Capítulo 1





Phoebe chegou da escola completamente, desesperada, não aguentava mais de curiosidade, com o que continha nas cartas. Arremessou sua mochila sobre a cama, arrancou o tênis as pressas, e assim que se sentou sobre a cadeira, e depositou as cartas sobre sua mesa de estudos, sentiu o coração palpitar de emoção e sua respiração acelerar. E então desamarrou, e pegou o primeiro envelope, analisando o carimbo que selava-o, para não cair a informação.

"Estranho", pensou a menina, afinal, não tinha muitos amigos, e a maioria morava próximo, seus parentes, eram as pessoas mais distante, e nenhum deles, ainda escreviam cartas, porque haviam aparelhos eletrônicos, como celulares, computadores e outros comunicadores. Soava, confuso e estranho em sua mente, receber cartas de alguém. Seria de seu pai? Ou seria... dela? E se fosse dela?

Só havia uma única maneira de descobrir. Com seus olhos verdes esbugalhados e mãos ágeis, despregou o carimbo, cuidadosamente, rasgando o mínimo possível de papel. Respirou fundo receosa, olhou para o papel bem dobrado, ainda intacto, e aguardou alguns segundos, antes de desdobrá-lo e por-se a ler.



13.10.22


Querida Phoebe, ontem, quando eu olhei em seus olhos esverdeados, pude perceber o que é o verdadeiro amor, sim, eu a amo e sempre irei lhe amar. Você nasceu a doze dias atrás, e neste exato momento rodeada de travesseiros, seguro uma prancheta, algumas folhas e uma caneta. Espero que quando receber ou encontrar está e muitas outras cartas, você possa de coração aberto e mente tranquila, se conectar a mim.

Eu sei que daqui a alguns anos, você será alguém que jamais poderei imaginar, mais sei do fundo da minha subconsciência, que está conectada ao meu coração, que você será incrível e sábia, seja como for. Também sei que passará horas no espelho vendo em seu rosto alguma semelhança, com as fotos quais irá encontrar, e posso lhe adiantar que a meia hora atrás, eu a vi em mim, assim como posso ver que você tem muito de seu pai, também sei que terá muito de mim, como esse jeito único e calmo, ao deitar e ao acordar, seja na cama ou no berço, que contagia você e seu irmão, e que me deixa aliviada por não desesperar-me com dois bebês chorando ao mesmo tempo. 

Como sou grata por vocês poderem existir.

Temi por muito tempo não ser capaz de deixar um legado, caso algo me ocorresse, mas, toda essa minha sisma foi desfeita quando soube que iria ter vocês. Confesso minha filha, seu pai ficou desesperado, não era o que queria para o momento, mas horas depois, abraçou a mim e passou mais de uma hora contando histórias para vocês. Nunca foram rejeitados! Desde quando soubemos que viriam, a festa vinha de todos os lados, dos amigos, das nossas famílias, dos conhecidos, e principalmente seus avós. Eu fico feliz, em confiar vocês a uma família que será cheia de amor, mesmo depois que eu partir.

Amanhã ou depois, ou até mesmo em minutos seguintes você começará a ler as cartas que lhe deixei contando tudo, e eu sei que compensará ao menos um pedaço vazio dentro de seu peito, onde eu lhe direi tudo o que sei e que poderia usar para lhe ensinar.

Com amor, mamãe.



Phoebe, olhou com lágrimas nos olhos, perdida, imersa naquelas palavras, e encarava a parede ainda segurando sobre suas delicadas mãos a carta, escrita por ela. Buscando forças, para seguir para as próximas informações que sua mãe havia deixado para ela. Sentia-se claramente estranha, e sua respiração acelerava-se, mas, as lágrimas que surgiam lhe provava que ela jamais se esquecera deles. 

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