Capítulo 9
Estava exausta do dia anterior, ainda havia aula para assistir, mas, queria faltar ao menos por um dia. Não fazia isso a meses, e já estava irritada com isso. Ou talvez fosse apenas a famosa tpm. Ergueu-se da cama, desanimada, e viu a porta de Henry aberta, e uma circulação lá dentro, aproximou-se e notou seu irmão na cama, e Judy circulando de um lado para outro no telefone.
- O que houve?- sussurrou, de forma que ele lê-se seus lábios.
- Não estou muito bem, maninha- Phoebe, assentiu preocupada, e entrou, pediu que ele se afastasse com as mãos, e deitou ao seu lado.
- Céus! Henry, você está queimando- disse, ela ao sentir a temperatura do irmão, quando encostou em sua pele.
- Não só queimando, minha cabeça e minha garganta também estão doendo- ele contou, e Phoebe levantou rapidamente, enquanto Judy a acompanhava com o olhar, buscando uma toalha no guarda-roupa do irmão.
Caminhou até o banheiro, molhou a toalha, encheu um potinho vazio com mais água, e procurou o pote de algodão, levando para o quarto do seu irmão.
Colocou a toalha na testa dele, molhou os pedaços de algodão, pondo-os sobre os vãos dos dedos do pé, dele, e procurou o termômetro na caixa de remédio no quarto de seu pai, que estava no banho.
- Vai ficar tudo bem, é normal- ela o tranquilizou entregando-lhe o termômetro.
- Eu estou bem Phoebe, não se preocupe- dizia ele, Phoebe apenas o encarou com os olhos Semicerrados e continuou com o que fazia.
Peter atendera o seu desejo, e a deixara ficar em casa com o irmão, já que o mesmo não estava bem. Henry que recusava estar mal, pedia para ela se preocupar com qualquer coisa, que não fosse ele, pois era função do irmã cuidar da irmã, e não o contrário, a deixando irritada, fazendo com que Judy a mandasse para o quarto. Para que ela mesma cuidasse do neto.
Sentou frustrada na cama, e só então percebera que estava sem tomar banho, escovar os dentes, e sem café da manhã. Ainda eram oito e meia, e um bom banho cairia bem. Depois de completar toda a sua lista de afazeres, voltou para o quarto, ligou os fones, e colocou em sua música favorita, indo em busca de mais uma das cartas de sua mãe. Pegou envelope e o abriu.
04.03.23
Phoebe Querida, eu não tenho tido tempo e muito menos disposição para lhe escrever mais, porém saiba que eu a amo muito, minha filha. Eu não gosto de ser negativa desesperançosa, então não estará em nenhuma dessas cartas e em nada, registrado as dores e o meu sofrimento. Só que saiba que mesmo com a enorme chance de eu não perdurar por muito mais tempo, meu desejo ainda é viver com vocês por muitos e muitos anos.
Vê-la dar os primeiros passos, aprender a ler, as notas da escola, ajudá-la a limpar seus machucados, e a ensinar como se portar nesta vida horrível que nos obrigam a viver. Mas, que com muito tato e dedicação, conseguimos a tornar suportável. Eu a amo coração. E queria muito dizer que você já está sentando, eu ao menos acho que sim, é mais esperta que seu irmão por enquanto. Também é bem maior que ele, para meu espanto, e mais pesada também. Felizmente, e graças ao bom Deus, vocês são completamente saudáveis, e vejo que são um verdadeiro milagre. Algo meu que ficara com ele... ah, Peter. Eu quero que cuide dele, minha garotinha, sei que é capaz de cuidar do teimoso do seu pai, se quando estiver lendo isso, ele der muito trabalho, use toda a sua autoridade, para corrigi-lo, mesmo ele sendo o seu pai. Será grande a chance de ele fazer o que bem entende, sem mim. A minha esperança, é que ele nunca será um pai ruim.
Phoebe, crie gosto por ler e estudar, aprender é um direito humano, dado por Deus, ou acha que ele criaria pessoa, para apenas reagirem como plantas? Não. Precisa tomar decisões, e aprender, e criar se puder. Tem essa habilidade? Se sim, use-a ao seu favor.
Crie uma lista mental de prioridades, e de coisas que queira fazer até a maior idade chegar, se quando estiver lendo já não tiver chegado, né. Mas, enfim, filha, quero que seja você mesma, sem vergonha, não se importe com o que seus colegas dizem, eles não te conhecem e a julgam como eles são julgados, a tratam da maneira que são tratados, tenha piedade dele, ajude-os se necessários, não devolva o mal com o mal, e tudo será suportável.
Te amo docinho, e estou amando essa bolhinha de baba que está fazendo aqui do meu lado. Ainda bem, que não está me vendo chorar.
Com amor, mamãe.
Aquele detalhe final, fora engraçado, e mais engraçado ainda, fora o desejo de deixar claro a Henry, que ela ia o ajudar mesmo que ele não quisesse. Respirou fundo, guardou a carta no lugar e foi para o quarto do irmão.
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