⚜️Dea⚜️
Tradução: Deusa
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O barulho da marcha unida de todo o exército preenche o silêncio dos primeiros raios de sol.
Não temos uma ideia de qual estratégia Valentino pretende usar, essa situação me causa um grande desconforto por não ter um controle sobre a situação. Pensar demais se tornou a única coisa possível nessas quatro horas de estrada, várias possibilidades de fracasso e sucesso preenche minha mente.
— Gatinha, beba um pouco. — Octávio aproxima seu cavalo do meu, me entregando o cantil de água — Os homens estão bem confiantes.
— Quem não está confiante sou eu. — digo para que só ele escute, bebendo um gole generoso d'água.
— Por que?
— Eu passei momentos incríveis e então coisas terríveis aconteceram, eu amei pessoas e então a maior parte delas se foi. Eu estou sempre esperando pelo pior. — desabafo — Eu queria nem que um pouco da sua tranquilidade.
— Gatinha, muitas das vezes é tudo ilusão. — ele fala com um ar brincalhão, mas sinto a veracidade das palavras — Mas dessa vez eu realmente estou confiante de verdade.
— Por que toda essa confiança?
— Primeiramente por que temos você nos liderando e a vantagem do nosso exército. Porém o que mais me dá confiança é que assim que vencermos essa guerra, vou implorar para que a mulher mais incrível do mundo se case comigo.
— Implorar? — digo com um sorriso crescente.
— Sim. É bem evidente em como ela é muita areia para minha pequena carruagem. — dito isso, ele puxa um pequeno anel dourado com pequenos brilhantes escondido no espaço entre seu peitoral e a armadura Vingoli emprestada — Prefere o discurso que preparei por duas semanas ou quer que eu simplesmente pare esse cavalo e me ajoelhe na lama na frente de todos?
— Você se ajoelharia na lama, no meio de uma marcha para a guerra, só para me pedir em casamento? — questiono sem realmente acreditar.
— Claro! Devo fazer isso agora? — seu sorriso só cresce e eu solto uma gargalhada, fazendo alguns soldados olharem curiosos.
— Claro que não, seu idiota.
Ele puxa as rédeas dos nossos cavalos, os fazendo ir para a lateral da estrada para dar passagem as tropas. Em seus dedos o delicado anel brilha com a luz do sol junto dos seus olhos que brilham quando se encontram aos meus.
— Nunca pensei que amores inexplicáveis pudessem existir, até o nosso primeiro encontro minimamente desastroso. Eu realmente não tenho muito a oferecer, mas lhe garanto que de todo meu coração tenho os sentimentos mais reais pela pessoa incrível que você é. — ele seu sorriso ganha um toque de nervosismo — Pode não parece a melhor coisa, mas me permitiria te amar e adorar pelo resto de nossas vidas? Me faria o homem mais feliz dessa terra por dizer sim a minha proposta?
Meu peito se enche de felicidade ao ouvir seu pedido e como a melhor resposta puxo sua boca contra a minha.
— Já que você está implorando, acho que posso fazer isso. — ele gargalha selando novamente meus lábios. Nós voltamos para a frente das tropas, seu sorriso parece pronto para rasgar seu rosto.
Matrimônio sempre pareceu uma palavra sem nenhum significado para mim, principalmente logo depois que abri mão do meu primeiro amor. Em minha cabeça esse seria um evento que nunca ocorreria em minha vida. Não tenho certeza se posso ser realmente o que se possa esperar de uma boa cônjuge, mas a ideia de descobrir isso ao lado de Octávio me parece boa o suficiente para acender uma pequena chama de esperança.
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Vale Aviary. Um vale de ponto neutro entre os quatro reinos de Deorum, cheio de verde e beleza, agora é um espaço de pura tensão.
Ambos os lados montaram seus acampamentos e armadilhas.
— Deveríamos atacar primeiro. — Tesla propõe.
A tenda de reuniões foi montada bem ao centro do nosso acampamento, após quatro dias de marcha sem muito descanso e assolados pela insônia, todos estamos em um estado deplorável. Mas pelo menos conseguimos chegar ao mesmo tempo que o cretino do Valentino, barrando qualquer hipótese que ele tivesse de chegar as cidades. Metade da confiança dos homens que Octávio me contou durante a marcha com certeza murchou a algum tempo.
— Alguns dos meus espiões relataram ter visto bruxas cadavéricas em grande escala e a presença de algumas criaturas no tamanho de ursos. — Lola alerta — É melhor esperar um pouco.
— Ele está usando o poder da coroa descontroladamente para criar coisas. — Margot diz com um tom sombrio na voz.
— Ele pode fazer isso? — Octávio pergunta.
— Qualquer um que tenha a coroa pode usar seu poder. Porém há uma diferença, quando a coroa reconhece que seu portador é digno esse poder vem de graça, dado com toda a generosidade dos deuses. Mas se a pessoa não for digna e conjurar os feitiços antigos, um preso caro demais será cobrado, o poder da coroa irá consumi-lo até que não reste nada. — a alta feiticeira explica e sinto os pelos do meus corpo arrepiarem.
Uma trombeta começa a soar, nos tirando do foco da reunião. Confusos saímos todos juntos da tenda, dando de cara com John Eigenlang montado em seu cavalo, carregando o estandarte de Salis e um pergaminho em mãos. Os soldados que passam pelo local ergueram suas armas esperando apenas um comando para matar o homem.
— Sua majestade, rei Valentino Verond, grande senhor e conquistador de Deorum. Declara que está aberto a negociação da rendição de todos os traidores da coroa, caso contrário não haverá piedade sobre os que se levantam contra ele. — ele termina com ar pomposo.
— Toda aquela história de ser digno de um alto cargo, para agora servi como mísero mensageiro, que decepcionante. — debochou da cara do loiro, com Leon logo atrás pronto para voar no pescoço do John.
— Leve essa carcaça para longe daqui. — Leon diz em plena fúria — Ninguém irá se render.
— Precisa domesticar seus cãezinhos, Agatha. — o desgraçado pronuncia meu nome com um ar de zombaria — Irão se arrepender.
— De arrancar sua cabeça e do seu rei medíocre? Eu acho que não, será o maior feito da minha vida.
Alguns soldados soltam risos perante minha resposta. John apenas dá um leve sorriso convencido, guiando seus cavalo pela mesma direção que chegou.
— Precisamos fazer algo a respeito. Ele quer brincar conosco. — diz o príncipe Saul.
— Quais as ordens, minha rainha? — Lola pergunta.
— Mantenham o exército aposto e preparado como já havíamos decidido. Vamos esperar que ele ataque.
No fundo da minha mente, tento entender o que esse louco quer fazer. Querendo ou não, é impossível negar que Valentino é um homem esperto, ele articulou e executou um plano quase impecável. A grande questão é: por que os deuses —teoricamente — me escolheram para lutar por tudo isso? Não pode ser possível que seja apenas por que eu tive a "sorte" de nascer com os poderes de Crescite.
A vida inteira nos questionamos sobre o que seria nosso propósito em relação a vida. Para que fomos destinados a trilhar tal caminho. Porém, ninguém se questiona quando é que se torna pesado e cansativo demais suportar tal propósito, quando muitas das vezes esse propósito é relacionado a estar fadado a exaustão de suportar as adversidades da vida.
— Quais seriam as chances de você está pensando em como será nosso casamento? — Octávio pergunta se sentando ao meu lado no tronco afastado de todos.
Meu coração acelera quando age dessa forma descontraída para tentar arrancar a tensão impregnada em meu corpo, ao mesmo tempo que tenho vontade de lhe dar um soco no meio da cara por conseguir demonstrar calmaria em um momento tão crítico. Ele parece ter gostado bastante da forma Vingoli, já que passa uma de suas asas em meu entorno me protegendo do vento frio da madrugada.
Tenho pensado em como o amor te torna uma criatura abobalhada e ridícula. Esse sentimento, depois de criar raízes em seu peito, te torna um escravo de todas as sensações que lhe acarreta. Você começa a sentir a necessidade de ouvir e sentir a pessoa amada, rir de coisas idiotas e é afetado — tanto positivamente, como negativamente — por ações que seu parceiro possa realizar. Se tiver que pagar um preso para manter aquela determinada pessoa em segurança, você irá pagar, nem que isso possa resultar em sua própria condenação. Amar é uma incógnita indecifrável e tudo que você pode fazer é rezar para estar resolvendo corretamente.
— Hmmmm... Zero. — ele faz uma cara de afetado por minha resposta, me fazendo rir.
— Então deixe-me adivinhar. — ele põe uma mão na minha testa e outra em sua própria testa — Está pensando em como tem sorte de ter o homem mais bonito de Deorum totalmente rendido ao seus pés.
— Passou bem longe. — gargalho.
— Dessa vez vai. — ele finge se concentrar novamente — Está fantasiando como será nossa vida com Marti e nosso outros cinco filhos.
— Cinco? — exclamo abismada — Acha que sou uma galinha chocadeira para ficar colocando criança aqui e alí?
— Por que não? Gosto de famílias grandes.
— Por que não é o senhor que irá carregar, colocar no mundo e amamentar. Vamos ter no máximo dois, Marti já vale por três crianças.
— Tudo bem, eu não tenho argumentos contra isso e todos sabemos que é você que manda aqui. — ele diz beijando minha bochecha, logo levando seus lábios para o pé do meu ouvido — Devemos fazer o primeiro agora?
— Mas você é muito pervertido mesmo. — lhe acerto um tapa no braço, o vendo sorrir.
— Devo te lembrar, querida noiva, que foi você que me atacou com atos totalmente pervertidos. Duas vezes!
— O que posso fazer se você é um tremendo gostoso?
— Viu só? Minha noiva é uma tarada. Pelos deuses, onde fui me meter?
Minha noiva. Cada vez que ele me chama assim é um desmoronamento da minha postura inabalável. Sinto minhas bochechas arderem.
— Pare de ficar ressaltando a cada frase que sou sua noiva. — não sei o por quê da súbita vergonha.
— Por que? Isso te deixa nervosa... Minha noiva. — seu sorriso cresce ainda mais ao ver minha bochechas rosadas — Minha noiva fica tão linda corada. Minha noiva é tão perfeita.
— Pare com isso, idiota. — digo, mas não consigo conter a risada.
— O que minha noiva? Devo parar com o que minha noiva? Está envergonhada minha noiva? — vendo que ele não irá calar a boca tão sedo, apenas me levanto do tronco pronta para me distanciar, mas sou impedida por seus braços que me puxam para um abraço — Eu te amo, minha noiva.
Não sei quando foi que fiquei tão mole ao ponto de me derreter todinha por essa criatura quase sem maturidade, mas confesso que não quero deixar de me sentir assim.
Essa madrugada será difícil, mas com ele ao meu lado posso superar isso.
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Dois dias.
Faltam dois dias para o coroatio e Valentino não deu nenhum sinal de atitude. Todas as manhãs, logo nos primeiros raios do sol, barulho de trombetas e tambores soam, mas nenhum ataque é cometido.
Toda a ociosidade está fazendo os soldados ficarem impacientes e na tenta de reuniões os ânimos estão cada vez mais aflorados.
— Precisamos atacar! — Rei Navi exclama.
— Ele está querendo nos assustar! — diz Eron.
— Estamos a dois dias do coroatio. Precisamos destruir as coroas. — é a vez de Margot falar.
— É isso que ele quer, nos desestabilizar. — diz Lorde Lírio.
Não aguento mais.
Não consigo pensar direito.
— Calem as porras de suas bocas! — berro e a sala entra em um silêncio mórbido.
Eu nunca estive em uma guerra antes, não tenho a menor noção do que fazer em prática e as pessoas que me rodeiam, por mais que sejam mais velhas, parecem não saber o que fazer também.
Podemos atacar às cegas e correr o risco de sermos dizimados pelas coisas que Valentino vem criando ou podemos continuar aqui e perder o único dia para destruir essas malditas coroas.
Não quero fracassar. Não quero essa guerra.
— Talvez não devessemos ter nos apegado tanto a liderança de uma jovem sem experiência apenas por que é descendente direta da deusa. — rei Navi abre sua boca imunda para falar e me odeio por isso, mas estou começando a concordar com esse velho irritante.
— Chega! — Octávio assusta a todos com uma forte bancada na mesa, encarando o pai com fúria — Estou farto de você sempre falar besteiras e não fazer porra nenhuma para ser útil. Dobre sua língua para falar da minha noiva, seu rei fracassado.
— Posso ter fracassado a décadas atrás, mas pelo menos não sou fraco ao ponto de me esconder atrás das ordens e ficar abanando o rabinho para uma mulher que nem sabe o que está fazendo. — o rei levanta sua voz — Ela vai matar todos nós.
— Sugiro que escolha bem suas palavras para falar da minha rainha. — Lola diz com um olhar assassino.
— Ou o que?
A mesa é arremessada para fora da tenda, um forte vento derruba o rei no chão e a terra prende seu corpo ao solo. Um pensamento e uma espada surge em minha mão, sendo apontada diretamente para a garganta do mesmo. Tesla saca sua espada, mas Lola se coloca em sua frente, os outros presentes parecem assustados.
— Escute aqui, seu verme. Minha paciência com você se esgotou e eu não dou a mínima se é uma ou duas cabeças reais que terei de arrancar nessa maldita guerra. Estou farta da sua voz, farta da sua presença. Sugiro que cale a porra da boca quando estivermos no mesmo ambiente, por que não me importo em começar uma guerra após essa apenas para arrancar a droga da sua cabeça fora. — liberto o rei e faço a espada sumir — Preparem-se, iremos atacar essa madrugada. Assim que a batalha começar tenham em mente que a única coisa que importa é a coroa em nossas mãos e a cabeça de Valentino rolando no chão.
A passos firmes deixo a tenta sendo seguida por Octávio, Annelise e Lola.
— Meu amor, me desculpe por isso. Eu... — Octávio começa a dizer entrelaçando nossos dedos, mas o faço parar de falar.
— Preciso ficar sozinha.
Annelise e Lola acatam meu pedido rapidamente se dirigindo para terminar os preparos, mas Octávio parece relutante.
— Só preciso de um tempo, por favor. — conheço sua expressão de preocupação, mas mesmo com seus olhos transtornados ele acata meu pedido.
Dentro da tenta que divido com Octávio, minha cabeça retorna a fala de Margot na noite do Quievit.
"Princesa Agatha Concis Vaccim, você está destinada a restaurar o que foi destruído, concertar o que foi quebrado. Nossa salvação, que os deuses te guiem ao caminho da vitória e a restauração do equilíbrio do mundo."
Se parar para pensar, não faz muito sentido. A deusa pediu que eu destruísse as coroas, como isso pode ser o concertar de algo? Estamos falando da mesma pessoa e da mesma situação?
Não tenho mais certeza de nada, que não seja o fato que trarei aquela coroa para minha mãos.
°•°⚜️°•°
Em meio a madrugada silenciosa, meu cavalo é silencioso ao caminhar pelos cantos do vale em direção a alguma brecha na segurança do acampamento inimigo.
Talvez tenha sido um ato impulsivo ter feito todos pensarem que precisava de um tempo sozinha na tenta e saindo as escondidas, deixando nada mais que uma carta para trás. Meu peito dói em pensar em Octávio abrindo aquela carta ou desesperado a minha procura, mas sacrifícios precisam ser feitos.
Eu me sacrifiquei demais, eu me machuquei demais, eu reconheço isso. Mesmo encontrando o amor da minha vida, ainda sinto que algo não está certo. Sinto que a minha existência ainda não é valida, que estou em um caminho espinhoso. Eu quero ser feliz, quero o meu final feliz, mas a cada dia que passa nessas condições me pergunto se eu não estou fadada ao sofrimento. Que meu único destino é morrer destruindo aquelas coroas.
Vejo um soldado mais afastado dos outros, me dando uma pequena brecha para adentra ao covil dos lobos. Com a capa negra jogada sobre a cabeça, aproveitando cada espaço de escuridão possível, começo a andar em direção a tenta do rei.
Muitos soldados dormem, bebem ou jogam jogos de azar, totalmente despreocupados sobre qualquer coisa. Sons horripilantes saem de um canto totalmente escuro do acampamento, talvez sejam essas as coisas que os sentinelas de Lola disseram ter visto, com um pouco de esforço para me esconder do maior número de soldados consegui chegar a tenda de Valentino.
Sua tenta é duas vezes maior que as outras. A luz é meio escassa, mas o suficiente para que eu veja a cama vazia e desarrumada, alguns tapetes forram o chão e uma grande mesa repleta de coisas. Livros antigos abertos em páginas idênticas com algum tipo de ritual com seis pedras preciosas diferentes, ao lado dos livros uma caixa contém colares com pingentes feitos das mesmas pedras dos livros.
Safira.
Esmeralda.
Ametista.
Rubi.
Diamante.
Ônix.
Não consigo entender a linguagem do livro, mas o brilho da coroa de rubis no fundo da tenda me chama atenção. Essa é a minha chance.
— Você é bem sorrateira, majestade. — a voz em tom de deboche soa da penumbra da tenda — Majestade. É engraçado chamar uma mulherzinha patética de algo tão nobre, mais engraçado ainda você ser a descendente de Crescite.
— Acredito que o patético seja você. — dou passos cautelosos em direção a coroa — Está insistindo em uma ideia estúpida de se tornar um Deus na terra.
— Eu não quero ser um Deus nessa terra miserável, quero trazer a ela o maior dos deuses e me assentar a sua direita em lugar de honra. — a imagem de Valentino se revela, está com olheiras profundas e seus olhos possuem veias pretas igual a seus antebraços e parte do pescoço — Toda essa história de quatro deuses e quatro coroas é uma fraude. Um passado encoberto por seres medíocres para trazer a ilusão de um mundo feliz.
— Você está louco.
Ele parece descontrolado e perturbado. Suas mãos vão a cabeça precisando as têmporas e apertando os olhos com força, quando volta a abri-los apenas fúria pode ser vista. Ele vem em minha direção e em uma primeira forma de defesa uso meus poderes do ar, mas estranhamente meu poder se volta contra mim me lançando em um baque forte no chão, me desorientando totalmente. Minha visão falha e o ar escapa dos meus pulmões por um momento.
Quando volto a enxergar novamente, o rei está montado sobre mim com uma adaga em mãos. Antes que ele possa perfurar meu coração, consigo segurar a lâmina, mas ele é forte demais.
— O coração da destinada banhado em seu sangue irá ressuscitar o senhor dos senhores, o deus mais forte. — ele sussurra enquanto tenta me matar.
Conjuro meu controle sobre o fogo e faço com que minhas mãos esquente queimando sua pele. A dor me dá tempo suficiente para inverter nossos poderes para inverter nossas posições, minhas mãos se encaixam em seu pescoço e utilizo meu controle sobre a terra para prender seus membros ao chão.
— Me matar não vai impedir o que está por vir. — ele diz com um sorriso macabro — Você é só uma mulher fraca.
Me levanto de sua torço e pego a coroa, por algum motivo ele consegue quebrar as amarras feitas pelo meu poder. Não espero muito para correr para fora da tenda, soldados se assustam, alguns tentam me barra mas com alguns pensamentos todos que aparecem em minha frente acabam mortos.
O rei berra ordens em pura cólera, mas antes que mais soldados possam me perseguir, o grito de todo um exército invadindo o acampamento é escutado. Vingolis, fadas, metamorfos, feiticeiras, humanos, elfos. Todas as espécies se unem para atacar os soldados pegos de surpresa.
Deu certo.
Magicamente o rei se materializa em minha frente, me lançando ao chão com um golpe de um poder desconhecido.
— Devolva o que é meu, sua mulher medíocre!
Minha mandíbula dói, mas me ponho de pé. A coroa firme entre meus dedos e a raiva crescente são duas motivações. Olhar para ele me lembra tudo que fez, de tudo que passei em seu reinado desgraçado, nas pessoas amadas que morreram por suas mãos.
Você irá pagar.
— Eu não sou uma mulher medíocre. — digo lentamente, reunindo todos os meus poderes em uma única cápsula mortal — Eu sou uma deusa e você irá sentir toda minha fúria.
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— Gatinha, está na hora de atacar. — o príncipe metamofo adentra a tenda, sendo recepcionado apenas pelo silêncio da noite — Agatha? Meu amor? Onde você está?
Quanto mais o minutos sem uma resposta se passava, mais o coração de Octávio martelava com o desespero crescente. Seus olhos pousaram no pequeno envelope com as belas letras cursivas de sua amada. No fundo de sua alma, o príncipe rezava para que não fosse o que pensava.
Com as mãos trêmulas abriu o selo da carta, lendo seu conteúdo.
Querido Octávio.
Nunca menti sobre o quanto te amo, você foi a pessoa que me estendeu a mão quando estava perto de desmoronar, você, mesmo com piadas ruins e jeito abobado me fez querer continuar viva. Mas é por te amar que estou fazendo isso. Por não suportar a ideia de fracassar e perder o que pode ser o nosso grande futuro que irei ao covil dos lobos.
Sinto como se os deuses me odiassem, sinto que não sou o suficiente para todo esse fardo. Mas por esperança que sou suficiente para você e para a família que iremos formar, não irei desistir.
Irei até o acampamento de Valentino e pegarei a maldita coroa. Tenha em mente duas coisas: Farei de tudo para sobreviver — e espero que faça o mesmo — até que possa estar em seus braços novamente e transmita a ordem para atacar as exatas duas horas antes do amanhecer.
Com todo amor
Sua noiva.
Seu peito dói, seus olhos lacrimeja, mas ele faria o que sua rainha lhe mandou. Por que é isso que ele faz, ele confia. Ele confia que ela os levará a vitória, que ela será sempre sua estrela mais brilhante e que ela é a deusa mais poderosa dessa terra.
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