‹⟨ 16: Destinos não podem ser negados ⟩›
Castiel e o grupo que se juntou caminham em uma fila única por uma passagem muito estreita formada por rochas. Alguns farelos de pedras despencam enquanto seguem a passagem.
—cuidado—Aquíla diz, sendo o primeiro da fila—se estiver ventando pode ser perigoso—finalmente saem do outro lado. Em uma altura absurdamente alta e mortal, quase no topo da montanha. O vento bate no rosto de todos, um vento forte—e está ventando.
Dylan se aproxima de Aquíla, ficando ao seu lado. Encara a altura que vê, tendo suas pernas bambas.
—então, esse é o atalho?
—sim—responde.
—um atalho pra morte!—diz se segurando na parede, mesmo que ainda esteja em um lugar seguro.
—você quer chegar antes dos ladrões ou não?
—a gente devia voltar—Castiel diz atrás, liberando sua voz rouca.
—não. Já estamos perto—Alexander insiste.
—você não tem como saber disso!—Dylan se desespera pela possibilidade de continuar nesse caminho de morte.
—é uma rota perfeita!—Aquíla justifica.
—para um anão—Yen diz sarcasticamente.
—heh!—Aquíla a olha—engole o choro, você consegue. Acredito em você—o anão olha a altura—não olhe pra baixo. Heheheh!
Bate no peito de Dylan. Aquíla continua o caminho, em uma ponte de madeira muito estreita colada na parede de pedras. Como Yen disse, é fácil para um anão. Dylan respira fundo, criando coragem que não existe no momento. Os anões são os primeiros a ir, sendo corajosos e comum para eles. Dylan vira o pescoço, encontrando Yen.
—primeiro as damas?—ela dá um tapa no garoto, o empurrando—ah, tudo bem! Ok.
Ele vai a passos curtos e muito cautelosos. Se segura nas paredes e nas correntes presas as rochas. Seu pé esquerdo escapa, deixando uma lasca de madeira cair. Ele se assusta e o coração dispara.
—porra! Socorro, isso não é bom, isso não é nada bom, Castiel!—grita para o outro.
—só continua.
Yen é a próxima, seguida de Castiel e logo Alexander e o restante dos cavaleiros. As madeiras rangem e os farelos de pedras descem conforme o grupo anda. Os anões já estão na frente a muito tempo, por terem experiência e ser mais fácil a locomoção para eles.
Uma tábua da madeira cede, os dois cavaleiros atrás de Alexander despencam. O loiro agarra a corrente pela qual os outros dois se mantém. Castiel segura a mão de Alexander.
—ah!—o peso dos dois homens faz o cavaleiro sentir a força lhe puxando.
—você precisa soltar!—um dos homens prestes a morte certa diz.
—não! Claro que não!
—Alexander, tudo vai ceder!—Yen se manifesta.
De repente, em uma troca de olhares curiosas e acenos de cabeça, os cavaleiros soltam as correntes e despencam, sumindo no ar, em meio as nuvens abaixo deles. Alexander baixa a cabeça, sendo puxado de volta por Castiel.
No topo da montanha, os anões preparam suas barracas com madeiras e galhos, além de folhas improvisadas. Castiel sem sua armadura, com sua camisa preta, encara o horizonte azul que logo se apagará para dar lugar a escuridão da noite. Ele suspira, enquanto mexe num pingente de lobo branco com olhos vermelhos. Dylan se aproxima, a passos meio desajeitados e cautelosos. Se senta na pedra ao lado do maior.
—não precisa ficar pensando naquilo. Sabe disso, né?—o outro não responde. O garoto observa os olhos amarelos do caçador, percebendo algo—você se lembrou de alguma coisa... Não se culpe. Não tinha o que você poderia fazer—sem nenhuma resposta novamente—porque não vamos amanhã, huh?—força um sorriso—quer dizer, se quiser me dar uma chance de provar que posso ser uma boa companhia e aprendiz...
—hum—um resmungo.
—a gente podia ir para terras além do oeste, na direção do mar Hasttois. Buscar novas aventuras—o ruivo sorri—isso é uma coisa que meu pai diria.
Os olhos amarelos do outros se movem, junto do pescoço, encontrando o rosto de Dylan.
—seu pai? Ele não tá preocupado com você?
O menino baixa o olhar, encarando seus próprios pés por um curto tempo. Levanta o cenho, com o vento movimentando seus cabelos ruivos.
—ele morreu. Morreu de fome, quando eu tinha 10 anos.
Os olhos claros amarelos descem e sobem até o rosto de Dylan.
—minha mãe cuidou de mim, mas não tínhamos como viver, então ela começou a vender o próprio corpo—seus olhos brilham em água—depois eu fui chutado para a sarjeta pelo dono da casa, depois dela ter morrido. Passei fome até conseguir emprego como carregador de mercadorias, depois, quando juntei um dinheiro, fui embora. Quis viver minhas aventuras—ele ri, uma rizada um pouco machucada—mas aí, soube dos caçadores, depois de você—os olhos castanhos dele encaram Castiel—eu não tenho ninguém, então, por isso quero ir com você, seu companheiro de viagem, podemos dizer assim até aprendiz. Além disso, sou ótimo em contar histórias, posso espalhar mais de seu nome que iram tomar os noves reinos.
—se procura isso, é que realmente não tem mais nada perder. A vida de caçador não é gloriosa, não é luxúria. Não vou torná-lo meu aprendiz—Dylan baixa a cabeça—mas pode ser meu companheiro de viagem—os olhos do garoto brilham com a fala do caçador.
Castiel sobe as rochas firmes, com o cair da noite, deixa sua bolsa de couro com sua espada encostada em uma pedra. Fica em frente a uma tenda de tecido preto contornada com dourado. Visto de fora, pequena e que pode caber apenas uma pessoa. Castiel entra, se deparando na verdade com um grande cômodo, com as paredes de pano negro e uma enorme cama de casal, além de alguns poucos móveis simples e apenas o nescessário.
Yen se vira, vestindo um vestido de tecido leve e despojado, não exatamente uma camisola mas confortável para dormir. De cor preta, é pega de surpresa enquanto tira seu último brinco.
—hum. Não é como eu imaginava—diz o caçador, olhando ao redor.
—o que você imaginava?—a mulher guarda o brinco na caixinha apropriada, em cima do balcão com espelho.
—algo mais... chique—a outra ri.
—simples demais?
—não. Demais não—ele olha a cama—simplicidade é bom-fita os olhos castanhos—eu gosto.
Yen sorri. Ela caminha com os pés nus até sua cama, se senta dando tapinhas no tecido, onde Castiel logo se senta, ficando ao seu lado.
—vi você conversando com Dylan.
—huh, o garoto me contou um pouco dele. Também quer ser um aprendiz meu.
—e você?—a mulher segura a jarra de prata do balcão ao lado da cama, derramando o vinho na taça do mesmo material. Oferece um copo para Castiel, que logo aceita—o que disse a ele?
—que não quero um aprendiz. Sei onde isso dá. Mas... O garoto é bom. E essa vida que ele almeja não é—ele leva a taça até os lábios.
—você se arrepende?—Castiel para, sentindo apenas o toque gelado do líquido vermelho.
—do que?
—de ter se tornado caçador, de ter escolhido isso.
O outro baixa a taça, deixando sob suas coxas, segurando com uma mão.
—não sei se pode se arrepender de algo que nunca escolheu—fita intensamente os olhos da mulher.
—então vamos fingir que você tivesse escolha, escolheria isso? Ou outra coisa? O que você seria? Um fazendeiro, um cavaleiro?—ela solta uma leve rizada. Um sorriso surge nos lábios do outro.
—talvez escolheria continuar sendo o que eu era antes de me tornar caçador. Talvez a inocência que perdi muito cedo.
—talvez essa inocência—Yen leva a mão livre até a lateral do rosto de Castiel, que fecha os olhos após sentir o toque da mulher—ainda está aí, por baixo disso tudo....
Os olhos de ambos mergulham nas profundas esferas um do outro, como se enxergassem a alma e o coração, sentindo as vibrações e os arrepios que a intensidade do toque e contato visual provoca. Em pouco instantes, os dois já estão tão próximos que sentem a respiração quente e provocante em suas peles. Em segundos, se agarram em um beijo prazeroso e intenso, iluminados pelas velas do lugar e logo, Yen é puxada para o colo do caçador. Com cuidado, puxa o vestido da mulher pelos ombros, fazendo carinhos com as pontas dos dedos nela, que causa arrepios. Yen, abre a camisa do outro, expondo seu peitoral marcado. Eles são levados a um mundo onde existe somente os dois, com suas peles e prazeres sendo tocados por ambos.
Deitados juntos, frente a frente, nus cobertos pelo cobertor quente e tocados pela luz das velas ardentes. Ainda vidrados nos olhos um do outro, Castiel abre os lábios para lançar uma pergunta.
—você que escolheu ser uma feiticeira?
—digamos que eu não tive muita escolha também—ambos suspiram. Castiel aproxima mais seu corpo do de Yen.
—por que quer tanto saber seu destino?
A mulher observa seus dedos, enquanto faz desenhos circulares no lençol branco. Seus olhos castanhos foram para o homem, refletindo as luzes das velas.
—desde que eu me conheço... Nunca fui importante para alguém—ela pensa, em suas palavras, molhando os lábios com a língua—eu sempre quis ser importante para alguém, acho.
—hum.
Ela se dá conta dos olhos fechados do caçador, que luta contra o sono. Yen ri.
—ficou entediado?—o outro sorri, abrindo as orbes amarelas.
—não mesmo—responde com a voz mais rouca que o comum, pelo sono—te conheci a pouco tempo, mas parece... Parece que faz muito mais tempo... Alguns diriam que é de vidas passadas mas eu não sei...-ele fita os olhos castanhos, que por alguns segundos tem uma cor púrpura refletida—... Apenas sei, que sinto um conforto agora... Isso parece bom.
Ele fecha os olhos, mergulhando em um sono profundo e confortável, banhado pelo calor das cobertas e da tenda. Yen levanta sua mão esquerda, tocando levemente com a ponta dos dedos a bochecha do outro. Vira a mão, fazendo um carinho com as costas da palma. Puxa a mão de volta, deitando em cima no travesseiro. Admira por alguns segundos o rosto do caçador, antes de pegar no sono também.
A manhã despertou, Yen de costas vira o corpo, encontrando o parceiro desperto. Ambos tem seus olhos encontrados.
—bom dia—ele diz. Ela sorri, abrindo os lábios expondo os dentes brancos.
—bom dia.
No meio da manhã, a dupla encara e horizonte do alto de onde estão. O vento bate em seus cabelos, agora vestidos apropriadamente.
—se voltarmos agora pela passagem entre as grandes pedras, poderemos chegar no fim antes do por do sol.
—mas por quê? Estamos perto do topo—Yen se vira, encarando o caçador. Ela tem um semblante sério-não pode estar falando sério.
—Yen, do que vai adiantar saber seu destino? Isso não vai satisfaze-la. O que fará depois disso tudo?
—não, Castiel!—bate o pé decidida—nós vamos continuar—se abaixa, agarrando sua bolsa mas para, percebendo algo que até agora não lhe tinha chamado a atenção—cadê o Alexander e a porra daqueles anões?
Ambos trocam olhares. Yen dá a largada primeiro, correndo na frente.
—você não vai sozinho!
—eu vou sim!
Edward termina de amarrar seu colete de couro, por cima da camisa branca, em seguida a bota preta. O garoto de cabelos prateados discute com Loren sobre embarcar sozinho em sua jornada.
—não vai. Os Sombras estão te procurando. Vão te encontrar, e você pode ser o "descendente de poderosos ancestrais do passado"—faz aspas com os dedos-mas ainda assim, não vai conseguir bater de frente com aqueles monstros, não agora. Você precisa de ajuda e eu vou com você.
—Loren—Edward suspira, se aproximando do maior. Segura suas mãos, que são igualmente maiores que a suas—eu agradeço tudo que você fez, de coração. Mas não posso pedir para você ir comigo, em uma jornada que é apenas minha e se você morrer, se algo te acontecer, vou ser o responsável.
—mas você não está pedindo, eu estou tomando essa decisão. Eu, apenas eu. Eu sei das consequências, eu sei dos riscos e pela primeira vez em anos, eu sei o que realmente quero e sinto—as mãos do maior seguram as laterais do pequeno—Edward, você acha que não tem mais ninguém, que tem que ir sozinho, mas não tem. E eu vou com você. Está decidido e sem mais.
Os olhos do outro brilham. Em um momento assim, os dois se encontram em uma dimensão que exite somente a visão um do outro. A maciez das mãos de Loren trazem um certo conforto ao outro, que fecha os olhos por alguns segundos. Seu coração se aquece, desde que perdeu tudo, sua casa, sua família, ele se sente acolhido por alguém. Em curtos espaço de tempo, eles estão tão próximos, que o hálito do maior toca as narinas de Edward.
—ele não é o único que vai com você—Calen aparece na porta do quarto do irmão. Rapidamente os dois garotos se separam—nós vamos com você também.
—isso!!!
Surge Anna em pulo atrás da irmã mais velha, com Glory no ombro da mesma.
—yep rrrick!—a pelúcia branca acompanha o pulo, erguendo a patinha de punho fechado.
Edward as encara. Troca olhares com Loren e depois com o trio na porta.
—não, já disse que não.
O garoto caminha até a cama. De cima dos lençóis, puxa seus braceletes. Tudo que vestiu e veste desde que chegou pertence a Loren. Suas camisas, seus calçados, tudo emprestado e o garoto mais jovem (muito mais jovem) consegue sentir seu cheiro tocando sua pele, o cheiro de pêssego... É bom e agradável, confortável...
—então fica mais essa noite—Loren se aproxima. Edward sente a aproximação do maior pelas suas costas. Isso causa um arrepio em sua espinha, que o faz levantar sua coluna num instante. Se vira para o outro, o encontrando muito perto—já está tarde. Não saia agora de noite, pelo menos isso.
Fita os olhos cinzas, que procuram uma resposta dentro dele. Edward engole uma saliva que estava presa em sua garganta, não chega a ser incomoda mas com certeza é um alívio não senti-la mais. O garoto de cabelos prateados puxa o ar puro para seus pulmões.
—ok—molha os lábios com a língua—eu fico mais essa noite.
O outro sorri, em animação e satisfação. Um brilho interior surge no fundo dos olhos do elfo.
A dupla de irmãs e Glory, parados na porta trocam olhares. Calen cutuca Anna com o ombro, que apenas responde um um levantar de sombrancelha maliciosa.
—bom...—a mais nova das duas se prontifica—já que vai ficar, eu acho que vou organizar o jantar. Vou caprichar para essa noite—sorri animada.
As orelhas de Glory se levantam, escutando algo de longe se aproximar. De repente, batidas na porta do andar de baixo chegam até os ouvidos de todos no quarto.
—eu vou atender—Anna sai disparada.
—eu vou trocar de roupa. Você devia também, menino destemido—ri apontando para Edward. A mais velha caminha na direção de seu quarto.
Edward ri e Loren o acompanha. As risadas de ambos vão diminuindo o volume, até ficarem com os lábios leves e sem expressão. Encaram a visão um do outro. As bochechas do menor se tornam rubras pela intensidade do olhar do outro.
—hã v-você, você me ajuda a tirar isso?—com uma timidez Edward se vira de costas, trazendo o outro de volta a realidade.
—ah, claro, é, sim.
As mãos de Loren cruzam um caminhos até os cordões do colete que o outro veste. Começa a puxar as cordinhas marrons, enquanto o outro espera. Edward mantém as mãos para baixo, esfregando os dedos contra as próprias palmas. Os olhos cinzas do elfo sobem pelas costas do menor, observando seu corpo enquanto desamarra o cordão. Encara seu pescoço, branco, como uma neve macia e angelical. Qualquer contato excessivo com sua pele poderia deixar marcas...
Abre o colete, puxando pelas laterais do corpo magro. Edward se vira.
—obrigado...
Ergue seu braço, levando a outra mão para tirar seus braceletes.
—não, não...—o outro pousa a mão sobre a do menor, o impedindo no processo—deixa que eu, deixa que eu faço isso...—os olhos com a cor do oceano sobem, graciosos e belos para o mais velho—por favor?
—ah...
Mesmo sem resposta, o olhar diz tudo, uma permissão profunda, uma autorização graciosa... De bom grado. Com delicadeza, cuidado, como se estivesse lidando com um gatinho peludinho, Loren puxa os cordões logo em seguida os braceletes. A visão do menor o acompanha em deixar os braceletes de couro na cama. O dedo indicador da mão direita de Loren pousa abaixo do queixo do outro, puxando sua face para cima, para encarar seus olhos diretamente. A boca do outro abre e fecha, sem qualquer reação ou palavras, enquanto o elfo sorri, um sorriso banhado me luxúria, desejo e... Paixão.
Loren da um passo a frente, Edward da um passo para trás, mais um passo a diante do maior, mais um passo para recuo do menor... Continuam nisso até não restar para onde ir, com as costas de Edward batendo contra a parede do quarto. O toque em seu queixo continua, com a outra mão de Loren pousando ao lado de sua cabeça. Engole sua saliva com a aproximação do elfo. O espaço entre eles vai diminuindo, centímetro por centímetro. Loren age como se seguisse uma trilha, uma trilha de farelos de pão, comendo um a um dos grãozinhos, até chegar no pão inteiro e finalmente poder devora-lo por completo...
Mesmo com inseguranças, Edward fecha os olhos lutando dentro de si contra o desejo que o assombra nesse momento. Ele se deixa levar, mesmo pressionando os lábios, mesmo não tendo certeza... Talvez até mesmo pode ser errado... Mas quem liga? Ele está prestes a trilhar um caminho até seu destino, com medo do que pode estar por vir, mas nesse momento, talvez seja a última vez da tranquilidade antes da tempestade...
O barulho do estalar de uma madeira trás os dois garotos do mundo em que se trancaram. Loren se afasta do outro, rapidamente. Edward tenta recuperar sua postura perdida, encarando o chão com um rubro rosa atingido suas bochechas, sua mão pousa no cotovelo direito, apertando inconscientemente.
O elfo coça a cabeça, fugindo do contato visual da irmã mais nova que apareceu na porta. Anna não tem reação, apenas se sente desconcertada com a situação que, querendo ou não, atrapalhou.
—eu, é, hmmm... Hã, eu vim avisar que a anciã quer jantar conosco. Hm, an, é, isso. Se apressem... Tá?
Ela está igualmente vermelha, não conseguindo encarar os olhos da dupla. Como pra longe, em passos rápidos. Os dois garotos erguem seus olhares, encarando um ao outro, profundamente, mas rapidamente desviam, baixando a cabeça. Anna vai até o quarto de Calen. Bate a porta ficando com as costas na madeira.
—você foi lá, né?—a mais velha pergunta, com um sorriso sugestivo. Glory imita a dona nisso.
—sim! Eu, eu atrapalhei, eu acho.
—tu acha?—levanta uma sombrancelha. Glory baixa sua expressão, bravinho com as mãos na cintura.
—eu não queria!—se justifica—mas enfim, ai, vamos, a anciã já deve estar esperando.
—eu já tô pronta. Primeiro você—aponta para a porta.
—ah—Anna encara a maçaneta—é, sim, claro. É—abre a porta e sai em passos rápidos. Calen ri consigo.
Yen desce as pedras, deslizando e se apoiando. Fica em uma trilha, avista os anões, correndo para um objetivo. Ele olha na direção de onde eles estão a caminho, a caverna finai.
—sonfiryus!
Com apenas uma palavra sua, os quatro anões desmaiam em um sono profundo, caindo na terra rochosa.
Passa entre eles, assumindo o caminho. Fica em frente a caverna. Respira fundo, estufando e baixando o peito. Puxa o cabo de sua cintura, uma lâmina é criada usando a magia, se materializando em um material afiado. Ela segura a espada, partindo em passos lentos, adentrando a escuridão do local.
O vento frio, úmido, vindo do fundo das entranhas do escuro, bate levemente em seu rosto mexendo seus cabelos soltos.
Em poucos passos, ela avista um corredor que segue na direção esquerda. Conforme caminha para o lado oposto, sua visão vai se expandido. Ela avista um amontoado de gravetos, palha e gramas secas, formando uma espécie de ninho. Dentro dele, tem algo enrolado em um pano que se mexe, mas parece dormir com calma. Ao lado do o que seja que esteja ali, tem um ovo, com uma textura escamosa preta que reflete a úmida do lugar.
Uma grande questão brota na mente de Yen. Do corredor, da escuridão atrás do ninho surge Alexander, girando sua espada e apontando para Yen que fica na defensiva.
—o quê?
—fica longe da criança.
—criança?—encara o cavaleiro.
—ESPERA!—Castiel surge numa corrida, largando sua bolsa e retirando sua espada—não vamos fazer nenhuma besteira aqui.
—concordo, caçador-Alexander o olha-então por favor, não façam isso.
—por que está aqui? Quem é você?!—Yen eleva a voz.
Nem a dupla percebe quando o cavaleiro dá lugar a uma criatura de dois chifres grandes, um corpo musculoso de pele totalmente preta, como piche. Um rosto quadricular, olhos pequenos e pretos, dentes compridos pontudos superiores. Colares de ouro rodeiam seu corpo, além de grandes garras. Mantém sua espada apontada, agora dourada.
—não é possível... Você é o oráculo—Castiel conclui.
—isso mesmo.
—e quem é Alexander?—os olhos da criatura encaram a feiticeira.
—Alexander era um amigo, que veio até mim no seu último suspiro pedindo ajuda com a criança—ambos olham na direção do ninho—me pediu para protegê-lo.
—por quê?
—essa criança é descendente de uma dinastia da antiga era de ouro de Halla, descendente daquele que fazia parte dos Cavaleiros Prateados. Eu precisava descer até o vilarejo próximo para buscar comida para ele, mas chamei muita atenção e tinha que me infiltrar entre os que subiam aqui para tentar me matar.
—queria proteger a criança...
—sim. Eu jurei para meu amigo—encara a dupla, baixando sua espada—mas vocês não sabem o que eu vi-Yen ergue o olhar—esse menino, tem um grande destino que vai mudar esse mundo. Eu previ isso no momento que pus meus olhos nele. E quando vi você, caçador—da um passo, na direção de Castiel—eu vi o seu destino. E eu não sei por que, mas o brilho que vejo em você, eu vi naquele menino. O seu caminho, é junto daquela criança. Você é de extrema importância para ele e ele será de extrema importância para você.
—o quê? Não—balança a cabeça—está falando bobagens.
—o destino não mente, caçador. Eu demorei muito tempo para entender o que ele me mostrava, mas eu vejo, e eu vejo você, lado a lado com aquele menino—os olhos amarelos brilham refletindo a pouca luz que adentra a passagem da caverna-não negue o que está escrito para você.
—e quanto a mim?—Yen dá dois passos, se aproximando do Oráculo de dois metros de altura—qual o meu propósito? Qual o meu destino?
—você busca ser importante para alguém, seu propósito não é meramente isso... E não vai ser arrancando meu coração para fazer uma poção que você vai encontrar, Yen... Nascida em Wester, forjada em Horizon.
—eu não entendo...
De repente, na entrada da caverna surge o grupo de ladrões, armadas com machados e espadas. O líder, um homem sujo e barbudo, de peito estufado aparece.
—hah, olha o que temos aqui. Bom, está na hora desse monstro morrer!
Um dos homens dele corre em um grito único, na direção das costas de Castiel. O caçador gira seu corpo, se abaixando e cortando sua barriga. Castiel aproveita e corta as costas do ladrão, logo em seguida chuta o corpo morto. Os olhos mortais amarelos do caçador encaram os vários homens ali.
—VÃO! MATEM ELE!!
Todos eles partem contra o trio.
Castiel avança, girando sua espada. Ele corta a cabeça de um, luta trocando golpes contra vários outros, as espadas se chocam com os sons dos choques dos metais ecoando pelas paredes da caverna. Yen avança igualmente, ela lança um poder congelando em um dos homens. O derruba o deixando em estilhaços. Com a mão livre, ela invoca outra espada. Ela luta contra quatro homens, ao mesmo tempo. Devia do golpe e acerta o pescoço, em seguida bloqueia o ataque do segundo, lhe dá uma rasteira em seguida cravando a espada no peito do caído. Faz a lâmina de sua mão esquerda desaparece, levanta o punho com os dedos curvados. O chão de pedras da caverna se abre, surgindo plantas agressivas que agarram os homens, os puxa em seguida, com a terra devorando e levando suas almas.
O oráculo salta, em um rugido forte, lança os corpos dos ladrões os acertando com seus chifres curvados para traz, em seguida gira seu corpo decapitando três dos inimigos no processo. Alexander segura um dos homens, o lança contra o chão pisando em seu crânio em seguida. Ele corre entre os grupos, pulando e derrubando os adversários como se fosse uma bola de boliche.
—VENHAM, ATRÁS DE MIM!
Os dois ficam atrás de Castiel. O caçador balança sua espada, girando para trás e para frente, crava a lâmina no chão. Uma explosão invisível lança os ladrões, para fora da caverna. Castiel se vira para a dupla.
—belo golpe—Yen elogia.
—ali!
Outra parte do grupo de ladrões adentra uma entrada lateral, vindo por cima em um túnel circular.
—dividam-se. Eu vou proteger a criança e o ovo!
Alexander pula na direção do ninho.
—lida com eles?—o caçador pergunta a feiticeira. Ela sorri.
—deixa comigo, lobo negro.
Yen corre na direção do grupo, se lançando sobre eles. Invoca outra espada para apoio. Luta batendo as lâminas, se abaixa, fugindo de um golpe certeiro, gira, cortando o rosto e em seguida o pescoço do inimigo, ele cai. Os outros homens a encaram. Ela sorri, dando de ombros. Eles avançam com vontade de luta. Yen bate suas duas espadas, elas se partem em estilhaços cortantes e mortais. Manipula os metais, eles dançam como um belo balé angelical. Yen os lança na direção daqueles homens, que tem suas carnes atingidas. Os estilhaços param no ar quando passam pelos ladrões, as vítimas encaram, as lâminas quebradas voltam, dessa vez terminando o trabalho que começaram. Se agrupam e se reconstrói em duas espadas mergulhadas com sangue, que pousam firmes nas mãos de Yen.
Um ladrão dentro da caverna, que parecia morto abre os olhos. Sua visão avista o oráculo de costas, abaixado enquanto verifica o bem estar da criança.
Castiel corta o peito de um, em seguida segura o punho de outro. Passa a lâmina sobre o braço do inimigo, pousando em seu pescoço. Puxa a espada de volta, abrindo a carne que espirra o sangue vermelho. O vitorioso se vira, encontrando o líder dos ladrões. Yen surge, tentando acertar o homem por trás, mas ele desvia e a chuta para o chão. Os outros homens correm para cima da feiticeira.
—ahhh, vou matar um caçador. Quem diria, hein?
Os olhos do caçador são serrados, enquanto ele não se move e nem demonstra qualquer medo.
O ladrão dentro da caverna se rastejou silenciosamente e aproveita a oportunidade para cravar sua espada pelas costas de Alexander.
—RRRRRRROOOOOAAAAAARRR!!!!
Ele rugi de dor. A lâmina foi fundo o suficiente para atravessar seu corpo, surgindo do outro lado da barriga. Alexander se vira, suas garras seguram firmemente o pescoço do homem azarado. Ele abre sua boca de dentes afiados, em seguida vomita um um líquido fervente que se revela ser ouro. Cobre o corpo do homem que caí com o líquido endurecido, morto. O Oráculo cai sentado, com a lâmina atravessada. Cospe o sangue preto pela boca.
Há dois últimos ladrões restantes. O líder que luta contra Castiel e o segundo que conseguiu derrubar Yen. O líder é derrubado pelo caçador, mas Castiel percebe a desvantagem de Yen e arremessa sua espada na cabeça do ladrão, que despenca aos pés da feiticeira. Nesse momento, os olhos amarelos são atingidos por poeiras da terra. Ele é rápido em segurar a lâmina da espada do último ladrão restante.
—ahh, eu vou matar aquele monstro e levar aquele ovo para o rei! Pena que não verá isso, Caçador!
—aaahhrg!!
Usa sua força e se esforça, sendo capaz de conseguir entortar a lâmina em lentidão.
—quê?
Puxa o ladrão, o acertando um grande soco que o faz girar e ir parar nos braços de Yen, que o atravessa com suas duas espadas. Então abre os braços, puxando as lâminas lateralmente. Os pedaços do homem respinga antes da queda do corpo. Os dois vivos restantes se aproximam, trocando olhares.
No acampamento abandonado, o único que ficou para trás devido ao seu sono pesado acorda. Dylan desperta num impulso.
—Castiel?—se levanta, olhando para os lados—feiticeira? Anões? Alguém?
Corre apresado com a espada que ganhou, descendo a trilha. No caminho encontra os anões que recém despertam, com grandes dores de cabeça e enxaqueca.
—oh, merda. O que eu perdi?—passa por eles. Dylan avança até a entrada, encontrando a dupla de caçador e Feiticeira, rodeados por corpos—porra, que quê aconteceu aqui?
Os outros dois trocam olhares, recuperando seus fôlegos. Logo atrás chega os anões, com seus machados e espadas. Ficam de boca aberta quando percebem o que ocorreu ali.
—buceta, perdemos a melhor parte!
Castiel passa por Dylan, ficando em frente a Aquíla, segurando sua espada.
—sem perguntas, sem questões. Vão para o rei e lhe entreguem isso—ele mostra um dos chifres do Oráculo.
—acha que será o suficiente? Pode não ser—o outro suspira.
—diga a ele que se não estiver satisfeito, o corpo de um oráculo cairá em sua mesa de jantar de graça.
Aquíla troca olhares com seus companheiros e toma o chifre das mãos de Castiel. Com isso, os anões vão embora, comemorando felizes.
Dylan fica do lado de fora enquanto Yen e Castiel voltam para dentro da caverna. Encontram Alexander encostado numa pedra perto do ninho, sem um de seus chifres.
—f-funcionou?
—sim...—se sentam ao lado dele.
—que bom. Lembre-se: se precisar, entregue meu corpo quando eu não estiver aqui ah, cof, cof, cof!—cospe mais sangue enquanto sua mão pousa em seu colo.
—podemos ajudar, se você quiser—Yen sugere—posso usar o meu poder e...
—ah, não... Não precisa. Sabe, eu já vivi o suficiente... 100 anos é bastante tempo. Caçador...—o olhar quase sem vida encontra o lobo negro—jure pra mim... Que não vai negar... Seu destino—o outro nada fala-cuide dele, ahrg!—se inclina para o ninho. Suas mãos seguram a criança enrolada nos panos. Entrega para os braços do caçador, que mal tem jeito de segurar-ele pode salvar todos os reinos e uni-los mais uma vez... Ah, cof, cof, cof!
—como assim?—Yen questiona.
Ele não responde. Castiel puxa os panos, um a um, revelando o rosto da pequena criança, de no máximo um ano de vida. Os olhos azuis como o mar brilham quando encontram os de Castiel. O caçador tem seu coração atingido, isso o lembra do momento em que salvou sua filha adotada, aquela que lhe foi arrancada por aquele que ele considerou como um pai. Os dois mergulham nos olhares. O vento frio do local faz a criança rir e seus cabelos prateados ou brancos, dependendo, são lindos e se mexem. Sua pele é incrivelmente pálida também.
—ele tem nome?—finalmente ele fala, depois de ter a criança em seus braços.
—eu não sei seu nome... Ah, mas sei seu sobrenome. Wyndrivver, é ele.
—Wyndrivver...—Yen repete.
—você conhece?—Castiel pergunta.
—foi uma dinastia que reinou sobre Halla, o rei Varson era um dos Prateados e líder deles, governou os nove reinos de Halla. Eu li isso nos livros de Horizon...—pensa por um tempo—os Wyndrivver tiveram seu reinado terminado quando um conflito pela posse do trono ocorreu entre os seus. Esse conflito ficou conhecido como "O último vôo".
—por quê?
—os Wyndrivver foram os únicos que conseguiram montar dragões...—os olhos dos dois sobem, até o ovo escamoso no ninho.
—isso mesmo...—Alexander diz em seus últimos suspiros—... Aquele ovo, é para ele, mas só quando completar maior idade. Dê a ele como um presente sobre a sua dinastia. Só por isso... Você entende o quão especial é essa criança?—Castiel engole sua saliva—Yen...—ela o olha—seu propósito, seu destino... Está buscando da forma errada...—solta um último suspiro, antes de seus olhos se apagarem completamente sem vida.
Castiel e Yen saem da caverna, com a criança nos braços do caçador e o ovo de dragão. O deixa sob uma pedra, junto do bebê. Ele suspira, encarando o horizonte. Dylan se encontra distante, mexendo com pedras não querendo se intrometer entre a dupla.
—o quê você vai fazer agora?-ela pergunta.
—hum...—encara o céu, molha os lábios com a língua e depois o seca com as mãos vestidas com suas luvas—não posso ficar com essa criança, Yen—a encara.
—o quê?!—levanta a voz.
—mal posso cuidar de mim, agora de um bebê... E eu já fiz isso, resgatei, cuidei, como minha filha e foi arrancada de mim... Não quero isso de novo.
—Castiel...—fecha os olhos por alguns segundos, cuidando suas próximas palavras—... Eu sei o que você perdeu, não posso imaginar sua dor, mas você ouviu tudo que Alexander disse lá em seus últimos suspiros. Esse garoto não é qualquer criança, é o último Wyndrivver, descendente dos antigos monarcas de Halla. Ele é MUITO importante. Ele precisa de você, o seu destino está ligado ao dele—aponta para o bebê, dando passos até Castiel.
—não acredito em destino. Isso não existe.
—mas o destino acredita em você! Então não negue a responsabilidade que você tem! Você é importante para alguém! Você pode ter uma segunda chance!
—hum—o outro resmunga impaciente—não sou como você que busca ser importante para alguém só para suprir seu ego frágil de não estar sozinha nesse mundo!
—não venha falar disso para mim, sendo que está renegando a responsabilidade de cuidar de uma criança que está ligada a você!
Os dois se encaram, bufando pelas ventas. Castiel não está bravo com Yen, mas precisa descontar, ah, como ele precisa. Uma responsabilidade foi jogada em seu colo, uma responsabilidade que não pediu e é justamente algo que lhe lembra uma perda recente. Yen, frustrada por não conseguir aquilo que veio buscar, um propósito concreto, dito e escrito... Continua perdida.
—eu não pedi por isso, Yen.
—eu sinto por você, caçador... Você acredita que não pode proteger e amar sem ter isso arrancado de si, e com isso, ninguém irá conseguir amar você...
Ela dá as costas, seguindo pelo caminho de volta para o pé da montanha, sem olhar para trás, deixando e abandonando o caçador com coração de gelo. Dylan se aproxima do caçador, ficando logo atrás.
—acho que Alexander queria me mostrar o que eu tava perdendo... Lá vai ela.
—acho que não era exatamente isso... Talvez seja o seu legado, o seu destino que você está perdendo... Eu acredito no destino e sei disso, acho que você sabe também—Castiel o encara por cima do ombro, achando estranho um garoto daquela idade usar essas palavras. Morde os dentes prestes a explodir.
—mas que merda, garoto! Desde que te conheci eu pulei em uma pilha de merda! Faz apenas horas e já me aconteceu toda essa porra! Foi o Oráculo, a Yen e agora essa criança! Você quer ser um caçador?—aponta para Dylan—seja, morra tentando. Mas isso que vai encontrar, um bando de gente jogando coco na sua cara até você não aguentar e fugir do mundo, porquê você só queria que a porra da sua mãe tivesse abortado em vez de te colocar pra nadar nessa privada de merda!—surta—AAAAHHHH!!! PORRRAAA!!!!—chuta uma rocha aleatória que encontra.
—ah... Eu...—cuida as palavras, enquanto o outro bufa de raiva—bom... Entendi, Castiel... Eu acho que vou ir então... É... Desculpa... Não foi a... Minha intenção—suspira, mas o caçador nem vira o olhar ou olha para trás—a gente se vê, Castiel.
Resolve ir embora, deixando o lobo negro sozinho, seguindo pelo mesmo caminho que Yen percorreu. Desce as orbes, fitando a criança que sorri para ele. Suspira fechando os olhos.
Depois de percorrer longos caminhos, longas florestas com Destiny, ele sai de uma floresta. Encontra a entrada de uma vilarejo, que dorme na noite fria que neva. Com seu manto o cobrindo, olha para os lados, procurando a casa. Enfim acha.
Desce da égua, com a criança em seus braços. Sobe as escadas, arrastando seu pano. Bate três vezes na porta de madeira. A porta se abre, revelando um casal. A mulher segura a vela, enquanto o homem fica surpreso em quem vê em sua porta.
—Castiel? O quê faz aqui a essa hora?
—eu posso entrar?-pergunta.
—ah, claro, sim. Entre.
Já dentro da casa, sentado numa cadeira e com a criança na cama quente que foi oferecida pelo casal, Castiel conversa com eles.
—você tem certeza?
—sim... Eu não vou conseguir—o casal troca olhares.
—ficamos com ele. Vamos nos mudar em breve, ele não terá chance de encontrar esse mundo de novo.
—se ele perguntar dos pais...
—não se preocupe, nós resolveremos.
—obrigado—agradece—sei que posso contar com vocês.
—não é nada. Você salvou nossas vidas um dia, eu te disse que tudo que precisasse nós iríamos ajudar.
O outro acena. Castiel se levanta, indo para a saída. O casal com a criança nos braços o acompanha.
—ele tem nome?—a mulher pergunta.
—não... Qual você dará?—ela sorri.
—bom, ainda não sabemos, temos que pensar.
Castiel fita a criança, que sorri para o caçador. Seus olhos azuis são encantadores e fofos.
—que tal Edward?—sugere.
—ah, é um bom nome. Porquê dessa sugestão?
—me veio a mente. Era o nome que me lembro quando penso em meu pai, nem sei se é realmente esse o nome dele mas, é bonito.
—sim... Eu gostei. Se chamará Edward.
Após a despedida, o casal fecha a porta. O caçador sobe em seu cavalo.
—vamos, amiga.
Parte do vilarejo, adentrando a floresta densa e escura, numa noite fria. Leva consigo o ovo de dragão, um ovo que com o passar dos anos ruiu e se tornou tão duro quanto pedras.
Ali, ele resolveu negar seu destino, o deixando para trás... Mas, o destino não iria desistir tão fácil assim do caçador de olhos amarelos.
[...]
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