Capítulo 8 - Gatunos
O grande palácio Imperio estava sendo iluminado pela luz das três luas de Evânia: Haumea, de cor esverdeada se encontrava mais a leste. Makemake de cor amarelada mais ao sul. E por fim a maior de todas, Éris, de cor azulada no alto do céu noturno.
As três luas aparecem no céu em conjunto uma vez por mês e no mundo de Evânia, é interpretado como a reunião das deusas abençoando o mundo com fertilidade e renovação para seus habitantes. Aqueles dias eram conhecido como o dia das Deusas.
Fogos de artificio iluminavam o pátio central do palácio com pequenas explosões de diversas cores. Fonte de agua gorgorejava. Soldados fortemente armados, com lanças, espadas e machados caminhavam de um lado para o outro. Uma curta caminhada ao norte do centro da capital Imperio levará você aos portões do palácio real. Antes da guerra com Thiel, esta magnífica estrutura era o lar da família real Henryniana e quartel para a ordem dos cavaleiros que os servia. Atualmente é usado como aposentos e apartamentos pelo imperador recentemente nomeado de Thiel. O próprio palácio foi construído há vários séculos e desde então foi o lar de muitos monarcas imperiais, sendo o Rei Marley o mais recente. Numerosos acréscimos foram feitos ao palácio ao longo de sua longa história (a Capital Imperio tendo várias vezes caído sob o controle de potências estrangeiras devido à invasão),arcos e arquedutos de pedra e mármore branco folheados com ouro, torres de vigilância e a majestosa e imponente capela, mas o porte geral de sua arquitetura é fiel ao projeto Feliniana original. Dentro do palácio existem câmaras secretas contendo documentos e tesouros pertencentes à família real. Poucos que vivem além das paredes do palácio sabem como podem ser encontrados.
De forma silenciosa e rápida, uma nave semelhante a uma moto voava entre as enormes pilastras do palácio. Um motor circular com luzes azuis e verdes brilhavam ao redor de um cristal. A pilota havia uma grande habilidade em desviar e não fazer barulho, pois a velocidade em que o veiculo se encontrava, ele derrapava no ar. Ele entrou num dos corredores acelerou ao longo do corredor, e a pequena nave pousou em frente a uma grande porta dourada. Eles desceram do veiculo. Enquanto ela desligava as funções da moto, seu companheiro retirava do coldre preso a sua perna, uma escopeta de coronha curta.
Sírius desceu as escadas de ferro. O local era iluminado por luminárias plantadas no chão que seguiam-se tanto para a direita quanto para a esquerda. A hidrovia seguia da esquerda para direita com alguns pedaços de lixo, papeis e pedaços de outras tralhas velhas. Pilares sustentavam os andares superiores. Enormes rampas levavam para outros lugares por cima da hidrovia.
Sírius seguiu para a esquerda até chegar numa rampa de pedra que o levava para um outro andar. Enormes ratos gorduchos e peludos que comiam ossos num dos cantos da parede avançou para atacar. Ele sacou sua espada. O primeiro rato avançou, Sirius desviou para a direita e o cortou ao meio. Um segundos correu e deslizou para baixo de Sirius, mas ele foi mais rápido e esmagou o pequeno roedor. Geralmente esses ratos, nagetiere como são mais conhecidos, causam enormes prejuízos. Quando há alagamentos nas épocas de chuva vindas do norte, bueiros sãos abertos e inundando a hidrovia por alguns dias, nisso, os nagetiere sobem os dutos de encanamento e invadem a capital Imperio. Ele continuou subindo as rampas até se deparar com uma grande abertura central do andar. Uma pilastra atravessava essa enorme abertura. Acima, espirais de luzes subiam até o topo e espirais de luzes desciam até os níveis inferiores sem saber a real profundidade.
No teto, virados de cabeça para baixo, pequenas criaturas achatadas,sua cabeça era fundida com seu tórax, oque o deixava sem pescoço, com pequenos olhos vermelhos e asas membranosas acompanhavam a caminhada do cão abaixo deles. Um zumbido agudo e fino atordoava sua audição aguçada. São os nachtaktiv , morcegos subterranos que se alimentavam dos lixos e dos ratos que se proliferam nesse ambiente.
Seguindo em frente, Sirius tinha a sensação de que ainda mais estava perdido naqueles corredores labirínticos. Ele subiu e desceu escadas, entrou em túneis e saia em outros pontos. Até que ele percebeu que na parede e no chão, uma faixa fina de ouro se estendiam por apenas um único caminho. Ele o seguiu até se deparar com uma escada relativamente nova. Com mais detalhes em ouro que subia em espirais nos degraus. No alto alçapão com o símbolo real. Ele subiu as escadas. Chegando no topo, ele retirou a magnerite e passou pelo alçapão até ouvir o som de engrenagens rodando. Um CRECK satisfatório ecoou pela aquelas camaras. O alçapão abriu e ele subiu.
Sirius saiu no meio de uma dispensa cheia de vários outros objetos velhos, esquecidos e quebrados que faziam parte da paisagem do palácio. O lugar era iluminado por lamparinas de ouro. O chão era de cimento e as paredes e o teto haviam mosaicos azuis e amarelos. A sua direita, a saída; uma grande porta de bronze com gravuras que talvez seriam deuses e guerreiros lutando uns contra os outros naquela pintura desafiadora. Ele estava nas dispensas reais do palácio de Imperio.
Se aproximou da grande porta e a abriu. Do lado de fora, ele percebeu que estava no que seria um enorme celeiro, e no meio dele gigantescas pilastras de mamore branco e ouro sustentavam o andar acima. O lugar era imenso e bem movimentado: As pessoas ali embaixo conversavam entre si das diferentes raças e espécies. Todos eram servos do palácio. Uns corriam para os lados levando roupas e maquiagens. Outros levavam enormes sacos de cereais para fora dali. Haviam duas pessoas com feições de onças mas não pareceram ligar muito para Sirius.
O movimento era intenso em todos os lados. Soldados guerreiros faziam a patrulha por ali, enquanto outros mercadores despachavam enormes caixas de madeiras e recebendo outras em trocas.
-Merda... –Graniu Sirius. Ele pôs a mão na sua espada. Ele era o único ali que estava armado. Os guardas jamais permitiriam alguém fora eles, andarem com uma espada pelo palácio. Ele teve uma ideia. Se aproximou de um dos homens-porcos que aparentemente estava sendo o fiscal de entregas das refeições do festival daquela noite. Sirius se aproximou:
-Ei, você! – Gritou o porco – Por que não está trabalhando?
-Desculpe senhor, é que pegaram a caixa que eu tinha que levar e...
-Não seja por isso! – O gerente-porco entregou uma caixa para ele – Pronto, ai está sua mercadoria! Agora preciso que você leve isso para a cozinha! Se não o chefe não poderá fazer o ensopado de osso! Leve isso agora garoto, ou não terá o pagamento!
Sirius pegou a caixa, colocou nos ombros e se dirigiu para as enormes escadas no final do celeiro. Ele guardou sua espada dentro da caixa e seguiu em frente. No final do gigante celeiro, ele se deu de frente com uma multidão conversando com dois guardas Thieldianos.
- Você reuniu todos para a ocasião? Bom, muito bom – Disse o guarda para um dos porcos - Você estará no dever de limpeza quando a festa acabar. Espere aqui até estarmos prontos para você.
O outro guarda pôs a mão no cabo da espada.
-Ninguém vai para o andar de cima enquanto não dermos a ordem. Saia da linha e você será punido. Entenderam? – Todos ascenaram com a cabeça. – Ótimo.
Lá no fundo, Sirius levantou a mão:
-Desculpe senhor, mas eu preciso levar isso para a cozinha. Se eu não levar, o chefe me faz de casaco de pelos pro próximo inverno.
Os guardas fizeram o gesto para ele subir as escadas. Assim o fez, ele atravessou outra grande porta recheada de figuras de batalhas e mortes.
-Certo, ok. Um passo de cada vez, o que foi mesmo que o velho Darlon disse? "O sol pede pela força da pedra do sol, para iluminar o caminho nublado". Bem... – Ele tirou do bolso da sua pochete a solrite. Ela brilhava de maneira fraca e morna em suas mãos. – Vamos lá.
Os corredores do palácio também eram labirínticos e possivelmente tão pior quanto o da hidrovia. Paredes brancas feitos de pedra eram pintadores com mosaicos azuis e verdes, Luminarias amarelhas iluminavam os corredores. No chão, tapetes persas amarelo e cinza se estendiam ao longos dos caminhos. Guardas de diversas espécies conversamvam baboseiras tranquilamente. Outros montavam guarda e outros trocavam de turno. A cada encruzilhada, uma figura no tapete se repetia: Um leão. Algumas portas estavam trancadas com correntes e cadeados para que ninguém entrasse. Sirius andava a passos largos e ficava nervoso a cada vez que cruzava com soldados armados.
Ele notou pelo canto do olho, um corredor sem saída. Apenas um muro de pedra no final com o símbolo do leão e uma coroa entalhado na parede. Sirius caminhou lentamente até lá. A medida que ele se aproximava, o cristal solrite brilhava mais forte e emanava um calor agradável. Ele colocou a caixa no chão e aproximou da parede. Uma luz azulada começou a brilhar na parede e como cacos de vidros, ela desapareceu na sua frente.
Solrites possui várias funções: desde de energizar aparelhos eletrônicos com a luz solar que fica armazenada dentro dela, até servir como luz e a quebra de feitiços. Ela não é a única que realiza a ultima função, e também nem é a melhor para isso mas como é a que possui maior abundancia naquela parte do continente de Pangea.
Uma pequena porta apareceu na parede e se abriu. Sirius olhou ao redor, colocou a caixa no chão e entrou na sala.
-Bem, isso resolve a passagem secreta. Agora, onde está esse tesouro. –atrás dele, a porta se fechou e ele ficou preso no corredor escuro - Ei! espera! Acho que não está me deixando muita escolha, que droga!
Do outro lado da parede, passos de guardas apressados ecoaram. Pelas vozes, eles estavam procurando alguém por aquela área. Sirius ouviu meio baixinho, que viram que quebraram o selo mágico.
O corredor na sua frente era praticamente uma continuação da do outro lado. Os desenhos nas paredes era os mesmos, os tapetes eram os mesmos. A única diferença era que ele era mais escuro que o resto do palácio. Ele seguiu em frente. E no final do corredor, encontrou um enorme portão de ouro maciço com vários círculos, quadrados e triângulos cravados aos longo dele. Ele passou a magnerite pelo portão. Engrenagens começaram a trabalhar. O portão se abriu para os lados dando passagem, e um pequeno corredor ainda mais escuro surgiu na sua frente. Ele entrou.
A sala do tesouro era gigantesca. Era um enorme salão oval, com pedras de diamantes, rubis, safiras, esmeraldas e outras pedras preciosas estavam entalhadas na parede. Tijolos laranjas e desenhos de guerreiros, deuses, as três luas e três deusas transformavam aqueles entalhos em obras de arte. O salão por sua vez tinha todo tipo de tesouro: enormes bigas de guerra. Uma estátua de um soldado vestindo uma armadura amarelada, segurando uma espada na sua mão direita e um escudo em formato de sol na esquerda. Inumeras caixinhas pequenas guardando jóias de todas as cores. Velhos veículos de transporte, motocicletas em formatos de lobos, touros, ursos, leões, gatos estavam estacionados e empoeirados (e esquecidos também) num dos cantos. Inumeros jarros de porcelana de todos os tamanhos, formatos e cores estavam espalhados pelo salão. Talheres de prata e ouro estavam guardados numa caixa em formato de baú. Entre muitos outros tesouros podiam estar ali, naquele mar de tralhas velhas.
O chowchow começou a vasculhar todas as caixas que encontravam. Olhava dentro das caixas e dos baús que encontrava. Empurrou grandes caixas dos lugar, abriu diversos sarcófagos, rezando para não encontrar nenhum esqueleto ali dentro, mas pra sua sorte (ou azar) estavam todos vazios.
Mexendo em alguns aparelhos que ele não fazia ideia do que fosse, ele acabou apertando um pequeno botão circular de um aparelho em forma de cubo, e ao longe um CLICK e d e peças de ferro se movimentando ele ouviu. No centro daquele salão oval, do chão, um alçapão abriu e surgiu uma estatua de uma mulher de braços abertos. Ela tinha um rosto de um poodle e seu olhar era sereno, e trajava uma armadura de batalha. Atrás dela um enorme anel de ouro.
Seus olhos brilharam como pequenos sóis e sua boca abriu, revelando que dentro dele havia algo brilhante. Um cristal cúbico. Sua cor era de azul marinho e dentro dele havia o cosmos que se movimentava dentro dele como uma espécie de tesserato. Sirius se aproximou devagar e ficou impressionado com a luz emanada pelo cristal cúbico. Ele subiu no pedestal da estatua e pegou o objeto brilhante. Ele ficou admirando os cosmos dentro, que se movimentava algo como vindo da quarta dimensão. Um tesserato perfeito.
Tesserato Safira
Aquilo era melhor do que qualquer outra coisa que ele poderia roubar daquele lugar. E é muito mais do que ele poderia ter sonhado em querer algum dia. Ele tinha nas mãos, algo de valor inimaginável, que possivelmente nem todo o dinheiro no mundo poderia pagar. Ele ficou boquiaberto, sua língua roxa babava em sua camisa.
No fundo ele ouviu a porta se abrir.
-Um grande desempenho seu, garoto.
-Quem é você?
-Quem sou eu? Eu sou o papel principal da peça, quem mais?
O homem a sua frente era alto e magro, com um rosto de um gato. De pelagem branca e cinza. Ele usa um colete bordado dourado e verde-oliva sobre uma camisa de colarinho alto e calças justas de couro preto com caneleiras de couro e sandálias de aço com a parte de trás aberta. Dois cintos cruzados com fivela de ouro com duas bolsas presas em cada lado e uma coleção de anéis e pulseiras de cores vivas na mão esquerda, e tem um par de brincos em ambas as orelhas.
-Flora, o tesserato.
Uma mulher ainda mais baixa que seu companheiro apareceu do nada atrás de Sirius. Ela tinha feições de uma gata em seu rosto e orelhas pontudas. Olhos levemente puxadas e uma cauda branca, ela era uma norueguesa da floresta.. Ela usa uma blusa branca com mangas sino sob um macacão laranja sem mangas justo com espartilho amarrado na frente e nas costas e grandes fivelas brancas nas coxas. Ela usa um par de luvas de couro vermelhas e botins vermelhos, uma gargantilha preta e um grande suspenso em um longo pingente de prata.
-Agora. Eu fico com isso. – Sua voz era calma e tranquila.
-De onde vocês vieram? Eu não ouvi vocês se aproximando! Como sabiam desse local?
O homem riu. Sua cauda de gato balançava.
-Garoto, nós somos gatunos, não fique tão surpreso assim, ok? A pergunta é como você sabia daqui. Agora, por favor. O tesserato.
Sirius apertou o cristal cúbico na sua mão.
-Não, não vai. Eu encontrei. Ele é meu!
-Então, quando eu tirar isso de você, ele vai ser meu, certo? – O homem-gato pegou sua escopeta de coronha curta e se encostou numa caixa. Flora se aproximou do companheiro.
Gatuno? Foi o que ele disse. Assim eram chamado os ladrões de mais alta classe no mundo de evânia. Há lenda deles por todos os continentes e seus feitos. Não é atoa que eles estavam ali, num local tão protegido e secreto do castelo. Sirius percebeu que eles eram realmente profissionais. Seus feitos, roubos se tornaram historias pelos quatro cantos do mundo. O sistema de magias de proteção só evoluíram com o passar dos séculos graças a eles. Ladrões especializados em todo tipo de roubo. Palacios. Reinos, informações, impérios, não existia nada no mundo que eles não pudessem roubar. A maior classe de ladrões estavam ali, na sua frente. Diferente de Sirius, que roubava os guardas para proteger a população, agindo como uma espécie de Robin Hood, os Gatunos poderiam salvar reinos e impérios se contratados pelos nobres. Eles não era simples ladrões, não... eles eram gatunos.
Sirius pensou em sacar sua espada, mas calculou que não daria tempo de ataca-los, já que o homem a sua frente estava com uma escopeta. A sua companheira, Flora, pelo o que Sirius pôde analisar, não carregava nenhum tipo de arma.
Do lado de fora, vários guardas começavam a gritar e a correr. As orelhas começaram a procurar de onde vinham. Uma porta magicamente abriu atrás deles lentamente. O homem-gato e Flora trocaram sorrisos um para o outro.
- Saída a direita – Flora disse ao companheiro. Ele deu de ombros. – Os deuses não sorriram para nós dessa vez.
-Eu acho que gosto mais dessa forma. –Retrucou o homem-gato.
Sirius aproveitou a distração dos dois gatunos e saiu correndo em direção da porta que acabara de abrir.
Ao sair, ele se deparou que estava num outro lugar do palácio. A sua direita, vários guardas corriam pelos corredores, todos armados. Ele olhou ao redor e subiu as escadas a sua frente. Depois ele dobrou a direita e subiu mais quatro andares. Até que chegou no final do corredor deu de cara com outra enorme porta gigante de ouro. Apressado, ele passou a magnerite e a porta se abriu.
Sirius correu o máximo que pôde, atravessou uma passarela que ficava no alto do palácio do lado de fora. Abaixo dele, ele presenciou uma cena: Diversos soldados lutando homens armados de todas as raças. O pátio principal tinha se tornado um palco de uma batalha. Soldados morrendo de todo tipo: esfaqueado, dilacerado, pisoteado, queimando, magicado, cortado, esmurrado entre outras formas de se morrer numa batalha. Ele parou no parapeito para ver o que estava acontecendo.
-Mas... o que está acontecendo? – Acima dele, uma enorme nave de guerra se aproximava de uma das torres.
Um dos canhões mirou para o chão e disparou uma bola de fogo, queimando quem estivesse lá embaixo. O impacto foi tão forte que fez Sirius cambalear para trás. Uma enorme bola de fumaça subiu aos céus. No meio do confronto, Sirius percebeu alguém conhecido: De pelagem branca e rosto canino, ela usava uma armadura de combate. Estava bem próxima de onde a bola de fogo havia sido atirada.
-Eita pai amado! O Bearthorn, hein? Isso é completamente uma invasão, sem duvidas! –O felino apareceu do lado de Sirius.
-Cruz credo capeta, como você apareceu aqui?! –Espantou-se Sirius – Me deixa em paz!
-Tempo impecável. Se eu não soubesse melhor, eu diria que eles estavam esperando o tempo todo.
A enorme aeronave de guerra apontava mais canhões para o campo de batalha lá embaixo. Aquele colossal cruzador imperial começou a disparar bolas de fogo por todo o palácio.
-Pare de correr, garoto! –Gritou.
Sirius corria ao longo da passarela, tentando fugir do gatuno que estava atrás dele. Do seu lado, uma motocicleta voadora cruzou os céus e passou rasante ao seu lado: Flora estava pilotando ela. Parou a sua frente, impedindo sua passagem.
-Fim da linha, garoto – Falou o felino atrás dele – Você tem algo que me pertence. O tesserato.
Ele começou a caminhar lentamente em direção a Sirius, enquanto do outro lado, Flora avançava lentamente com o veiculo.
Atrás deles, uma grande luz desceu do céu. Luzes de holofotes varreram a passarela e passou por cima deles. Com suas orelhas de gato, Gerlon ouviu algo.
-Droga, eles chegaram!
No portão, mais soldados imperiais armados apareceram.
-Mais logo a frente!
Gerlon começou a correr em direção a Sirius.
-Vamos Flora, pau na maquina!
Ela deu uma volta e pulou para fora da passarela. Gerlon avançou em direção ao Sirius e o agarrou pelas pernas e o jogou em seus ombros.
-Você vem com a gente. – E Gerlon saltou da passarela, deixando os soldados para trás.
Em pleno ar, Flora pegou Gerlon e o colocou na garupa, enquanto o homem-gato agarrou Sirius pela sua mão que ele segurava o tesserato. Eles passaram por dentro da uma nuvem de poeira e fogo, os cegando por alguns segundos.
-Me solte agora! – Berrou Sirius
-Se você continuar assim puguento, é capaz de eu soltar mesmo! Agora segure esse cristal!
Por cima do campo de batalha, a motocicleta voadora apresentava defeitos. Ela começou balançando para cima e para baixo e depois de um lado para o outro. Eles iam batendo nas torres e no muro do palácio umas quatro a cindo vezes. A turbulência piorava cada vez mais.
-O que está acontecendo Flora?
-Eu não sei. Não está querendo me obedecer!
-Droga. Eu não tenho tempo para isso!
No alto das torres, soldados começaram a atirar flechas.
-Eu estou escorregando, caramba, faça alguma coisa! – Gritou Sirius.
-Não é nada bom! –Amaldiçoou Gerlon.
Acima deles, a Bearhorn voltou a atirar enormes bolas de fogo. Uma delas passou a metros deles que explodiu violentamente no chão. A turbulência piorou. A nave começou a rodopiar em pleno ar e a ultima coisa que eles lembram de ter visto, é eles atravessando uma densa e escura nuvem causada pelas explosões.
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