VIII - Confusão

Jason se sentia estranho, mas não tinha como refletir sobre isso com seu melhor amigo lhe prensando contra a parede e beijando seu rosto repetidas vezes, logo voltando o ato à seus lábios.

— Você está me fazendo cócegas.   - Riu Yoshida, sentindo os dedos finos apertando um ponto específico da sua cintura.

— Então, é aí?   - Brincou, maliciosamente, o outro.

Jason gargalhou alto quando Joey passou a apertar sua cintura repetidas vezes. Contorcia-se até que o menor lhe tapou a boca e puxou-lhe para baixo da arquibancada ali perto. Logo, dois garotos altos e másculos passaram por ali.

— O japonês sumiu da aula com a princesa conceitual.   - Comentou um deles, que tinha pele branca e cabelo raspado.

— Devem estar se comendo em algum lugar. Tenho medo de entrar no banheiro.    - O outro, loiro e branco, disse.

— Achei que japoneses comessem carne canina, mas eles preferem carne de veado.   - O moleque dizia, ridiculamente, usando um trocadilho.

Ambos saíram dali juntos, numa risada conjunta e forçada.

Jason Yoshida fez um bico. Algumas pessoas da Ásia, num período distante, achavam que comer carne de cachorro fazia bem à saúde, mas quem era profissional em comer carne de veado, eram os europeus que deram origem à população norte-americana. E bem, eles eram norte-americanos.

É uma pena que diferente do mais alto, o garoto de cabelos coloridos tinha entendido muito bem toda aquela maldita conversa. Se sentia mal por arrastar o melhor amigo para aquele tipo de coisa. Gostaria de disfarçar melhor sua cara, já que o doce Jason percebeu que aquilo havia lhe afetado.

— Você não parece uma menina, Jojo.   - Tentou confortá-lo, fazendo-o rir.   - Além disso não é como se fosse um real defeito.

Jason tocou-lhe o rosto e o beijou na bochecha, só para depois encostar ambas as bocas num ósculo. Não sabia quando aconteceu, mas já estava acostumado a fugir com o amigo durante as aulas entediantes, e ficarem nesses contatos inocentes, escondidos em algum lugar da escola.

O sinal tocou, indicando a mudança de aula.

— É a aula do meu pai, agora.   - Joey indicou.

Oa dois foram andando até a sala, apressados, logo se deparando com o professor.

— Estão atrasados.   - Disse Clover, lançando um olhar de fogo para os dois.

O tal olhar poderia ser algo dirigindo para ambos, mas o mais velho parecia atento a Yoshida, e o japonês percebeu isso.

— Então, nós vamos ficar do lado de fora?   - Joey indagou, com brilho nos olhos.

O mais velho vira o rosto para o lado, ordenando que os dois entrassem.

Reprodução das plantas parecia uma assunto menos confortável que reprodução humana, quando se há um Clover Whaters arrancando sua alma com os olhos.

O filho do professor terminava os exercícios com facilidade, enquanto o adolescente mais alto tentava a todo custo entender a matéria. Percebia que algo estava estranho, mas preferiu achar que era coisa da sua cabeça.

A aula terminou. Pegou os seus livros e tacou na bolsa. Joey o esperava na porta.

— Vá para casa.  - Clover ordenou ao filho.

— Não se preocupe.   - O mesmo lhe lançou  um sorriso.

Jason se aproximou da porta devagar.

— Até amanhã, Senhor Whaters.

— Até.   - Respondeu o homem, secamente.

Assim que se afastaram, o menor passou em seus braços pelo pescoço do mestiço.

— Vou te levar até o início da sua rua.   - Falou ele.   - Eu só não te levo até a sua casa por conta da vagabunda da sua mãe.

— O que é uma vagabunda?   - Yoshida perguntou, passando seu pelo pescoço dele também.   - E seu pai não disse para você ir direto para casa?

— Não é como se ele não soubesse  que eu iria desobedecer.

Os dois andavam vagarosamente, quando um grito feminino os parou.

— Joey Whaters!   - Lucy foi correndo para perto deles com uma jaqueta roxa nas mãos.   - Você esqueceu sua jaqueta na arquibancada, hoje.

A menina sorria simpaticamente, enquanto estendia a peça. Joey pegou a vestimenta e deu um sorriso claramente forçado.

— Obrigado.   - Agradeceu, educadamente.

A menina pareceu finalmente ter se dado conta do japonês ali perto.

-— Oi Jason!    - Cumprimentou, alegremente.   - Tchau, vocês dois. Joey,, tome cuidado, ela parece cara.

Então a morena saiu, rebolando o bumbum empinado, que ficava claramente marcado na saia rosa.

-— Ridícula!   - Joey xingou, ganhando a atenção de Jason.

Não entendia o ódio do baixinho pela garota. Sinceramente, nunca entenderia.

— Ela é legal, Jojo.   ‐ Defendeu.

Ambos já se encontravam fora do prédio escolar, à vista dos diversos alunos que ali se encontravam.

— Você fala isso porque gosta dela.   ‐ O menor revirou os olhos.

— Só um pouco.   - Assumiu Jason.   - Mas você não precisa ficar enciumado, Jojo.   - Sorriu, percebendo a carranca alheia.

— Não estou enciumado.  - O de cabelos azuis disse com tranquilidade, mas as bochechas se mostravam vermelhas, o que fez com que o mais velho sentisse seu coração esquentar um pouco.

Levando os instintos a ação, segurou a cintura do outro.

— Jason o que você... - Whaters tentou falar, mas não pode determinar a sentença graças a boca de seu amigo, que foi colada a sua abruptamente.

Jason poderia imaginar qualquer ação para o ato, mas Joey Whaters surpreendeu de uma forma nada boa (como era acostumado a surpreender). Ele socou seu rosto, o derrubando no chão na frente dos diversos alunos que estavam à espera do ônibus.

E do chão, Jason apenas conseguiu ver quando o amigo corria para longe e ouviu passos mostrarem pessoas se aproximando. Os caras eram realmente maiores que si e havia ódio no olhar de cada um, como se ele fosse um monstro. Levantou rapidamente e correu, sentindo olhares de nojo e raiva para ele, ao mesmo tempo em que alguns dos xingamentos que eram dirigidos a Joey, começaram a ser dirigidos a si. Parou um táxi, que passava e pagou para que o levasse até em casa. Se sentia sujo, triste, confuso e com medo e sequer sabia o que havia feito de errado.

(N/a) Caso alguém ainda leia isso (provavelmente, só Karlly), saiba que eu vou tentar publicar ao menos três capítulos em Janeiro. Feliz Ano Novo!

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