Epílogo

   A música era ouvida por todo o bar, uma música de fundo enquanto o cheiro de cigarro e álcool permeava as paredes daquele lugar. Era como se o cheiro estivesse impregnado e nunca mais saísse.

     — Eae, cara! Mais uma? — O homem do outro lado do balcão ofereceu.

     — Claro, mas me vê duas garrafas a mais — Ele disse, abrindo um sorriso e olhando para seus convidados na mesa atrás.

   Luke e Nathan estavam tentando se conhecer, desde o dia em que Nathan fora quase obrigado a ficar do lado dos vivos pela sua Tia. Ele parecia estar receoso em viver em uma época diferente depois de duzentos anos da sua morte. Todos compreendiam o seu receio.

   Mas ele ficou e estava tentando conhecer o filho, não como filho, mas como o filho preciosa da sua irmã.

     — Peyton, você só vive em bares agora? — Luke perguntou, recebendo a garrafa de Peyton.

     — Atelina me disse para viver por mim, estou visitando os estados em que nunca estive e não posso evitar visitar os bares — Ele disse, bebendo um gole da sua cerveja.

     — E você está realmente fazendo isso, sem problemas? — Nathan perguntou, seus olhos insinuando que eram parecidos no quesito novidades da nova era.

   Peyton bebeu mais uma vez, enrolando para dar uma resposta, seu olhar pensativo e os olhos procurando uma forma de fugir do assunto.

   Lógico que tinha alguns problemas nessa missão maluca que Atelina tinha dado a ele. Ele a amava e viveu a maior parte da sua vida indo atrás dela porque queria estar com ela, eram muito raro as vezes em que ele se deixou levar pelo momento e fez escolhas que não incluíam ela. Mas agora, ela estava vivendo seu novo relacionamento.

   Era triste ver que ele não era o homem que estaria ao lado dela, porém vê-la feliz com aquele anjo, o anjo dela, era reconfortante, embora incomodo também. Entretanto, ela estava se abrindo mais para as pessoas agora. Desde o final do relacionamento com Peyton, ela esteve evitando se abrir para outras pessoas com medo de sofrer o mesmo que sofreu com ele.

   E com aquele anjo, Daimen, depois de tudo o que passou para estar com ele, ela parecia estar mais leve.

   Atelina sempre ligava para ele, as vezes de semana em semana ou as vezes a cada duas semanas. Ela perguntava se ele estava bem, parecia sempre querer que ele alcançasse a mesma leveza que ela sentia no novo relacionamento, mas ainda era difícil.

     — Como ela está? — Peyton perguntou, largando a cerveja e mudando de assunto.

     — A minha mãe está muito bem. Mas e você? — Luke disse, voltando o assunto para Peyton novamente.

   Luke tinha brigado com Atelina a meses atrás, mas antes de Peyton ir embora de Falls Stay ele viu os dois fazerem as pazes. Não adiantava culpá-la pelo o que Ren fez e nem o fato dele ter sido mordido e Luke sabia disso. Principalmente, depois de perceberem que não conheciam Ren tão bem assim.

   Peyton deixou a cidade disposto a esquecer o seu primeiro amor, sabendo disso ele recebeu ligações de Rebekah várias vezes, mas não atendeu nenhuma. Ele vira de perto o que um amor que era uma obsessão poderia fazer e sabia que dar corda para ela seria como dar corda a sua loucura.

     — Eu estou bem. Estou tentando, sério. — Ele disse, tomando um gole longo do que restava na garrafa.

   Os dois diante dele o olharam com pesar, quase como se estivessem com dó de alguém que perdera um membro do corpo e estivesse tentando sobreviver sem ele, mesmo que a dor fantasma estivesse ainda ali, alojada.

   Mas ele ia conseguir, estava disposto a conseguir.

   O celular de Peyton começou a tocar no bolso, ele o retirou acreditando que poderia ser Atelina ou Dabria que era mais uma que ligava constantemente para saber se ele estava bem. Antes de chegar a Falls Stay, ninguém tinha o contato de ninguém, mas agora que todos tinham meios de manter o contato, todos mantinham e davam notícias. Era obrigatório.

   Esse era o jeito dessa família, sem muita proximidade, mas lembranças, sentimentos e o principal: saber que o outro estava bem.

   No entanto, quem me ligava era James, meu irmão casula.

     — Vocês querem outra? — Peyton perguntou, levantando a garrafa no ar e se afastando para o bar.

   Os outros dois recusaram, ainda com as suas garrafas pela metade.

   Peyton atendeu, seu irmãozinho super eufórico por poder falar com ele. Sempre que isso acontecia, James queria falar tudo o que tinha acontecido com ele desde a última visita e Peyton apenas ouvia, deixando-o falar e saber que ele estava ouvindo.

   Ele estendeu um braço, balançando a garrafa vazia no ar, indicando que queria outra.

   Quando sua cerveja chegou e ele foi pegar, uma mão apareceu antes dele e a agarrou primeiro. As mãos era finas, as unhas longas e pintadas de verde, nos pulsos havia pulseiras e embaixo delas uma tatuagem de coração delicada estava desenhada.

     — Essa era a minha cerveja — Peyton disse, finalmente olhando para a ladra.

     — Sim, exatamente. Era a sua cerveja — A garota disse, seu sorriso de lábios finos e pintados de marrom era muito bonito. — Você parecia estar ocupado demais para bebê-la e eu não queria esperar pela minha. Quem é ao celular? Sua namorada?

   Peyton a analisava com os olhos espantados, a voz de James ainda falando no celular na sua orelha, mas os olhos verdes escuro daquela mulher apontavam o celular. Os cabelos extremamente liso e de um ruivo pálido, cortado até o maxilar e ambas as parte da frente mais longas e pontudas que a parte de trás.

     — Meu irmãozinho. — Ele respondeu, voltando do seu transe.

   Os olhos dela se espantaram e ela franziu o nariz ao notar o que estava fazendo. A pele do seu rosto com sardas marrons claro salpicando-o, ficou vermelha.

     — Ah, desculpa. Eu queria flertar, mas acabei atrapalhando você. Vou pagar pela cerveja — Ela disse, pegando uma nota no bolso e colocando no balcão prestes a ir embora.

   Ela ia embora, mas algo em Peyton se moveu automaticamente, segurando seu braço antes que ela fosse. E ela parou, olhando o nos olhos.

   James não falava mais do outro lado, o que poderia significar que ele tinha dormido enquanto falava suas aventuras para o irmão.

   Peyton desligou, mandando uma mensagem avisando a mãe que James tinha dormido enquanto conversavam com o celular na mão. Ela saberia o que fazer, então ele largou o celular, olhando para a garota na sua frente.

     — Continue.

     — O que? — Ela perguntou, franzindo o cenho.

     — Continue flertando comigo. — Peyton pediu, arrumando a postara e se preparando.

   Ela sorriu para ele, os lábios que pareciam pequeno até que ela sorrisse e se alargassem lindamente. Peyton sorriu de volta, queria conhecer aquela garota que tinha admitido tão descaradamente que estava flertando com ele, ela tinha desistido rapidamente e entregado o jogo, mas ele não queria entregar o jogo e sim entrar nele.

Fim.

JÁ FEZ MINHA ESTRELINHA BRILHAR? 🌟🌟🌟

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💖💖💖

- Atelina T. L. Silva.

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