Capítulo 14 - Naquela noite, a cinco anos atrás


A morte era certa naquela queda. Flora usou todas as suas forças para evitar a queda de várias gaiolas no chão controlando o vento. Muitos dos presos conseguiram sobreviver graças a magia de vento. Isso fez Sirius repensar se valeria a pena toda essa aventura, desde de invadir o palácio até ser preso e jogado na fortaleza.

No fundo do grande buraco, eles caíram dentro da montanha, que servia de saída que Flora havia dito ter encontrado. Aquele corredor escuro era todo empoeirado e escuro. A passagem atrás deles havia sido bloqueada por destroços. Gaiolas foram esmagadas mas a maioria havia sobrevivido. Capitão Spike estava solto. Sua correntes e sua coleira elétrica se quebraram devido a queda. Prisioneiros vivos e de aspectos cadaveiros celebraram. Era a primeira vez em anos que eles não sentiam mais a frieza e os balançarem de correntes. Outros rezavam para os mortos. Agradeceram a Flora e seguiram todos correndo, desaparecendo na escuridão até seus passos se tornarem inaudíveis.

-Que bando de maluco – Disse Flora.

-Dá um desconto. Você agiria da mesma forma se ficasse preso por anos. – Gerlon tirava a poeira de sua roupa.

Nos escombros, Spike massageava seus pulsos enquanto encarava, quando foi atacado por Sírius. Eles caíram de costas nos escombros. Rangindo seus dentes, ele enfocava com força o ex-prisioneiro. Gerlon segurou o braço de Sirius, impedindo- de soca-lo e com força, o jogou para trás.

-Poupe-nos de seus surtos de raiva.

-Sim, mas ele é um...

-Um traidor? Sim eu sei. Fique aqui e lute, se você quiser. Se você puder andar, então vamos.

-Você está chamado ele pra vir com a gente?

-Sim, nós poderíamos usar um outro braço como espada. Flora não está em condições de lutar.

Sirius cerrou os punhos. Sua raiva só aumentava.

-Mas esse cara... mas é por causa dele que o Snowden...

As orelhas de Spike ficaram em pé, levantou a cabeça com os olhos arregalados para o chowchow a sua frente.

-Snowden... ele mencionou que ele tinha um irmão e uma irmã mais novo. Deve ser você... O que aconteceu com ele?

Sírius o encarou com raiva.

-Ele está morto. Ele conspirou com o assassino do rei. E ele estava tão exausto depois que forçaram uma confissão dele ... é porque você fez isso!

-Para com isso, Sirius! –Gritou Gerlon.

Spike baixou sua cabeça. Seu sentimento de culpa veio a tona se lembrando que por causa disso, um jovem morreu. Não apenas ele, mas todo o seu grupo. Seus homens. Ele passou anos se remoendo por causa disso. Sempre rezou para que cada sessão de tortura fosse a ultima e o libertasse, mas não. Agora ele estava ali, tendo que enfrentar o irmão, a família daquele jovem que um dia, lutou ao seu lado.

-Eu... sinto muito. – Lamentou Spike.

Gerlon se aproximou deles.

-Eles vão enviar homens atrás de nós em breve, então não temos tempo para vagar por aqui. Entendeu?

-Ao que parece, terei de trabalhar para que você acredite na minha verdade.

-Sua verdade?

Flora sentiu suas orelhas ficarem em pé. Sua cauda se arrepiou e seu nariz começou a coçar.

-A verdade está bem, mas no entanto... –Ela olhou pra cima e arregalou os olhos. – Primeiro, devemos fugir daqui.

Acima deles, um som de engrenagens e cheiro de oléo de motor. Sons de perfuração na parede feito perfurações podia ser ouvido. Acima deles, uma gigantesca Aranha de oito patas de metal descia lentamente de seus fios de seda preso em algum lugar do teto escuro.

Ela tinha quatro olhos vermelhos como lâmpadas de neon. Seu abdomem era de uma cor verde-musgo e suas patas de bronze. Seu tórax era amarelo queimado e duas enormes presas de ferro afiadas como navalhas. Ela fazia um movimento de maquinário quando se movia. Ela rugiu para eles como suas espadas se batessem.

-Droga, mas será que a gente não pode ter um minuto de paz? – Lamentou Gerlon. Ele começou a atirar, mas suas balas não penetravam em sua blindagem. Lamentou profundamente quando sua munição tinha acabado.

-Mas que caralho de merda é essa? – Com muita dificuldade, Spike se colocou de pé. Ele sentia fortes dores por todo o seu corpo.

A gigantesca aranha abriu seu abdomem em quatro compartimentos e de dentro dela, saiu uma gigantesta hélice. Um zumbido de motor se iniciou e a hélice começou a girar. Uma ventania forte surgiu, arremessando tudo e a todos para trás. Enormes pedras que bloqueavam o caminho agora haviam sido jogadas a metros para frente com a força do vento. Sirius, Gerlon, Flora e Spike foram jogados violentamente contra a parede. A hélice parou de girar e a aranha atacou com uma de suas patas de ferro. Ela investiu em Gerlon, que apenas abriu suas pernas segundos antes da pata afiada corta-las fora.

Peçonhenta mecanizada


-É uma peçonhenta! Embora excepcionalmente grande. Eles vivem em minas! E ataque as pessoas que se perdem! Todos vocês tomem cuidado! –Gritou Gerlon.

Seres peçonhentos foram banidos do continente a pouco mais de quinhentos anos por causa de seu enorme poder. Todos eles foram isolados em um conjunto de ilhas no oceano do oeste que são supervisionados pelo povo do império oeste de Pangea. Eles vivem num arquipélago praticamente inóspito para as demais formas de vida do mundo. Condições extremas evoluíram eles a tal ponto de serem híbridos e venenos letais. O povo do continente os chama de arquipélago negro ou arquipélago infernal. Diversos viajantes e aventureiros já se arriscaram uma tentativa de extermínio, mas sem sucesso. Nem os piratas dos céus tem poder bélico para passar por mais de alguns dias lá, e todas as feras são todas de alto nível para interesse de caçadores de recompensas. Devido a tal dificuldade do local, ninguém, em qualquer parte do mundo tem permissão para se aventurar no arquipélago.

Mas aquela era diferente. Ela funcionava mais como uma maquina do que como um peçonhento. Gerlon visualizava toda as suas mecânicas. Dizem que o inventor foi contratado para criar uma arma poderosa o suficiente para matar um dragão poderoso, mas a relação entre o inventor e o cliente deu errado e ele lançou as peçonhas, agora capazes de se reproduzir por conta própria por meio de mães que põem ovos. A Rainha Peçonhenta parece é uma dessas mães. O pirata tentava puxar da memoria, sobre algum texto que ele lera tempos atrás, algo como que das hordas gregárias de peçonhas, só a Rainha possui a habilidade de se reproduzir. Sua capacidade de botar ovos é realmente surpreendente, ela é conhecida por botar mais de 100 ovos em um único dia. Os ovos, já chocados pela mãe, eclodem com pouco atraso nas criaturas conhecidas como "pequenas baterias", por serem peçonhas artificiais, ela se alimentavam de energia que abasteciam a fortaleza, criando um verdadeiro exército durante a noite.

Esse é um dia na vida da Rainha, pois somente uma delas podem permanecer férteis por várias centenas de anos.

Sírius rolou para o lado escapando do ataque da rainha peçonhenta, e deu de cara com um esqueleto de chifres. Ele usava um gorro velho, uma armadura de madeira e segurava uma espada.

-Isso é um aventureiro morto?

-Ou um outro prisioneiro fugitivo. Ou um daqueles que nós acabamos de salvar. Mas eu não prefiro me juntar a ele. – Gritou Gerlon escapando dos ataques desordenados da rainha.

Spike avançou entre os destroços e tomou a espada do esqueleto, o fazendo se desfazer. A espada estava quebrada mas pareceu não se importar muito. Gerlon gritou.

-Nós não descascamos frutas aqui! Essa coisa velha e surrada não vai fazer isso!

Mas Spike não deu ouvido. Ele fechou os olhos e se concentrou. Uma aura começou a emanar da espada e a pressão do ar ao redor dele ficou densa. Flora o encarava atentamente o que era aquilo. "Magia Arcana" , pensou. Um das patas da rainha se transfigurou em uma gigantesca lamina, do tamanho de uma pilastra e atacou. Spike com os olhos fechados respirou fundo, e como num movimento automático ele girou para a esquerda, levantou a espada e a cortou ao meio.

Gerlon colocou Flora nas suas costas e deu meia volta. Sírius sacou sua espada, mas se assustou quando viu Gerlon correndo na direção contrária.

-Espera, você realmente vai deixar ele para trás? Parece que ele usou magia lá!

- Deixe-me ser mais simples: precisamos de materiais e tempo para ter alguma utilidade e estamos com pressa! Minhas balas acabaram e Flora não está em condições de lutar, já disse! Além disso, pensei que você o odiasse.

-É porque eu o odeio! Ainda não disse tudo o que queria a ele. E eu não ouvi a verdade dele! E porque... por que soldados henrynianos ... Por que todo mundo vai e se sacrifica ...?

-Por que eles são soldados, e soldados que perderam seu país estão apenas procurando um lugar para morrer. Apenas vivendo pela sua espada, inutilmente. Esses tipos de coisas, você sabe.

Sírius fez uma careta e fechou os punhos com força. O que Gerlon disse, mesmo ele não concordando, era verdade. Por mais que ele não admitesse que sim.

-Nesse caso, seria irritante se ele fizesse isso aqui!

Sirius sacou sua espada e avançou em direção da rainha. Ele subiu nos escombros e saltou para cima da aranha, que ataca Spike sem cesar. Ele tentou cravar sua espada no tórax da rainha, mas não conseguiu. Sua espada se partiu ao meio.

-Droga! Eu vou morrer!

-Sirius! – Gritou Gerlon e Flora.

Sirius foi arremessado ao chão com força. Ele sentia fortes dores por todo o corpo, seus braços e suas pernas ficaram dormentes. Atrás dele a parede limitando seus movimentos. A rainha começou a caminhar lentamente em sua direção, enquanto uma outra enorme pata sua se transformava em uma lamina gigante.

Spike correu em direção da rainha. Ele apertou o cabo da espada mais uma vez e uma aura poderosa começou a emanar da lamina.

-O que você fez foi estupido, garoto, mas foi o suficiente. – E com um movimento da espada, a enorme rainha foi partida ao meio, e desabou no chão somente suas peças mecanizadas de ferro velho.

Sirius começou a se lamentar. Sua espada quebrada estava a poucos metros dele. Sangue saia de seu rosto.

-Eu não pude fazer nada, como é que aquela velhinha ... – Ele lutava para não desmaiar.

Os outros foram ao encontro dele. Spike se ajoelhou ao seu lado e mostrou a espada.

-Há um truque nisso. Uma distração correndo, a precisão do ataque, o ângulo. Tudo isso não é suficiente. O momento é a essência disso; É assim que se faz.

-Desde o início, a diferença é grande. – Disse Gerlon a Sirius. – Mesmo nesse estado, ele nunca precisou da nossa ajuda. Ele nunca precisou da sua ajuda.

A aura da espada começava a desaparecer. Flora ficou observando atentamente, enquanto Spike fechava os olhos em sinal de agradecimento.

As orelhas de Sirius se mexeram mais uma vez. Ele sentia algo se movendo nas sombras. Milhares de coisas se movendo em direção deles. Sons mais baixos de ferro perfurando a terra ficavam mais alto. Nas sombras do teto e ao redor deles, milhares de pequenas luzes vermelhas neons surgiram. Bater de presas fazendo CLECK ecoraram por ali. De repente inúmeras replicas menores surgiram das sombras vindo de todas as direções. Sirius cambaleando, ficou de pé.

-Esse lugar pode ser... –Gerlon sentiu os pelos se sua cauda se arrepiarem.

-Isso é o ninho! Sirius, para trás. – Disse Spike.

-Não seja louco! Há muito deles! – Sirius pegou dois socos ingleses com laminas. E avançou.

O primeiro ele cortou ao meio com uma das suas laminas. A segunda ele a esmagou com um soco. A terceira veio por cima, mas ele saltou para trás e a acertou com um chute, a fazendo voar longe. Spike o encarou, ele não poderia acreditar que aquele garoto, mesmo não tendo muita experiência de batalha, estava tomando conta de vários inimigos.

-Eu ainda posso lutar. E se você acha que eu vou morrer aqui, está enganado. Você continua sendo um traidor para mim, e eu ainda não ouvi a sua verdade. Portanto, não morra! Seria chato se você fizesse, ainda tenho coisas que quero dizer a você!

-Mas eu...

-Ele acreditava em você. Até o fim, meu irmão... Ele acreditou em você. Mas eu ainda não acredito em nada do que você diz.

Spike segurou o cabo da sua espada e avançou para cima de Sirius. No alto, ele partiu ao meio, outro filhote da rainha. Os dois se uniram e avançaram para o exercito de aranhas mecanizadas na sua frente. Em poucos minutos, eles tinham dizimados todos os filhotes que ali estavam. Spike estava ofegante, ele se virou para Sirius.

-Naquela época, eu não conseguia proteger o rei em Itorama. Foi um truque que meu irmão pregou. Snowden foi pego nisso. E Henry foi destruído. Então, talvez eu seja um traidor. Não pude cumprir meus votos à minha terra natal, Arack, também. Achei que tinha feito tudo o que podia para servir ao meu reino.

-Spike, o que você está fazendo atordoado! Esse cara tá xarope! – Disse Sirius, confuso.

Spike o encarou. Ele se lembrou do momento em que conheceu o jovem Snowden. Um chowchow de pelagem cinza como a lua. Ele se lembrou de que ele deixou o jovem chowchow para trás para ganhar tempo. Ele seguiu em frente com seus homens, mas no caminho eles foram cercados. Por vários guardas que o subjulgaram com facilidade. Mataram seus homens a sangue frio na sua frente.

-Eu me lembro como se fosse ontem. Seu irmão ficou para trás para nos dar tempo de chegar na reunião. Eu segui em frente com meus soldados mas nós fomos interceptados. Eu me lembro... não havia somente homens de Thiel, mas de Henry também. Eu suspeitava de uma traição mas não achei que fosse possível. Meu irmão estava lá. Meu irmão gêmeo. Ele estava igual a mim, digo, com a mesma armadura.

"Eles me seguraram e me levaram para um compartimento do lado da sala de reuniões. E através do espelho difuso, eu pude ver. Meu irmão se passando por mim. Seu irmão com esperanças abaladas diante do rei morto. Eu o vi ser esfaqueado e morto pelo meu irmão. Eu não pude fazer nada, não importasse o quanto eu gritasse, ele não me ouvia. Logo depois Leore chegou e prendeu meu irmão, achando que fosse eu. Eu não sei mais o que aconteceu depois disso. Não tem um só dia que eu não pense nisso. E me amargo profundamente por isso. Eu sinto muito"

-Irmão gemeo? Acho que gostei disso. – Disse Gerlon balançando sua cauda. - Mas ainda assim, as peças se encaixam. Vou dar uma chance. Afinal, ele se parecia com você. Onde está esse seu irmão?

-Ele virou um marechal do Imperio de Thiel. – Ele se virou para Sirius. -Você ainda quer morrer? Eu juro para você. Não vou ficar parado até que a morte me reivindique. E vou aceitar o abuso e a vergonha de ser um traidor. Pelas coisas em que acredito. Agora, meu único dever é viver. Você não precisa acreditar em mim, mas saiba que ele era um bom soldado. Ele lutou até o fim para proteger sua terra natal. Seu reino. Ele lutou para proteger você e sua irmã.

-Acredite no que quiser. O que for preciso para te fazer feliz. –Interveio Gerlon, ele se virou para Spike – O que está feito, está feito.

Ao longe, mais filhotes de aranha mecanizadas começavam a surgir em meio a escuridão.

-Gerlon! Flora! Sirius! Vá em frente! Vá em direção à saída!

Flora apontou para direção que eles deveriam ir.

-Aquele é o caminho.

Todos deram meia volta e correram, menos Spike. Gerlon voltou.

-Vamos logo seu idiota!

-Mas eu...

-Mas que merda! Vamos! Você só deve tentar ter uma boa aparência para as mulheres. Fazer isso para salvar esse pirralho é...

-Ele realmente não me salvou. Eu o salvei! Você não viu? – Berrou Sirius.

-É assim mesmo? Ele não parece estar agradecendo você. Isso é porque alguém está contando mentiras! Hahaha. Só os adultos podem mentir, mas os homens bons também o fazem.

Flora corria ao lado de Spike, ela se virou para ele.

-Não se preocupe, eles estão apenas brincando.

Eles correram o mais depressa possível. Atrás deles, uma onda de aranha mecanizada crescia cada vez mais. Zumbidos mecânicos estavam cada vez mais próximos. No final do corredor, uma luz adentrava na entrada da caverna. Eles saltaram para fora, caindo na areia fofa e quente do deserto. As aranhas mecanizadas atrás deles começaram a recuar. Elas não gostavam da luz do dia.

A frente deles, um oceano interminável de areia se estendia até o horizonte. Dunas com trinta, quarenta metros de altura compõem até onde a vista conseguia chegar. Poucas nuvens no céu esquentava ainda mais. Eles respiravam fundo.

Spike já havia se esquecido como era o calor. O toque da areia. O som do vento. Há muito ele foi privado de sua liberdade. Ele se ajoelhou. Gerlon se aproximou.

-De onde saímos? Qual é o seu palpite.

-Estamos perto do rio Zebeb, em algum lugar do semi-árido sul e na fronteira com o reino de Cela. A fortaleza de Ynanilad, apesar de se localizar no reino de Cela, fica mais perto da capital Império do que de Itorama.

Gerlon arrumou sua camisa e seu cabelo.

-Então, meu senhor capitão. Com a sua licença.

Spike se pôs de pé.

-Capital Imperio. Tenho coisas que preciso me apressar e fazer lá.

-o que um homem morto pode ter que fazer? – Perguntou Sirius.

-Ele parece muito vivo para mim. – Disse Gerlon, num to de deboche.

Spike se aproximou da borda do penhasco. O vento batia em sua pele e o refrescava. Como era bom se sentir vivo.

-Está tudo bem, "pirata". Ele não pretende me perdoar facilmente.

Um sombra surgiu no rosto de Sirius.

-Bem então, vamos nos mover, antes que murchemos. Vamos voltar para a capital Imperio antes do anoitecer.

-As pessoas podem me odiar, mas isso não me livra do meu cargo. Como vamos voltar antes de escurecer?

-Não se preocupe, há várias montarias no deserto que podem nos levar de volta para a capital num piscar de olhos. –Disse Gerlon, com um sorriso ameaçador em seu rosto.

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