Carta II

2: Ongubsy (v.); "amar de verdade"

Ontem eu aprendi oque é onsay. E hoje eu aprendi oque é ongubsy. E novamente, isso me fez lembrar você, mamãe. E me fez querer escrever outra cartinha. Prometo de que essa será a última.

Eu tinha 6 anos quando a sra. Ísis me pediu para ir no mercadinho perto do orfanato comprar alguns produtos pra ela e com o dinheiro que sobrar doces pra mim.

Eu fui e comprei os devidos produtos. E eu comprei três balas. E eram as balinhas que você costumava comprar pra mim, mamãe. Eu senti o passado e o seu cheiro voltar. Era uma sensação tão boa, que eu não queria que acabasse nunca.

Mas ao sair do mercadinho eu te vi. Eu fiquei assustado e feliz ao mesmo tempo. Eu achei você finalmente tinha vindo me buscar, mamãe.

Mas eu te olhei direito e meu sorrido se desmanchou. Você estava de mãos dadas com um homem alto, muito bem vestido e também estava brincando com uma criança no seu colo, menor que eu.

Você nunca tinha saido com nenhum homem desde que papai foi preso. Nem mesmo quando suas feridas e seus hematomas curaram.

Mas lá estava você. Tão feliz como nunca.

Vocês riam todos juntos e a pequena criança te abraçava. Você sorriu e a abraçou de volta.

Eu não ousei gritar pelo seu nome. Meus olhos se encheram de lágrimas mas eu apenas observei a cena.

Seus olhos brilhavam ao olhar para ela e para o homem ao seu lado. Você estava feliz. E eu me permiti abrir um sorriso por sua causa mamãe.

Era a cena da família que eu queria ter. Que nós queriamos ter. E que você conseguiu, mesmo tendo que me deixar para trás.

E foi aí que eu percebi que você não fingia amar eles, como fingia me amar.

Você amava aquela criança.

Você a amava de verdade.

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