A soma de todos os contrários
Eu sou toda errada, toda ao contrário. Vivo pegando a xícara pelo corpo ao invés de utilizar a "asa" que ela possui especialmente pra isso. Se uma roupa está do avesso, eu não a coloco do lado "direito" primeiro para então a vestir, mas sim, pego e coloco a roupa de maneira que ela fique do lado correto de uma forma que requer habilidade e malabarismos.
Não uso canudinhos para tomar nenhuma bebida, eu gosto mesmo é de colocar o copo na boca, em contrapartida, não gosto de beber direto de latinhas. Quando estou me maquiando, eu não sigo uma ordem: primeiro os olhos, depois a boca, depois um blush... faço tudo ao mesmo tempo e, de alguma forma, dá certo no final. Quando eu vou lavar as roupas, faço ao contrário do que a minha mãe me ensinou, e lavo primeiro a roupa escura. Minha lógica é diferente da dela, e que mal há nisso, afinal?
Seria bom usar amaciante nas toalhas, mas eu tenho verdadeiro horror às toalhas fofinhas... parecem que elas não secam. Ah! Eu também dificilmente abro os cadarços dos tênis para os colocar no pé, então, simplesmente enfio os calçados e saio caminhando por aí, deixando meus rastros tortos na história desse mundão.
Uma coisa engraçada que não posso deixar de partilhar é o fato de nunca abotoar o sutiã de maneira correta: sempre deixo um gancho sem engatar (até o dia em que eu ficar com o sutiã solto, é o que minha mãe sempre me diz). Tenho verdadeiro pavor de separar as roupas no armário entre minhas e as do meu marido: gosto de ver nossas roupas misturadas, bem pertinho uma das outras, misturando os nossos cheiros de um jeitinho que só a gente entende.
Uso o ar-condicionado na temperatura fria em todos os dias do ano, não importa se esteja frio, afinal, o barulhinho dele é como uma canção de ninar... (e também por que eu adoro me cobrir até sumir o nariz).
Amo os gatos coloridos, mas tenho um gato preto. Não é por isso que eu o ame menos (mas um gatinho colorido até que iria bem...). Quando vou a um restaurante, dificilmente sigo a ordem do buffet, e fico dando voltas e voltas para escolher o que eu vou comer (a não ser que haja uma fila a ser seguida, daí, não tem jeito mesmo). A maioria das pessoas aprecia um dia de sol com céu azul, eu já me sinto bem melhor em dias nublados e chuvosos.
Adoro ler, mas dificilmente leio a sinopse de um livro para saber do que se trata. Gosto de "ir na fé" e descobrir por mim mesmo sobre o que será a história (e muitas vezes, eu acabo me ferrando por ser assim). Ao contrário de muitos, eu não aprecio tanto assim finais felizes em minhas literaturas, eu gosto mesmo é de um final que defina a vida real, o mais próximo da vida que eu levo (não que a minha não seja repleta de finais felizes...)
Uma boa parte dos meus conhecidos ama fast-food, bom, eles se espantam quando comento que o meu primeiro Mc'Donalds foi aos 24 anos em uma viajem internacional, e que de fato, eu odiei. Bom, é questão de gosto, não é? (Por favor digam que sim e que eu ainda possuo alguma normalidade dentro de mim!).
Odeio hidratantes corporais: me diz qual é a graça de ficar todo melecado depois do banho? Lógico que eu adoro andar cheirosinha, mas ficar me lambuzando de creme, não rola, sorry!
Eu também sou a louca do corte de cabelo: atenção cabeleireiros, eu faço as coisas no cabelo e não me arrependo (só sinto saudades de como meu cabelo estava, algumas vezes... só algumas vezes!) Adoro cortar uma franja, mudar o corte de cabelo, repicar. Não tenho medo das mudanças.
Hum... talvez eu nem seja tão ao contrário assim, talvez seja apenas uma maneira diferente de ver o mundo, e meus queridos, se não fosse por tudo isso, eu não seria eu.
Por Fabi Lange Brandes
Crônica publicada em 29 de fevereiro de 2016.
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