Capítulo 20 - Sob as mãos do Império
Por todos os lados, guardas thieldianos andavam em grupos pelas minas. Escavações abandonadas tornaram acampamentos para eles, então havia aos montes, grandes caixotes de armas, espadas, escudos, montarias e cristais. A fogueira dos acampamentos iluminavam em vermelhos os cristais que brilhavam no teto.
Quatro guardas entraram com passos largos no átrio. Eles traziam alguém com eles que relutava em acompanhá-los. Um dos guardas se aproximou de seu superior.
-Você encontrou ela?
-Não senhor, mas... –Ele pegou a prisioneira pelo braço e a jogou. Mikka estava ofegante, mas bem. Ela estava com as mãos amarradas por algemas de ferro negro.
-Ela não parece uma mineradora, muito menos um Grotun... E eu duvido que ela seja uma clown passando por uma garota. Devemos ter certeza?
Um outro soldado se aproximou.
-Alguém que vagueia por uma mina de Evaniarite sozinho não pode ser bom.
-Podem matá-la. –Anunciou o Capitão.
Mikka sentiu os pelos de seu corpo se arrepiarem. Uma onda de medo tomou conta dela.
Ao longe, o barulho de algumas pedras ecoaram.
Gerlon e Flora contiveram Sirius. Ele estava alterado, lutando para se desvencilhar deles.
-Ela foi sequestrada por Rafaele, então eu a salvei. Se ela fosse atacada por um Mineral, eu o derrotaria. Mas este é o resultado mais problemático.
Flora cutucou Gerlon. Ela apontou para o outro lado do átrio.
Ao longe, um Marechal se aproximava a passos pesados. Soldados correram desesperadamente para formar uma fila e prestar continência. A pressão do ar de repente ficou pesada. Ele emanava uma sensação de assassino.
Os olhos de Flora se afiaram.
-Eu não gosto disso... Esse é o marechal que conhecemos nas vias aéreas do reino do leste. Um oponente difícil.
Sirius se soltou dos braços de Gerlon.
-Eu não me importo! Vou salvar Mikka sozinho, se for preciso! – Ele sacou seus socos ingleses com lâminas.
Gerlon segurou forte o braço direito de Sirius.
-Acalme-se. Use o pequeno cérebro que você tem e pense. Pulguento.
-Me solte, pensei o suficiente. Se eu não for agora, não poderei salvar Mikka!
Gerlon puxou as orelhas de Sirius, o impedindo de avançar.
-Dê-me uma mão aqui, capitão. – Disse se direcionando a Spike.
-Se não pararmos esse idiota, teremos problemas. –Respondeu o velho cão. Ele por um momento fechou os olhos e respirou fundo. -Eu me pergunto... Ou melhor, me pergunto se não poderia ser um atalho para o meu objetivo. E se eu pudesse salvar um cidadão do Reino Henry ao mesmo tempo...
Gerlon o encarou com um olhar fulminante. Sirius o encarou.
-Você está falando sério? Ou tá zoando com a minha cara?
Gerlon deu um soco na cabeça de Sirius.
-Cada um de vocês. Você acha que eu simplesmente desistirei e deixarei vocês irem?
-Ele planeja cumprir seu dever. Não acha que deveria? – Falou Flora.
-Isso está ficando cada vez mais problemático. Você deveria estar me ajudando.
Ao mesmo tempo, as orelhas deles se mexeram. Ficarem em pé. Da entrada, apareceu uma silhueta.
Todos eles tiveram a mesma sensação: Sypha sabia onde eles estavam escondidos e ela os encarava.
Sirius arregalou os seus olhos.
-Sypha ?! O que você...
Gerlon mudou sua feição. Ele estava com um olhar preocupado, enquanto encarava Sypha se dirigindo aos guardas. "Está certo. Se for ela, então... não... porque ela é..."
Ao longe, a boca de Sypha disse mudo: "Tudo vai ficar bem. Por favor, deixe a Srta. Mikka comigo."
-Eu também vou! – Disse Sirius.
Gerlon e Flora o contiveram.
-Não, você não pode!
-O que?! Por que Sypha pode ir e eu não?
-Vai ficar tudo bem, apenas observe. – Gerlon o puxou para trás, ficando ainda mais no escuro.
Junto aos guardas, eles abriram espaço para Sypha passar entre eles. Ela andava com confiança. Alguns guardas correram levando toalhas, copos, bebidas e comidas.
Vários deles faziam contingência para ela. Ela andava normalmente sem nenhuma preocupação. Ela pegou um copo de vinho de um dos guardas.
Ao longe, Sirius a encarava, incrédulo.
-Mas... que diabos... ela está usando magia?
Sypha se aproximou do Marechal. E o Marechal fez uma contingência.
Gerlon se aproximou de Sirius.
-Ela não é Sypha. Ela é Selena, sétima filha de Garant, imperador de Thiel. Em outras palavras, ela é irmã de Leore.
-O Marechal... curvou-se! – Assustou-se Sirius.
Mais guardas se aproximaram. Marechal retirou seu elmo. Seu rosto era de uma onça. Seu olho esquerdo estava sob uma enorme cicatriz que descia até seu pescoço. Faltava uma parte de sua orelha esquerda.
-Eu vejo que você esteve andando fora sem a companhia de seu cortejo, minha senhora Selena.
Selena caminhou até Mikka e a encarou. O marechal continuou.
-Pegamos ela vagando fora das minas. A senhora deve tomar cuidado com essas indesejáveis.
-Eu fui sequestrada! – protestou Mikka.
-CALA A BOCA, GAROTA! – Gritou o Marechal.
-Se é um crime dar uma volta por aí por conta própria, então eu sou uma criminosa também, é isso que está querendo dizer?
-Não. Não foi isso que eu...
-Já basta. Espero que a propriedade particular do Marquês Dário possa acomodar outra convidada. –Selena piscou para Mikka. –Alguém vá procurar o marquês, preciso falar com ele.
O capitão da guarda montou uma equipe com alguns soldados, minutos depois, um grupo com cinco guardas saíram correndo.
Selena se virou para o Marechal.
-Marechal Urie, vou seguir seu conselho. Não irei mais viajar sem companhia.
Ela pegou um alicate dentro de um dos caixotes ali perto. Foi até a Mikka e quebrou as correntes negras. O tilintar delas ecoaram ao cair no chão.
Selena encarou o vazio escuro em um dos lados do átrio, pegou a mão de Mikka e a levou embora.
Um dos guardas se aproximou.
-Isso foi inesperado.
-Estranho – Disse outro.
-Bem, não fiquem ai parado. Mexam-se, molengas! – Gritou Urie. Enquanto ele encarava Selena levando Mikka para longe dali.
-Eu tinha uma suspeita, mas não queria acreditar. –Disse Gerlon, encarando os guardas.
-Você está louco? Você deveria ter dito antes! Ela foi pega pelo Império, quem sabe o que farão com ela!? – Vociferou Sirius.
-Eu não sei sobre isso. Eu não acho que você precise se preocupar – Anunciou Flora -Tenho certeza que ela vai cuidar bem dela. E muito bem.
-Flora tem um bom olho para homens e mulheres. Como esperado da minha parceira. –Disse Gerlon, sua cauda balançava.
Sirius abaixou suas orelhas.
-É por isso que estou preocupado.
-Tudo bem, então vá para o Império sozinho. Não ligo.
-Você acha que eles me levariam junto?
-Eu só... –De repente, Gerlon sacou sua escopeta e Spike sacou sua espada.
Na escuridão, uma silhueta alta e magra apoiada numa bengala apareceu.
-Você é... –Sussurrou Spike.
-Um soldado?!
-Droga, ainda tinha um aqui?! – Gerlon o tinha na sua mira.
Spike ergueu seu braço.
-Não, esperem. Esta é a missão que eu vim atender. Senhor Dário, sou eu.
Da escuridão, a velha raposa surgiu.
-Poderia ser? Você é... Capitão Spike?
Capital Imperio, Reino de Henry.
-Por favor espere, Capitão Ferecks! Suas feridas não cicatrizaram, por que você insiste em ir?! – Gritou um dos soldados.
-Fui contatado por um de nossos espiões. Esta pode ser nossa última chance. Um prisioneiro de guerra foi levado a bordo da Bearthorn e está ancorado em Arrokoth.
-Mas, você não deveria ter que ir agora. A resistência foi muito enfraquecida depois de nosso atentado contra Leore. Se formos atingidos novamente... –Disse o soldado-carneiro.
Eles conversavam dentro da mesma sala onde, momentos antes, Spike estava tentando convencer a resistência.
-O que você diz é verdade. – Respondeu Ferecks
-Mas fortalecer o núcleo da Resistência não é um trabalho só para mim. –Outro soldado com aparência de um cachorro peludo - Para resgatar um cativo?! Isso está abaixo de um capitão! Você mesmo deveria entrar nas mandíbulas da morte!
Ferecks caminhou lentamente para a saída. Seu soldado continuou:
-Poderia ser... Nidia? Para ir tão longe por ela...
Ferecks parou com sua mão na maçaneta da porta. Ele encarou algo com um olhar vazio.
-Não diga mais nada. Isso é algo que devo fazer. E você sabe disso, não se faça de idiota.
Seu soldado rosnou.
-Os rumores sobre ela são verdadeiros?
Ferecks se virou para seu soldado. Suas feições assassinas surgiram em seu rosto, e seus dentes afiados surgiram. Seu soldado continuou.
-Que ela é sua amante! Eu pensei que era só fofoca, mas se você for!
Ferecks contraiu suas intenções. Por um momento, ele achou que se tratava de uma brincadeira, até notar que seu subordinado falava sério.
-Quando achei que você não poderia ser mais idiota, você se supera cada vez mais.
-Desista dela! E salve o seu bom nome enquanto pode! Você tem uma reputação a manter! Seu pai e seus antepassados seriam desonrados!
-Você é muito persistente. Embora pareça impossível. –Ferecks rosnou mais uma vez, seu instinto assassino voltou a aflorar.
Ele pensou "Ele sabe de tudo e está apenas tentando me segurar ...? A fim de assassinar sua alteza ... se isso for verdade".
-É verdade que pedi a Spike para fazer isso quando nos visitou. Mas Spike pode estar se infiltrando na Frente de Libertação de Leore. É uma suposição.
"E se o espião já estiver lá dentro, isso pode servir para eles" pensou "Seguindo essa lógica ... Eles podem transformar todo o Exército de Libertação em uma ameaça vazia, simplesmente cuidando da chefona."
-Capitão? –Chamou outro soldado.
-Dispensado. Você está dispensado por enquanto de suas funções.
O soldado cachorro arregalou os olhos. Outros soldados se levantaram para protestar, mas o mesmo interveio.
-Tudo bem, senhor. Não presumo conhecer seus pensamentos. Longe de mim incomodá-lo com as minhas preocupações estúpidas...
Ferecks abriu a porta. Seu soldado andou lentamente para fora da sala sem encarar seu capitão. Ferecks estava imerso em seus pensamentos. "Ele não parece estar agindo... Não, até que sua alteza seja salva, eu não posso ter cuidado ... além disso, por enquanto, preciso chegar a Arrokoth o mais rápido possível."
Ele pegou uma capa em seu armário e saiu apressado.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top