegando uma tulipa vermelha.
— Deuses tem alguns truques — ela disse, mais aliviada, esperava uma enxurrada de negações dele.
— Impossível, talvez seja um sonho — ele negou, focando no rosto dela.
— Tenha um pouco de fé, Mason. — ela sugeriu. — Escute, preciso que fique aqui é mais seguro pra você.
— Cat...
— Se acontecer alguma coisa com você não posso trazê-lo de volta — ela confessou, um mortal atingindo por um deus seria uma sentença.
Mason suspirou profundamente, não queria deixá-la sozinha nesse lugar desconhecido, ela podia ver isso na sua expressão. O carinho que ele tinha por ela a comoveu, talvez alguns mortais valiam mais que de que subestimaram.
— Não morra, só peço isso — ele falou.
Ela não prometeu e nem podia, não ia prometer isso, apenas assentiu e o abraçou, seus olhos marejados queriam libertar lágrimas reprimidas.
Afastou-se seguindo para o templo na colina acima, a magia emanava fortemente de lá, sentia sua irmã, Tarden e Malu.
Gritos e choros.
Foi o que ouviu quando chegou perto o bastante, estavam lá, podia ver a silhueta de Sekhmet todo seu poder emergia como uma onda forte. A felina queria correr ao seu encontro, mas manteve-se onde estava, uma decisão mais prudente.
— Solte ele por favor! — ela viu Malu suplicando. — Não foi nada disso que você me prometeu.
Do que ela estava falando? Ao olhar, Bastet vira que havia um conhecimento da parte de sua mortal, como se ela conhecesse muito bem Dionísio.
O olimpiano prendia Tarden entre os braços, nem mesmo os ensinamentos que recebera de seus parentes seriam necessário. Tarden ainda era jovem em comparação com o Dionísio, podia ter um poder extraordinário, no entanto, não valia de nada caso não soubesse ter controle.
— Acordos mudam, pequena mortal — ele falou, virando-se para ela.
— Qualquer acordo com um verme como você, não vale de muita coisa — Bastet disse, saindo de trás da coluna.
Arquejos seguidos de olhos assombrados foram direcionados para ela, sua irmã parecia estar vendo uma assombração. Dionísio, por outro lado, exibiu um sorrisos cheio de más intenções.
— Como? Você não tinha.... é impossível — Sekhmet a fitou com assombro.
— Nunca me subestime irmã — a felina falou, sorrateiramente.
Rá havia implantado com eficiência o conceito de família entre seu parentes, Bastet levava isso na sua imortalidade. Nada a faria ceder quando envolvia família, mesmo que essa mesma quisesse poupá-la de dor, ela sempre lutaria por eles.
— Senhorita Cat — Dionísio atraiu sua atenção. —, sua presença me estima muito, achei que fosse me desapontar.
Ele ainda matinha Tarden sobre seu braços, o aperto comprimia cada vez o corpo do garoto, Bastet via o quanto ele estava lutando para se livrar. Ela deu um passo até eles por impulso, seu lado instintivo pedia para avançar e matar o olimpiano.
— Venha, não tenha medo — Dionísio instigou, vendo sua hesitação.
— Não seja estúpida, Bastet — Sekhmet interveiu, cravando as unhas no braço da felina.
Ambas sabiam o que ele estava insinuando, de alguma forma, que ela não tinha conhecimento, Dionísio faria dela um receptáculo de poder e Tarden seria seu primeiro alvo. Como ela sentia repulsa por ter essa maldito poder, escondera de si mesma isso, odiava lembrar como causará dor e a ideia de executar novamente era repugnante.
Vê-los à mercê de um deus ambicioso a afligia, acabara por criar um afeto por Malu e Tarden durante todos esses anos, a dor que sentia vendo o medo nos olhos deles chega ao ponto de um mãe pelos filhos. Que Rá a perdoasse pelo que faria.
— Solte ele — ela ordenou, fitando Dionísio. — e vou com você onde quiser.
A resposta aparentou a agradar o deus do vinho que fez a mensura de aliviar a dor de Tarden, o qual já estava entre a inconsciência. Ele fez um sinal para que ela se aproximasse, Bastet seguiu.
Poucos metros dos dois ela viu seu poder querer emanar, sua garras ansiavam sair e deixar Dionísio irreconhecível. Comprimindo os dedos, e controlando sya respiração, ela foi máximo que podia até eles.
— Não ouse trapacear, Cat. Não terei piedade dele.
Ela assentiu contragosto, Dionísio estendeu a mão para que ela tocasse. Com poucas alternativas ela cedou, deixando a mão dele cobrir a sua, de imediato Bastet sentiu algo sorver dentro dentro de si.
Por mais inesperado que fosse, o olimpiano cumpriu sua parte empurrando Tarden em direção de Sekhmet, o garoto cambaleou, mas virou-se pronto para atingi-lo. Pelos olhos da felina ela pedira para seu afilhado não fazer nada, o qual recuou contrariado.
— Não! — Malu irrompeu, se atirando sobre os dois. — Fique longe dela.
De qualquer perspectiva o que vira foi doloroso, Malu imprudentemente lançou seus punhos sobre Dionísio, que arragou seu pescoço antes que um golpe sequer causasse um arranhão. Tudo perante a deusa, medo e pânico, encheram seu olhos permitindo que seu poder a consumisse.
Há anos, só sentira isso uma vez.
Milênios de treinamento foram essenciais, sua mente após isso era uma completa calmaria, uma areia que escorria gentilmente, assim imaginava. Apenas serenidade. O que notava agora era uma tempestade de areia cruel, arrastando tudo pela frente, rostos e nomes não tinha importância, apenas o que estava adiante e seria englobado na tempestade.
Horrorizada ela sentir tudo um baú de caos sendo aberto novamente, os olhos claros deram lugar à escuridão, seus lábios balbuciavam palavras incoerentes, seu corpo entrara no estopim.
— Não! — ela gritou, reverberando por todo o templo.
Dionísio ainda matinha o forte aperto sobre Bastet, quando o poder descomunal da felina tomou conta dele. Foi a pior escolha que ele fizera, a essência da vida dele foi exaurida como uma tempestade de areia que arracanva causando uma dor alucinante, os gritos ensurdecedores do deus talvez seriam ouvido por todo Olimpo, sua alma, seu poder, sua vida, tudo foi consumido.
Restara apenas um cadáver caído sobre o símbolo recobria o piso.
Bastet permanecia inerte sobre o que sucedera, seus olhos ainda abrigavam a escuridão, vira o que fez, mas a falta de controle impedia que voltasse a si.
Ela via sua irmã a fitando temeroso, talvez não por medo dela, mas por querer evitar mais uma tragédia. Do outro lado do templo, Tarden ajudava Malu, a jovem possuía cortes leves acima da sobrancelha. Todos estavam bem ao possível. No entanto, tinha mais alguém ali.
Sobre o véu obscuro ela o viu, o rosto que ela tanto admirava persistia sobre a deusa, ele não exibia nada mais que preocupação. A felina viu ele andar em sua direção, queria gritar para se afastar, não sabia o que aquele aquele maldito poder faria.
— Fi...fi... que — atônita ela balbuciou em vão palavras, o deus do submundo não dera ouvidos.
Obrigou seu corpo se movimentar, porém a força que todo o poder exercia sem comando era superior, por dentro ela chorava como uma criança. A força dentro do seu corpo, queria consumir mais, ansiava tudo o deus podia oferecer.
Ignorando tudo o que Bastet tentou dizer Hades a tocou, podia ouvir Sekhmet o avisando para não tocar em sua irmã, contudo o deus a puxou para o abraço. Por todo universo, ela queria empurrá-lo, Hades seria consumido e Bastet odiariq fazer isso.
— Escute — ele sussurrou baixinho no ouvido dela. — Você consegue controlar isso.
Não, não posso, ela pensou.
Já via sentia a escuridão cobri-lo, querendo puxá-lo para dentro, desesperada as lágrimas corriam sobre sua face, não era para ele está aqui.
— Não chore, princesa — ele pediu, tocando no rosto da deusa. — Pela última vez, confie em mim, amor. Você é mais forte que isso, nós dois sabemos.
Talvez não fosse, tudo ordenava que ela sugasse todo poder dele, ela almejava empurrar essa vontade para longe, não queria machucá-lo apesar de tudo. Com esse pensamento, ela se esforçou para exterminar o desejo, em um conflito interno seu poder clamava por mais.
Procurando pela calmaria costumeira ela se viu travando entre duas extremidades, uma faminta outra o velho vazia. Por algum motivo o abraço de Hades a confortava e isso facilitava para que Bastet seguisse em direção do silêncio agradável, mesmo o caos tentando puxá-la de volta, doía a cada vez que na sua mente seguia para outra extremidade, os gritos de ódio fizeram ela congelar por longos segundos.
Quem estava próximo via a deusa chorar entre gritos, que não pareciam seus. Sekhmet, pela segunda vez na eternidade chorava temendo por sua irmã.
— Não vou sair daqui sem você — Hades tornou a falar. — Vou esperar sempre por você.
A voz do deus ecoava na sua mente, pertubada pelo caos, fazendo ela prosseguir com dificuldade. Em últimos passos ela encontrou o silêncio dentro de si, sem gritos ou dor, apenas o silêncio que tanto conhecia. Logo quando a serenidade a inundou novamente seu corpo desfaleceu.
O silêncio seria seu lugar preferido, por toda eternidade.
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