⚜️Perdere⚜️

Tradução: Destrua.

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As tropas estão à postos.

Tesla já está posicionada nos fundos da cidade, pronta para atacar ao meu sinal. Lorde Lírio comanda uma tropa para interceptar a batalha caso necessário. Com o apoio de Saul, soldados rebeldes agora reforçam a segurança de Avium, mas duvido que uma retaliação chegue tão rápida ao reino do meu tio.

Agora humanos, fadas, elfos, ninfoides, metamorfose, bruxas e feiticeiras aguardavam por meu comando para seguirmos em frente. Ao lado do meu alazão branco, Octávio assume a forma de uma pantera negra duas vezes maior que o tamanho normal, junto com os outro metamorfos que assumem suas formas bestiais. Fadas levantaram vôo, elfos montaram em seus cavalos alados, feiticeiras conjuraram seus feitiços e humanos empunharam suas armas. Estamos prontos para a batalha.

Estamos prontos para lutar.

°•°⚜️°•°

— Segurem os portões! — os soldados de Valentino berram do topo de muralha.

Dois ninfoides dominadores de ar empurram as grandes portões, para causar um pouco de medo aos soldados. Todo o exército aguarda meu comando, Eu não quero lutar, não quero cansar meus homens, preciso tentar poupa-los para a batalha que realmente importa, a batalha contra Valentino. A única forma de conseguir isso é mostrar a eles que estão do lado errado.

"Escolha suas batalhas. Não gaste energia em uma batalha que venha a ser pequena comparada a uma próxima.

Tente contornar mostrando ao seu adversário os benefícios de estar ao seu lado e as consequências do que pode ocorrer se ele te enfrentar. Se não surtir efeito, então lute."

Escuto o que um dos meus antigos tutores de combates de guerra. Os arqueiros inimigos tentam acertar flechas nos ninfoides a frente, mas são impedidos pelo feitiço de proteção conjurado pelas feiticeiras.

Com um pequeno comando, conduzo meu cavalo para a frente de batalha, ultrapassando os ninfoides que ao perceberem minha presença, param as investidas. No topo da muralha, uma parede de arqueiros se abrem dando passagem para um silhueta passar. Comandante Luriel Brand — meu antigo tutor de arco e flecha, tio de Carlotta Brand — me olha com certa surpresa e curiosidade. Diferente do restante de sua família de lunáticos, ele é um homem que sempre admirei.

— Judith Redder? — ele berra do alto da muralha.

— Não atendo mais por esse nome, comandante. Agora é princesa Agatha Vaccim. — digo desmontando do meu cavalo.

— Como? — ele questiona embasbacada e confuso.

— Eu entendo o choque, isso acontece sempre. Mas será que poderíamos pular as apresentações e ir direto para a minha negociação.

— Negociação?

— Sim. Veja bem, Valentino é um cretino sem escrúpulos que não vai perder tempo em acabar com a vida de qualquer um apenas pelo poder. O que ele prometeu a vocês? Glória? Poder? No final a única coisa que vocês terão será uma cova aberta e seus corpos em um estado de decomposição. Mas vocês podem mudar isso é simples. Basta declarar suas rendições, se juntando a mim contra aquele lunático repulsivo e vocês vivem. Daremos apoio e guarita a qualquer um que vier a nós.

— Muito prepotente de sua parte não acha? — ele diz com um tom de zombaria.

— Prepotente? — um soldado de baixa patente corre entre os soldados para sussurrar algo nos ouvidos. Meu sorriso se alarga — Aposto que já lhe foi dada a informação que estão cercados, mas deixe-me te mostrar uma coisa a mais.

Deixo que o poder herdado por Crescite se manifeste e com uma pequena corrente de poder, me ponho a levitar até o topo da muralha, ficando cara a cara com o homem de meia idade pasmo. Um jovem soldado dispara uma flecha em minha direção, mas por puro instituto do meu poder ela é despedaçada antes que chegue a mim e o agressor começa a sufocar com seu próprio ar.

— Péssima escolha, soldado.

Ao sinal do comandante, pelo menos dez soldados correm em minha direção com armas em punho. O primeiro é jogado para fora da muralha com uma pequena rachada do meu controle sobre o vento, caindo morto aos pés dos grandes portões. Os três seguintes são incinerados com um estalar de dedos, dois tiveram suas vidas arrancadas de seus corpos imundos com meio pensamento. Os outros soldados olham para mim com pavor nos olhos, afinal, nem um só músculo foi movido.

— Vou repetir. — devagar me aproximo do comandante, agora pálido — Declarem rendição e se juntem a nós.

— Fizemos um juramento ao nosso rei e somos leais a ele. Se nosso destino é morrer por isso, assim será.

— Então, que assim seja.

Um raiva gélida começa a se formar em meu interior. São todos lunáticos, manipulados por aquele louco. Desço da muralha nas mesma velocidade em que me coloquei lá, com um pensamento o grande portão explode em pedaços. Posso ver o ponto de interrogação na cara peluda de Octávio sobre o motivo de todo o ódio que transparece por minha carranca e o susto que a linha de frente levou com a explosão.

— Soldados! Em posição! — monto em meu cavalo, uma espada com o punhal cravejado de ametistas surge em minha mão direita. Com a mão livre lanço uma rajada de luz aos céus, dando sinal a Tesla para que ataque.

Não demora muito até que é ouvido o som da explosão e as chamas surgindo nos quartéis. Essa é a nossa deixa. Serei obrigada a lutar, serei obrigada a matar pessoas que talvez estejam sendo forçadas a não abandonarem seus postos. Dentro de mim sinto que algo irá dar errado. Estou assustada, mas não existe muito que eu posso fazer.

Me disseram uma vez que a guerra trás consequências ruins, que o peso do comando é duro de carregar. Sinto esse peso e começo a acreditar que não sirvo para tal coisa. Porém não existe escolha, tenho contas a acertar e pessoas para proteger, pessoas que dependem de mim e da minha força para me manter firme para acabar com toda essa miséria.

O barulho do combate aumenta, mas espero pelo momento certo para que possamos nos juntar ao exército comandado por Tesla. Todos os cidadãos foram avisados pelos espiões de lorde Lírio para que fugissem na noite anterior pelos túneis secretos, os que não conseguissem que fossem transportados para as catacumbas do palácio, deixando a cidade pronta para o banho de sangue.

— Ao meu comando! — o exército se unem em um só coro, declarando seu grito de guerra para a busca pela liberdade — Avante!

°•°⚜️°•°

— Levem eles para o centro da cidade! Vamos encurralar todos! — disparo comandos sobre o caos do campo de batalha.

Lorde Lírio estava certo, eles são muitos. Mesmo com todos os portadores de magia, ainda está difícil de nos manter em vantagem. Já fazem horas que estamos nisso e os poderes cobram seus presos pelo uso. Em ambos os lados, estão todos cansados.

De repente meu cavalo é atingido por um inimigo, com um baque violento sou derrubada e minha cabeça lateja, sendo acompanhada da sensação do meu sangue molhando a lateral do meu rosto.

Droga.

Cerca de dez soldados — ou mais — me cercam, mas estou zonza demais pela pancada. Três deles fazem investidas rápidas, me obrigando a lutar em posição defensiva. Meu poder está um pouco fraco, mas consigo conjurar uma par de lâminas, passando a atacar meus adversários em pontos letais. Labaredas de fogo assumem o lugar e começo a atacá-los com mais voracidade. Estou mais lenta, dolorida e cansada. A magia custa caro, ainda mais quando metade dela vem de um deusa, tudo dói e minha visão embaça. A cada desgraçado que mato, dois assumem o lugar. São como coelhos, multiplicando de forma incompreensível.

Não vamos conseguir.

— Agatha! — Octávio grita a alguns metros de distância. Quando olho brevemente em sua direção, o moreno se transforma em um cavalo alado vindo em minha direção.

Assim que está próximo o suficiente de mim, me lanço sobre ele. Octávio então abre grandes asas, nos levando ao céu para uma visão ampla da batalha. Por toda a cidade o caos se espalhava, estamos em desvantagem, mas lutando bravamente.

— Plane um pouco mais baixo, vou atingi-los de cima. — dou as instruções para o príncipe metamofo.

Uma esfera de luz violeta surge em minhas mãos e arremesso em direção a um grupo de soldados que cercavam três metamorfos e um ninfoides. Um explosão surgiu assustando alguns soldados e jogando inimigos a metros de distância, três soldados inimigos atiraram lanças em nossa direção, logo sendo seguidos pelos demais que lançavam em alguns fadas que nos seguiam. Octávio consegue desvia de algumas, outras eu apenas desintegro, sentindo o poder sendo sugado de minhas veias, mas sem para com as explosões.

Sinto uma flecha passar de raspão pela lateral da minha cabeça, quando me viro na direção de onde a mesma veio, uma outra flecha atinge Octávio. Outra flecha acerta o lado contrário de seu dorso, fazendo a cor escarlate tingir seu pelo branco e começarmos a perder altitude. Tento conter a queda conjurando uma onda de vento, mas ele é pesado de mais e bolamos juntos pela terra.

Não.

Não.

Não.

— Preciso de um curandeiro! — digo quebrando as flechas de Octávio, que volta a sua forma humana. Sangue cobre seu ombro esquerdo e o lado direito de seu abdômen. Ele está ficando fraco — Se mantenha acordado. Fico comigo, entendeu? Fique comigo. Alguém ajuda! — novamente estamos cercados, o desespero de perder Octávio assola meu peito.

Não vamos conseguir.

Eu trouxe esse homens para morte.

Vão todos morrer. E a culpa é minha.

Em um último ato de desespero tento trazer aquele poder letal de volta a mim, mas o medo de perder tudo não me deixa concentrar. Não posso perder o homem que amo assim, não posso deixar que meu povo pereça, não posso deixar Valentino vencer. Lágrimas começam a se formar no canto dos meus olhos. Estou tão cansada. Usar a magia que ainda não tenho total controle está cobrando seu preço, não consigo sugar nem mais uma gota. Pego uma lança que estava espetada em um cadáver qualquer. Será minha única forma de tentar defender a mim e a Octávio.

— A vadia arrogante e um metamorfo nojento, mortos de uma vez. — um soldado debocha — O rei me recompensará gloriosamente. — dois começam a investir vigorosamente contra mim, enquanto três cercam Octávio.

— Não é tão poderosa agora, não? — outro zomba.

Com muita custo Octávio se coloca de pé, mas está fraco e desarmado. Os homens começam a fechar o espaço entre nós, me cansando a cada golpe exigido. Não sei até quando conseguirei me manter em pé.

Um murmúrio sofrego me chama atenção, quando olho na direção do som, sinto todo ar dos meus pulmões se esvair. Um soldado desferiu um golpe letal contra Octávio, fazendo um rasgo em seu abdômen. O moreno cai de joelhos no chão, com as mãos sobre a ferida banhada em escarlate.

Maldito.

Maldito.

Maldito.

Meu peito dói. O desespero e pavor se instalam. O peso em meus músculos dá lugar aquela sensação letal mergulhada em ódio.

Vou matá-los.

A terra começa a tremer e o poder lentamente se acumula dentro de mim. Sou tomada por uma fumaça roxa, cada canto do meu corpo se preenche pela luz. Os soldados que antes me cercavam prontos para me matar, agora correm desesperados. Octávio ainda tenta se manter respirando, vejo uma pequena lágrimas cair de seus olhos e seus lábios formarem uma pequena frase.

Eu te amo.

A dor martela em meu peito. Por que isso deve acontecer? Por que não posso viver com a pessoa que amo sem tais interferências?

O soldado que desferiu o golpe contra Octávio tropeça e cai no chão. Sinto o medo, sinto seu horror. Eu quero que todos eles morram. Sinto um pequeno sorriso crescer em meus lábios e todo o poder acumulado ser libertado em um grito de fúria.

Todos os soldados inimigos berram em dor e agonia. Suas peles derretidas e consumidas lentamente. A batalha cessou e eu irei entregar o destino final desse seres desprezíveis e cruéis. Meu homens olham assustados para os inimigos, me olhando com um receio.

Quando tudo está acabado e não sobra um só soldados inimigos vivo, minha visão escurece e sinto me corpo letárgico cair no chão.

°•°⚜️°•°

Ouço o cantarolar dos sábias.

Um belo jardim, coberto de vários tipos de flores se estende diante de mim. Uma bela melodia é tocada por um grupo de seres de beleza angelical com vários instrumentos dourados. Será esse o paraíso?

— Bonito, não? — uma voz feminina me surpreende — Então você é a única da minha linhagem que tem meu poder.

Uma mulher de cabelos negros como os meus e olhos violetas surge em minha frente. Ela está vestida em um belo vestido lilás coberto com lindas flores bordadas no corpete, caindo pela saia. Somos tão semelhantes, porém uma aura diferente a cerca.

— Quem é você?

— Crescite. É um prazer conhecê-la.

— A deusa? Como? O que? — não sei o que dizer. O choque toma conta de meu corpo. Estou de frente para a própria deusa.

— Não temos muito tempo. — ela se apressa — Destrua as coroas. Na noite do Coroatio, sob a luz da chama celestial. Destrua as quatro coroas.

— Não posso destruí-las, sem antes derrotar Valentino. Não tenho homens suficientes para essa guerra. Se eu não morri agora, vou morrer em pouco tempo e trarei todo meu exército comigo. Não posso fazer isso.

— Você pode. — ela diz com um sorriso terno — Destrua elas. 

A imagem da deusa começa a ficar translúcida, sumindo como um fantasma. Vozes começam a ser sussurrada ao vento em diferentes línguas.

07052020

Perdere

Puissance

Hemels vuur.³

The crowns of  gods.

Tudo começa a girar e a escuridão se firma ao meu redor novamente.

°•°⚜️°•°

Lentamente abro meus olhos. Não estou mais no campo de batalha, nem no belo jardim, mas sim em um quarto luxuoso e amplo. O papel de parede mesclado em tons de branco e lilás com detalhes em prata e ametistas, grandes janelas fazem a luz do por do sol banhar o ambiente e ventilar bem a área onde a cama dossel em que estou se localiza.

Devagar tudo retorna a minha mente.

Comandante Brand...

A batalha...

Octávio...

A imagem de Octávio ferido e ensanguentado me acerta em cheio. Onde ele está? Ele não pode te morrido. Não pode ser real. Não pode.

Não consigo controlar as lágrimas de desespero, o pânico começa a tomar conta de cada célula do meu corpo. Quando noto já estou correndo pelos longos corredores do que parece ser um palácio.

No encontro de dois corredores, esbarro em alguém, que se assusta com meu estado a beira da histeria.

Margot.

— Alteza? O que foi? O que aconteceu?

— Octávio. Onde ele está? Onde está Octávio?

— Estou aqui.

Sua voz aveludada me faz me virar na direção contrário, fazendo todo o aperto em meu peito se dissipar. Ele está alí, sem sangue, sem dor. Vivo. Aos tropeços corro ao seu encontro.

— Eu disse que você deveria usar uma armadura! — minha represália sai abafada pelo abraço aperto — Eu pensei que tivesse morrido!

— Está tudo bem agora, gatinha. — ele diz com seu tom calmo e tranquilizador, me apertando contra seu corpo — Estou inteiro e a salvo. Nesses dois dias que você esteve dormindo as feiticeiras fizeram um bom trabalho em me deixar novinho em folha.

Dois dias.

— Não importa! — berro me desvencilhando do abraço — Tem noção do quanto eu fiquei com medo? Seu idiota...

Sou calada por um beijo carregado de uma sensação de tranquilidade, transmitindo tudo que estava engasgado em ambos os corações. O moreno faz leves carinhos nas minhas costas, demonstrando toda a delicadeza do mundo.

— Desculpe pelo susto, eu deveria ter te ouvido. — ele sussurra com a testa colada a minha.

— Deveria te matar por quase me fazer morrer de medo. — ele gargalha.

— Como está se sentindo?

— Eu deveria fazer essa pergunta, foi você que quase morreu. — digo emburrada, enquanto ele me conduz de volta ao caminho daquele quarto — Estou bem, mas não tenho muita noção do que aconteceu.

— Vou te contar tudo. — ele diz com um sorriso singelo.

°•°⚜️°•°

Nós vencemos.

A ação cataclisma do meu poder salvo a todos da morte certa, mas o uso descontrolado de um poder tão grande me fez apagar por dois dias. Aqueles que se esconderam nas catacumbas do palácio estão seguros de volta a suas casas e aqueles que saíram do reino por medo de sofrer alguma consequência da batalha retornam aos poucos. Todos estão feliz em ter sua princesa de volta e anseiam por uma aparição pública que definitivamente não estou pronta para dar. Existe vários sábios e antigos conselheiros do reinado do meu pai querendo uma audiência para que eu escolha meu novo conselho, que eu também não estou pronta para fazer. Ainda tem muito o que se fazer, vencemos a batalha, mas ainda resta a guerra.

— Giselly, Vincent e Annelise já voltaram? — questiono.

— Ainda não. — ele alisa meus cabelos. Estamos no nosso tão confortável abraço e coala.

— Então vamos adiar tudo até que retornem. Tudo se resume aquelas malditas coroas mesmo, não fará mal esperar um pouco. — ele assente, beijando o topo da minha cabeça.

— E os conselheiros do seu pai?

— Só vou precisar de um conselho depois que a guerra estiver ganha e ser coroada. Eles também podem esperar.

Não quero encarar meu futuro como rainha agora. Não me sinto pronta para tal coisa. Descartei a experiência do lorde Lírio, fui prepotente e quase trouxe a morte para todo o exército, não sei como encarar as pessoas que quase matei sem sentir o peso da falha estúpida que cometi. Tudo que quero é ficar aqui, escondida nesse quarto — que descobri ser meu quarto. O quarto da rainha — com Octávio ao meu lado. Apenas um minuto de paz, para ter certeza que tudo é real.

Uma baixa melodia e cânticos começam a entrar pelas janelas. Sons de palmas acompanham. É simplesmente adorável.

— O que é isso?

— Seu povo. Estão festejando o retorno de sua princesa e o passo para a liberdade. Eles te admiram. — ele diz com um breve sorriso.

Saio de seu abraço, me sentando na cama. Dá para ouvir os urros de alegria e os vivas pela vitória. Meu povo. Estão felizes por mim, sem me conhecer, sem saber quem eu sou ou quem fui, estão feliz por me ter ao lado deles.

— Tenho um presente para você. — ele diz me tirando do transe.

— Um presente?

Ele tira um lindo cordão de ouro branco com pingente no formato de uma borboleta de esmeraldas e detalhes feitos de brilhantes do bolso. Um sorriso orgulhoso pela minha cara de surpresa e satisfação pela beleza do presente se forma em seus lábios.

— Era da minha mãe. — ele estende o colar em minha direção — Deixe-me colocar em você.

— É lindo. — me viro de costa para ele, levantando meus cabelos para que ele coloque. O caimento é perfeito, o pingente pende na divisória da minha clavícula exposta pela camisola de seda — Furry, não precisava.

— Deslumbrante, simplesmente deslumbrante. — é tudo que ele diz ao me olhar.

Delicadamente, seguro seu rosto em minhas mãos, iniciando um beijo lento. Como ele pode aquecer meu coração dessa forma? Como posso não conseguir mais imaginar meu futuro que não seja ao seu lado? Esse rapaz com leve aroma de lavanda me faz me sentir diferente, me faz me sentir especial e com um um lugar no mundo. Me faz querer viver intensamente. Me faz ver o lado bom da minha vida catastrófica.

Logo o ósculo toma um rumo mais intenso. O moreno me puxa para seu colo, fazendo um leve sorriso surgir em meu lábios. Ao nos separar pela falta de ar, fito seus belos olhos castanhos vendo o desejo e algo mais neles. Minhas mãos vão até os botões de sua blusa lilás, desabotoando lentamente, com toda sua atenção a minha ação.

— Tão lindo... — sussurro ao meu livrar da peça, deixando seu peitoral escultural exposto. Acaricio a leve cicatriz no lugar onde esteve o corte de onde foi atingido.

— E todo seu... — ele sussurra de volta.

Suas mãos saem das minhas coxas, indo até a fina alça da camisola. Ele deposita um beijo casto em meu ombro direito nu, em seguida fazendo o mesmo com o outro, retirando a vestimenta da parte superior do tronco, com meus seios a mostra.

— Tão linda...

— E toda sua... — quero me entregar a ele, da mesma forma que ele sempre se entregou a mim. Quero construir uma vida ao seu lado. Quero viver um amor semelhante ao que vi meus pais viverem.

Delicado com sempre, ele inverte nossas posições depositando beijos pelo meu pescoço e clavícula. Devagar sua atenção se volta para meus seios, carícias e beijos são feitos alí, descendo vagarosamente por minha barriga.

Com leveza o moreno retira a camisola de meu corpo me deixando totalmente exposta. De volta a sua aventura pelo meu corpo, Octávio se coloca entra minha pernas, me arrancando suspiros e gemidos de puro prazer.

Acho que ele mentiu para mim quando disse não ser tão experiente. Sinto todo meu corpo se tornar uma fornalha, tudo queima em prazer e lascívia, me levando ao meu limite. Ele sorri e me beija, dando a prova de meu próprio gosto.

Com habilidade inverto nossas posições novamente. Conjurando meu controle sobre o ar, prendendo seus pulsos no topo de sua cabeça. Desabotou sua calça a arrancando lentamente de seu corpo, assim que o deixo completamente nu, me cento em suas coxas encarando seu membro desperto.

— Não são cordas, mas iram dar para o gasto. — digo sorrindo maliciosamente, dando alguma atenção aos seus mamilos.

— Isso torna tudo mais excitante.

Trilho beijos por seu peitoral e abdômen, descendo lentamente até onde verdadeiramente queria chegar. Ele deixa escapar uma série de gemidos ao me ter bombeando lentamente seu membro.

De todos os momentos íntimos que já tive com alguém, seja homem ou mulher, nunca me preocupei muito em admirar os sons de prazer emitidos pelo indivíduo. Mas Octávio é diferente, tudo nele me faz admira-lo, da mesma forma que imagino que seja para ele. Me sinto completa ao seu lado, não é apenas a sensação do prazer de uma noite, se trata de uma sensação de preenchimento. Um complemento que transborda a alma, que faz meu coração bater forte.

Quando o coloco em minha boca tudo se transforma. Sinto seus pulsos se roçar contra minha amarras invisíveis. O prazer e a luxúria dançando pelo ambiente.

Antes que ele possa chegar ao seu limite, interrompo meus movimentos, me colocando sobre ele e me penetrando lentamente iniciando uma lenta dança erótica.

Tudo se resume a eu e ele. Ele e eu. Não existe guerra, coroas ou reinos nesse momento, apenas nossos corpos entregando-se ao prazer. Os movimentos se tornam mais frenéticos, o livro do meu poder e ele me abraça. Nossas testas coladas, os gemidos emitidos, juntos alcançamos o prazer.

Ele sorri respirando pesadamente e eu o acompanho. Ficamos alí, abraçados, tentando regular nossas respirações e a sensação de letargia passar.

— Eu te amo. — sussurro contra seu peito — Ver você quase morrer naquele dia, me fez perceber que não posso mais guardar essas palavras para mim. — levanto meu olhar para seu rosto bonito — Eu te amo Furry, com todo meu coração.

Seu sorriso se ilumina e ele me beija amorosamente.

— Eu também te amo, gatinha. Com todo o meu coração.

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Notas finais:

1: Destrua, em latim.

2: Poder, em francês.

3: Fogo celestial, em holandês.

4: As coroas dos deuses, em inglês. (Nome do livro hehehehe)

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