Acordei com um leve incomodo na cabeça, assim que abri os olhos tudo ao meu redor girou fazendo meu estomago enjoar mesmo vazio.

Me sentei na cama rapidamente grunhindo pelo mal estar que se espalhava por todo meu corpo, foi aí que algo me deixou mais doida ainda:

- Anjo, você está bem?

Aquilo não podia ser real!

- Ju- Jung Hoseok? – todo o mal estar abandonou meu corpo me fazendo ficar alerta e curiosa para saber como havia parado ali

- Sim? – ele parecia calmo até demais para aquela situação estranha que se estendia em nossa frente. Eu estava totalmente assustada, além da dor de cabeça que eu não sabia explicar de onde vinha, agora também meu coração estava acelerado pela surpresa. – Está se sentindo mal?

Novamente ele se aproximou e eu me afastei, parecia um sonho só que real, era difícil de explicar ter meu idol em minha frente nesse momento, me chamando por meu nome e tão íntimo assim.

- Como eu vim parar aqui?

- Como assim Jihye? Você sempre esteve aqui – agora seu semblante estava dominado pela preocupação, como se eu estive doente ou algo assim

Resolvi não fazer mais perguntas apenas me levantei e segui até o banheiro que possuía uma porta de frente para onde estávamos deitados, o ambiente refletia todo o estilo de Jung Hoseok, me fazendo suspirar a cada minuto que sentia seu cheiro ou o via novamente deitado me encarando, tomei um banho e acabei lavando a cabeça na tentativa de refrescar a cabeça sobre os fatos que estavam acontecendo.

Por que eu não tinha memoria nenhuma de como havia parado ali? O que aconteceu com toda a vida que eu tinha antes? Eu não sei se aquilo era algo divino para animar e mudar minha vida ou somente um aprendizado que deveria tirar. Eu deveria aproveitar, sem reclamar...

Sai do banheiro sorrindo e me deitando novamente na cama, admito que prendi a respiração quando senti seus braços abraçarem meu corpo me puxando para mais perto dele, mesmo que eu estivesse nervosa com todo aquele contato me senti estranhamente bem, confortada e amada, como se depois de um longo tempo tivesse finalmente voltado para casa.

- Fico tão feliz que agora esteja bem!

Foi sua exclamação final antes de separar o abraço e se levantar, fiquei confusa por poucos instantes, mas simplesmente lhe acompanhei chegando ao andar de baixo na cozinha.

- O que quer comer hoje?

- Hmm que tal uma vitamina com torradas! – debrucei meus braços na mesa colocando minha cabeça apoiada nas mãos, olhando a figura em minha frente fazer tudo. – Hobi você tem remédio para a cabeça?

Lhe chamar da forma que sempre quis fez meu coração se aquecer e apertar – metaforicamente – me causando um sorriso bobo nos lábios.

- Acordou com enxaqueca novamente?

- Por que fala como se essas coisas fossem comuns? – refutei agradecendo e bebendo a pílula com água

- Porque sempre foi, só que desde o acidente essas coisas começaram a acontecer.

- Que acidente? – novamente me senti perdida

O barulho da torradeira fez Hoseok se afastar, me fazendo formular diversas teorias sobre como cheguei ali e o que eu teria que fazer.

Como seria dali para frente? O que eu teria que fazer naquele mundo? E como começou minha relação com meu idol?

Comemos tranquilamente sem proferir nenhuma palavra, cada um parecia estar preso ao seu mundo com problemas e desafios a serem solucionados, tentei puxar assunto diversas vezes, contudo nenhuma palavra pareceu boa suficiente, interessante o suficiente para quebrar aquele silencio. Finalmente o silêncio constrangedor foi quebrado com o barulho de sua cadeira se arrastando para trás e o mesmo fazendo um singelo aviso que subiria para tomar um banho.

Quanto a mim aproveitei a oportunidade para caçar alguma coisa, alguma resposta sobre o motivo de aquilo estar acontecendo comigo, a louça eu deixaria para depois o mais importante agora era brincar de detetive.

Tateei polos móveis da sala atrás de algum documento ou foto, papéis acheis muitos, alguns deles eram contratos, notas fiscais e até rascunhos de músicas que talvez Hoseok estava escrevendo alguma coisa, mas não era interessante agora.

Havia uma gaveta um pouco abaixo da televisão e dentro além de fotos havia um livro que fiz questão de pegar na curiosidade. Na verdade, não era bem um livro e sim um álbum de polaroids, havia diversos momentos naquelas fotos aos quais eu nem se quer me lembrava, não era uma montagem e sim fotos verídicas.

- Por que não me lembro de nada disso? - passei a mão sobre a última que parecíamos felizes apresentando algo.

Eu havia feito um pedido, por obra do destino ele havia acontecido, todavia eu não deveria também lembrar de todos os momentos dessa vida?

O que eu fazia?

Quem eu era?

Ficaria aqui para sempre?

O choque foi tanto que a cabeça começou a girar novamente, a voz do Hoseok consegui ouvir ao fundo me chamando preocupado, mas sem proferir apenas uma palavra desmaiei.