‹⟨ 21: O concelho dos Magos ⟩›
Uma chuva fina com o céu cinza tomou o território de Horizon. Em um dos lados do palácio o mar começa a se agitar e vai aumentando conforme a noite vai chegando. Leyra leva Yen pelos corredores do palácio atravessando as grandes portas de madeira escura com raízes de árvores entalhadas. O homem é o primeiro mas Yen demora a passar quando vê um grupo de alunas animadas saindo do local. Troca olhares com Leyra antes de atravessar. Ele se junta a outros magos e feiticeiras no salão. Yen olha ao redor, percebendo o quanto aquele lugar mudou. Uma mesa grande retangular ocupa o meio da sala, com apenas 6 cadeiras ao todo. Pilares de mármore brancos com detalhes dourados e lustres estilosos e elegantes decoram o local. Os magos e feiticeiras reunidos aguardam ali, tomando vinho e trocando conversas.
—vamos conversar.
—sobre o quê?—Yen para em frente ao seu recém conhecido.
—Darkvin. Estava acampado em Elden, o reino caído, agora marcham com suas bandeiras para o norte. Eles vão atacar.
—e não vão parar por aí—a feiticeira ao lado toma a palavra—precisamos de aliados dos reinos do norte.
—vou deixar essa questão para quem importa—responde Yen—onde está Ayo?
—Ayo pode esperar—Leyra a responde.
—tudo bem. Vou procurar garotas sem braços e sons de choros—vira suas costas caminhando com o barulho de seus saltos a caminho da porta.
—ela não sabe que você está aqui.
Yen para imediatamente. Se vira olhando fixamente para Leyra, com olhar inacreditável.
—você disse que ela me chamou aqui!
—eu disse que ela tinha dito que você foi a melhor aluna dela—dá dois passos a frente—quem quer você aqui sou eu.
Yen fecha os olhos por alguns segundos, suspirando por dentro de si pressionando os lábios. Irritação.
—as mentiras são uma falha existente nos seres vivos, mas aqui, elas são suas personalidades. O que vejo nesses lugar é somente isso. Vivem a base de mentiras!
Se retira do salão a passos pesados e revoltados, deixando-os para trás com seus próprios pensamentos.
A feiticeira anda pelos corredores carregados de lembranças do seu passado. Vozes ecoam em seus ouvidos, vozes marcantes de frases marcantes daquela época. Se encontra no correr de onde a residência das atuais alunas dormem. Com o caminhar calmo movendo seu vestido roxo ela encontra a porta familiar que procurava. Sua mão pousa sobre a madeira, empurra a porta que range em um grito e então ela passa. Tudo está conforme ela deixou. Pequeno, simples, sem personalidade... O espelho na parede, o espelho o qual ela se aproxima e encara o reflexo. Por um momento, mergulha em sua imagem e enxerga a garota de 14 anos que chegou nesse lugar, assustada e vendida pelo próprio pai. O que essa menina diria para a mulher que se tornou?
Yen avista quatro alunas adolescentes paradas no pé da porta. Se vira e as garotas se escondem.
—o quê estão fazendo aí?
Uma menina ruiva cria coragem e se revela. Encorajadas pela atitude, as outras três meninas se mostram também.
—ahn, estavamos indo pra sala de botânica. Temos que entregar uma muda para a professora Beatrix—um sorriso ardiloso surge nos lábios de Yen. Ela atravessa o quarto até às garotas, se encostando na porta.
—querem realmente ter uma aula de botânica incrível?—as garotas trocam olhares entre si.
Na sala onde teve sua primeira aula quando estava ali, Yen mostra duas plantas em uma tigela, as esmaga e queima suas folhas que levantam uma fumaça fina.
—eles ensinam vocês sobre seus poderes de cura, ataque e blá, blá, blá... Mas o que eles não contam—continua esmagando as plantas—é que se misturar essas belezinhas aqui, você vai viajar por dimensões inexistentes—sorri. As garotas a olham curiosas—eu aconselho vocês agora: tenham suas próprias ideias e vontades. Evitaram trabalho desnecessário.
Todas as garotas provam a erva feita. Elas entram em um mundo de ilusões e tonturas, cores e distorções da realidade. Seus corpos se movem parecendo que estão em um navio em pleno oceano, que balança e balança sem parar.
—uau, o teto tá se mexendo!
—não tá não!
—o chão tá se abrindo!
—olha, uma lagarta...
—você é muito linda!
—temos que ter cuidado ou vão nos pegar aqui!
—é, ai do papai de Jule saber que ela foi expulsa de Horizon.
—fazer o que—responde a ruiva—ser vendida dá nisso.
Yen rapidamente ao ouvir essas palavras encara a menina, seus olhos brilham em púrpura e ela estala os dedos. As garotas são libertas das ondas provocadas pelas ervas. As orbes da mais velha voltam ao normal.
—você foi vendida?—a menor engole em seco.
—pelo que sei você também.
—não foi a mesma coisa que aconteceu comigo, foi?—se aproxima da garota.
—O Pilar decidiu que precisava de aprendizes de famílias fortes.
—mas precisa demonstrar sensibilidade a essência.
—isso mudou.
Yen respira fundo, soltando o ar logo em seguida.
—mais uma concelho, para todas vocês—encara todas, voltando sua atenção para a ruiva em seguida—e principalmente para você que tem menos magia que um sapato de couro: tenham cuidado com as ilusões que alimentam sobre esse lugar. Eles dizem que vocês são fortes, não são. Eles dizem que vocês vão aprender, talvez não. Lembre-se disso: mesmo que façam tudo certo, sigam as regras, não há garantia que consigam tudo que querem—as meninas tremem pela voz de Yen.
—já chega!
Todas são pegas de surpresa pela Ayo que se revelou naquele lugar. Com as mãos juntas em frente ao ventre, veste um vestido vermelho de mangas curtas e gola alta, pulseiras douradas e colares da mesma cor.
—de volta aos seus quartos. Agora—se dirige as alunas mas seus olhos estão fixados em Yen, sérios. As garotas passam por Ayo tremendo, sumindo de volta pelos corredores—você destruiu a própria vida... Se dê por satisfeita.
Dá as costas para Yen. A mulher deixada para trás morde os dentes, antes de ir atrás da antiga professora. No corredor que leva até o salão onde os magos e feiticeiras estavam antes, Yen persegue Ayo que prossegue no caminho de cabeça erguida.
—eu não queria voltar para esse lugar—sua fala faz a outra parar. Ayo se vira, lentamente encontrando as orbes castanhas de Yen mergulhadas em água.
—então falhou mais uma vez—Yen dá passos na direção da antiga tutora, ficando a centímetros de seu rosto.
—esse lugar é uma piada. Deixam meninas que não sabem magia entrar.
—para sobreviver as vezes é preciso ceder.
—você disse que eu destruí minha vida, mas e você?
A mulher não responde pois a movimentação atrás de si chama sua atenção. Magos e feiticeiras em grupos caminham em meio a falatórios indefinidos, adentram o salão em grande número. Yen olha confusa para a movimentação repentina e sem aviso.
—o quê está havendo?
—já começou.
Ayo se junta a multidão, em passos rápidos ela rapidamente já está dentro do salão deixando Yen com um ponto de interrogação na mente para trás. Mas, a mulher abandonada consegue identificar um rosto familiar no meio ali.
—Irene!—ela para seu andar, avistando a amiga de convívio ali.
—Yen? Tentei encontrar você durante anos—Yen diminui o espaço entre as duas.
—por que estão aqui?
—inicialmente, uma reunião de movimentação de Horizon, agora, um chamado de emergência assinado pelos magos do norte.
—o quê?
—Darkvin voltou a marchar em peso para o Norte, na direção da muralha de Stagobor. Os oito reinos que responderam estão inquietos e se preparam.
—travar uma guerra contra Darkvin é uma loucura. Seria uma coisa igualada à queda dos Wyndrivver. Quando ao norte,—o mago Strazis, pai de Rita inicia o debate que se seguirá. Um homem grande, barbudo com uma tatuagem de escudo no braço direito, com mangas de sua camisa puxadas até o cotovelo—nenhum de nossos sentinelas relatou qualquer intenção de ataque para os reinos de lá. Até agora, conquistaram somente Elden, que nós sabemos que era uma grande dor de cabeça sendo que negou todos os magos e feiticeiras que tentamos enviar.
—não se trata apenas de Elden. Darkvin não ficará satisfeita até dominar todo o país e então o continente—Leyra se manifesta do outro lado da mesa. O mesmo lado onde estão Ayo, Yen, Irene e Balter.
—e como sabe disso?
—por que essa é uma mentira que eu contaria, sou o único aqui que liderou soldados em batalhas.
Debatem com a grande mesa retangular entre os dois lados, com um grande mapa do continente de nome Halla posto em cima.
—estamos fartos disso—Girdwalfd toma a palavra—você anda com essa espada como se fosse um novo pau pra exibir—algumas risadas ao fundo respondem—todos esses anos que preferiu a lâmina foram anos que não estava exercendo seu dever como mago!—aponta para Leyra.
—ou ganhando novas cicatrizes por não calar a boca—Ayo diz para o velho levantando a sombrancelha, ele fica vermelho de raiva. Se cala. Mais burburinhos entres todos—podemos parar Darkvin se,—bate a mão na mesa—agirmos agora!—levanta o tom para todos ouvirem alto e claro—o sul deve permanecer no sul, o norte no norte.
—está na hora de convencer nossos reis a mandarem exércitos—Irene se manifesta.
—eles vão seguir pelas colinas pedrosas, pois seguirão pelo lago de sangue. Estarão na muralha de Stagobor no fim de semana—Leyra aponta no mapa com sua espada.
—se a muralha cair, quem liga?
—eu ligo—uma feiticeira de cabelos pretos e trajes da mesma cor. Seu nome é Vivian, ela manifesta sua palavra se apoianda nas mãos sobre a mesa, encarando Girdwalfd—depois da muralha, será a vez de nossos reinos. Ela é a única coisa entre o norte e o restante de tudo, um primeiro portão, uma fortaleza erguida pelos Wyndrivver para defender o norte.
De repente a grande porta se abre, revelando Rita que aparece em seu vestido púrpura chamativo e coque alto. Semblante sério e queixo erguido.
—nossa luta não é contra Horizon, nem ninguém—chega na ponta da mesa. Todos surpresos mal conseguem reagir a sua presença—em Darkvin, sabemos como é ter um líder corrupto, mas isso mudou graças a nossa imperatriz Scarlet, a primeira mulher a subir no trono do corvo em gerações, mudamos, fortalecemos o comércio, a pobreza diminuiu, é só testemunhar o que ocorreu em Elden, financiamos pesquisas e derrubamos muralhas enquanto os outros somente as erguem.
—eu não estou aqui para defender ninguém—Ayo se prontifica a falar—mas defenderei nosso continente e modo de viver. A ordem que construimos por gerações. Vocês rejeitaram tudo isso!
—não é verdade. Temos respeito por suas ordens, mas traçamos um caminho diferente pois acreditamos no melhor para todos. E queremos esse melhor para toda Halla.
—e quando a forçar usuários de magia para servidão?!—Ayo olha para Irene que levantou a voz
—fazemos isso somente no treinamento. São soldados, lutando por um só objetivo.
—e as magias proibidas?
—não existe essa coisa de magia branca ou sombria, o mundo não é preto no branco, os tons de cinza são a cor de agora—ela da dois passos a frente, pousando suas mãos na mesa—vocês acham que queremos destruir o país ou o continente, mas não. Queremos unifica-lo, voltar para o que era antes da queda dos Wyndrivver, antes do último vôo... Vários reinos com seus lerdes mas apenas um rei ou melhor, uma rainha. Halla era mais unida naquela época que hoje.
—e porque acha que Darkvin é digna de comandar os nove reinos?—Ayo questiona.
—nossa imperatriz tem direito sobre o trono de Druitalux, o reino abandonado depois da queda, ela tem direito sobre o trono do Dragão—todos na sala se olham em dúvidas sobre o que Rita diz.
—porque ela teria esse direito?
Rita endireita sua coluna, juntando suas mãos em frente a sua cintura.
—porque ela tem o sangue—sussurros, falatórios, conversas paralelas entre os mágicos, troca de olhares de espanto e de surpresa vindo de Ayo e seus aliados—se não vão tomar partido, ótimo, mas fiquem fora do nosso caminho. Halla voltará a sua união de antes, seguindo a grande luz.
—já deu desse debate!—Girdwalfd levanta a voz—está na hora de decidir o que faremos.
—está certo. Eu peço o voto de todos—Strazis diz.
—voto?—Leyra encara o mais velho—primeiro você manda sua filha para Darkvin e agora deseja fazer votação?
—creio que a quem eu devo agradecer pela minha posição de hoje é para Yen de Wester—Irene que está ao lado da amiga a olha, seguindo o olhar de Rita até Yen—se ela tivesse aceitado seu dever, eu não estaria onde estou. Darkvin também não.
—se Yen tivesse indo para Darkvin, aquele lugar ainda seria uma casa gigante de prostitutas e orgias.
Todos do lado da mesa de Strazis caem na risada por sua "piada". Yen o encara, tremendo seu corpo até dar passos a frente e ficar em destaque.
—está certo. Em vez disso fui para um reino premiado, onde fudi com muitas pessoas. Como vocês ensinaram—Girdwalfd a olha com espanto—ajudar a assassinos, estupradores a manter suas bundas em seus tronos. Talvez seja hora de quebrar essa ordem.
—calada! Você não tem voz aqui!
—está na hora de deixar nossos orgulhos de lado e levantar nossas cabeças. Vamos tentar mais uma vez!—Ayo manifesta para todos
Todos ficam em silêncio, com trocas de olhares e sussurros quase inaudíveis.
—com sua permissão?
O velho pede a Yesken, que até agora quis se manter quieto e escolheu apenas observar a discussão. Ele acena para Girdwalfd.
—quem é a favor de não se envolver em uma guerra que traria baixa para nós e sangue derramado desnecessariamente, sendo que a briga não é conosco. Em vez disso, caso Darkvin consiga o trono do Dragão, a antiga Halla de ouro voltará.
A esmagadora maioria levanta a mão, deixando meio gato pingado de sobra. Ayo, Leyra, Irene, Vivian, Balter, Yesken são um dos poucos que não levantaram a mão.
—bom, está decidido.
Todos baixam suas palmas. O velho encara Ayo, tendo satisfação em ver a primeira derrota da mulher para ele, uma satisfação que lhe dará dias de alegria pela frente ao lembrar daquele rosto, o rosto da derrota e do medo. Ele se lembrará daquela expressão.
Em uma das torres, Yen encara o horizonte do alto em silêncio e consigo mesma. Olha por cima do ombro ao perceber a aproximação de Ayo.
—estava certa. Sim, Horizon é tudo que eu tenho—ela não responde, o vento faz um barulho entre as pedras da estrutura, um barulho que é dominante—e não sou a única que pensa assim e precisa disso. Por isso eu, Leyra e mais outros iremos lutar—a mais jovem se vira finalmente—venha conosco.
—por que eu faria isso? Por mim tudo queimaria—Ayo dá um passo até aquela que foi a melhor entre suas alunas.
—se não por isso, então faça por mim... Por favor—os olhos dela estão cheios de lágrimas e ansiosas para escapar. Yen não consegue resistir ao sorriso que surge em seus lábios, com um olhar superior.
—não sabia que conhecia essa palavra.
O exército de Darkvin passa por uma floresta escura e cheia de neblina, tapando a visão dos soldados. Os Sombras estão a frente, onde Sayon comanda todos em seu cavalo cinza.
Na traseira, afastado da marcha dos corvos, Castiel se espreita entre as árvores, com seu manto negro cobrindo todo seu corpo e armadura. Deixou Destiny amarrada distante dali e caminhou sozinho por todo o caminho. Seus dedos mexem no pingente de lobo branco com olhos vermelhos de rubi preso ao cabo da espada. Encara aquele objeto, por algum tempo refletindo consigo mesmo.
Fugi por tanto tempo desse destino, neguei e neguei mais de uma vez... Acho que você não iria querer isso.... Depois de tanto tempo, acho que chegou a hora de parar de negar isso...
Devolve a espada para sua bainha silenciosamente. Avista um soldado que está mais isolado do resto. De armadura preta e padrão como todos os outros soldados. Ele carrega uma lança também. Das sombras atrás de si, Castiel surge e tampa sua boca e acerta seu braço que larga a lança. Puxa o corpo do homem para trás, o distanciando dos outros. Choca suas costas contra uma árvore, com a ponta de sua espada apontada para seu peito.
—onde está Edward?—pergunta raivoso.
—quem? De quem você tá falando?
—o garoto de cabelos brancos prateados. Vocês estão atrás dele. Onde ele está?!
—eu não, e-eu, não, e-..
—ele não sabe de nada.
Castiel vira o rosto lentamente, encontrando ninguém mais, ninguém menos que um Sombra. Ainda segurando o soldado pelo pescoço, Castiel encara totalmente o Sombra.
—então ele não é útil—enfia lentamente a lâmina no coração do soldado que apenas geme de dor. Puxa a espada e faz um corte limpo que abre sua garganta, caí de joelhos sangrando como um porco. O Sombra tira sua espada da bainha. Castiel firma os dedos ao arredor do cabo da sua arma—mas você parece saber de algo.
—vem descobrir.
O exército já está distante então o caçador não precisa se preocupar com o barulho de uma batalha que está prestes a ser travada. Desprende seu manto, deixando o vento levar para o chão. Os dois correm, em grandes velocidades chocando suas lâminas em barulho agudo com faíscas respingando. Se separam e avançam mais uma vez trocando golpes. Castiel desvia e ataca, o Sombra de afasta e pula dando um mortal no ar. O inimigo bate a espada contra o caçador, que o lança para longe. As pernas do Sombra se apoiam no tronco da árvore próxima e se lança de volta, quase acertando o caçador que desvia a tempo.
De repente as sombras da noite se erguem, em grandes tentáculos pegajosos que perseguem Castiel. Ele corre, em círculos até as sombras o encurralarem, atacam mas ele corta todas com com sua espada, em cortes rápidos e sem pausa. Corre, pula em uma árvore e dá um mortal na direção do inimigo, arremessa sua espada que se crava na terra. Cai do outro lado, o Sombra corre em sua direção para o ataque. Castiel segura seu braço e o desprende de sua espada, acerta um soco no rosto dele. O caçador recebe um chute que o afasta do alvo. Os dois se encaram furiosos, avançam. Castiel ergue o punho, indo com toda sua força mas sua mão é interceptada pelo outro. Um soco vindo do inimigo, Castiel segura o punho dele também. Tão próximos, um segurando o golpe do outro.
Castiel acerta uma cabeçada no Sombra, o que afasta os dois. Segura seu peito e o puxa pra mais uma cabeçada, o acerta com com um soco mas recebe um golpe que o lança pra trás. Castiel caí do lado de sua espada, o Sombra corre até sua lâmina. Os dois voltam para briga e então mais uma troca de golpes de espadas árdua e sem trégua. O Sombra gira seu corpo acertando um chute na boca do estômago do outro, lançado para trás, Castiel estica sua mão e um poder invisível atinge o inimigo, o que o faz bater contra um tronco de árvore que faz todo o resto tremer.
Castiel corre, mas acaba cravando a espada na árvore graças ao desvio do outro. Puxa a lâmina pro lado, rasgando o tronco no processo. O Sombra se abaixa e acerta um grande soco no queixo do caçador, o que o lança pro alto. Uma corrente feita de escuridão puxa o corpo de Castiel, o fazendo bater de bruços contra o chão.
—ah, porra...
O Sombra se aproxima, virando o corpo de Castiel com o pé. Encara a face do caçador.
—você perdeu.
—será?—crava uma adaga no pau do inimigo.
—AAAAHHHHHH!!!
Castiel encontra uma grande pedra e bate na cabeça do outro, bate de novo, o deixando mais atordoado. Desvia se seu soco e bate mais uma vez, despedaçando a rocha.
Castiel lhe aplica uma rasteira, ele logo caí. Se levanta e segura a nuca do derrotado. Pousa sua lâmina no pescoço dele.
—onde está Edward?
—aah... O garoto? Ah, estamos muito perto de encontrá-lo agora, ele está perto... No nosso caminho ele será encontrado e então a antiga era vai voltar. Eu já estou salvo, você está perdido. Edward... O especial. Hah! Caçador, todos serão salvos quando a grande luz iluminar o continente e então ah!
Castiel corta sua garganta, puxando seus cabelos junto do pescoço que por consequência faz o corte se abrir mais e o líquido vermelho espirrar. Levanta com a espada em mãos, encara o corpo caído. Suspira decepcionado e irritado.
—merda.
—então, como ele é?—pergunta Anna ao cervo falante.
—como Ahady é?—Kaolim refaz a pergunta da elfo—ora, como sempre ouvimos falar—ela se anima em resposta.
—porque está aqui, cervo?—Calen questiona.
—estou indo para o norte e no caminho, espalho a esperança que retorna para Halla. O norte é onde Ahady vai estar, depois da muralha de Stagobor perto da ruína de prata. E agora que vejo você, Edward, eu percebo que a esperança está mais viva do que nunca.
Os olhos de Edward se iluminam pela fala do novo conhecido. Loren está ao seu lado e laça os ombros do menor com seu braço. O cervo acaba mudando de expressão, com suas orelhas reagindo a um barulho que ouve.
—o que houve?—Loren se atenta também.
—pessoas...—seu focinho sente um cheiro próximo—pessoas más... Se escondam! Rápido antes que AH!!
Uma adaga arremessada atinge o pescoço do cervo. Ele caí aos gritos mas se levanta, com grande dificuldade corre fugindo pelas árvores.
—CORRE, KAOLIM!!
Surgem das moitas homens grandes e fedidos, vestidos com peles de animais e sujos de terra. Pegando o grupo de surpresa, eles conseguem imobilizar todos e deitar Calen no chão. Prendem Anna pelos braços a desarmando de seu arco. Edward e Loren tentam segurar a mão um do outro mas são separados também.
—Loren!
—Edward!
—olha o que encontramos aqui—um homem barbudo e pançudo aparece, com um facão na mão—é o garoto de cabelos prateados—mostra um cartaz com a descrição do menino, com uma grande recompensa em destaque—acho que Darkvin vai ficar feliz com o que levaremos.
—espera, nos solte! Agora!
—ah, porra, saí de cima caralho!—Calen reclama pelo pisão que leva nas costas do grande homem.
—por favor, não faz mal a nenhum deles! Eu te peço! Se quer a mim, leve somente a mim!
—mas é claro que vamos levar você, princesa, heheh—de aproxima do garoto que tem os braços presos por outro—olha esse cabelos que macios—toca os cabelos de Edward com a ponta dos dedos—vai ter que ensinar o segredo pra mim e meus homens, não é rapazes? Haha!—os homens caem na gargalhada.
—ae, chefe, esses três são elfos.
—o que?!—surpreso, ele vai até Loren que está mais perto. Puxa o cabelo que tampa suas orelhas—hah! Elfos! Achei que não existiam mais! Meu Deus, as orelhas deles devem valer um puta dinheiro. E como escravos então, uh uh, delícia! Hahahahah!—mais uma onda de risos.
—se tocar nele eu juro que te esfolo, filho da puta!—Loren rosna para o homem.
—hohohoh, esse aqui parece ter raiva! Hahahahahahahah!—se aproxima do elfo, assumindo uma expressão sombria e tom sério, fica a centímetros do rosto do garoto—acho que vamos ter que ensinar uma lição pra ele, rapazes. Tomara que aceitem elfo sem língua—suspira, soltando um ar que dá repúdio às narinas do elfo—arranquem a língua dele fora.
—NÃO!!—Edward exclama se agitando.
—não toca no meu irmão, porra! Ah!—Calen recebe um chute para se calar.
—não faz isso!—Anna leva um tapa para ficar quieta.
—heheh!
O colocam de joelhos. Enquanto um o imobiliza, dois homens abrem sua boca. O chefe deles se aproxima com uma tesoura em mãos. Puxa a língua do elfo pra fora, pondo entre as duas lâminas.
—olha que caninos bonitos! Haha! Não vai doer nada, querida!—Loren tenta se debater mas qualquer movimento pode ser fatal a ele.
—NÃO!! PARA, PARA, PARA, PARA!!!—Edward implora sem sucesso—EU DISSE PRA PARAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAARR!!!!!
Seu grito doloroso e desesperado percorre toda a mata, acordando os animais que dormiam, agitando e chamando os pássaros, as árvores parecem responder seu chamado e mandam os ventos fortes e criam sombras que cobrem todos, a floresta parece reagir ao grito do garoto e a raiva e desespero de Edward se torna a raiva e o desespero da floresta. Todos os presentes se assustam, o trio de irmãos assustados igualmente se soltam aproveitando a oportunidade. Loren tenta se aproximar de Edward, mas o grito dele não para e continua sem parar. O garoto caí de joelhos, baixa a cabeça e se cala. Todos trocam olhares assustados e medrosos.
As cabeças de todos os homens que atacaram o grupo explodem, em grandes estilhaços até não sobrar nenhum vivo. Todos tem seus miolos destroçados.
Olhos completamente pretos, com a íris brancas como um raio... Assustadores.
Voltam para o azul natural e então os olhos de oceano se apagam e o garoto despenca para o chão.
[...]
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