Capítulo 5 - O discurso do Imperador

Por meios dos habitantes que se aglomeravam para ver a cerimonia, vários cochichos pairavam sobre a atmosfera urbana. Era a primeira vez que o "Imperador" de Thiel vai para a Capital Imperio desde de que o rei foi acusado de vender o reino. E essa era a chance perfeita para Sírius ver de perto o responsável que virou sua vida de cabeça para baixo.

"Imperador" era assim que Leore Klauss era chamado em Pangeia. Um boato difuso a respeito dele para mostrar sua força e soberania, pelo o que ele vinha conquistando e fazendo ao longo de sua campanha pelo continente. Quando na verdade ele era apenas o príncipe de Thiel. O terceiro, na linhagem de sucessão ao trono.

Ele e Mikka corriam entre os moradores direto para a avenida principal da Capital. Eles sem lembravam perfeitamente que alguns anos antes ela tinha sido palco de dois eventos importantes e agora, sediava mais um. O homem que subjulgou toda uma nação em poucos dias, um homem que veio do leste conquistando tudo e a todos que estavam em sua campanha de consquista para o oeste. Encima de uma aeronave que deslizava sobre o chão, guardas com cabeças de javalis e hienas o escoltavam, com lanças que crepitava de eletricidade nas pontas. As pessoas estavam todas amontoadas na calçada vendo aquele homem leonino passar e acenar para eles. Com um sorriso que ia de orelha a orelha, ele mostrava seus dentes brancos e afiados. Sua juba vermelha vermelha circulava todo o seu resto e fechava abaixo do seu queixo. Ela balançava volumosamente ao bater do vento.

Alguns habitante comemoravam a passagem das naves. Outros choravam de lamento. Crianças admiravam os guardas quando estavam nos ombros dos pais. Pétalas de rosas choviam das aeronaves acima deles, a ultima vez que aconteceu a chuva de pétalas, foi durante o casamento da princesa Zafira e do príncipe Hércules. As janelas dos prédios e residências se abriam para os moradores que não conseguiram sair de casa ver o imperador passando. Afinal, não é todo dia que o homem que dominou seu reino passa de forma pacifica em frente a sua casa.

Sírius passava correndo e esbarrando entre a multidão. Mikka com sua habilidade felina, desviava e pedia desculpa para aqueles que foram empurrados. Correndo rápido, ele conseguiu acompanhar por alguns segundos o andar do imperador, que se dirigia para o castelo no meio da Capital. Ele só parou, pois os guardas desconfiaram e o impediram de prosseguir. Avisando-lhe que se ele quisesse ver a cerimonio, teria que ver da arquibancada que fora construída ao redor do enorme castelo Imperial. Mikka o alcançou e o segurou em seu braço. Ela tinha esse hábito quando se sentia assustada. E lá longe, o imperador se aproximava ainda mais de seu destino.

Sua nave deu a volta ao enorme chafariz que havia em frente ao castelo e diante das enormes escadarias, ela estacinou. No meio das escadas um palanque improvisado tinha sido montado. O imperador desceu de sua nave e deu uma breve olhada em volta. No palanque improvisado, um soldado com uma armadura um pouco mais avantajada (supõe-se que era de um cargo mais importante dentro do exercito de Thiel). Seu helmo tinha dois enormes chifres, tinha um corpo avantajado e seus braços pareciam enormes vigas de aço.

-Vamos afinal! Eu lhes trago hoje, o seu novo imperador! Sua Alteza Imperail Lord Leore de Klaus. Da casa real de Klaus! Comandando do espaço aéreo Ocidental do Imperio Thieldiano... – O imperador leonino revirou os olhos e desceu as escadas. O palestrante taurino se assustou – Vossa Excelencia!

Leore desceu as escadas e furando a barreira que era formada por soldados thieldianos, se dirigiu a população que acompanhava a cerimonia. As pessoas começavam a falar baixo entre si. Não era normal, até aquele ponto, que pessoas da realeza se misturassem com o povo. Nem mesmo o rei Marley, que era querido pelo povo, jamais furou os protocolos reais. De longe, nas arquibancadas, Sirius e Mikka o assistiam de longe.

Leore voltou para sua nave e subiu, abriu a capota do teto e se virou para o povo.

-Povo da capital Imperio! – Rugiu Leore, sua voz com facilidade poderia ser ouvida por aqueles que se encontravam mais afastados dele – É com o ódio que vocês recebem para seu imperador? É com ódio, que vocês olham para Thiel?

O povo começou a protestar.

- Para o inferno seu império! Volte para Thiel, de onde vocês pertecem!

Leore suspirou. Ele baixou a vista por alguns segundos e depois se voltou para o povo.

- Não tinha sentido eu perguntar... Mas quero que saibam disso: Eu não tenho esperanças de acabar com esse ódio. Muito menos pedirei sua fidelidade! Esse é o preço por seu querido Rei que se foi, e com um certo grau de razão, não é? O Rei Marley amava seu povo. Se esforçou para trazer a paz. Sua era digna de sua devoção e nome por toda Evânia.

"Agora, ele permanece no meio de vós, protegendo-os de qualquer perigo como sempre fez, não é? Sua forte crença pela paz e bem-estar de Henry não cairá. Só posso fazer apenas um pedido a vocês: que falam honra ao seu rei. Juntos, poderemos e vamos abraçar a paz, Sua Majestade certamente desejaria isso. Quatro anos agora nos divide do fim amargo da guerra. No entanto, sua sombra ainda paira sobre tudo e a todos aqui, sufocando a paz frágil. Apenas uma cortina de fumaça que você pode arrematar! Vou lhe dizer mais uma coisa... E seu ódio de mim e do Imperio Thieldiano, não vai me entristecer e nem me abalar! Eu vou permanecer firme, tenho que permanecer firme, e eu vou suportar todo o seu ódio, sofrendo com suas pedra e flechas. É meu dever defender o reino de Henry e a capital Imperio! Aqui vou pagar a minha divida com vocês e com o seu rei! Eu juro agora!"

As pessoas olhavam ao redor. Cochichos baixinhas iam de pessoa para pessoa. Alguma delas já começava a sentir que aquelas palavras poderiam ser verdadeiras. E se não fosse, o que elas poderiam fazer? Suas forças tinha sido derrotadas antes. Agora não seria diferente. Leore continuou.

-Embora Rei Marley e a princesa Zafira se foram, eles estarão sempre ao lado de seu povo. –Leore apontou para o palácio que se estendia atrás dele – Em honra a paz... prometo honrar a sua memória e ao reino de Henry. É tudo que eu peço, é um pedido simples. Minhas esperanças estão com vocês agora. – Ele pos a mão no coração e se curvou.

Aplausos. Vários aplausos começaram a surgir em todas as direções e de todos os lugares. Soldados, moradores das janelas, as pessoas das arquibancadas e as que estavam a sua frente. Assobios altos vinham do fundo. Na arquibancada, Sirius já pegando no sono, levou um empurrão de Mikka, que começava a aplaudir.

Leore desceu de sua nave e foi recebido por seus soldados. O General com cabeça de touro se aproximou.

-Capital Imperio gostou de você, senhor. – Sua argola de ouro balançava em seu nariz.

-Isso é magnifico! É o que eu espero – Respondeu Leore – Aprecie esse Castelo, por agora.

O touro e Leore se viraram para o imponente Castelo de mármore branco e gigantescos portões de ouro atrás deles.

-Elegante, contundo supremo e lunático em sua estrutura. Explêndido! Um exemplo impressionante de arquitetura Feliniana. Espero que o Senhor Garant veja isso um dia.

De longe, Sirius e Mikka observava os dois conversando. O povo aos poucos se retirava do local. Vários Lordes e Burgueses de Thiel chegavam as portas do enorme Castelo Imperial.

-O patrono do banquete desta noite quer agradar a vossa excelência.

De longe, um lagarto de escamas verdes e uma blusa chamativa extravagante se aproximava.

-Sou Angelo, Alteza. – Angelo se curvou. Sua coluna estalou, lhe causando uma enorme dor – É verdadeiramente uma profunda honra saber que é o nosso imperador, Alteza. O povo de Imperio erá se juntar para dar boas-vindas...

-Não precisa me chamar de "Alteza". – Interrompeu Leore. -Na verdade eu sou o filho do nosso imperador, não sou príncipe. Acho que por ser o filho preferido e o próximo a herdar o trono, ele quer que eu já me auto intitule Imperador, desde de cedo.

Ele fez um movimento com as mãos.

-Imperador de Thiel é escolhido livremente pelo seu povo. E assim como Garant, eles me elegeram como seu representante. Sou apenas um funcionário eleito e nada mais que isso.

Angelo baixou sua visão, pela expressão de seu rosto escamoso, era difícil distinguir suas emoções.

-Eu não quis ofende-lo.

Leore riu. Sua gargalhada ecoou.

-Eu não penso nisso, está tudo bem. A proposito, eu não quero que me trate como Alteza, Senhor, Consul ou o que for para esse assunto.

-Não?

-De agora em diante eu sou um cidadão da Capital Imperio. Sou um Henryniano. Como vocês. Por que não me chama apenas de Leore?

Angelo arregalou seus olhos escamosos e velhos.

-Eh, eu não posso fazer isso! Isso não seria certo.

Leore colocou sua mão no ombro do velho lagarto.

-Você está totalmente feliz com formalidades. Eu tenho muito o que agradecer ao seu povo, os habitantes do oeste. Eu tenho apenas um remédio para isso, vindo do seu país, inclusive: Esta noite você vai se juntar a mim no jantar, e vamos encher a cara até que você me chama pelo nome.

Leore ajudou Angelo a se erguer-se. Deu meia volta e deixou aquele velho escamoso com um sorriso bobo e uma cauda balançando. O soldado com cabeça de touro inclinou-se para frente, deu meia volta e desapareceu na multidão, atrás de seu imperador.

De longe, nas arquibancadas quase vazias, Sirius encarava Angelo pelas costas. Mikka tirava pelos duplos na ponta de sua cauda.

-Como é que ele pode adorá-lo assim? Inacreditavel. – Resmungou.

-Sirius, você simplesmente não consegue entender, não é? Ele não está fazendo isso porque quer. Você sabe o que aconteceria se ele não fizesse?

-Eu sei, é que...

-Então, o que você faria de diferente?

Sirius suspirou. Ele encarava os estandartes de cor vermelha estirados nas janelas ao longo da avenida principal.

-Eu não sei. Acho que eu faria alguma coisa. Certamente eu faria alguma coisa. 

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