Capítulo VIII | FIM

ESTÁ ESCURO.

O vento chacoalha o cabelo de Andrea violentamente, sua expressão está tão calma quanto a floresta que nos rodeia.

— Está atrasada. — Ela diz.

Quase posso sentir o monstro a empreita por baixo de toda a sua carne e pele.

Nós duas sabíamos que eu era a parte mais instável da mentira, Andrea nunca estaria completamente certa das minhas intenções de manter o segredo escondido.

Arrasto as pernas trêmulas pela terra.

— Então... Esse é o dia que você me mata e parte o que sobrou do coração de Taylor? — Sussurro sob o farfalhar das folhas.

Um sorriso sombrio desliza de seus lábios.

— Você achou mesmo que eu deixaria uma pobretona manchar o sobrenome da minha família?

O ar se prende na minha garganta.

A realidade cai como uma bomba sobre meus ombros.

Taylor nunca foi ou será meu.

Lágrimas escorrem.

— O que você ganhou?

Mal noto Andrea se aproximar.

— A satisfação de quebrar meu irmão perfeito... de novo.

A morte de Lilian. Eu.

Tudo foi sobre seu ódio pelo irmão.

— Você é uma grande mentirosa Andrea — Admito.

Ela ri.

— Foi divertido ver vocês dois. — Ela raspa uma lâmina no meu rosto, deixando uma trilha de sangue. — Uma garota finalmente é correspondida pela sua paixão secreta e meu irmãozinho volta a sorrir.

Dou um passo para frente, a faca adentra ainda mais.

— Você matou a Lily e você destruiu meu futuro.

— E você enfiou a língua na boca do meu namorado...

A dor que queima meu peito se transforma em raiva.

— Um garoto que beija tão mal não merece ser a razão pela perda de uma vida.

A faca perfura meu peito, o sangue jorra como uma torneira aberta.

Sinto a força sendo tirada do meu corpo.

— Te deixei viva por tempo demais. — Termina.

Tiro a arma escondida no quadril e gasto tudo o que sobrou de energia ao aperta o gatilho.

Os olhos de Andrea se esbugalham.

Eu caio de joelhos.

O ar se recusa a penetrar meu corpo.

Tudo dói.

Não consigo respirar. Não consigo pensar.

A escuridão ergue as mãos para mim, pronta para me oferecer para morte.

Um ar frio assopra meus ossos.

Andrea.

O que você fez? Posso sentir a pergunta gritando da sua alma.

Sorrio.

Fiz o que deveria ter feito naquela noite fria de dezembro.

Aperto as mãos da morte e a acompanho rumo ao desconhecido.

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Tags: #romance