Oi floquinhos de escamas, aqui está o primeiro capitulo do conto de natal do famoso deus zuero das trevas, as narrações vão variar entre Hardar e Belial para vermos ponto de vista tanto de tritões vendo algo natalino quanto do Belial que já conhece e sabe tudo. 

 Espero que gostem e boa leitura! 

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Sobre as águas, o navio seguia rumo ao destino traçado no imenso oceano em direção aos mares gelados do polo sul.

Minha raça não costumava usar barcos, porém, a viagem seria longa, a nado era muito exaustiva em se fazer com três filhotes de Sereianos, tirando o fato de Belial não ter cauda para nos acompanhar e assim depois de muita discussão levada até mesmo perante ao conselho, aqui estávamos sobre um dos monstros humanos criaram para vasculhar nossos mares.

Foi semanas para ensinar os Sereianos a entender aquele monstro e segundos para Belial estralar os dedos e fazer o navio aparecer em nosso porto.

Isso também já fez uma nova pauta ser discutida no conselho, o tratado de produtos com os humanos.

Parei diante de onde podia ver toda a proa, tudo parecia estar saindo conforme foi instruído, nenhum pânico existia a bordo, apenas muita conversa e admiração por parte do exercito que desfrutava da paisagem. Já estávamos bem próximos ao reino gelado da Antártida, e a partir dali outros tipos de peixes que eles nunca caçaram começariam a aparecer.

Do meu lado esquerdo Belial estava sentado na borda do navio não se preocupando com as ondas sacudindo, será que ele estava passando bem?

O chorinho de um bebê tirou minha atenção de Belial fazendo minha cabeça virar para o outro lado jogando meus cabelos para outra direção. Perto do leme, Aiken o cuidava se divertindo como uma criança enquanto dançava para acalmar os choros de Akeni, ela fugia dos braços de Triton querendo apenas seu outro pai que a distraia.

Akon e Hunter por sua vez, estavam correndo para todo o canto do barco aterrorizando muitos soldados do exército que saltam assustados com duas baratas da água correndo e os empurrando, mas era claro que eles não se revoltavam por ter o príncipe herdeiro nessa brincadeira.

Ainda na proa uma nova figura aparecia ao lado de Khaim, seu pai ômega irritante que tinha vindo nessa viagem junto a pedido do filho de Belial, era claro que Belial tinha dito sim, não querendo negar nada a Khaim.

Quando ele negava algo para seus filhos mesmo? Ele os mimava demais e depois quem tinha que colocar na linha era eu, como Hunter que nem o obedecia mais e ainda o usava para sair dos castigos.

— Pelo visto o dia está lindo, não é general? Como é aí de cima? — A voz de Brandy fez meus dentes trincar.

Movi meu olhar azul em sua direção vendo o sorriso provocativo em seus olhos.

Khaim balançou a cabeça cutucando o próprio pai.

— Estava, mas você estragou a bela visão que eu estava admirando. — Retribui no mesmo tom provocativo.

— Vocês dois sempre brigando. — Belial saiu da borda puxando uma fara grande e fina.

Ele estava todo esse tempo pescando! O que ele pretendia pescar com um barco naquela velocidade?

— Você sabe que não pegaria nada nessa velocidade...? — perguntei olhando confuso para Belial que ajeitava sua linha. — A única coisa que conseguiria fisgar seria um tubarão anequim e você não iria gostar.

— Estava querendo caçar aqueles peixes que tem a ponta larga.

— Um Marlin?

— Isso! — Ele apontou para mim sorrindo. — Dizem que a carne deles são suculentas.

Só queria saber quem disse isso, os outros deuses?

A carne do Marlin não era tão suculenta assim e não valia a pena caça-lo, não apenas por serem rápidos a ponto de apenas Sereianos com caudas de nadador conseguir emparelhar com eles, mas pelos ferimentos que costumava ter ao enfrentar aquele bicho podendo chegar a 750kg. Era até mais fácil caçar vários tipos de tubarão do que o espadarte-azul.

Toquei em minha trança da lateral de minha cabeça massageando ali, QQ enquanto suspirava vendo Belial se enrolar em sua linha.

Depois da última batalha de deuses contra Baal tudo parecia realmente entrar em mares calmos, a única anomalia por perto era o grande poder de Hunter que Belial ficava preocupado ainda mais com seu temperamento rebelde que não conseguia tirar dele.

O reino de Syrios estava começando a prosperar em novas mudanças, uma nova plataforma real foi erguida, pela antiga quase ser partida ao meio na batalha contra Baal e Keline, e Aiken estava governando sem minha ajuda já demonstrando-se um adulto, era claro que Triton teve que coloca-lo aos poucos na linha e puxar suas orelhas para não fugir, se socando nas cavernas por ai.

E claro que com os anos e as mudanças no reino também se teve as mudanças físicas, meu filhote Triton estava excelente em seus treinos já demonstrando um porte com músculo, Belial tinha cortado um pouco de seus cabelos não mudando nada de quando o conhecia a vinte e cinco anos atrás, talvez em aparência o único que não tinha mudado nada era Aiken que ainda brincava com o leme.

— Isso está um tédio! — A voz de Brandy soou novamente.

Como gostaria de joga-lo para fora daquele barco, seria tão cruel assim?

Mexi em minha capa mostrando que não tinha dado atenção ao seu comentário, porém, ele sabia que não iria deixar uma provocação passar.

Ah! Cadê o Hardar Schifino que foi treinado para ser um excelente guerreiro e o líder dos Schifino, o clã mais prestigiado e temido dos oceanos.

Ali estava ele caindo nas provocações de um mestiço Schifino que fugiu no reinado de meu avô Ranzel.

— Por que não limpa a proa já que nada mais você está fazendo.

Brandy que estava de costas em minha direção, virou-se levemente mostrando sua expressão entediada. Khaim novamente tocou nos ombros dele falando alguma coisa que seu pai ignorou completamente. Qual era problema dele? Acha que apenas por que tinha uma prole de Belial podia fazer o que quisesse no meu barco? Fazer minha tropa o servir como empregados e apenas ficando dando cochilos e reclamando, que tritão folgado.

Por isso fugiu de Ranzel.

— Oh, devo obedecê-lo, general, está com poucos soldados para isso? Mas não era você que precisava de uma tropa grande para vir junto.

— Cale-se, mestiço. — Ralhei entre os dentes.

Não gostava de usar a palavra mestiço em insultos, além do mais, eu nasci um mestiço já que meu pai alfa era um Blynalvor Schifino, mas por ter muito mais sangue do avô Daegar minha aparência era exatamente de um Schifino sangue puro, graças a isso Ranzel me aceitou também.

— Pai. — Triton chamou minha atenção baixinho.

Ele se aproximou tocando em meu braço.

— Olha nível que o nosso general se abaixa, me chamando de mestiço quando você mesmo é um, ou se esqueceu que apenas Reikal é um sangue puro! — Gritou ele de volta se virando totalmente. — Sempre se achando o melhor de todos, não entendo a paixão que outros mestiços tem em você! É só um mimado que teve sorte de não ser morto por Ranzel!

Mimado!

Ri da afronta.

— Pelo menos não corri como uma sardinha de Ranzel, quem foi que fugiu com ajuda do meu pai com a cauda tremendo? — Ri triunfante de sua expressão. — Eu enfrentei Ranzel várias vezes, duelei com meu avô em minha cerimônia e sai vencedor, eu, o mesmo mimado que você chama.

Irritante.

Ele poderia usar a palavra mimado contra mim, porém, jamais me chamar de covarde ou fraco. Era algo que meu pai Reikal não me educou a ser.

Reikal mesmo não desistiu quando Ranzel o torturou por algo que ele não tinha controle, por apenas se apaixonar por um mestiço, mesmo assim ele se ergueu dia após dia não sendo vencido pelas torturas físicas e psicológicas que sofria. Um verdadeiro Schifino, nunca desistia se erguendo cada vez que caia.

E jamais desapontaria nesse requisito meu pai.

Jamais...

— Eu não teria fugido se você não se metesse! — Ele gritou em minha direção dando um passo a frente mesmo que não importasse quantos passos desse, ele estava em um nível mais baixo. — Por culpa sua, Belial o escolheu colocando minha cabeça de bandeja para Ranzel que queria apenas você quietinho em um canto, se Belial tivesse me escolhido não precisaria fugir daquele monstro! Mesmo cumprindo todas as ordens dele e dando filho a Belial, ele nem mesmo me protegeu como protegia a você!

Minha culpa? Agora ele me culpava apenas por ter me apaixonado por Belial!

No fim parecia que ele não era tão mestiço assim por praticamente ver Ranzel novamente em minha frente.

— A briga é por mim na verdade? — Belial comentou apontando para próprio peito e erguendo uma sobrancelha.

Ele tinha largado sua varinha de pesca e fitava de mim para Brandy que bufava ali em baixo sendo segurado por Khaim que por sinal nem precisaria já que a escada ficava do lado direito do navio e ele estava do esquerdo. Seu porte de não guerreiro jamais faria ele saltar daquela altura.

— Bom, foi você mesmo que me encorajou e depois sumiu, eu não teria negado um pedido ainda mais se me contasse da gravidez, não sou tão ruim assim. — Ele comentou. — As vezes não sou. — Ele sorriu friamente.

Dizia o deus das trevas que se babava pelos filhos não esquecendo do neto que não soltava antes de Hunter nascer.

Brandy rosnou alto se afastando do filho

Por que mesmo ainda estava brigando com ele?

— Não vale a pena ficar brigando com alguém que tem até o status de general por benefícios em ter criado o rei atual.

Ele tinha acabado de falar na minha cara que eu tinha ganhado o titulo de general sem merecimento! Isso era uma afronta a um guerreiro, até mesmo para um Schifino.

Brandy olhou para os lados vendo os soldados se voltando para nossa direção com as lanças em punhos, amedrontado ele se escondeu atrás do próprio filho o fazendo de escudo mesmo que não entendesse que os soldados jamais o atacariam, apenas estavam a posto para serem testemunhas de um duelo.

Quando um Sereiano desmerecia o titulo de um general ou o insultava o guerreiro poderia buscar sua honra em uma batalha onde nem o rei poderia proibir.

Aiken soltou o timão se aproximando das escadas vendo a movimentação, todavia ele nada disse apenas fitou rapidamente em minha direção como se pedisse para não fazer nada na frente de nossos pequenos.

— Chega, pai. — Triton sussurrou.

Os soldados começaram a bater o cabo de suas lanças no chão fazendo sons em conjunto assustando mais Brandy que perguntou o que estava acontecendo para próprio filho que pela expressão também não entendia buscando resposta em Belial.

Nem mesmo Belial conhecia essa "cerimônia".

— Você acabou de desrespeitar minha honra diante de meus soldados e do rei, acusando-me de obter o titulo de general por benefícios dados a Aiken, com isso um guerreiro pode buscar a vingança de sua honra em uma batalha e matar o acusador diante das testemunhas, algo que nem o rei tem o direito de proibir por estar nas tradições antigas.

Brandy cerrou a mandíbula e Khaim como um bom filho arregalou os olhos pronto para proteger seu pai ômega.

— Porém, não farei nada disso por respeito a Khaim, mas saiba que eu me tornei general antes do reinado de Aiken, desafiando e matando o general Thertu Phisfan por ter chamado meu filhote de aberração.

Lembrava-me bem quando cravei a HackSoul sem piedade em Thertu, o general que chamou meu filho de aberração em frente do exército, se ele tivesse apenas me insultado a chance de apenas dar as costas a ele e partir com Triton fosse mais certo, no entanto, jamais deixaria alguém chamar meu filho te aberração desonrando ele na frente de tantos soldados.

— E eu que sou o medroso? — Ele debochou mesmo que ainda tremesse atrás de Khaim.

Mostrei meus dentes afiados para ele.

Tritão burro.

Vamos ver se ele tão corajoso, pelas águas com poucos cubos de gelo demoraria pouco para chegar realmente à cidade gelada então poderia me divertir assustando Brandy com seu maior pesadelo que limpava as patas debruçado no parapeito de madeira.

Soltei-me de Triton que gritou por mim e assim saltei para nível abaixo parando de costas para a entrada que levaria aos dois quartos de capitão.

— Teiron.

O gato alaranjado ergueu as orelhas ao ouvir seu nome e no mesmo instante saltou parando próximo a mim com seu olhar cinza em direção a Brandy que deu um gritinho fazendo Khaim ficar confuso.

— Hardar, Teiron realmente pode machucar ele é um gato imortal que vira uma pantera.

E que assusta demais o Brandy....

— Teiron mostra que você sabe fazer.

Ele me olhou e assim se transformou em um gato maior que batia próximo a minha cintura.

Brandy arregalou os olhos dando um passo para trás à medida que Teiron deu dois à frente, mas antes que fizesse aquele tritão sair correndo, Belial pouso em nossa frente sinalizando com um dedo para Teiron e assim o animal sentou-se submisso.

— Chega vocês dois! — Dessa vez não tinha nenhum traço de diversão em sua voz. — Khaim, leve ele. — Pediu antes de se virar para mim. — E você vem comigo.

— Preciso cuidar o percur... Ei! — Fui interrompido ao ser puxado.

Ralhei com Belial que me arrastava para dentro do pequeno corredor que tinha uma barreira de madeira no chão quase me fazendo tropeçar. O meu deus irritante me carregava rumo ao nosso quarto que ficava lado a lado com o do Triton pelo espaço não ser grande, o barco foi feito para viagens não muito longas já que a cidade gelada era a única de nosso território que exigia dois dias percurso.

Ele abriu a porta de madeira me levando para dentro e assim fechou.

No quarto só existia uma cama baixa e algumas malas nossas por naquele lugar fazer frio a ponto de só existir neve, ao lado da cama existia o bercinho de panos do Hunter todo desarrumado.

— O que aconteceu? — Belial perguntou soltando meu braço. — Nunca o vi se rebaixando a mortais inferiores.

É, se Belial sentia algo por Brandy aquelas palavras foram suficientes para saber que ele não estava nem aí, Brandy era mais um mortal que ele não se importava, apenas respeitava por seu filho.

— Ele me irrita — falei emburrado como uma criança.

Belial riu alto de mim.

— Famoso Hardar Schifino caindo em provocações de tritões que apenas sabem cutucar o urso e sair correndo, essa é nova.

Cutucar o urso e sair correndo? Que expressão nova era aquela...

— Ele acha que só por que veio nessa viagem pode se aproveitar para ficar próximo de você e me provocar! Aquele mestiço! Vou joga-lo por uma semana no calabouço.

Belial riu novamente.

— Sabe que mesmo ele ficando perto de mim apenas o aturo por respeito, já que meu coração apenas pertence a um tritão emburradinho e esquentadinho. — Ele tinha usado tudo no diminuitivo?

Ele queria levar um soco!

O fitei irritado e Belial apenas riu.

— Admito que adorei esse ciúme. — Ele sussurrou com o rosto perto do meu. — Mas não se rebaixe ao nível dele, ainda mais em frente aos seus soldados.

Fiz bico não me contentando. Queria ter o socado pelo menos ou feito Teiron arrancar algumas escamas de sua perna.

— Eu amo só você, meu emburradinho.

— Deus pervertido. — Retribui com seu apelido que tinha colocado nele.

Ele riu pegando meu rosto e me beijando.

Suas palavras eram cheias de razão sobre Brandy, no entanto, ele conseguia me tirar da minha preciosa paciência de um jeito que mais ninguém conseguia causar esse efeito em mim. Para um Schifino nobre a disciplina era algo notório e obrigatório, para ser um líder você precisava dominar essas duas artes que sempre consegui ter, até Brandy surgir em minha frente.

Belial o chamava de mortal inferior o que indicava que ele não se importava nem um pouco com aquele tritão, conhecia muito bem o deus que me beijava para saber quando ele aceitava um mortal, além do mais, dava para contar quem ele aceitava que falassem com ele!

Arregalei os olhos, sentindo ser empurrado para cama e me desequilibrar.

Deus irritante!

Antes de abrir minha boca para reclamar que ele poderia ter avisado, Belial voltou a me beijar se jogando sobre meu corpo e o som que saiu entre os beijos não foi de protesto.

Como ele conseguia me convencer tão rápido assim! Isso não era justo.

— Deixa mostrar de quem me importo e amo. — Ele sussurrou perto dos meus lábios antes de voltar a me beijar novamente.

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E que acharam do primeiro capitulo, já começou com discussão ahahhahaha essa gente briguenta...

Proximo cap é narrado pelo Belial! <3