Ludo Game

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Quando eu era criança - na fase em que os jogos tecnológicos ainda não eram muito variados e acessíveis - eu adorava jogar ludo. Ocorre que é um jogo de tabuleiro em que você deve colocar seus quatro peões em segurança, dentro de suas respectivas casas, mas para isso, é preciso dar uma volta inteira no tabuleiro. Mas, assim como a vida, fazer isso não é tão fácil quanto parece.

No jogo indefinido dos dados, vamos pulando de casinha em casinha tentando avançar o mais rápido possível, porém, obstáculos entravam o nosso caminho. Ou temos azar nos números dos dados, o peão de outro jogador entrava nosso caminho, ou pior ainda: o outro jogador mata o seu peão e você tem que começar tudo novamente.

E afinal, essa não é a vida da gente? Uma caminho constante em que não sabemos quais serão os próximos passos, e mesmo que programando quais seriam esses passos, acabamos por encontrar todo o tipo de adversidade nessa caminhada. Nossa existência é um eterno lançar de dados no nosso curto período de tempo na terra. Há dias e dias, há aqueles que têm sorte e outros que, por mais que "sacudam" os dados, parecem não sair do lugar.

Os peões que nos matam, são as pessoas que sugam a nossa energia, que emperram nossas andanças e nos impedem de chegar ao nosso porto seguro, seja ele o seu trabalho, a sua família, o amor da sua vida ou até mesmo um grande sonho.

Mas tenhamos calma. Até hoje não conheci um jogador que nunca tenha "matado" o colega no jogo. Diz o ditado "um dia da caça, o outro do caçador". Se a vida dá voltas, como dizem por aí, no ludo não seria diferente. E de volta em volta, a gente vai chegando onde almeja, mesmo que para isso, seja preciso recomeçar, tantas vezes forem necessárias. E afinal, esse não é o sentido da vida? Desejo muitos recomeços! (Inclusive pra mim!).

Por Fabi Lange Brandes

Crônica publicada em 10 de fevereiro de 2016.

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