Faz alguns anos que tenho tentado definir o meu sentimento pelo Dia Internacional da Mulher. Geralmente, é o dia em que todos nos parabenizam, em que ganhamos flores, cartões, doces e todos os mimos. Quem não gosta de ser lembrado? Eu adoro, se não fosse apenas pelo fato de ser mulher.

Gosto quando lembram de mim pelo meus feitos, pela pessoa de valor em que me tornei, não apenas pelo gênero que, aleatoriamente, a vida me concedeu.
Gosto de receber flores quando lembram que eu sou importante pelo simples fato de eu fazer a diferença na vida de alguém, de ter ajudado um ser humano ou por que acharam que naquele dia eu merecia um encanto a mais.

Aprecio receber chocolates quando me degustam amarga e acham que eu poderia adoçar o meu dia, ou ainda, a minha existência. Amo receber um cartão, quando escrito à mão, com palavras sinceras e de cunho especialmente honesto, não quando me compram um cartão com uma das milhares frases prontas por aí e simplesmente assinam um nome. Me encanta receber os parabéns, quando eu realmente os mereço, quando sou lembrada de que fui realmente O MÁXIMO, em determinada situação e que me superei. Aí sim!

Não sou feminista, não sou machista, mas sim realista! Dia 8 de março é o dia da MULHER para lembrar um massacre histórico, que infelizmente, virou data comercial. Como eu disse, ainda estou confusa quanto ao meu sentimento à data, mas isso não me impede de parabenizar às mulheres que fazem a diferença todos os dias, não como mulheres, mas sim, como HUMANAS.

Na realidade, o meu desejo mais profundo é de que não somente hoje, mas todos os dias, sejamos valorizadas como pessoas. Que muitas não deixassem de apanhar só por hoje. Gostaria de verdade de que mais mulheres ganhassem flores com certa frequência, abraços mais acarinhados e elogios de seus chefes de vez em quando. 

Fica a reflexão no dia que nos foi "dado" para sermos, de alguma forma, lembradas.

Por Fabi Lange Brandes

Crônica publicada em 8 de março de 2016