Qua.ato. Escute-me.

Agora vamos de observação: a casa do Taehyung não é assombrada, é ele que ver, escuta coisas, por isso ele fica sempre falando que é coisa da cabeça dele, porque realmente é. Nem o Jungkook nem o Taehyung, tem juízo certo, e sobre o Taehyung, vocês vão ficar sabendo.

Deixem seus comentários e tenham uma ótima leitura ☠️

PERDÃO QUALQUER ERRO! 😚

(...)

Jungkook se lembrava claramente daquele dia no trem, como se tivesse acontecido ontem. Ele tinha 18 anos, acabara de completar o ensino médio e estava indo para a cidade grande em busca de algo que nem ele sabia ao certo. Naquele vagão lotado, ele quase não encontrou lugar para sentar, mas, ao olhar para o fundo, viu um jovem sentado próximo à janela.

Taehyung.

Na época, ele não sabia o nome do rapaz, mas se lembrava de cada detalhe como se fosse gravado em sua mente. Taehyung estava profundamente concentrado em um livro, com os olhos correndo pelas páginas e um ar de tranquilidade quase hipnotizante. Seus cabelos loiros caiam suavemente sobre a testa, e ele mordia de leve o lábio inferior enquanto lia, algo que Jungkook achou fascinante.

Mesmo sem perceber, Jungkook não conseguiu desviar os olhos. Ele se sentou em um assento diagonal ao de Taehyung, perto o suficiente para observá-lo, mas não tão próximo para parecer estranho. Queria falar algo, mas as palavras simplesmente não vinham. Ele ficou ali, quieto, admirando o jovem que parecia perdido em um mundo só dele.

Quando o trem parou e Taehyung levantou para descer, Jungkook se pegou desejando que ele ficasse, mesmo sem nunca ter trocado uma palavra. Aquele momento ficou gravado na sua mente, tornando-se o início de algo que ele nunca soube explicar direito.

(...)

De volta à realidade, Jungkook piscou algumas vezes, tentando afastar a memória que vinha à tona com força. Ele estava sentado em uma cafeteria movimentada, com a câmera ao lado e o café esfriando na mesa. A lembrança de Taehyung ainda pesava em sua mente, mas algo trouxe sua atenção de volta ao presente.

— Oi, Jungkook. — uma voz feminina soou ao lado dele, e ele se virou para encontrar uma garota sorrindo de forma sugestiva.

Ela era bonita, com cabelos castanhos bem cuidados e um sorriso que parecia treinado para chamar atenção. Jungkook percebeu que ela estava tentando puxar assunto há algum tempo, mas ele mal havia notado sua presença antes.

— Oi. — ele respondeu, forçando um sorriso educado enquanto voltava a olhar para a câmera em suas mãos, fingindo estar ocupado.

— Então... eu vi você tirando fotos no parque outro dia. Você é fotógrafo? — ela perguntou, inclinando-se ligeiramente, como se tentasse entrar no campo de visão dele.

Jungkook suspirou internamente. Ele não tinha paciência para esse tipo de interação, não quando sua mente estava presa em outra pessoa, em outro momento.

— Algo assim. — respondeu de forma vaga, sem dar margem para a conversa continuar.

Mas a garota não desistiu.

— Deve ser incrível. Quero dizer, você parece muito talentoso. Posso ver algumas das suas fotos?

Ele levantou os olhos para ela, dessa vez sem esconder a irritação que começava a crescer. Tudo nela parecia falso, forçado. E, pior ainda, ela o lembrava das pessoas que insistiam em aparecer na vida de Taehyung, aquelas que tiravam sua atenção.

— Desculpe, mas estou um pouco ocupado agora. — ele disse com firmeza, pegando a câmera e levantando-se da mesa.

A garota piscou, surpresa com a rejeição, mas Jungkook já estava caminhando em direção à saída, ignorando completamente o chamado dela. Para ele, aquilo não tinha importância. Pessoas como ela apareciam e desapareciam na sua vida o tempo todo, mas nada realmente prendia sua atenção. Ele não sentia remorso nem culpa por ser frio; no final, sempre conseguia o que queria.

Enquanto atravessava a rua, seu celular vibrou no bolso. Ele o pegou rapidamente, meio irritado com a interrupção, mas a expressão no rosto dele mudou assim que viu a notificação.

"Encontro com autores na Biblioteca Central! Autores, estarão presentes para discutir suas obras, compartilhar experiências e interagir com os fãs."

Os olhos de Jungkook percorreram a mensagem várias vezes, absorvendo cada palavra como se fosse um convite direto para ele. Um sorriso lento e calculado surgiu em seu rosto quando viu a foto de Taehyung.

Ele não perdeu tempo. Guardou o celular, ajustou o boné na cabeça e começou a traçar um plano mental enquanto caminhava rapidamente para casa.

Ele precisava se preparar, e não apenas fisicamente. Precisava se destacar, ser notado. Não queria ser apenas mais um rosto na multidão para Taehyung; queria ser o rosto que ele lembraria.

Chegando em casa, Jungkook foi direto para o quarto. Pegou sua câmera, certificando-se de que estava em perfeitas condições, e então passou a escolher suas roupas. Nada muito chamativo, mas também nada que o fizesse parecer desleixado. Ele sabia que o impacto visual era importante.

Depois de se arrumar, ele se sentou na cama por alguns minutos, com os olhos fixos em um ponto distante. As memórias daquele dia no trem voltaram à sua mente, a imagem de Taehyung perdido em um livro, alheio ao mundo ao redor.

..

A Biblioteca Central estava movimentada. Pessoas de todas as idades estavam reunidas, algumas folheando livros, outras conversando animadamente enquanto aguardavam o início do evento. Jungkook entrou no local sem pressa, os olhos analisando cada detalhe do ambiente.

Foi então que ele o viu.

Taehyung estava sentado em uma das mesas principais, conversando casualmente com um grupo pequeno de fãs. Ele parecia relaxado, quase etéreo, com um sorriso tranquilo nos lábios enquanto autografava um livro.

Jungkook se aproximou, mas não diretamente. Ele ficou à distância, observando cada movimento de Taehyung, cada gesto, cada sorriso. A cena parecia tirada de um quadro perfeito, e ele não resistiu em levantar a câmera, ajustando a lente para capturar aquele momento.

O clique suave da câmera foi inaudível no barulho da biblioteca, mas para Jungkook, era como um passo calculado em direção ao que ele queria. Ele ajustou a lente novamente, focando em Taehyung. A luz da biblioteca realçava os traços delicados do escritor, tornando cada foto que Jungkook tirava mais perfeita que a anterior.

Mas então ele a viu.

A mesma menina que havia pedido uma foto com ele mais cedo. Ela estava ali, parada ao lado de Taehyung, segurando um dos livros dele com as duas mãos, o rosto iluminado por um sorriso ansioso enquanto esperava seu autógrafo.

Jungkook congelou.

O ciúme, a obsessão, eram como um incêndio se alastrando dentro dele. Ele sentiu a mandíbula apertar enquanto observava Taehyung dar aquele sorriso bonito e genuíno para ela, o tipo de sorriso que ele queria apenas para si.

Por quê? O que fazia Taehyung dar atenção para pessoas tão insignificantes?

Ele apertou a câmera com mais força, o clique automático tirando outra foto sem que ele percebesse. Seus olhos estavam fixos na cena, cada detalhe gravado em sua mente como uma provocação cruel.

A garota disse algo, e Taehyung riu. Riu de uma maneira tão natural que fez o coração de Jungkook bater rápido, mas não de uma maneira boa. Era raiva, um sentimento quente e sufocante que o consumia enquanto ele tentava justificar o que via.

Ela não merece isso.

Ele pensava repetidamente, cada vez mais obsessivo.

Quando Taehyung finalmente assinou o livro da garota, ele ergueu os olhos e viu Jungkook. O contato visual foi breve, mas suficiente para que o Jeon recuperasse o controle de sua expressão. Ele relaxou o rosto e colocou um sorriso amigável, levantando a câmera como se indicasse que estava apenas tirando fotos casuais do evento.

Taehyung inclinou a cabeça, surpreso por vê-lo ali, mas logo desviou a atenção quando outra pessoa se aproximou da mesa. Jungkook respirou fundo, tentando conter a frustração. Ele sabia que precisava agir, mas tinha que ser no momento certo.

“Eu não vou ser apenas mais um nessa fila, Taehyung. Você vai perceber que eu sou diferente.”

Com isso, ele saiu da biblioteca, mas antes de ir completamente, Jungkook se virou, vendo Taehyung alheio a sua saída. Ele se frustrou, Taehyung não deu prioridade a ele.

🪶

Taehyung havia acabado de sair do banho, a toalha ainda enrolada na cintura enquanto ele passava os dedos pelos cabelos úmidos. O dia tinha sido exaustivo, mas, no geral, bom. Ele sentia o corpo cansado, mas acreditava que finalmente teria uma noite de sono tranquila.

Sentando-se na beira da cama, pegou o celular para conferir as mensagens. Sem pensar muito, ele abriu a conversa com Jungkook, hesitando por um momento antes de digitar.

Taehyung: Por que não veio falar comigo? Por que foi embora?

Ele olhou para a tela por alguns segundos, como se esperasse uma resposta instantânea, mas a notificação de “digitando” não apareceu. Suspirando, ele largou o celular na mesa de cabeceira e se deitou, tentando afastar a sensação estranha que o incomodava.

Enquanto isso, do outro lado da rua, Jungkook estava sentado no escuro de seu quarto, encarando a tela do celular com o nome de Taehyung brilhando. A mensagem dele havia chegado fazia minutos, mas ele não respondeu de imediato.

Ele releu o texto algumas vezes, como se analisasse cada palavra. O tom parecia casual, mas para Jungkook, havia algo mais ali. Ele pensou em mim. Ele sentiu minha falta.

Um sorriso lento e quase possessivo apareceu em seus lábios enquanto ele finalmente começou a digitar.

Jungkook: você estava ocupado demais para ir falar comigo.

Ele enviou a mensagem e, segundos depois, viu que Taehyung leu. A resposta veio rápido.

Taehyung: Você deveria ter ido falar comigo. Você está parecendo uma criança emburrada.

Jungkook mordeu o lábio, sentindo a adrenalina subir.

Jungkook: Você parecia tão ocupado... não quis atrapalhar.

Do outro lado, Taehyung franziu o cenho. Ele se sentou na cama, a testa enrugada de preocupação.

Taehyung: Você devia ter vindo falar comigo. Não precisava ficar escondido, Jungkook.

Jungkook soltou uma risada curta, mas havia algo frio em seus olhos enquanto digitava.

Jungkook: Eu gosto de observar o ambiente, Taehyung. Às vezes, é melhor assim.

Taehyung sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao ler aquilo. Havia algo na mensagem que parecia... estranho, mas ele tentou afastar a sensação. Talvez Jungkook apenas tivesse um jeito peculiar de se expressar.

Taehyung: Da próxima vez, venha falar comigo. Sério. Eu gosto de conversar com você.

Jungkook não respondeu de imediato, mas o sorriso em seu rosto se alargou. Ele sabia que Taehyung não entendia o que estava por trás de suas palavras, mas, para ele, aquilo não importava. Ele estava jogando o jogo no ritmo certo, e era apenas uma questão de tempo até que Taehyung percebesse que ele não era como os outros.

Guardando o celular no bolso, Jungkook se levantou lentamente, o olhar fixo na tela do computador onde uma foto de Taehyung estava ampliada. Era uma imagem capturada no evento mais cedo, Taehyung sorrindo distraído enquanto conversava com alguém. Jungkook passou os dedos pela borda da tela, como se pudesse tocar o homem na fotografia, a intensidade de seus sentimentos queimando em seus olhos.

— Eu sou o único que ama você de verdade. — murmurou, os lábios se curvando em um sorriso quase perturbador. Ele inclinou a cabeça, observando cada detalhe do rosto de Taehyung na foto. — Você é um monstro, e eu continuo te amando, te adorando...

Ele riu baixo, mas o som era desprovido de humor, como se ele estivesse falando consigo mesmo em uma sala vazia.

Jungkook caminhou até uma pequena gaveta em sua mesa, de onde tirou um caderno cheio de anotações e rabiscos obsessivos. Cada página era preenchida com pensamentos sobre Taehyung, desde os menores detalhes de sua aparência até as conversas que tiveram.

— Eles não te conhecem como eu conheço. — continuou, falando para a foto. — Não sabem das suas falhas, das suas fraquezas... mas eu sei. Eu vejo o que você tenta esconder, Taehyung. E ainda assim, eu estou aqui.

Seu olhar voltou para a tela mais uma vez, fixo na imagem.

Do outro lado, Taehyung estava agora deitado na cama, com o celular ao lado enquanto ele encarava o teto. A mensagem de Jungkook ainda o incomodava de alguma forma, como se houvesse algo mais ali, algo que ele não conseguia compreender.

Sem perceber, ele pegou o celular novamente e abriu a conversa com Jungkook. Havia algo nele que o deixava intrigado, mesmo que não soubesse explicar o porquê.

Taehyung: Você é... diferente, sabia?

A resposta de Jungkook veio quase instantaneamente.

Jungkook: E isso é algo ruim?

Taehyung: Não sei. Só sinto que tem algo em você que eu não consigo entender.

Do outro lado, Jungkook sorriu para a tela, os olhos brilhando de uma intensidade que beirava a loucura.

Jungkook: Talvez eu queira ser mais do que um simples fã… talvez eu queira ser seu amigo... de verdade… Você tem amigos, hyung?

Taehyung franziu o cenho ao ler aquilo. Mas antes que ele pudesse responder, Jungkook enviou outra mensagem.

Jungkook: Boa noite, Taehyung. Sonhe com os anjos.

Taehyung largou o celular sobre o peito, o coração inexplicavelmente acelerado. Algo sobre Jungkook não parecia certo, mas, ao mesmo tempo, havia algo que o atraía, como uma mariposa em direção à chama.

E do outro lado da rua, Jungkook apagou a tela do celular, um sorriso insano se espalhando por seus lábios enquanto seus olhos deslizavam para a foto estrategicamente posicionada ao lado da cama. Era uma imagem que ele havia tirado secretamente de Taehyung, capturando o homem em um momento vulnerável, perdido em pensamentos.

Ele pegou a foto com cuidado quase reverente, os dedos traçando os contornos do rosto de Taehyung na imagem. A intensidade de seu olhar era quase perturbadora, como se pudesse atravessar a foto e tocar a alma de Taehyung.

— Taehyung... — murmurou, sua voz baixa e carregada de uma obsessão perigosa. — É errado eu bater punheta enquanto olho para suas fotos?

Ele riu, mas o som era frio, sem um pingo de humor. Era uma risada cheia de sarcasmo e prazer distorcido, como se estivesse zombando das próprias noções de moralidade.

— Claro que não. — continuou, como se estivesse respondendo à própria pergunta. — Só você me excita...

Jungkook se recostou na cama, com os olhos ainda fixos na foto. Ele não se importava com o quão longe estava disposto a ir para ter Taehyung em sua vida, ou com as linhas que cruzaria para garantir que ninguém mais tivesse o que ele acreditava ser seu por direito.

Do outro lado, Taehyung estava deitado, tentando afastar a sensação inquietante que o perseguia desde a última mensagem de Jungkook. Ele se mexia na cama, incapaz de encontrar uma posição confortável, como se algo invisível estivesse pesando sobre ele.

Mas ele não sabia que, naquele momento, do outro lado da rua, Jungkook segurava uma foto sua com um sorriso insano no rosto, perdido em um mundo onde apenas ele e Taehyung existiam.

E, enquanto a noite avançava, a obsessão de Jungkook apenas crescia, como uma chama que ameaçava consumir tudo em seu caminho.

🪶

Taehyung acordou no dia seguinte com os olhos pesados e a mente ainda embaçada pela insônia. Era um ciclo cruel, no qual ele já havia se acostumado, mesmo com os calmantes que tomava. Às vezes, parecia que nada realmente funcionava.

Bocejando profundamente, ele desceu as escadas lentamente, coçando as costas e ajustando a regata preta que usava. O calor já estava insuportável, mesmo tão cedo. Por isso, ele tinha optado por algo leve: uma regata justa, uma cueca confortável e suas inseparáveis pantufas.

Enquanto caminhava pela sala em direção à cozinha, ouviu a campainha tocar. Ele parou por um momento, franzindo o cenho.

— Será que é o correio?.... — perguntou, coçando a cabeça enquanto caminhava até a porta.

Não se lembrava de ter pedido nada.

Ao abri-la, não havia ninguém, apenas uma caixa grande deixada sobre o tapete. Era simples, sem logotipos, com o nome de Taehyung escrito em uma letra fina e inclinada, como se tivesse sido feito à mão.

Curioso, ele pegou a caixa e a carregou para dentro, fechando a porta com o pé. Colocou-a sobre a mesa da cozinha e pegou uma faca para abrir a fita adesiva que a lacrava.

Dentro da caixa, estavam várias fotos. Mas não eram quaisquer fotos. Eram imagens antigas de seus pais.
As mãos de Taehyung começaram a tremer. Ele vasculhou o conteúdo da caixa, encontrando mais imagens, algumas editadas de forma grotesca, com sorrisos desenhados nos rostos mortos, e manchas vermelhas borradas, simulando sangue.

No fundo da caixa, dobrado cuidadosamente, havia um pedaço de papel. Ele o puxou com os dedos trêmulos e o abriu. A mensagem era curta, mas aterrorizante:

"Eu digo que; não foi sua culpa, pequeno Tae.”

Taehyung deixou o papel cair no chão, sua visão começando a embaçar enquanto a respiração se tornava errática. Ele recuou alguns passos, olhando ao redor como se esperasse encontrar o remetente da caixa escondido nas sombras.

"Isso não pode estar acontecendo... quem faria algo assim?" pensou, o coração martelando em seu peito.

Ele pegou o celular com as mãos trêmulas, pronto para ligar para a polícia, mas hesitou. E se fosse uma brincadeira de mau gosto? E se... não fosse?

Sua mente foi invadida por uma onda de paranoia. Ele sentia como se estivesse sendo observado, mesmo dentro de sua casa. O calor sufocante parecia se intensificar, e o medo crescia. Taehyung sabia que precisava fazer algo, mas, por ora, só conseguia ficar ali, encarando a caixa, como se aquilo fosse o prelúdio de algo muito pior.

Portanto, ele correu para pegar o celular, o coração batendo rápido e os dedos trêmulos enquanto digitava a mensagem. Sua mente estava uma bagunça, mas a necessidade de desabafar era maior do que qualquer hesitação. Respirando fundo, ele foi direto ao contato de Jungkook, sentindo um alívio estranho por saber que o número estava ali.

Taehyung: Oi, Jungkook…

Taehyung: Lembra que você tinha me perguntado se eu tinha amigos?

Taehyung: A resposta é: não. E eu preciso muito conversar com alguém, colocar para fora todos esses sentimentos que me assustam…

Taehyung: Podemos nos encontrar hoje... De tarde?

Ele apertou "enviar" antes que sua ansiedade pudesse impedi-lo. Agora era só esperar. O tempo parecia congelar enquanto ele observava o pequeno símbolo de visto ao lado das mensagens, torcendo para que Jungkook estivesse disponível.

A resposta veio mais rápido do que ele imaginava.

Jungkook: Claro, Taehyung. Onde você quer se encontrar?

Taehyung: No café de sempre?

Jungkook: Combinado. Estarei lá às três.

"Às três" soava distante, como se estivesse a anos-luz do agora. Taehyung colocou o celular na mesa, tentando acalmar os próprios nervos.

Seus dedos tremiam, enquanto seu olhar recaía sobre a caixa. A simples presença daquele objeto parecia preencher o ambiente com um peso sufocante. Ele passou a língua pelos lábios secos, hesitante, antes de finalmente se levantar e pegá-la.

O papel áspero roçou contra seus dedos enquanto ele caminhava até a porta da frente. A lata de lixo estava ali, a poucos passos de distância, mas cada movimento parecia mais pesado do que o necessário.

Ele abriu a tampa e, por um segundo, hesitou. Algo dentro dele o impedia de simplesmente se livrar daquilo. Curiosidade? Medo? Ou talvez uma sensação incômoda de que, ao se desfazer da caixa, ele estaria ignorando um perigo que já o cercava?

Engolindo em seco, Taehyung finalmente soltou a caixa dentro do lixo. O som oco do impacto ecoando em sua mente mais do que deveria.

Quando se virou para entrar novamente, um arrepio subiu por sua espinha.

Ele sentia que estava sendo observado.

Lentamente, seus olhos percorreram pela claridade ao redor. Nada.

Mas a sensação persistia.

Seu coração batia acelerado quando ele finalmente fechou a porta atrás de si, trancando-a com mais força do que o necessário. Respirando fundo, tentou se convencer de que era apenas paranoia. Mas então, seu celular vibrou novamente.

Uma mensagem de alguém desconhecido em sua DM do Instagram.

"Eu vi o que você fez, Taehyung. Mas jogar fora não significa se livrar de mim."

Taehyung sentiu um arrepio.

"Além disso, a sua bunda é linda"

Ele queria morrer. Rápido, ele bloqueou o usuário.

— É uma pegadinha de mal gosto. — sussurrou várias vezes.

(...)

Se vocês vissem o homem desses na sua frente, o que vocês fariam???

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