Capítulo 22 - Tesserato Safira
A nave de prisioneiros os esperava no Heliporto, no jardim da casa do Marquês. Uma nave retangular com ângulos redondos e dois motores de energia com anéis de ouro que girava e emanava um brilho azul.
Os prisioneiros estavam algemados e eram levados numa fila pelos guardas thieldianos. Eles adentraram a nave e ela decolou. Os anéis giraram a toda velocidade. O ar ao redor da máquina esquentou. Em segundos a nave saiu do chão e decolou em direção a gigantesca Bearthorn, a colossal aeronave pairava silenciosamente sobre as nuvens do céu notuno.
A nave atracou numa espécie de estacionamento numa das extremidades da gigantesca nave. Havia cerca de trinta naves iguais a aquela que eles foram levados. Soldados thieldianos trabalhavam em motores, armas e couraças das naves. O galpão tinha enormes portas de aço que fechavam e abriam. A visão dali de cima dava para ver quase toda Arrokoth, até onde a visão e as nuvens permitiam ver.
A aeronave da classe Bearthorn nº 7 é o carro-chefe da 3ª Frota do Exército Imperial Thieldiano. A 8ª frota foi designada para a Força Tática Feliniana da Armada Ocidental, sob o comando do Marechal Urie. Equipado com vidro celestial feito para resistir aos efeitos da Lok Tay, as terras mortas que há no oeste do continente. A Bearthorn é uma das três bases da força principal do Exército Imperial. Ela ao mesmo tempo serve como uma masmorra quase impenetrável.
É revestido de um metal branco como mármore. Possui novecentos metros de comprimento e cento e quinze metros de altura. Diversas torres ao longo de toda a aeronave. Nos fundos, gigantescos motores e duas longas asas com turbinas. Na parte da frente, uma enorme cúpula com visão 360 graus. Na parte de baixo, incontáveis canhões descansavam desligados sobre a cidade.
Ele foram retirados com violência da naves e colocados em fila. Um soldado thieldiano seguiu na frente deles e eles seguiram em frente. No final da plataforma, um elevador hidráulico os esperava. O soldado puxou uma alavanca e eles subiram.
Os prisioneiros saíram do elevador e adentraram num corredor escuro. O chão era revestido de um tapete vermelho. As paredes e o teto eram azuis escuros e frios, combinando com a atmosfera gélida. Os únicos sons que ecoavam no interior da nave, era o tilintar das correntes.
A porta de vidro na frente deles abriu. Eles adentraram na sala principal da aeronave. Na frente deles, um enorme salão oval era a sala de comando. Vários painéis de controle onde soldados trabalhavam. A visão à frente deles era as torres e os cristais na casa da casa do Marquês. No meio do salão, dois guardas escoltavam alguém. Um pouco afastado, Marechal Urie dava ordens.
-Os prisioneiros, meu senhor. – Anunciou o guarda que os escoltava.
Ao adentrarem, uma garota poodle de roupas brancas se espantou. Lentamente, eles caminhavam em direção ao Marechal.
A garota encarou Spike. Rosnou e rangiu os dentes. Ele permaneceu calmo.
-Você é...
-Majestade...
Ela avançou e lhe deu um tapa no rosto. O som do tapa ecoou por toda a sala de controle, que fez os soldados pararem de trabalhar e se virarem para ver. Marechal Urie permaneceu imóvel.
-Porque você está vivo? Depois de matar meu pai, como você ousa ficar tão descaradamente diante de mim? –A garota poodle encarava com raiva, as cicatrizes de Spike.
Pelo canto do olho, ela avistou Gerlon, Flora e Sirius.
Gerlon bocejou. Sirius se intrometeu.
-Vocês são aqueles do esgoto...
-Spike não é um traidor! Ele foi armado! Você provavelmente está apenas entendendo mal!
-Isso é impossível.
Marechal Urie se aproximou deles.
-Você está sendo um tanto arrogante, não é? Embora agora você esteja em pé de igualdade, não se deve falar assim com uma senhora. Pois ela é Zafira Henry. Uma das últimas sobreviventes da família real Henry.
Gerlon e Flora cerraram os olhos. Sirius pareceu surpreso. Spike manteve suas feições congeladas encarando a princesa.
-Ela é uma princesa? – Sirius ainda não acreditava.
-Ela não tem prova de seu status. Agora, das forças rebeldes...
-Libertação. – Corrigiu Zafira.
-...Da Libertação, ela é como qualquer outra – Terminou o Marechal. -Certamente, o mestre Leore gostaria da cooperação da ex-família real. Mas sem a prova de sua afirmação, isso só iria perturbar os corações das pessoas. Tal coisa seria punível com a morte.
Zafira rosnou.
-Como você ousa!
Marechal Urie respirou fundo.
Spike interveio.
-Espere. Existem provas. Sua Majestade ordenou-me que o entregasse, caso ocorresse o pior. O falecido Rei Marley me deu a prova!
-Você mente! Você é quem matou meu pai! – Protestou a princesa Zafira.
-Entendo, então você pode provar a validade da linhagem dela. –Marechal Urie encarou Spike.
-Sim. Um tesouro herdado da Família Real. Pode provar a identidade de sua alteza. O tesouro do rei Gaiseric. O tesserato Safira.
Os olhos do Marechal Urie brilharam. Ele soltou uma risada abafada debaixo de seu elmo.
-Bem, não seria bom mostrar a Realeza qualquer descortesia.
-De fato. – Concordou Spike.
-Spike, você! Você quer que eu viva em desgraça, como você! Seu vira-lata! Você deveria morrer! – Gritou Zafira.
Spike a encarou.
-Se esse é o meu dever. Então sim.
Zafira deu um passo para trás. Sirius se aproximou.
-Basta cortá-la, está bem? Eu não quero ser executado junto com você! Eu só queria resgatar uma amiga.
-Silêncio! Você não sabe uma única coisa sobre mim! Se você fizesse, você não pediria essas coisas de mim...
Na pochete de Sirius, uma luz azulada brilhava fortemente. O ar aqueceu. Os soldados thieldianos sacaram suas armas.
-Isso é uma bomba? RESPONDA!
-Não! Não! Calma!
Marechal Urie caminhou lentamente até Sirius e arrancou a pochete de sua perna esquerda. Ele a abriu e retirou um cubo azulado com um universo dentro.
-Isso é... ? –Marechal Urie gargalhou novamente.
-Sirius, onde você... – Encarou Spike, incrédulo.
-Hm? Oh... O palácio re... –Disse Sirius, diminuindo o som enquanto falava.
-De onde?
-Do palac... rea..l.
-Mas que merda, Sirius! –Gritou Spike.
-Agora fufu de vez... – Comentou Gerlon.
Marechal Urie gargalhava com seus soldados. Ele erguia o cristal enquanto exibia a seus homens.
-Isto é excelente! Eu estava preparado para negociar, mas aqui está, o Tesserato Safira! Isso é maravilhoso! Leve-os embora. Mantenha sua Alteza em uma sala separada.
-Você precisa prometer que não irá executar mais ninguém. –Argumentou Sirius.
-O dever de um Marechal é com a lei.
Todos riram. Um guarda deu um tapa na cabeça de Sirius.
-Boa, garoto!
-Ei! Você não precisa me bater, eu vou.
Mais guardas entraram e os tiraram da sala. Marechal caminhou com o Tesserato em sua mão, brilhando em azul.
-O Tesserato Safira... Ainda está brilhando ... Parece estar reagindo aos sentimentos daquela garota... Por que o mestre Leore Klauss quer isso?
Andando em fila como prisioneiros, os soldados os conduziam para suas celas.
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