Cap. 2 - Aquele rosto


Quando avistou a caverna, o Leão não estava mais lá.

Já estava habituado a coletar itens no deserto durante o dia, período em que Anat, o leão, costumava descansar. Mas bastou um olhar (literalmente), para perceber aquele corpo inerte e desfigurado no interior da caverna.

Outra vítima...

Ele era forte, destemido. Filho de Poseidon. Não costumava demonstrar compaixão ou sentimentos. Mas naquele fatídico dia, algo tocou sua alma. Talvez um aviso, uma premonição.

Sabia bem que seu rosto assustava (ou provocava risos). De toda forma, cansou da ignorância alheia. Naquele local inóspito conseguiu encontrar sua paz. Enquanto a fera dormia, ao nascer do dia, o Ciclope começava suas coletas, quase sempre despojos das pobres vítimas de Anat. Ao cair da noite, o leão acordava e o filho de Poseidon se recolhia em segurança. Eram como o sol e a lua, intercalando posições no tabuleiro do universo.

Ele era valente, aguerrido, mas nunca encontrou-se diretamente com o leão. Era de paz. Preferia evitar o enfrentamento com aquela criatura mitológica. Assim, enquanto o sol brilhasse, o ciclope teria tempo para recolher itens e, quem sabe, verificar com atenção o corpo de mais aquela vítima da fera, que voltaria ao escurecer.

Checou os itens no local. Todos danificados ou destruídos. O ciclope presenciou, indiretamente, a selvageria do leão outra vez.

Aquela pobre alma deve ter entrado na caverna para pegar algum item mágico. Alguma joia, ou algo valioso. A velha história de sempre...

Ao coletar o escudo de proteção (que trazia a inscrição Zoé, com letras arranhadas pelas garras do leão), o ciclope sentiu um arrepio na alma. Ergueu o corpo da vítima para pegar também um mapa. Seu pressentimento logo o fez sair da caverna sem olhar pra trás. Sentiu vibrações estranhas, como se as almas das vítimas de Anat o observassem naquele momento, pedindo socorro.

Andou algumas horas solares com Zoé nos braços, até tropeçar em algo na areia. Um objeto em forma de cruz. Não entendeu o motivo daquela obra, ou mesmo de quem a criou. Nunca havia visto isto antes nessa região. Fechou seu único olho e sintonizou a voz mais profunda de sua consciência:

- Esta cruz é feita de madeira. Em caso de emergência, você pode a utilizar. Fuja pela praia, lance-a diretamente ao mar!

Sábia voz da consciência, já diria seu pai, Poseidon. Sempre deve ser ouvida.

Muitos quilômetros depois, o sol já estava baixo, quando enfim visualizou a praia. Prendeu o corpo de Zoé na cruz. Ao lança-lá ao mar, o Ciclope percebeu um pequeno redemoinho da areia nascendo aos seus pés. Parecia inofensivo.

Logo o vento soprou mais forte, formando uma grande tempestade. E tudo escureceu. A lua encobriu o sol, fazendo o dia virar noite. Seria bom ficar atento à natureza, sempre mutante, sempre surpreendente, já diriam os sábios do futuro.

O ciclope distraiu-se e a surpresa logo deu lugar a dor: sentiu um corte profundo em suas costas. E mais cortes. Gritou ao perceber o leão Anat, a criatura da noite, que havia o alcançado. Chegara a hora do enfrentamento entre os dois mitos do deserto. O Filho de Poseidon usou o escudo e acertou o leão, que reagiu ainda mais feroz, com suas garras e rugidos ameaçadores.

Em um breve descuido de Anat, o ciclope ainda teve tempo de arrancar o lendário bracelete mágico do leão e atirá-lo em direção a cruz, que se afastava mar adentro.

Sua consciência estava certa: tudo acontece em seu devido tempo. A paz, as guerras. A vida e a morte. E talvez aqueles seriam os últimos momentos de um deles. Enquanto travavam uma batalha mortal, a cruz de madeira navegava em paz, levando o corpo de Zoé, que era...

1) Um elfo

2) Uma fada (Opção mais votada)

3) Um ladino

4) Uma bruxa

5) Um mago

6) Uma criança

7) Um padre

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Olá! Tudo bom? Tem um minuto para ouvir a palavra do autor? No deserto, o bicho pegou de vez. Literalmente. Chegou a hora da guerra. Enquanto Zoé segue seu destino, pelo mar.

Mas... Quem enfim é Zoé? Na próxima semana, a aventura continua com fortes emoções. E assim teremos a resposta para este e outros mistérios.

Desde já, quero dizer que é uma alegria ter você por aqui, prestigiando esta mágica história! Obrigado por sua atenção e interação. Volte no próximo domingo e conversaremos mais!

RicBrandes

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