De onde vêm os amigos?
Faz um tempo que venho pensando em escrever sobre isso. Quando mudei de cidade, achei que jamais teria amigos novamente, graças a Deus isso nunca foi verdade. Lembro que, no começo de minha nova vida, eu ia constantemente aos lugares e não conhecia ninguém. Tudo era um processo, ninguém me conhecia e todos me pareciam ter de ser conquistados.
Hoje a história é bem diferente: depois de dez anos da minha mudança, não saio de casa sem ver pelo menos uma pessoa conhecida, e mais! Acabei fazendo muitos amigos ao longo deste tempo.
É que, atualmente, estamos constantemente rodeados de pessoas novas: aquele colega novo no trabalho, aquela vizinha que se mudou recentemente, o amigo de um amigo, um conhecido da sua irmã, um novo integrante do grupo de pôquer...
Quando nos damos conta, as pessoas simplesmente entraram em nossa vida, e, para nossa sorte, algumas permanecem. Começa com um aperto de mão, com um "oi" meio tímido, até que de repente, já estamos combinando "qualquer coisa um dia desses". Daí, é um pulo prum " café lá na minha casa" ou um " feriado na praia".
E é assim que começamos a criar os laços afetivos e mais profundos, muitas vezes, dos que os consanguíneos. Registramos momentos, fotografamos lembranças e criamos memórias afetivas com essas pessoas, que, muitas vezes, entraram " sem querer" nas nossas existências.
Mas não me deixo enganar: em tempos de redes sociais, amizades andam no fio da navalha e perdeu-se bastante o sentido da palavra amigo. Na era digital e da comunicação cada vez mais rápida, parece que provar a amizade virou uma necessidade e ter mais amigos virou uma competição.
Ouvi dizer certa vez que " amigos de verdade podem ser contados nos dedos, e ainda sobrarão dedos".... embora pense que eu tenha bem mais amigos do que dedos, cabe a reflexão.
Não precisarei citar meus amigos aqui, afinal, eles estão presentes em cada uma das linhas tortas que eu escrevi até aqui.
Por Fabi Lange Brandes
Crônica publicada em 17 de maio de 2016.
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