Capítulo 13

OIEEEEE Bom dia, boa tarde, boa noite. Vocês estão bem? Vim aqui pra lembrar vocês que VÁ BEBER ÁGUA!

E outra, AJEITA ESSA COLUNA!

Prontos? Lindos e confortáveis?

Pois vamos nós, hoje é um dia especial para mim, pois hoje completo mais um aninho de vida!

Quero agradecer a vocês pelo crescimento da fic, vejo que tem muitas pessoas gostando muito dela e agradecer especialmente a vocês que estão sempre me apoiando aqui me dando muitos comentários, eu posto os capítulos esperando vocês!

Sério, seus comentários me tiram da depressão e me motiva a sempre fazer o meu melhor em cada capítulo KSKSKSSKKSKS

Capítulo cheio de comentários é igual a autora feliz e motivada.

Hoje é meu aniversário mas quem ganha presente são vocês! Sempre quis falar isso.

Temos atualização dupla! Isso mesmo, dois capítulos em um dia só!

Eu espero com veemência que vocês gostem dessa surpresa e gostem dos capítulos.

Como presente eu quero muitos comentários 😌

É isso, beijos da Anitta!

Boa leitura.

Quando acordei o sol estava se dispensando através das cortinas translúcidas como se não precisasse pedir permissão alguma pela invasão, só havia percebido que as janelas estavam abertas quando olhei naquela direção e o jardim espreitava lá de baixo se banhando com a luz amanteigada da manhã, o calor gostoso vinha até mim como um abraço quente e confortável.

Me espreguicei procurando qualquer ponto de dor na coluna, mas havia algo estranho entre os lençóis e por um momento eu não consegui me mover tamanho era o choque, tinha algo... ou alguém ali, na movimentação estranha nos lençóis, como se moveu, como resmungou...

Meu corpo inteiro entrou em alerta e eu mal pude raciocinar com clareza, era cedo demais e bêbado devido ao sono tudo o que eu pude foi paralisar, aquelas horas da manhã, será que alguém tinha entrado? As janelas estavam abertas por esse motivo? Mal consegui me mecher e a única ação fora puxar aquela parte do edredom e então revelar o invasor.

Pronto para gritar, puxar qualquer coisa para servir de arma e então... Aquela coisa pequena menor que cinco centímetros, dormindo como uma bolinha coberto por uma parte do edredom que sequer chegava fazer falta de tão pequeno.

— Hoseok. — e mesmo que eu houvesse sussurrado ele acordou em completo alerta, voando com as asinhas brilhantes para longe de mim. — Ei, desculpa, sou eu, Taehyung.

Os músculos do seu rosto relaxaram quando estendi o dorso do dedo indicador da forma que julguei ser mais confortável, sem precisar sentar na minha palma e ver seus olhos tão medrosos, ele sentou-se ali olhando para mim com o rostinho inchado e cheio de sono.

— O que você está fazendo aqui? — questionei.

— Queria ver se você entregou a flor ao meu mestre, mas você estava dormindo... Eu disse para mim mesmo que iria apenas sentar e esperar.... Mas acho que acabei dormindo, desculpe. — ele murmurou envergonhado, as asas pequenas e transparente ficando com um leve fundo rosa assim como as suas bochechas.

Foi impossível afastar o sorriso do rosto quando as bochechas da pequena fada se tornaram rubras o suficiente para eu ver.

— Não tem problema, mas me avise quando fizer isso, eu costumo me mover muito durante as minhas sonecas. — o ponto de luz minúsculo apenas brilhou mais intensamente.

— A flor ainda está ali, você não o entregou. — uma parte minúscula minha, que fazia parte do lado moral e empático se decepcionou profundamente com os olhinhos pequenos dele.

— Sinto muito, mas eu não faço idéia de quem seja seu mestre. — juntei as sombrancelhas e contraí os lábios.

— Tudo bem, eu já imaginava. — concordei. — Pode ficar com ela pra você então.

Afirmei com a cabeça novamente, tão lentamente que poderia passar como um movimento mal percebido, eu me ajeitei melhor nas almofadas e ofereci o outro lado vago para aquela coisinha minúscula.

— Durma mais um pouco, ainda é cedo. — um bocejo profundo e longo o suficiente para sentir tontura. — Não irei fazer nada hoje.

Ele só concordou como já esperasse aquele convite, não mais que alguns minutos depois fomos jogados para um silêncio profundo em um sono mais profundo ainda.

🌙

Quando despertei pela segunda vez procurando Hoseok pela cama o único lugar que o encontrei foi encarando fortemente um pratinho minúsculo de café da manhã na sua frente, na verdade, ele parecia um tanto assombrado.

— Hoseok?

— E-eu estava com fome... Então isso apareceu. — ele apontou para a bandeja. — Como?

Senti uma brisa brincalhona, a casa adorava visitas e adorava com mais intensidade a reação delas, a casa se sentia incrível. Tive a oportunidade de sorrir verdadeiramente pela segunda vez logo depois de ter acordado e com uma carícia essencial no rosto vindo de um ser invisível que cuidava de mim.

— Foi a casa, você falou isso em voz alta? — ele concordou. — Então ela fez pra você, coma.

— De onde eu vim, a gente precisa fazer. — gargalhei alto. Já ouvi isso em algum lugar.

— Acho que já passam das onze. — informei depois de um tempo, a ligeira diferença no ar me confirmou aquilo.

Jeongguk havia mencionado algo sobre uma festa, mas não tinha entrado em detalhes e eu sequer sabia o que vestir ou a que horas me vestir, de um jeito ou de outro eu teria que conversar com ele.

Hoseok estava atacando a comida quando a porta do quarto se abriu, e mesmo que não tenha sido um movimento brusco o pequeno ser saltou da cama em um susto muito escandaloso.

Hoseok estava sempre muito assustado.

Mas era Jeongguk na porta, a expressão petrificada que mudou rapidamente assim que ele bateu os olhos em Hoseok. A fada manteve o corpo pequeno vidrado os olhos abertos e então ele estava vermelho e vibrando.

Num segundo ele estava voando pequeno no ar, no seguinte ele era um homem alto correndo em direção a Jeongguk se jogando com tudo no corpo dele que sequer sofreu o impacto, Hoseok prendeu Jeongguk com braços e pernas enquanto gritava.

— Mestre corvo! Você está aqui! Finalmente o encontrei. — Jeon o segurava pelo interior das coxas impedindo sua queda mesmo ele estando grudado feito um coala, mas Jeongguk era preocupado o suficiente para segura-lo mesmo assim, ele não ousava tocar nada além disso.

— Hobi, o que está fazendo aqui? — ele perguntava em vão, porque Hoseok se derramava em lágrimas no ombro de Jeongguk.

Enquanto eu, cujo o rosto estava tomado pelo espanto não conseguia mover um músculo, porque Hoseok era pequeno com asinhas pequeninhas, agora Hoseok era pelo menos dez centímetros menor que Jeon e maior que eu... Não tinha asas.

— Mestre. — ele continuava choramingando.

— Hobi, você sabe que é perigoso vir por essas bandas. — ele o repreendeu, senti sua voz queimando no meu estômago.

— Eu sei, mas você esqueceu a Liim no abrigo... Eu quis trazê-la. — era raro ver Jeongguk sorrir com tanta sinceridade, mas lá estava ele com um exibido sorriso terno nos lábios, com tanto carinho naquele ser que por um momento esqueci que estávamos no meu quarto.

— Você a trouxe? — a fada concordou apontando para o vaso da rosa que ele chamava de Liim. — Tudo bem, vou cuidar bem da Liim.

Mesmo assim, Hoseok não desgrudou de Jeongguk e o que me restou fora algumas horas observando tentando entender porque Jeongguk era o "mestre corvo" e porque Hoseok tinha vindo de um abrigo.

🌙

Hoseok tinha durado poucas horas, Jeongguk havia o carregado de volta para o abrigo antes de vir até mim, ele estava tão sério que por um momento quis evitar aquela conversa, mas curioso e desinformado de grande parte das coisas que acontecia por aqui, a indiscrição acabou vencendo a razão e quando me dei conta, eu já estava com a pergunta na ponta da língua.

— Hoseok vive em um abrigo? — ele não me respondeu rapidamente, sequer olhava para mim.

— Sim, ele e os outros.

— Eu não sabia que ele podia ficar do nosso tamanho. — tentei da melhor forma que conseguia explicar aquilo.

Jeongguk bufou uma risada maldosa.

— Ele pode, mas não quer.

— Por que? — então, aquele par de olhos violetas estavam em mim finalmente, vazios e silenciosos.

Jeongguk carregava tantas mágoas debaixo daquela cortina de sombras que as vezes ficava visível, as vezes eu podia ver sem o menor esforço. Ele parecia não fazer questão de esconder de mim.

— Hoseok sofreu, eu não acho que se deva a mim contar. Pergunte, se ele sentir que pode confiar em você ele vai contar. — Jeongguk murmurou para mim, os sentidos sempre muito bem apurados.

Estava sentado ao meu lado na minha cama, ele não ousava ficar de frente para mim assim como eu estava para ele, embora nossos joelhos se tocassem.

Tentei puxar algo a mais, mas o que restou para mim depois que ele levantou fora separar os lábios.

— Arrume uma mala, leve o que achar necessário, iremos partir depois do almoço.

— Partir? Partir para onde?

— A festa, docinho. — e se foi.

🌙

Sequer percebi as horas quando Jeongguk entrou com uma calma assustadora pela porta do meu quarto, talvez eu estivesse aprendendo as manias estranhas de surgir do nada.

— Vamos sair daqui para o porto, e então iremos embarcar. — continuei arrumando a mala incapaz de olha-lo nós olhos.

— Navio?

— Sim.

— Nunca naveguei, parece interessante. — ele permaneceu quieto até o som do seu riso preencher o quarto e meus ouvidos.

— Está apavorado, não é? — tive que usar uma força imaginária para não chinga-lo ou socar aquele maldito rosto bonito até que o sorriso zombeiro saísse do canto da boca.

— O que você acha? Não sei onde estão me levando. — respondi irritado, Jeongguk ria debaixo daquela máscara fúnebre de desprezo e desinteresse, mas eu sabia que alguma forma que ele estava se divertindo com aquilo.

Porque ele sabia do meu desespero, ele sentia isso de alguma forma e estava se deliciando com o meu declínio.... Ou estava se importando o suficiente para usar das suas artimanhas e me irritar até que eu esquecesse o medo.

— Não vai ser nada do que está acostumado, devo confessar que até mesmo eu não sei o que esperar, mas nunca vai ser ruim, vamos encontrar várias formas de nós distrair. — ele respondeu, o tom de voz macio acariciando minha orelha e de algum modo me trazendo a calma que estava precisando.

Por isso não consegui olha-lo, aquele era o efeito Jeongguk, ele tinha esse poder, esse dom estúpido de deixar qualquer um confortável com palavras pequenas, o sorriso terno nos lábios acetinados, apaziguando qualquer sentimento confuso e medroso que existia por hora dentro dos confins da mente, ele estava lá, segurando-a no colo como um bebê dos vales profundos e ninando enquanto cantava uma música.

Parecia treinado, estudado, para deixar almas medrosas confiantes no sorriso.

— Por que precisamos de malas? Não é só uma festa, porque parece que estou indo de mudança? — Jeongguk soltou aquele sorriso sorrateiro que não chegava a ser realmente um sorriso.

— As festas duram mais que algumas horas aqui, docinho. — Jeongguk não se deu o trabalho de olhar na minha direção.

— O quanto uma festa pode durar?

— Ah, depende, dias...meses. — tentei afastar a surpresa dos rosto, mas quando Jeongguk riu eu soube que tinha falhado miserávelmente.

— Quanto tempo vamos ficar em Quicéra? — ele puxou uma uva de algum lugar e jogou-a para cima para que ela caísse em sua boca.

— Voltamos em cinco dias.

— Vai ser cinco dias de festa!?

— Isso aí, vou aproveitar e apresentar você a Jimin e... Aos outros... — ele soltou uma piscadinha com um dos olhos enquanto colocava as mãos nos bolsos antes de sair.

Pisquei afetado.

Estúpido.

Eu ouvi jsso.”

Bufei irritado.

— Foda-se! — gritei, e como todas as vezes sua risada ecoou até mim vibrando no meu estômago.

🌙

O porto ficava a poucos quilômetros da casa, praticamente atrás da floresta, mesmo assim foi preciso todo tipo de ajuda com as malas e algumas outras coisas que Sohie quis levar.

— Onde está Juwon? — perguntei na metade do caminho quando percebi a ausência do moreno.

— Ele não vem. — pareceu o próprio retrato da arrogância silenciosa.

— Porque não vem? — Jeongguk revirou os olhos parecendo naquele dia pela primeira vez realmente irritado com as minhas perguntas.

— Juwon não pode vir porque é proibido de colocar os pés em Quicéra. — fora Sohie quem deu a resposta, os cabelos loiros e ondulados escorriam abaixo do ombro como uma cachoeira de ouro, seus olhos brilhavam sob a luz do sol.

Sob o olhar fuminante de Sohie e a própria designação do desinteresse em Jeon, eu resolvi ficar calado até ter nossas malas dentro do navio e enfim estarmos navegando.

Tentei não pensar no balanço enjoativo do barco, afastar dos pensamentos cada história de pescador que eu estava ouvindo desde que coloquei os pés dentro do navio, eram histórias macabras, de criaturas escondidas nos limites de seus territórios.

Eles contavam as trágicas maneiras de como perderam um pedaço do corpo para a boca de uma criatura, como o quão violento os dentes pontiagudos conseguiam entrar na carne e estraçalha-la sem o menor esforço.

Eu estava apavorado e se aquela coisa balançasse tão violentamente como antes, vomitaria as tripas no convés. 

— Capitão Lopo, não o vejo desde... O pequeno incidente. — fora Jeongguk, ele não havia trocado uma palavra comigo desde que entramos no convés, mas eu sentia seus olhos sempre em mim avaliando o quão mal eu estava.

Capitão lopo era o marujo principal do navio, não o dono, mas o mandante, pelo o que eu havia escutado, aquele barco pertencia a sua irmã mais nova, Kim Nanjoon repetia aquilo com orgulho tracejado nos olhos e inflando os peitos, que tudo aquilo pertencia a irmã e que ele cuidaria tão bem do barco como cuidava dela.

— Jeongguk, querido. — ele pronunciou nos tons da língua com uma malícia sobressalente entre o sorriso, com charmosas covinhas profundas nas bochechas. — Senti sua falta, você era muito bom esquentando meus lençóis.

Fui incapaz de esconder meu espanto quando olhei na direção daqueles dois homens de grande porte cujo eu no meio poderia ser esmagado facilmente, mas Jeongguk estava sorrindo libertino acompanhando Nanjoon.

Eu não conseguia imaginar os dois compartilhando uma cama... Somente para esquenta-la...

— Você sonha muito alto, lobinho. — Jeongguk murmurou de volta, Nanjoon tentava seduzi-lo com o sorriso tentador. — Não saia contando mentiras assim, vão pensar que sou oferecido.

Nanjoon gargalhou com a mais sinceras das risadas enquanto o vento batia nos seus cabelos e naquele glorioso casaco de pele que escondia os poderosos músculos que hora ou outra tentava escapar dali.

— Me desculpe, mas nunca vou parar de tentar até essa mentira se tornar real. — Jeongguk revirou os olhos, cruzando os braços na camisa de mangas longas e justas, também exibindo sem querer os músculos alucinantes.

Pilhas e pilhas de músculos latejando debaixo das roupas, ambos se encaravam como se não estivessem outras pessoas no convés. Nanjoon segurou o punho enquanto sorria para Jeongguk e Jeongguk estava sempre com o olhar de desprezo e desinteresse mas amando como Nanjoon o jogava no pedestal, tudo a favor do seu ego inflamado.

E eu só não parecia, como era pequeno entre aquelas duas muralhas firmes de músculos e virilidade masculina selvagem.

A anatomia humana era diferente de um Nanjoon não-humano e um Jeongguk não-humano para um Taehyung humano e o tamanho... Eles eram grandes demais para o meu... Com músculos grandes demais, pernas grandes demais... Tudo era demais... E...

— Ele tá... Babando? — foi o que eu ouvi uns segundos depois, Nanjoon apontava o dedo na minha direção.

Jeongguk estava sorrindo canalha no canto da boca sabendo que meu olhar estava o tempo todo nele, ciente da situação desde o começo, o simples ato de cruzar os braços parecia deixá-lo maior.

— Acostume-se, ele faz isso sempre.

Canalha.

🌙

— Existe uma nos arredores, uma sábia criatura. — um dos marujos excêntricos de olhar vidrado e silencioso murmurava para o resto do bordo.

Eram as conversas de marinheiros, as muitas que eu estava ouvindo desde que cheguei, uma mais arrepiante que a outra e eu não tinha dúvidas que aquilo poderia ser a mais pura verdade quando aquela zona do mar era obscura e silenciosa, silenciosa ao ponto de sentir uma pressão instantânea nós ouvidos.

Era como se a própria mãe natureza soubesse da presença de vários e eles estivessem a espreita, apenas observando com os olhos habilidosos e maldosos, esperando a mera e única oportunidade de dar um fim naquele fiapo de vida que cada um de nós éramos.

Minha mão tremia ao ouvir aquilo.

— Dizem que ela é uma cobra, outros dizem que é um dragão, mas isso tá longe de ser o problema. — um outro murmurou, esticando os braços o máximo que podia. — Ela pode engolir esse navio sem um pingo de esforço.

— É apenas uma lenda. — outro gritou.

— Silêncio, deixe-o falar!

— Ela se comunica através de enigmas, frases poéticas e uma tenebrosa voz que muda em cada frase. — ele murmurou, um arrepio se alastrou rapidamente pela minha coluna.

— Dizem que ela pede algo em troca das informações, as vezes... Até sua vida. — um barbudo de voz arrastada gritou ao longe.

— Ela vive nos confins dentro uma torre, entre Quicéra e Gohryd. — ele continuou. — Para convoca-la, você precisa tira-la do seu profundo sono, não demonstre reação... Nem medo, angústia ou tristeza... O fato dela possuir vazias vozes não é por acaso.

— Ela rouba vozes?

— Sim... se caso reagir a qualquer situação que ela preparar, você tem sorte se ela decidir apenas roubar sua voz, dizem que a sensação é como encarar a morte olho a olho.

— E então?

— Faça seu pedido, pergunte o que desejar e aguarde sua sentença... Ela irá dizer sua resposta em forma de enigma, e pode querer algo de você como também pode deixar você livre, e se você for liberto sem ela querer algo em troca, saia e não olhe para trás.

— O que acontece se olhar. — o homem, com aquelas bizarras armas presas pelo corpo olhou para o amigo barbudo e com o único olho que lhe restava arregalado disse.

— Ninguém sobreviveu para dizer. Essa é a tacada final dela. — eu estava quase desmaiando.

Minha espinha congelou com a hipótese de me deparar com aquela criatura enquanto estava em alto mar. No entanto Nanjoon se aproximava enquanto eu estava em um breve intervalo dos enjôos e entre uma sensação de desmaio e outro.

— Você é... Um espetáculo, mesmo regurgitando o almoço. — ele sorriu exibindo as covinhas nas laterais do rosto, a noite havia caído rapidamente e em algumas horas de viagem ao amanhecer chegaríamos em Quicéra.

Tentei sorrir da melhor forma que achei possível, ele riu e eu soube que estava fazendo careta.

— Não tenho costume, me desculpe.

— Não tem que se desculpar, está indo bem. — ele murmurou, os olhos nunca saiam de mim, estava sempre analisando. — Soube um pouco da sua história, quer dizer que veio das terras humanas, é fácil diferenciar, você é tão... Pequeno.

Ele murmurou quase como um sussurro no vento, os olhos percorrendo meu corpo dos pés a cabeça como se estivessem me tocando. 

— Ah... Sim, vim de lá. — sorri, estranhamente incomodado perto dele.

— O que espera da festa em meu reino?

— Eu fiquei surpreso quando descobri que pode durar mais tempo do que meus anos de vida permite. — ele soltou uma gargalhada que acabou chamando atenção de muitos ao nosso redor, mas por algum motivo eu soube que Jeongguk estava olhando a muito mais tempo.

Ele estava do outro lado do barco, os braços cruzados na frente do corpo com a postura invejávelmente inabalável, sequer a briza forçada ousava retirar um fio de seu cabelo do lugar, e ele estava ali, observando de longe, os olhos violetas presos em mim como se não podesse tirá-los.

A brisa não o tocava, mas a minha presença sim.

— Surpreso fico eu, ao saber que nas suas terras eles não fazem o mesmo. — disse, as covinhas profundas tão charmosas quanto seus olhos apertados.

— Nosso corpo tem um limite que precisa ser respeitado, e bom... Só algumas horas é o que aguentamos. — ouvi um estalo da língua de Nanjoon, ele deitou a bochecha na mão.

— Parece chato. — foi a minha vez de rir. — Mas, fiquei ainda mais surpreso quando soube que em terras humanas poderia ter um tão lindo quanto você, Taehyung.

Foi impossível afastar o calor do rosto, a forma como fiquei vermelho nas bochechas, seja encômodo ou vergonha ele pareceu satisfeito com isso a ponto de fazer o espaço ficar menor entre nós dois, então ele estava sorrindo e se aproximando demais, e eu incontestávelmente nervoso direcionando passos para trás, desconfortável e prestes a ser preso entre os braços de Nanjoon, senti meu corpo bater em uma coluna e não tinha mais para onde fugir.

A timidez sumiu do meu rosto enquanto Nanjoon estava perigosamente perto, perto demais e teria o feito se Jeongguk não estivesse agora na minha frente impedindo qualquer outro passo que Nanjoon podesse dar.

— Gostaria que não ficasse tão perto assim dele. — se Nanjoon tivesse o poder de esmagar Jeongguk com os olhos o teria feito, ele enrijeceu a coluna e mirou Jeon firmemente, com um sorriso igualmente canalha no rosto.

— Pertence a você por acaso?— Jeongguk riu, um riso de deboche e de poucos amigos.

— Você nunca muda. — ele bufou. — Taehyung não me pertence, mas também não pertence a mais ninguém, isso não dá liberdade de qualquer um fazer o que der vontade.

— Ele é livre. Posso corteja-lo.

— Sua definição de cortejo estão enferrujadas, amigo. — Jeongguk respondeu.

— Estamos em meu reino.

— Mas não pertencemos a ele, preciso que entenda que em meu reino, ninguém precisa ser uma propriedade para merecer respeito, e eu acho melhor você se manter longe dele, Nanjoon querido. — então ele segurou meu braço com firmeza me retirando de perto de Nanjoon.

Pude respirar de alívio e seguir Jeongguk sem olhar para trás.

🌙

Chegamos ao porto de Quicéra ao amanhecer, eu já podia ver uma arrebatadora diferença entre culturas, pelas cores, pelos seres ali, tudo era tocante e aconchegante, cheirava a pão fresco e suculentos ovos fritos na manteiga.

Não era tão parecido com Hera, mas tinha suas semelhanças, no entanto, Quicéra era arrebatadora e linda, tão linda quanto qualquer ser que caminhava por ali.

— Precisamos trocar de roupa. — Jeongguk disse ao meu lado, ele era apenas uma lasca de gelo impenetrável dissemelhante do calor aconchegante do reino.

— O que a de errado com as minhas roupas? — ele sequer me olhou, apenas puxou uma das malas para si, tirando um embrulho que mais parecia um presente e me entregando.

— Vista isso, não somos desse reino portanto devemos respeitar a cultura deles, então apenas vista e chega de perguntas.

Fomos colocados atrás de um único biombo, não era tão grande e aquilo para esconder nos dois era preciso ficarmos muito próximos.

Jeongguk agarrou a dobra da camisa até arranca-la do corpo como se eu não estivesse ali quase colocado com ele.

— E-eu não vo-

— Não estou olhando. — ele disse, não havia percebido seu olhos sempre fechados. — Sinta-se seguro.

Então eu troquei minhas roupas, me negando a sentir Jeongguk e o seu calor logo atrás de mim.

E então? O que acharam? Ksksss

O Tae assim com o Hobi.

Esse é o Nanjoon da minha fic.


Bem Birifu assim

O capitão lopo do nosso navio, todos a bordo?

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