Capítulo 23
Olaaaaa, olha eu postando capítulo aqui
Boa leitura, Amo vocês!
❤️
Era magnânimo, misterioso e assustador.
Eram nossos corações brilhando no peito como um fragmento cadente, era o meu e o de Jeongguk pulsando em sintonia e o era mais assustador que isso, era a expressão no rosto de Jeongguk, cujo a mesma não carregava surpresa ou preocupação... Como se já soubesse.
Eu pisquei inúmeras vezes, como imaginei estávamos sendo alvo de olhares indiscretos e curiosos e aquela magia deixou de ser reconfortante para apavorante.
— Jeongguk... O que-
— Vamos entrar Tae. — eu senti frio assim que aquela luz no centro do meu peito se apagou, abracei meu próprio corpo em busca de calor e com muita vergonha atravessei aquele mar de olhares intrigados e penetrantes.
Sem entender o que estava acontecendo, segui aquela linha imaginaria atrás de Jeongguk que parecia tenso demais, me deixava mais assustado do que eu já estava.
— Pode me explica o que está acontecendo, por favor!? — implorei, minha voz saindo mais ríspida do que eu planejava.
Ele parou no meio do caminho, no meio daquela multidão de árvores antigas e sussurrantes, não havia luz que penetrasse aquelas folhas densas, se eu não podesse ouvir a respiração acelerada de Jeongguk jamais imaginaria que ele estivesse ali.
Mas seus passos cessaram, ele parou bem na minha frente o que me fez parar alguns passos atrás, esperei no frio por alguma resposta, até imaginar que ela nunca viria.
— Eu ia te contar, eu juro. — juntei as sombrancelhas.
— Do que você tá falando? — me aproximei, acabando com os passos de distância que ainda restavam, toquei seu ombro que foram frios nos meus dedos.
— É que... Tae... Eu não sei se você vai entender. — parecia temeroso, era esse o sabor da sua voz.
— Jeongguk, fala logo. — foi firme, ele permaneceu em silêncio por um tempo, conseguia ouvir os passos desenfreados do seu coração.
— Se chama ligação original. — ele falou, mas de nada serviu.
— Eu não entendo.
— É... É como almas gêmeas, só que muito mais profundo.
Juntei as sombrancelhas buscando entendimento, quando ele me atingiu foi com mais força do que deveria.
— O que isso significa, Jeongguk? — perguntei, numa forma tola de reafirmar meus pensamentos.
— Que somos destinados, e o nosso laço acabou de ser feito através desse beijo. —suspirei profundamente perturbado.
— Pera, eu estou preso a você? — pontuei túrbido.
— Não! Não, Tae, isso nunca. — ele disse alterado, se aproximando para tocar as mãos nas minhas. — É... Que agora estamos ligados, de mente, alma e coração, mas não quero que sinta que me deve alguma coisa a mim devido a isso.
Pisquei.
— A quanto tempo sabia? — questionei, ele soltou as mãos de mim, mas não respondeu, até eu insistir mais firmemente. — A quanto tempo Jeongguk!
— Quando você apareceu bisbilhotando meu escritório, eu... Eu senti um cheiro muito específico vindo de você. — Jeongguk passou a mão na nuca. — Eu queria tempo com você, para confirmar as minhas suspeitas-
— Por isso insistiu a me ensinar a ler? — balbuciei magoado.
— Não, em partes sim, mas não foi só por isso. — ele afirmou angustiado.
— Me explica melhor Jeongguk. — ele percebeu meu tom amargo, minha voz embargada destoando da sensação maravilhosa de minutos atrás, por isso ficou em silêncio me olhando com uma expressão que eu não pude decifrar.
— Eu já expliquei tudo que pude, se quiser saber melhor sobre o laço da parceria tem livros falando sobre na biblioteca, tem coisas que você vai precisar saber por conta própria, Tae. — ele engoliu saliva com uma angústia palpável escorrendo pela garganta que me sufocava. — Mas quero que saiba que você não está preso a mim, se é tão desesperador assim saber que podemos estar ligados a vida toda, vou arranjar um jeito de quebrar isso.
Eram facadas no meu peito cada palavra, uma dor que não vinha só de mim... Era dele.
Ele se afastou, lutei uns passos para alcança-lo, mas já era tarde, um segundo ele estava ali na minha frente caminhando, no outro era apenas uma sombra negra.
🌙
Eu não queria que as coisas houvessem acabado assim depois daquele beijo, mas pelos próximos dias eu acabei não vendo Jeongguk pela casa e não tive oportunidade alguma para ter uma conversa decente, parecia sempre que ele estava fugindo, temendo uma resposta que eu ainda não sabia.
Frequentei a biblioteca, procurando o tal livro que explicaria a tal ligação original, havia diversos livros que falavam sobre um explicando melhor que o outro e quanto mais eu lia sobre, mais atormentado eu me sentia.
“ A ligação Original é semelhante ao laço de almas gêmeas, no entanto com muito mais poder, ambos os indivíduos foram destinados desde o nascimento originalmente decidido pela própria deusa Gaia, a ligação é estabelecida a partir do consentimento afetivo, seja pelo acasalamento ou um beijo"
Eram as informações que eu havia colhido, minha ligação com Jeongguk havia sido definida quando aceitei o beijo, por isso nossos corações havia brilhado.
Saber que já tinha um alguém para mim desde que nasci era assustador, como um mero mortal havia conseguido isso? Antes de ser arrastado para Hera, eu sequer sabia da existência desse lugar.
Deixei o livro sobre a mesa soltando um suspiro tão pesado que reverberou pela biblioteca toda, olhei pela janela, a imensidão que nunca deixava de ser azul me olhou de volta e eu tive vontade de me jogar dali de tanta frustração.
Em partes, aquilo tudo me assustava, e não poderiam me julgar pelas novidades, eu sequer sabia que meu coração podia brilhar como o sol ou que minha vida já havia sido escrita mesmo quando achei que morreria durante o sono em uma madrugada fria e com a barriga vazia.
Era informação demais, para quem viveu achando que não teria uma opção senão o sofrimento, agora eu era destinado a um não-humano imortal e com capacidades mágicas.
Sou apenas um humano, mesmo que eu quisesse, aquilo não duraria muito tempo, Jeongguk será condenado a viver com alguém que tem a vida limitada, eu não seria jovem para sempre como ele, não poderia acompanha-lo a vida toda.
E o mais assustador de tudo, era pensar que isso me entristecia, o fato de não poder acompanha-lo como um imortal, que ambos teríamos que enfrentar a morte em breve e ele ficaria sozinho sofrendo com a ligação que seria eternamente rompida.
— Caralho. — mais um suspiro. — Vivi a minha vida toda pedindo uma mudança, mas não era sobre isso que eu estava falando universo.
Num segundo ouvi passinhos discretos, unhas batucando no chão e lá estava ele, meu dragão, eu havia pensado muito sobre qual nome daria para ele e sendo sincero não consegui pensar em nenhum que combinasse.
— Vem, vem aqui. — chamei, prontamente ele pulou em meu colo, a pele dele era escamosa mas macia, as asas em como a de um morcego, grandes, lindas e negras... Me lembrava alguém... — Que tal eu te chamar de Goo?
Goo lambeu o focinho e cheirou minha bochecha em seguida.
— É, acho que você gostou, Googie.
Eu estava distraído com Goo, não ouvi quando as portas da biblioteca se abriram por mais barulhentas que elas fossem e só fui perceber a presença de alguém no mesml recinto que eu quando um grito ecoou pela biblioteca.
— MEU DEUS, UM DRAGÃO! TAE CORRE DAÍ! AAAAAAAAAAA
Olhei ao redor assustado, Hoseok estava pendurado em uma das prateleiras de livros e gaia sabe como ele conseguiu subir ali, estava gritando em plenos pulmões apontado para Goo.
Em um péssimo momento, Goo interpretou errado e achou que era hora de brincar, o dragãozinho pulou em mim e por falta de equilíbrio e atenção eu acabei sendo jogado no chão, coisa que contribuiu para Hoseok gritar ainda mais alto.
— ELE TA MATANDO O TAE! MESTREEEE. — era um grito absurdo de alto.
E com poucos segundo quase todos da casa estavam na biblioteca, até mesmo Sohie e o jardineiro da mansão.
— Tem um dragão, ele está atacando o Tae! — Hoseok ainda gritava.
Jeongguk olhava alarmado, estava pronto para combater um inimigo e procurando o perigo, mas quando entendeu a situação a cara de tédio que ele fez me deixou com vergonha.
— Hoseok. — Jeon ergueu a mão, Hoseok passou a flutuar no ar preso entre garras invisíveis, ele foi posto no chão com delicadeza, mas o rosto de Jeongguk não era a mesma coisa. — Eu deixei você entrar para visitar o Taehyung, o que você acha que está fazendo gritando assim?
Hoseok olhou de Jeongguk para o dragão e de Goo para mim.
— É... É só um dragãozinho...— ele soltou uma risadinha constrangida. — E-eu achei que-
— É sabemos o que você achou, a casa inteira sabe. — Sohie disse, já se retirando.
Eu olhei de Jeongguk para Hoseok, mas aparentemente ele não estava com coragem de olhar para mim, o rosto baixo e uma expressão entristecida que doeu em algum lugar em mim profundamente.
Ele saiu da biblioteca antes que podesse dizer alguma coisa.
Hoseok olhou de mim para a porta vazia e piscou.
— Você tem bons pulmões sabia? — comentei, mas ele ignorou.
— O que foi que houve entre vocês? — sentei na cadeira com força com um suspiro cansado ainda mais audível.
— É uma longa história. — disse deitando minha cabeça no mármore frio da mesa.
Hoseok ocupou um lugar encima da mesa em posição de índio, juntou os braços com os olhinhos todo curioso.
— Eu vou embora só mais tarde. — sorriu.
Hoseok era uma pequena pessoa que conseguia me tirar momentâneamente daquela confusão que estava minha cabeça, contei tudo para ele, desde a ligação, meu coração brilhando e minha relação com Jeongguk, ele ouviu atentamente e apenas falou quando terminei de falar.
— Uau. — ele sorriu. — Uma Ligação Original é bem rara.
— Eu li em uns livros. — murmurei. — Não sei o que pensar, Hobi, estou perdido.
Goo pareceu entender a aura negativa que me rodeava, logo ele pulou no meu colo e esfregou o focinho no meu rosto.
— Imagino como ele deve estar se sentindo... — continuei preocupado.
— Está preocupado com ele? — Hobi questionou com um sorriso faceiro, pisquei aturdido.
— O que? E-eu não!
— Deve estar sendo difícil para ele também, Tae... Você é humano, ao mesmo tempo que essa ligação é uma benção... Também se torna uma maldição, ele terá que viver com isso o resto da vida. — engoli saliva. — Você... Não está preso a ele e nunca vai estar, você pode rejeitar a ligação.
— Rejeitar a ligação? Isso vai quebrar ela?
— Não, vai a tornar menos intensa, tão fraca que você nem irá sentir. — encarei minhas mãos.
— Mas e quanto a Jeongguk?
— Para ele, vai doer, é provavel que passe alguns meses doente, mas nada tão grave, ambos irão viver com uma cicatriz no coração, literalmente.
— É possível que isso leve a morte?
— Não houve nenhum caso. — a saliva se tornou densa. — E então?
— Eu não quero pensar sobre isso agora, vamos apenas mudar de assunto, sim?
— Claro.
O resto da tarde se tornou apenas um caos com a companhia de Hoseok, ele conseguiu fazer com que aquele assunto parasse de girar na minha cabeça, nossos assuntos divagavam entre o povo do reino e os eventos.
— ...minhas asas por exemplo, só posso usá-las se tiver desse tamanhinho. — ele fez sinal com os dedos, havíamos engajado em um assunto diferente depois de horas.
— Por que não pode usá-las agora? — falei me referindo ao seu tamanho atual, Hoseok suspirou.
— Porque elas foram feitas para suportar pequenos pesos, se eu a usasse agora mesmo que fossem do meu tamanho, elas rasgariam como folhas secas. — minha expressão horrorizada o fez rir.
Deitei a cabeça sobre o lado de madeira da estante, estava tão frio quando o mármore e por mais que eu me esforçasse não conseguia tirar meus pensamentos dele.
— A ligação tem influência dele sobre mim? — Hoseok juntou as sombrancelhas e me olhou com a cabeça tombada para o lado.
— Como assim? — suspirei fundo antes de falar, parecia mais difícil do que realmente era e Hoseok aguardou enquanto eu ganhava coragem.
— Eu... Eu não... — outro suspiro, um de derrota desta vez. — Eu não consigo parar de pensar nele.
Hoseok sorriu, as bochechas ficando roseas enquanto uma nova tempestade começava lá fora.
As nuvens se agrupavam carregadas e furiosas, um trovão cortou o céu e me perguntei se elas não estavam bravas comigo, ouvimos o som da chuva antes que Hoseok respondesse.
— O laço Original é como uma linha. — o olhei, interessado. — As pontas dos seus destinos se juntam formando um nó, mas enquanto a sua e vermelha a dele continua sendo violeta. — ele me olhou antes de continuar. — As pontas se unem, mas não se misturam, significa que você não pode ser influênciado pelos sentimentos dele Tae, você pode apenas senti-lo.
Engoli um punhado de saliva densa, antes de olhar para as minhas mãos implorando para que mudassemos de assunto, talvez eu não quisesse ver o sua estava explícito na minha frente, Hoseok pareceu perceber a minha perturbação e imediatamente sob o som dos trovões começou.
— As asas do Jeongguk são bem grandes, não é? — ele soltou uma risadinha maliciosa.
— O que tem?
— Boatos correm pelo reino, que o tamanho da envergadura de suas asas dizem o tamanho de... Outra coisa. — senti minhas bochechas imediatamente quentes, meu coração se dissolveu em vergonha porque eu já tinha ouvido isso antes, do próprio Jeongguk.
— Não fale besteiras.
— Mas o boato mais famoso... — ele se aproximou do meu ouvido, suficiente para cochichar baixinho. — É que Jeongguk é o dono das maiores asas do reino.
E antes que eu podesse reagir, ele havia ss tornado algo minúsculo, voando para longe.
— Boa sorte, Tae! — gritou antes de sumir, eu fingi não atender o que ele quis dizer com isso
🌙
A lua já estava disposta no céu, pontuava a noite como todas as outras com a cortina brilhante de estrelas, eu a podia ver perfeitamente pela janela do meu quarto e a luz prateada dela invadia meu quarto, não consegui dormir por mais carneirinhos que eu contasse.
Era difícil quando o mesmo assunto insistia em fazer morada na minha cabeça, eu estava decidido que não iria mais pensar depois que Hoseok foi para casa, mas apenas piorou depois que fiquei finalmente sozinho.
Meu dragão estava comigo no quarto, mas diferente de mim ele dormia perfeitamente bem.
Suspirei cansado tocando um calor estranho em meu coração, que deu lugar a um aperto quase doloroso.
Goo despertou, as pupilas normalmente redondas se tornaram diagonais e ele entrou em alerta, pulei da cama, talvez fosse um invasor, meus pensamentos foram cortados quando ouvi gritos e uma fibra de poder violeta acariciar meu queixo como se estivesse chamando por mim.
Goo correu até a porta, de repente ele estava absurdamente preocupado e quando fiquei em silêncio para ouvir os gritos melhor... Vinha do quarto ao lado, o quarto de Jeongguk.
Abri a porta em um som abrupto, Goo quase miava preocupado arranhando a porta, eu fui atraído pelo poder e não pensei muito quando abri a porta do quarto dele.
A primeira visão que tive foi a que Jeongguk chorava, mas estava dormindo e sendo atormentado dentro dele, estava nu e gritava em prenos pulmões lutando contra seja-la o que fosse aquele sonho, mas que o feria profundamente.
Coloquei Goo sobre o sofá de pele negra, ele ficou quietinho mas visivelmente preocupado com Jeongguk.
Eu corri até a cama, sem saber o que fazer, ele estava completamente nu mas não olhei nada mais além de seu peito, eu me deitei sobre a cama e o abracei com força enquanto ele se debatia e chorava copiosamente.
Tentei chamar pelo seu nome, mas de nada servia, ele sequer abria os olhos.
O abracei com mais força e quando toquei suas costas onde uma tatuagem de dragão cobria, percebi que a tatuagem não era apenas para embelezar sua pele, ela escondia cicatrizes... Longas cicatrizes, algumas apavorantes.
Isso pareceu despertar um gatilho em Jeongguk, ele nos rolou sobre a cama e agarrou meus pulsos fortemente, gemi de dor pelo aperto mais não me atrevi a mover um músculo.
Sua expressão estava bestial, ambos os olhos que eram lindos e violetas estavam totalmente negros, as sobrancelhas juntas e os dentes felinos a mostra.
Mas eu não senti medo, nada em seu rosto por menos humano que fosse, me assustava.
Com cuidado, soltei uma de minhas mãos, de vislumbre havia marcas vermelhas em meus pulsos pelo aperto, mas não me importei com isso, levei minha mão até seu rosto, toquei sua bochecha amorosamente e a acariciei enquanto me deleitava com sua expressão pouco a pouco mudando, os olhos novamente estavam gentis, mesmo que o violeta que eu amava ainda não houvesse retornado, ele tocou minha mão sobre sua bochecha e me levando ao limite da surpresa Jeongguk deitou a cabeça entre meu pescoço e chorou.
Chorou como nunca houvesse tido a chance, tão fragilizado quanto uma criança.
Meu coração foi corrompido pela angústia de vê-lo daquele jeito, doía profundamente, me feria profundamente.
Eu o aninhei a noite toda, cuidando do seu choro e guardando seu pesadelos os mandando para longe, para que não o atormentassem mais.
Aquela noite eu e Jeongguk dormimos juntos e agarrados, meu peito sendo molhado pela suas lágrimas enquanto eu o abraçava com amor.
❤️
Bafoooo!
Esse foi o capítulo de hoje, espero que tenha gostado como eu gostei de escrever.
Aqui as fotos que eu prometi
O momento do beijo foi algo assim, não consegui achar um foto mais normal ksksksksks
Jeongguk no momento do pesadelo.
As pinturas.
E é assim que rola.
Uma curiosidade bonita: o jeongguk pode ver o coração do Tae brilhar sempre que ele quiser, basta colocar a mão na região do peito e se o Tae sentir amor o coração vai brilhar para confirmar o Laço.
Jeongguk pode fazer isso sempre que quiser.
Spoiler: ele ama fazer isso.
BEIJOOOOOOOS ATE MAIS, AMO VOCÊS.
Me esperem por favor.
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