Capítulo 10 - Nada mais que ladrões



-Você luta muito mal, pulguento. – Reclamou Gerlon, pendurado na borda da plataforma.

Flora e Sírius se aproximou para ajuda-lo. A ameaça se fora. Nem nos piores pesadelos dele, ele iria imaginar que os alfas cresciam tanto assim. Com certeza aquele rato era resultado de anos escondido nas mais profundas grutas e ductos daquele esgoto. Era um ótimo trabalho para um caçador de recompensas. Que droga! Aquele trabalho todo para nada! Com certeza aquilo daria um bom dinheiro se estivesse nos cartazes de tarefas do bar Olho da Serpente. O sr. Maguerna jamais iria acreditar e paga-lo. Mas até que no final, não foi tão em vão, afinal, ele salvou sua vida.

Nidia se aproximou.

-Estamos perto. Atravessando esse portão estamos livres daqui.

-O cadeado é protegido por magia antiga. Não tem como sairmos daqui. – Disse Flora, ajudando Gerlon a se levantar do precipício.

-Poderia ter avisado – Resmungou o pirata – Bem, não importa mais.

Eles se reuniram e seguiram para o portão. Nidia aparentava estar nervosa, mas ao mesmo tempo lutava internamente contra sí. Seu desconforto era nítido para os outros. O que eles diriam se eles descobrissem quem era de verdade. Ela já passara por isso outras vezes, e nenhuma delas acabou bem.

Eles se aproximaram do cadeado. O cadeado começou a brilhar. Ela ditou algumas palavras complicadas e baixo. O cadeado se destrancou, o que surpreendeu os outros. Gerlon encarou Nidia.

-Isso é magia? –Perguntou Sírius, surpreso.

-Eu estudei um pouco quando era mais nova.

-Quem te ensinou? – Gerlon perguntou.

-Há, meu pai sempre achou necessário que eu me prepara-se. Ele mesmo me ensinou quando ele fez uma campanha para o estreito de Burk, no oeste.

Gerlon e Flora trocaram olhares.

O portão se abriu e eles passaram. Subindo os degraus da escada, a luz no fim do túnel ficava mais forte. Eles estavam cansado e aquela com certeza foi um longa noite. Os tumultos que aconteceu nas ultimas horas fizeram o palácio ficar agitado. Desde de que caíram ali, eles ouviram constantemente gritos de soldados correndo para lá e para cá. Sírius se lembrou da batalha no jardim, pouco antes de serem atingidos pelas bolas de fogo do Bearthorn. Nidia falou que era a resistência lutando contra os soldados e contra o Imperio de Thiel. Mas o que vinha acontecendo?

Ele mesmo já havia recebido alguns convites para ingressar em uma e, por mais que deseja-se o livramento de seu reino das garras do tirânico império de Thiel, ele não fazia. Além da Mikka reclamar muito se ele fizesse, ele tinha alguém mais especial que não poderia ficar sozinha no mundo. O motivo dele fazer o que faz, mesmo não sendo o melhor caminho, mas foi o que lhe deu um retorno mais rápido.

Chegando a um outro andar, Sírius reconheceu: perto dali ele havia feito um favor matando um ninho de ratos no dia anterior.

Do lado deles, uma nova onda de agua de esgoto começou a jorrar, fazendo levantar uma pequena neblina que cheirava a carne podre e chorume.

Nidia levou as mãos ao nariz. Flora fez um movimento como se fosse vomitar.

-Não vejo a hora de tomar uma cerveja depois de hoje. – Gerlon olhava ao redor – Não vejo a hora de sair daqui.

-Pensei que nunca iria dizer isso, mas depois de hoje eu quero passar uma semana no quarto da Wiz. –Disse Flora.

-Só quero pedir um favor a vocês. – Nidia parou de frente a escada – Sairemos daqui e vocês tem que me prometer que nunca me viram aqui, ouviram?

Gerlon e Flora ascenaram com a cabeça. Sírius franziu as sobrancelhas.

-O que? Mas por que?

-Garoto, faça oque ela disse. Esqueça. É tão difícil pra você? –Interviu Gerlon.

Nidia se virou para Sírius.

-Eu estou salvando a sua vida. A vida de vocês, ok? Quero que fiquem longe.

Sírius queria protestar, mas ao encarar os olhos de Nidia, ele cedeu.

-Ok...

-Ótimo. Vamos embora.

Antes de subirem, vários guardas armados apareceram vindo dos corredores. Um cerco de espadas e machados se fecharam ao redor deles. Nos outros andares e plataformas, ao longe, arqueiros se posicionavam e apontavam suas flechas para eles.

-Fiquem onde estão! – Gritou um soldado maior. Ele tinha enormes chifres e uma argola de ouro no nariz. Seus braços exibiam uma montanha de músculos e trazia em uma das mãos, um enorme machado.

Atrás dele, soldados abriam caminhos para alguém passar. Um leão de juba vermelha caminhava lentamente até parar do lado dos arqueiros. Os olhos famintos da fera os encarava, em especial, Nidia.

Ela levou suas mãos a espada, mas Gerlon a segurou.

-Agora não é hora.

Os guardas surgiam cada vez mais vindo de todos os caminhos. Do alto da escadaria, desciam um grupo fortemente armado. Eles fecharam uma das saídas.

Nidia encarava Leore com raiva. Ela sabia que não teria a mínima chance. Antes mesmo de sacar sua espada, Sírius, Gerlon e Flora já estariam mortos com várias flechas.

Os guardas os cercaram e os imobilizaram, colocando-os de joelhos. Eles tinham sido capturados. Como escravos, eles foram levados para a principal rua da cidade-baixo. A passos curtos, as algemas apertavam seus pulsos e o balançar das correntes se arrastando no chão.

-Eu não acredito que eu to passando por isso, é vergonhoso! – Resmungou Gerlon.

Habitantes abriam caminham para que eles passassem. Cochichos espalhavam-se rapidamente. Olhares incrédulos se perdiam nos olhos dos prisioneiros. Os soldados riam enquanto puxavam os prisioneiros e agrediam algumas pessoas para abrirem o caminho. Eles se dirigiram para uma praça oval em uma das pontas da cidade-baixo. No meio dela, haviam um chafariz e um pequeno jardim ao redor.

Várias pessoas começaram a se aproximar. O soldados pararam.

-Eles são os ladrões que roubaram o palácio. –Anunciou o Soldado com cabeça de Touro.

-Eles acham que eu sou uma ladra qualquer. – Vociferou Nidia com desprezo.

Gerlon se virou para ela.

-Melhor do que um assassino qualquer, concorda comigo?

Um dos soldados empurrou Nidia violentamente, fazendo-a a andar. Ela se virou.

-Essas pessoas não fizeram nada. Liberte-os.

-Ei! O que você está fazendo? – Perguntou Sírius, que foi encarado de forma assustadora por Nidia. Ele se lembrou da promessa que fizera para ela nos esgotos.

-Não me interrompa, estou pensando.

Sírius deu um passo para trás, e baixou suas orelhas e sua cauda.

Mais guardas abriram caminham. As pessoas começaram passos para trás. Leore tinha chegado. Com olhos famintos e assustadores, ele encarava os prisioneiros como se tivessem mil e umas formas de tortura-los. Sírius o encarou de forma igualmente violenta.

-Espere! Ele não sabia o que estava fazendo! Vocês tem que deixa-lo ir! Você tem que solta-lo! –Gritou uma voz feminina. Quando Sírius ouviu aquela voz ele logo reconheceu: Mikka.

Ela tinha sido barrada por um grupo de soldados que não deixaram ela se aproximar.

-Mikka! –Disse ele a garota. Seus olhos felinos o encaravam de forma triste. Sua pupilas estavam dilatadas – Desculpe. O jantar vai ter que esperar.

-Eu disse a você para tomar cuidado! Para não fazer isso, mas você nunca me escuta!

Leore deu o sinal para um dos guardas.

-Já chega! É o suficiente! Tirem-na daqui agora! – O soldado empurrou com força Sírius, que caiu no chão.

-Deixem ele em paz! – Mikka conseguiu se desvencilhar dos guardas. Ela correu entre os soldados, mas Gerlon interveio.

-Segure isso para mim? Eu trago o senhor Sírius de volta. – Gerlon soltou um lenço de papel nas mãos de Mikka.

-Em seu lugar, prisioneiro! – Disse um dos guardas. – E você gatinha, por aqui!

-Tudo bem, tudo bem. Não se irrite, nós estamos indo. – Gerlon caminhou lentamente para o lado de Flora.

Toda aquela confusão, ao longe atraia todos os tipos de públicos. Dentro de um beco estreito e escuro, dois seres observavam o tumulto de longe.

-É ele, meu irmão. É o Gerlon – Disse um deles. Era um lagarto de escamas vermelhas e parte frontal de seu corpo era branca. Tinha um longo cabelo alaranjado. Usava uma calça amarela e botas de ferro. Ombreiras de ferro com correntes que se cruzavam em seu peito. Usava um cinto negro e duas manoplas em suas mãos e olhos vermelhos.

-É Bravo, eu vi. – Disse o outro. Ele tinha escamas azuis e a parte frontral do seu corpo era branca. Músculos grandes em seus braços que pareciam fibras de ferro. Longos cabelos azuis que caiam sobre seus olhos amarelos e tinha uma mandíbula de ferro. Pequenos chifres negros e pontiagudos que nasciam entre seu cabelo e cresciam em espiral para cima. Usavam uma enorme luva e ombreira de ferro em seu braço direito. Usa uma calça preta com duas fitas azuis ao redor das suas coxas e caneleiras de ferro. Em suas costas, asas de dragão estava encolhidas. Uma longa cauda draconiana e garras afiadas na mãos e em seus pés. –Eu mesmo mataria Gerlon, se não fosse por aqueles imperiais fardados podres!

-E o que faremos agora, Rafaele? Não dá para atacarmos ele agora.

-Vamos esperar. O momento precisa ser crucial para pega-lo. Precisa ser antes dele voltar para Bichano. E quando isso acontecer, ele vai pagar pelo oque ele fez.

Bravo olhou os guardas em volta. Rafaele os encarou.

-Não se preocupe, eu já meio que tenho uma ideia do que iremos fazer.  

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