ESTÁ ESCURO.
O vento chacoalha o cabelo de Andrea violentamente, sua expressão está tão calma quanto a floresta que nos rodeia.
— Está atrasada. — Ela diz.
Quase posso sentir o monstro a empreita por baixo de toda a sua carne e pele.
Nós duas sabíamos que eu era a parte mais instável da mentira, Andrea nunca estaria completamente certa das minhas intenções de manter o segredo escondido.
Arrasto as pernas trêmulas pela terra.
— Então... Esse é o dia que você me mata e parte o que sobrou do coração de Taylor? — Sussurro sob o farfalhar das folhas.
Um sorriso sombrio desliza de seus lábios.
— Você achou mesmo que eu deixaria uma pobretona manchar o sobrenome da minha família?
O ar se prende na minha garganta.
A realidade cai como uma bomba sobre meus ombros.
Taylor nunca foi ou será meu.
Lágrimas escorrem.
— O que você ganhou?
Mal noto Andrea se aproximar.
— A satisfação de quebrar meu irmão perfeito... de novo.
A morte de Lilian. Eu.
Tudo foi sobre seu ódio pelo irmão.
— Você é uma grande mentirosa Andrea — Admito.
Ela ri.
— Foi divertido ver vocês dois. — Ela raspa uma lâmina no meu rosto, deixando uma trilha de sangue. — Uma garota finalmente é correspondida pela sua paixão secreta e meu irmãozinho volta a sorrir.
Dou um passo para frente, a faca adentra ainda mais.
— Você matou a Lily e você destruiu meu futuro.
— E você enfiou a língua na boca do meu namorado...
A dor que queima meu peito se transforma em raiva.
— Um garoto que beija tão mal não merece ser a razão pela perda de uma vida.
A faca perfura meu peito, o sangue jorra como uma torneira aberta.
Sinto a força sendo tirada do meu corpo.
— Te deixei viva por tempo demais. — Termina.
Tiro a arma escondida no quadril e gasto tudo o que sobrou de energia ao aperta o gatilho.
Os olhos de Andrea se esbugalham.
Eu caio de joelhos.
O ar se recusa a penetrar meu corpo.
Tudo dói.
Não consigo respirar. Não consigo pensar.
A escuridão ergue as mãos para mim, pronta para me oferecer para morte.
Um ar frio assopra meus ossos.
Andrea.
O que você fez? Posso sentir a pergunta gritando da sua alma.
Sorrio.
Fiz o que deveria ter feito naquela noite fria de dezembro.
Aperto as mãos da morte e a acompanho rumo ao desconhecido.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top