Prólogo - Ametista

   A joia se tornou translúcida, enevoada, esquentou contra meu peito. Quente, palpitante. Um sinal do que esperávamos desde que eles entraram naquele porta. Porém, o rosto que apareceu na pedra não era de nenhum dos Escolhidos. Era de uma ninfa, uma ninfa dos rios e lagos daquele planeta. Então, soubemos que algo estava errado.

     A ninfa nos contou que haviam sete jovens entre suas iguais, todos extremamente machucados, praticamente mortos. Mas que seus corações ainda batiam, por conta de uma energia que envolvia os corpos frágeis daqueles jovens. Um ser como ela reconheceria que aquela energia, nada mais era do que uma manifestação de magia. Mas, seres humanos não nascem com magia. E nenhum deles continha uma gota dessa substância em seu sangue, vasculhamos isso. Algo havia acontecido, e isso nos preocupava.

     Abrimos o portal, a areia branca e fina da prainha voando e formando nuvens à volta do rodamoinho. Pulamos lá dentro, a familiar sensação de girar no ar nos atingindo e caindo em pé do outro lado.

     As margens de um enorme rio de águas extremamente límpidas, porém, de uma cor muito escura, o portal de areia desapareceu novamente, deixando-nos apenas com uma ninfa de pele azulada e cabelos escuros e lisos. Ela sorriu, mostrando paz, mas seu sorriso desapareceu quando mais ninfas surgiram de dentro das águas, cada uma trazendo um de nossos Escolhidos, flutuando por meio de magia.

     Era assustador o que víamos. E ao mesmo tempo que era assustador, era fascinante. Cada um dos sete jovens estava envolvido por um campo feito de pura magia, que iluminava seus contornos, com luzes das cores de cada um deles. O campo parecia resguarda-los, não deixando que a água entrasse em contato com a pele dos sete, ou que nada mais os tocasse.

     As ninfas flutuaram os Escolhidos um por um para a margem, deixando todos aos nossos cuidados. Elas desapareceram tão rápido quanto vieram, e agradeci a Universo por saber que continuavam vivos.

     — Precisamos leva-los pra casa...— Hugo murmurou. Concordei, mesmo que temerosa.

     — Tenho medo que não sobrevivam ao portal.— Respondi, a voz falhando um pouco.

     — Eles vão sobreviver. Já enfrentaram situações piores nesta missão, tenho certeza. Quando não disse nada, continuando parada em meio a pensamentos, ele continuou.— Se não confia que passem por essa pequena prova, como confiará que sobreviverão a batalha?

     — Você tem razão...— Suspirei profundamente, abrindo o portal. Vá antes, e tenha certeza que ficarão bem.

     Hugo concordou, pulando dentro da areia, e desaparecendo de meu olhar. Apesar do medo, eu sabia que ele tinha razão. Teriam que sobreviver de qualquer jeito, aquilo não era nada em relação ao que precisariam enfrentar. Assim, me dirigi a frágil Kille, encostando minhas mãos no campo que a protegia. Surpreendentemente, minhas mãos o atravessaram e peguei a menina no colo, levando-a calmamente até o portal, e colocando seu corpo dentro dele. Vi Kille girar no ar e desaparecer, torcendo para que estivesse bem. Repeti o processo com todos os outros Escolhidos, fazendo uma nova prece a Destino cada vez que um desaparecia de vista.

     Deixei Madison por último. Ela era a única que eu tinha certeza que sobreviveria ao portal. Era forte, o suficiente para dispensar preocupações. Dispensar a maior parte das preocupações, na verdade. Nunca deixaria de me preocupar... Não poderia perder um deles.

     Olhei para o portal, me preparando para pular com Madison em meus braços. O rio soava calmo, suas águas descendo as longas planícies e contornando as floresta, serpenteando, intocável. Estávamos longe do castelo de Nelifa, bem longe. Como eles haviam parado ali era algo com que se preocupar depois.

     Madison se mexeu no meu colo, fazendo com que eu voltasse minha atenção pra ela.

     — O... O que está acontecendo? Murmurou, sem forças, o campo a sua volta tremeluzindo.

     — Shiiiu...— Sussurrei. Você é forte Madi, muito forte... Mas precisa repor suas forças, antes que saiba de algo.

     Ela fechou os olhos, novamente entrando na inconsciência em meus braços. Sorri, impressionada com sua força de vontade para acordar. Ficariam bem, tive certeza disso na hora. E isso me deu forças para entrar no portal. Tinha que levar a Força de volta ao seu lar.

     Três dias. Eles ficaram desmaiados por três dias.

     E nesses três dias, eu fiquei na casa dos Escolhidos todo o tempo que tinha para estar no solo. Hugo resolveu que precisávamos de uma equipe de enfermagem, mas que ela não poderia ser mundana ou dessa raça, precisava ser uma equipe de enfermagem mágica. Concordei. Com aquela aura de energia que os envolvia, seria realmente difícil de explicar para médicos desse planeta.

     Ele chamou duas médicas Kerianas. Eram duas belas mulheres para sua raça. Kortry e Felin. Kortry tinha a pele azulada bem clara e os lábios muito carnudos. Já Felin, tinha a pele mais avermelhada, rubra, e as expressões do rosto bem finas. As características da raça Keriana, se destacavam muito bem nelas em contraste com as nossas. Elas tinham quatro braços, e seus cabelos eram da cor de suas peles, o penteado fixo em dreads. As duas eram irmãs, e tinham uma estatura extremamente baixa para os nossos padrões. 1,48 de altura, as duas.

     Eram ótimas enfermeiras mágicas. Cuidaram de nossos Escolhidos muito bem, curando suas feridas mais fundas em questão de horas. Quando terminaram, achei que logo acordariam. Eles estavam bem, estavam curados dos piores ferimentos. Mas não acordaram. Ao invés disso, as auras mágicas que os protegiam ficaram mais fortes, e tudo o que pudemos fazer foi deixá-los deitados em macas, até que acordassem. Se acordassem.

     A varanda deles era um ótimo lugar para se ficar, uma das melhores áreas que construímos nessa casa. Imaginava-os sentados ali, olhando o mar e conversando sobre coisas que adolescentes conversariam. Mas talvez nenhum deles pudesse fazer isso mais... Será que essa seria a sina da minha existência, perder pessoas que são importantes para mim e para o mundo? A primeira equipe voltou morta, a segunda em uma espécie de coma... Aquilo era alguma punição do universo para mim?

     — Anne.— Hugo se encostou na soleira do portal que levava para a linda varanda, um sorriso torto no lábios, o cheiro de quem acabou de sair do banho, mesmo sem precisar de nada daquilo. Estava usando uma barba por fazer, que o deixava um homem bonito e mais jovem do que os milênios de idade que tinha. Ele caminhou, sentando-se ao meu lado, as mãos juntas entre as pernas. Comportamentos estudados por ele, para se misturar nesse mundo, mas que caíam muito bem. Você gosta mesmo de ficar por aqui, observando a baía... Preciso comentar que entendo admirar a vista, é linda.

     _ Me faz pensar. Segurar o mundo nas costas como deveria ter feito a muito tempo. Pelos Escolhidos, deveríamos ter dado mais treinamento a eles, mais formas de se defender... Murmurei pra ele, encostada nos sofás almofadados que compunham a área de sentar-se.

     _ Demos o treinamento necessário a eles. Rebateu, ainda sorrindo._ Porque os sete acordaram.

     Saltei do sofá, fazendo Hugo me olhar assustado e rir baixinho, se levantando também. Ele segurou meus ombros, me impedindo de sair correndo e vê-los como eu queria fazer. Meu coração se enchia de uma mistura de entusiasmo, medo, angustia e saudade, que irrompia pelos meus poros, me fazendo querer gritar.

     _ Calma Anne, acalme-se! Pediu, quando quis me soltar. Olhei-o bem fundo nos olhos, os dele refletindo a angustia que eu sentia como se me olhasse em um espelho. Acordaram todos juntos, de uma vez só e de sobressalto. Estava apenas Felin no quarto naquela hora, e mesmo ela que já viu tantas doenças mágicas se assustou com o estado deles. Não sabem onde estão direito, mas não suspeitamos de uma perda de memória. Estão apenas completamente desorientados.

     _ Então porque você parece tão alarmado, se eles estão apenas desorientados? Indaguei, sem entender o porquê de tanta cautela._ Ou... Tem mais alguma coisa?

      _Tem, mas é você que escolherá se essa notícia é boa ou ruim. A cada palavra eu ficava mais assustada. Seu meio sorriso torto se expandiu, e ele afrouxou as mãos nos meus ombros antes de continuar. O raio que Nelifa explodiu perto deles, era um raio de Energia Cósmica. E se eles não tinham nem uma gota de magia no sangue, agora, um rio da mais pura magia corre em suas veias!



     HEEYYY MILHOS PRA PIPOCA!!! ESTAMOS AQUI DE NOVOOO!!!! VOCÊS ACHARAM QUE AS SETE PEDRAS NÃO IA VOLTAR? ACHOU ERRADO OTÁRIO!!!

     Perdão, acho que me excedi um pouquinho, kkkkk. Mas SIIIIM, As Sete Pedras voltou!!! Ai, eu to numa animação que vocês não tão entendendo!!! 

     Inicialmente, vou postar só cinco capítulos da história, mais esse prólogo, e deixar um gostinho de quero mais em vocês!! Até porque eu ainda nem escrevi o cap 9, kkkkk.

     As Sete Pedras está de volta. E a magia que está nesse livro, e que o outro não tinha, vai surpreender e muito vocês!!!

     Jojo tá de volta!!

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