• Capítulo 08 •

O olhar perdido não focava em nenhum lugar específico como se sua mente vagasse à deriva, e era como ela se sentia. Para Bastet nutrir esperança era indício de pouca fé nos fatos e seu ceticismo comprovava isso, mas agora se via criando expectativas.

Esse era uma mal caminho, até um mortal saberia disso.

— Bastet. — Sekhmet tocou no seu ombro, fazendo ela despertar. — O portal.
Assentiu trançando os símbolos na entrada que de imediato abriram o portal para seu berço natal, Sekhmet foi a primeira atravessar com pressa para convocação de Rá, esse era motivo da visita de sua irmã naquela manhã após a saída dele.

— O que há com você? — inquiriu a leoa, o vento fazia os fios loiros rodopiarem.

— Nada.

Não queria entrar no assunto novamente, muitos menos com Sekhmet que implicaria com ela até chegarem ao templo.

Comprimiu os lábios subtendendo que não falaria, o que acabou fazendo a leoa parar no meio do deserto coma mão na cintura inquisitiva, Bastet revirou os olhos com a infantilidade da deusa.

— Se for para escolher entre aquele verme — ela cuspiu as palavras. — e o mortal, escolha o último.

De boquiaberta a felina mirou sua irmã incrédula com a sugestão inesperada, parecia que todos tinham um opinião sobre sua vida.

— Você anda me bisbilhotando?

— Sou sua irmã mais velha — Sekhmet justificou. — Sempre vou cuidar de você do meu modo.

Com aquelas palavras Bastet sabia qual modo ela usaria se fosse necessário,  apesar da leoa não ser demonstrativa ela era fiel com sua família. Quantas vezes passaras horas ensinando Bastet a manejar uma arma até ter total dominância sobre a mesma, sua evolução teve uma parte generosa de sua irmã.

— Não saia matando ninguém sem me avisar — Bastet falou exibindo um sorriso, antes de apressarem o passo até o templo.

O ponto de encontro era na grande morada de Toth, deus da sabedoria, um lugar que não tinha uma localização exata pois o deus era um tanto desconfiado sobre visitantes,  então quando elas se aproximaram do que seria encontrando um dos servos que iria guiá-las. Bastet não compreendia como Toth tinha tanto seguidores, poucos mantinham fé em deuses egípcios apesar de uma pequena parcela acreditava pela forte passagem de ensinamentos por gerações, mas a felina via que o deus havia expandido mais seus ideias, um feito que todos podiam se beneficiar.

Logo avistaram as formas sinuosas do templo distorcidas pelo calor, que mesmo sob tais circunstâncias exalava paz e conforto. Quando adentraram o portão viram milhares papiros empilhados nas prateleiras extensas, esse era um vislumbre de Toth, um deus sábio obsessivo com organização.

Sekhmet revirou os olhos e entrou mais fundo no templo com Bastet logo atrás já prevendo o motivo da irmã. Toth e a deusa leoa  não seriam definidos como amigos, enquanto ele gostava de preserva tudo com cautela Sekhmet não evitava uma  imprevisibilidade e caos levando reuniões como está a uma bagunça iminente.

Assim que se juntaram aos demais os olhos fulminantes dele fitaram ela de descrença, aquilo seria longo.

— Atrasadas — ele disse sério.

— Chegamos é o que importa — Bastet interveio, quando viu sua irmã abrir a boca.

Todos assentiram dando permissão para Rá, que levantara fitando cada um dos presentes, Bastet senti os olhos flamejantes penetraram sua pele, não eram boas notícias.

— Uma vez disse  para cada um de vocês — ele começou  andando entres ao redor da mesa. — Arriscar sua vida para sem pestanejar pelos manuscritos.

Alguns balançaram a cabeça afirmando enquanto outros sussurraram um sim, Rá sempre frisava a proteção dos manuscritos se fosse preciso sacrificar sua imortalidade nenhum deus deveria ponderar e sim fazê-lo.

— Juramos diante de Geb e Nut — Hathor se manifestou, se referindo ao deus da terra e a deusa do céu.

Mais uma vez os deuses acenaram em resposta, todos ali se prontificaram e juraram, até Set para surpresa de Bastet que sempre o vira pensando em si próprio.

— Parece que não foi o bastante — Toth declarou, tirando arquejos da sala.

O assombro tomou conta da deusa fazendo seus olhos claros fitarem Rá em busca de uma negação, mas o que acharam foi afirmação cruel. A deusa cravou as unhas na mesa controlando tentando assimilar tudo, agora estavam a beira de um perigo.

— Alguém roubou os manuscritos — Rá concluiu com fúria.

— E você ainda diz ser sábio — Sekhmet apontou para Toth raivosa.

— Todos sabemos a localização dos manuscritos — Rá alertou, aquela não era momento para apontar culpados.

Em mãos erradas eles causariam destruição para mortais e imortais.

— O que são os manuscritos? — Retorquiu Tarden, que não havia falado até então.

Bastet revirou os olhos com a ignorância do garoto, como o próprio não sabia da sua suas origens? pelo visto Perséfone não o instruía o suficiente.

— Acho que você o conhece por outro nome — Toth falou. — Livro dos mortos é assim que os humanos o chamam.

— E porque da preocupação — Tarden riu. — Até um escriba ter um acesso deles, sem falar do resto do mundo.

Ingênuo, Bastet pensou cruzando os braços.

— Você quis dizer ter acesso a alguns manuscritos — corrigiu Toth irritado. — Nunca encontraram todos, os últimos nunca foram tocados por nenhum mortal.

O mais jovem não teve como retorqui aquilo agora se dando conta da gravidade do problema, estava longe de ser simples roubo.

— Algum suspeito? — Bastet quis saber, ninguém era entraria assim sem deixar rastro, era o que queria acreditar.

Toth e Rá sem entreolharam perecendo trocar em informações sigilosas, o deus tirou do bolso um embrulho e jogou sobre a mesa fazendo os demais se inclinarem  para mais perto.

Dentro do pequeno saquinho plástico continha pedaço de pano rubro de sangue, à vista não aparentava nada de mais, mas as narinas apuradas da felina sinalizavam outra coisa quando o cheiro as invadiu. Afastou Tarden, que estava tão pouco assombrado, e se aproximou avaliando aquilo com mais eficiência, não havia erro.

— Um deus — sancionou. —, mas não é um egípcio.

— Que esperta — Toth debochou. — Diga o que não sabemos sobre nosso ladrão.

Deu de ombros ignorando péssimo humor do deus, suas aflições eram outras, suas vidas beiravam o caos até enquanto não localizasse os manuscritos. Contudo no intimo de seus pensamentos a deusa sentiu um certo alívio, não fora ele que roubou, conhecia o cheiro único do seu sangue quando lutara no Olimpo com Anúbis, queria sufoca a pequena chama de esperança que crescia.

— Chega de brincadeiras — Rá ordenou, sua preocupação com manuscritos era visível. — Precisamos agir logo, vamos iniciar as buscar logo quem quer que seja teve ajuda, revejam para quem vocês chegaram a citar a localização.

Uma era toda chegaria ao fim, as histórias que presenciou e escutou só seriam um sussurro do distante se o suposto ladrão estiver semeando planos malignos, os últimos textos dos manuscritos não eram apenas orientações da vida mortal para eterna, era a essência dos deuses. Alguns deixavam manuscritos como forma de conservar histórias e paz, escrevendo a fraqueza de cada um e como destruí-los se fosse necessário, não só egípcios como outros tinham escrituras similares, Bastet tinha ouvido falar que existiam três pelo mundo, todas muito bem protegidas.

Tornou a sentar aflita, toda sua família podia ser dizimada sem direito a volta, pensou em Tarden e até e Mason, tudo seria perdido.

— melhor nos apressarmos, tenho certeza que esse maldito não tem boas ações com os manuscritos — Sekhmet disse séria.

— Que essa informação sobre o furto não saia daqui — Rá ordenou. — Não vamos criar mais brecha para outros deuses.

Um pouco tarde para isso, Bastet pensou.

Enquanto Toth relatava detalhes sobre o roubo para os demais, a felina se via com uma centelha com um misto de raiva e tensão, mais do que nunca ela precisava manter proteção do seu afilhado, a final se eles estavam suscetíveis à morte, Tarden estava ainda mais por seus guardiões se encontraram à mercê do detentor dos escrituras.

— A senhora não que vai terminar em uma em guerra? — o garoto indagou incerto.

Era a primeira vez que Tarden falava com ela depois após aquele jantar, não havia mais a expressão de irritação ou decepção, causados pelos corriqueiras brigas de Perséfone e Bastet.
— Esperamos que não —  foi sincera. — Toth está mais que convicto para encontrá-los, ela se sentiu ofendido com tamanha afronta.

O local onde os manuscritos eram guardados fora escolhido minuciosamente por Toth, o qual se vangloriava por tanta sabedoria. Desse modo, Tarden sorriu conhecendo o gênio do seu tio, era nítido o quão ele não gostava de ser subestimado.

— Posso ajudar nas buscar? — Tarden pediu com excitação.

— Promete seguir suas aulas? — ela retrucou, era uma troca justa diante do todo o caos que havia se formado.

Tarden pigarreou mas assentiu, talvez uma dia entenderia a insistência da felina.

A reunião terminou nos últimos raios solares fazendo os deuses se dispersarem rumo aos seus templos, Bastet seguia junto de Sekhmet, com um semblante sério, e Hathor um tanto cabisbaixa, era evidente que o anúncio do roubo tinha abalado ambas, suas vidas estavam em perigo na mão do desconhecido.
tentou animar suas irmãs, mas o silêncio cortante reinou até que se despediram no fim do caminho com cada uma à seu rumo, mas com o sentimento de fúria em comum. A ligação fraternal delas era invejável, à primeira vista aparentavam serem desunidas, era o que Bastet ouvira na sua eternidade, mas elas mantinham um laço forte apesar de Sekhmet ser mais indiferente, Hathor mais expressiva e bem a felina se via no meio termo entre os extremos de suas irmãs, era por isso que sabia o quão disposta Sekhmet estava para a proteger.

A deusa continuou perambulando pela noite a fora até encontra o portal mais próximo, seus dedos já corriam enquanto ela pronunciava as palavras correspondentes quando ponderou a ideia que sugira, a passagem estaria aberta? lembrou das palavras se deixando afetar novamente.

Não custa tentar, avaliou

Retirou os dedos dos símbolos tocando em outros numa combinação até o local familiar, quando terminou esperou algum segundo sentindo a tensão tomara conta com expectativa, há muito tempo tinha descido não tomara aquele rumo sabendo que sua entrada fora proibida, no entanto estava mais uma vez ansiosa batendo os pés na terra batida. os símbolos refletiram luz permitindo sua entrada, logo viu do outro lado os campos elísios e ao fundo o tenebroso lado do submundo, Bastet passou pelo portal recebendo uma lufada fria de ar, caminhou pela estrada de pedra até grande palácio, o submundo não era tão  atrativo mas tinha suas sutilezas a serem admiradas, passou por um grupo de servos que colhiam frutas nas arvores perto do rio, que corria em curso tranquilo, eles a olharam curiosos rapidamente, porém não ousaram falar nada. Bastet adentrou ao palácio sem o auxílio de ninguém já havia estado ali antes, um momento em que diversão e curiosidade habitavam seu coração.

Talvez fosse um momento nostálgico, ela ponderou, quando o encontrou sentado diante da grande lareira com os olhos perdido entre o fogo, sendo transportada alguns anos atrás, seria tudo diferente se não tivesse dado ouvidos a Anúbis? não saberia dizer.

Tirou os sapatos e sentou junto a ele, abraçando seu próprio corpo, as fagulhas do fogo amenizavam ar frio que entravam n recinto.

— Não pensei que você vê-la tão cedo — ele falou, finalmente tirando os olhos da lareira.

—  Nem eu.

— Aconteceu alguma coisa? — ele questionou levantando e estendendo a mão para ela.

Sentaram no sofá que havia na local que parecia mais um quarto do que um hall de entrada, as paredes em tons neutros eram decoradas com cortinas rubras, Bastet observou que tinha uma preferência por preto, um sorriso formou-se em seus lábios.

— Não — negou, voltando-se para os rosto dele, os olhos marcantes prenderiam a atenção de qualquer mortal e imortal, a deusa também não era inerte.

Ele serviu as duas taças conformado com a resposta, não havia clima de provocações e troca de farpas, era outro clima que paira entre eles, um de incerteza, confusão e ressentimento. Bastet pegou novamente relembrando de hoje cedo, ele falara realmente a verdade?

— Hoje de manhã... — ela começou num sussurro. — Porque me disse agora?
Hades parou a taça em seus lábios com a pergunta, mas não parecia surpreso. Deixou o copo sobre a mesinha e virou-se fitando a íris clara da deusa.

— Talvez o medo de você ter me enganando com eles foi maior — disse puxando a mão dela.
— Como posso saber se fala a verdade? — ela questionou incerta, mesmo que olhando nos olhos de Hades, que demonstravam sinceridade, ela relutou em acreditar cegamente.

Hades suspirou tomando seu rosto entre as mãos, suas respirações se fundiam com a proximidade de ambos, Bastet ponderou que nunca cansaria de apreciar sua beleza, Hades era lindo.

— Todos esses anos eu poderia ter atingindo você seja diretamente ou não — falou com a leve carícia no rosto da deusa. — Eu não fiz, merda! Bastet, não fiz porque não consigo tirar você da minha mente, não consigo tirar seu maldito sorriso perfeito da minha cabeça, sua risada, seus lábios.

Seus dedos tocaram nos lábios dela como naquela noite, no entanto com mais desejo. Colou seus lábios contra o dela sem encontrar resistência da felina, Bastet também desejava aquilo tanto quanto ele, permitindo que a língua provocativa de Hades lhe transmitisse mais sensação, ela queria estar ali, queria ser beijada por Hades.

Em um movimento rápido ela foi puxada para o colo Hades sentido a ereção em contato com sua intimidade fazendo ela o desejar mais, o gemido rouco do deus contra sua boca quando pressionou seu corpo contra o dele foi silenciado por beijos, Bastet duvidava que estava raciocinando com os toques de Hades. Ele se afastou por segundos retirando a camisa preta expondo físico que fez a deusa suspirar, Bastet sentiu ela a puxar selando seus lábios enquanto retirava seu retirava seu vestido, aos mãos do deus percorriam pelos seu corpo deixam um formigamento agradável fazendo ela arfar, se havia sentido algo assim com tão pouco ela não recordava.

— Princesa... — Hades sussurrou, parando com a mão na barra da calcinha como se pedisse permissão.


Bastet assentiu o beijando, agora  não havia mais barreias que os impedissem de prosseguir, dessa forma seu corpo nu diante da deusa fez ele por alguns segundos admirar beleza de cada curva de Bastet, Hades se aproximou novamente beijando sua boca com ardor e descendo até os seios volumosos rígido com o contato imediato, sentiu que seu corpo entrarem êxtase não evitando movimentos contra o corpo dele.

O misto de sensação que a língua de Hades em seus mamilos era incomparável deixando os lábios dela entreabertos com os gemidos. Ele a afastou para logo beijá-la com fervor puxando sua cintura com firmeza contra seu sexo fazendo sentir cada centímetro entrar sem dificuldade por conta da sua umidade. Talvez fosse pelo tempo que não deitava com mais ninguém ou por ser ele especificamente, Bastet se sentia completa com Hades dentro de si, ele era tão bom nisso, as estocadas lentas aumentaram de velocidade trazendo mais gemidos agudos por conta da deusa, Hades se movimentava com os lábios contra os dela enquanto uma mão pousa e um dos seios, ali deitada num sofá recebendo um enorme prazer ela não cogitou nada além de o querer dentro de si para sempre.

O gemido agudo veio com o orgasmo sentindo total êxtase, não demorou para ser preenchida quando ele gozou logo após caindo do seu lado, ambos ofegantes e saciados. 

— Porra! — ele exclamou. — Por que não fizemos isso antes?

Ele a puxou contra seu peito aconchegante, Bastet inspirou seu cheiro viciante sem medo do que viria depois só queria aproveitar a calmaria proporcionada enquanto Hades fazia carinho na sua pele nua.




Ele aparentava estar exausto, como se há dias não tivesse dormido, dessa maneira não a viu se esquivar dos seus braços e muito menos quando cruzou a grande porta. Lá fora ainda não passava das 21:30 da noite, mas já se ouvia os animais noturnos fazendo a deusa se permitir esquecer por um segundo o que haviam feitos, não tinha volta.

Não criaria ilusão com os dois juntos, talvez não houvesse um futuro, porém era inevitável a sensação que Hades proporcionou arriscaria até diz que havia sido única. A deusa balançou a cabeça com um sorrisinho formado, ainda extasiada com tudo que havia sentido.

Mais uma vez passou pelo portal que a levou até sua casa, as luzes acesas evidenciavam a volta de Azila. Bastet girou a maçaneta encontrando os olhos azuis mirando seu rosto, Mason exibiu o sorriso perfeito quando a vi da soleira da porta, levando a deusa de volta a realidade.

— Acho que me adiantei dessa vez — Mason disse. — Pipoca?

Ele estendeu a tigela cheia fazendo-a negar com um aceno, a deusa focou seus olhos felinos no humano com uma certa sensação percorrendo seu corpo logo abrindo os lábios em sorriso. Talvez fosse melhor esquecer tudo que sucedeu.

— Preciso de um banho primeiro — tornou a falar. — Não havia me dito que era tão bom na cozinha.

Mason arqueou as sobrancelhas seguido de uma risada descontraída, ele tinha captado a ironia na sua voz. O humano de quase 1,80 levantou parando diante dela obrigando- a erguer o rosto, Mason a fitava com seus olhos tão azuis quanto o mar, ali ela saberia que ele faria o natural e sobrenatural por ela.

— Agradeça a Azila, ela me ajudou — falou reduzindo mais a distância. — Tudo bem com você, Cat?

— Claro — Desconversou desviando olhar inquisidor. —  Volto logo.

Passando pelo humano, a deusa tentou dissipar o que sentira por ele, aquele de fato não era um momento propício para dúvidas e certezas. Adentrando o quarto mal iluminado deixou o tecido escorrer pelas pernas torneadas e seguiu para o banheiro disposta a esquecer tudo por míseros segundos.

Mason tinha certa tendência em tornar as coisas fáceis e descontraídas, não era todo dia que se via Bastet com risadas e ruborizar com conversas durante um filme. Encolhida no sofá ao lado dele ela o ouvia atentamente explicar seu ponto de vista sobre o casal que transcorria em determinadas cenas.

Não pode evitar sentir um certo sentimento percorrer seu corpo, mesmo sendo ciente e honesta em seus atos. Dessa forma, seus lábios abriram como se devesse algo ao humano do seu lado.

— Mason... — começou atraindo os olhos azuis para seu rosto. — Acredito ter deixado claro sobre ter algo sério.

Esperava que ele compreendesse o que queria esclarecer. Flertes eram coisas corriqueiras em sua imortalidade, nada que fosse suscetível ao nível de criar um vínculo, no entanto com o que sucedera horas atrás um sentimento de dever algo para o humano preencheu seu interior, seria o mais justa possível com Mason.

Com os lábios comprimidos o mortal fitou ela com profunda calmaria, a deusa julgou por um segundo que ele não a teria ouvido.

— Sei que há alguém que ainda deixa indecisa, mas também sei que você não o está com ele por algum motivo. Não pense que vou desistir fácil de você, Cat, um dia serei mais que um motivo para seus sorrisos.

Ela o fitou incrédula, mas logo sua boca abriu em um sorriso. Podia sentir a persistência nos olhos calmos dele, levando-a a mais uma conclusão sobre o homem diante de si.

— Você escolheu um caminho árduo — ela foi sucinta, o caminho do amor era algo traiçoeiro quando queria.

— Me deseje sorte então? — ele brincou a puxando em um abraço delicado.

— Não acho que você precisa.

Ela podia sentir o entusiasmo vindo dele, Mason estava mais que disposto em conquistá-la, almejava que ele não se magoasse durante o processo. Mesmo negando de início, ela sentia um afeto por ele.

°NOTAS°

Pra compensar o sumiço 👀

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