Capítulo 4 - Colapso

   A ponta do cordão era como uma corda desfiada completamente em frangalhos, eu estava mais uma vez no véu, mas aquele lugar não se parecia com o céu de seres sobrenaturais calmo e bonito de alguns meses atrás quando eu pensei que o que vinha com morte só poderia ser a dor e escuridão.

   Na verdade, aquele lugar poderia ser tudo menos um lugar calmo.

   As almas que eu me lembrava estavam lá, mas a quantidade era tão pouco em comparação ao que eu me lembrava que pensei que minhas memórias poderiam estar distorcidas, mas aquelas pessoas no pentagrama que ajudaram a fazer o feitiço que me trouxe a vida não eram falsas ou uma mera miragem. Elas eram de verdade e algo aconteceu com elas.

   Eu tinha sido levada para o jardim dos fundos da casa de tia Michaele, as ervas, flores e plantas que antes cobriam quase cada lugar naquele jardim estavam em sua maioria mortas ou no caminho do fim de suas vidas. O verde brilhante de antes, fora substituído pelo verde amarronzado que mostrava a falta de cuidado.

   Aquele lugar bonito e vibrante, cheio de conversas sussurradas e risadas despreocupadas não existia mais.

     — Nathan? — Chamei, minha voz quase falhando pelo susto causado pela situação — Tia?

   Comecei a me mover, passos lentos e suaves no chão com medo de que qualquer passo abrupto fizesse com que o que sobrou sumisse de vez. Fui na direção da casa primeiro. Era o segundo lugar onde ele mais ficava, já que ele era um dos únicos desse grupo que não podiam fazer feitiços.

     — Nathan? — Tentei mais uma vez.

   Quando entrei pelas portas do fundo e cheguei a sala, o susto só não foi maior porque lá fora já tinha me dado uma premissa do que esperar e eu tinha encontrado um lugar tão destruído quanto o lado de fora.

   Os livros que antes ocupavam as paredes da sala de estar e várias outras paredes, estavam em sua maioria espalhados pelo chão, rasgados, amassados e quase completamente destruídos, chamuscados e transformados em cinzas.

     — O que aconteceu aqui? — Perguntei para ninguém em especial.

     — O véu entrou em colapso, maninha.

   Virei rapidamente para trás, no caminho que levava para as escadas e em seguida para os quartos Nathan estava encostado na parede. Seus olhos estavam cansados, o cabelo amarrotado e os ombros recaídos como se estivesse carregando o peso do mundo nas suas costas.

     — O que aconteceu? Você está bem? — Perguntei, aproximando-me rapidamente e eu só não o abracei porque supôs que ele estivesse muito cansado.

     — Eu já estou morto, Atelina — Nathan disse, o canto de seus olhos se curvando levemente em um sorriso sem graça — Mason e Michaele estavam tentando falar com você do outro lado...

   Olhei fixamente em seu rosto analisando sua expressão, decepcionado. Eu só vi essa expressão uma vez no seu rosto e isso já tinha sido há muito tempo e a decepção era em relação ao que eu tinha feito.

     — Você não respondeu nenhuma vez... pensamos que tinha morrido — Ele murmurou, suas palavras carregadas.

   E mais uma vez aquela decepção era em relação a mim, eu estava inconsciente quando eles estavam tentando entrar em contato comigo e não conseguiram.

     — Onde está todo mundo?

     — Eles foram sugados. Michaele foi sugada a uns dias atrás — Ele contou, passando a mão pelo cabelo escuro.

   Não precisei olhar mais uma vez para a sua expressão e para o nosso arredor para saber que era provável que Nathan estivesse sozinho esse tempo todo, esperando que algo também viesse e o levasse como fez com os outros.

     — Por que isso está acontecendo?

     — Mason e Michaele não contaram tudo para você — Ele disse, se desencostando da parede e indo na direção da estufa lá fora. Eu o segui — Assim que você chegou aqui, o véu se acalmou acreditando que sua alma era na verdade a de Cassandra. Talvez o feitiço não tivesse dado certo como deu se ela tivesse usado Peyton, mas não importa isso deu tempo o suficiente para que ela planejasse mais uma coisa enquanto o véu acreditava que ela ainda estava aqui...

   Nathan entrou na estufa e com passos rápidos andou pelos labirintos de arbustos sem folhas, apenas os galhos retorcidos e assustadores despontavam-se na nossa direção completamente ameaçadores. As trepadeiras que antes cresciam sobre o vidro, agora quase não se aquentavam e pediam das paredes e teto.

     — Ela fez alguma coisa do outro lado que permitiu com que outras almas do grupo deles atravessassem sem precisar fazer tudo o que ela fez com você e Peyton — Ele disse, a raiva presente em sua voz — As paredes que colocam o véu entre o céu e o inferno não suportavam tantos buracos e como uma medida para se autodestruir o próprio véu está expulsando as almas restantes.

   Finalmente alcançamos o centro do labirinto e Nathan se virou para mim, os olhos vidrados. Talvez ele tivesse gravado tudo isso enquanto tia Michaele ainda estivesse aqui se caso alguma coisa acontecesse com ela. Nathan não gostava de bruxaria, mas aprendera isso para poder ajudar.

   Com certeza, ele não gostava do que Cassandra tinha feito.

     — Não sabíamos para onde exatamente as almas estão sendo enviadas, mas Mason e Michaele acreditam que seja para a terra, o mundo dos vivos — Ele disse — Assim que todos forem expulsos, o véu vai deixar de existir.

   Seus olhos encontraram os meus arregalados. Meu peito batendo rapidamente, ao saber a gravidade das coisas que aquele grupo estava fazendo nos mundos.

     — Todos vocês vão voltar a vida? — Perguntei, embora levemente feliz por eles que eram da minha família, ainda uma parte minha estava temerosa. Existiam muitas almas no véu.

     — Sim, Atelina. Mas não teremos tanta força quanto quando estávamos vivos, ainda assim é uma grande merda isso tudo — Ele xingou, a voz rouca pela cólera.

     — Você ficou para trás para me avisar?

     — Não só eu — Ele disse, apontando para o lado do labirinto oposto ao que tínhamos vindo — A essência de Mason está nos mantendo aqui, mas ele está cada dia mais fraco.

   Meus olhos quase saltaram-se das orbitas. Michaele tinha comentado que não poderiam mais usar a essência dele sem controle e agora era ela que os permitia ficar um pouco mais em um lugar caindo aos pedaços.

     — Como ele está? — Tentei afastar a preocupação da minha voz, mas foi quase impossível — Se ele usar toda a essência ele não vai morrer?

     — Bom, — Nathan começou a falar, passando as mãos pelo cabelo e suspirando — Estávamos torcendo para você aparecer.

   Merda! Ainda bem que eu tinha acordado.

   Eu precisava me lembrar de agradecer Daimen por ter estado me curando durante esses dias. Ninguém me disse o estado em que eu estava, mas se demorei três semanas para acordar... talvez não tenha sido um trabalho muito fácil para ele.

     — O que mais eu preciso fazer?

     — Vamos lá, ele vai falar o resto para você. Michaele disse tudo para ele — Nathan falou, chamando-me com uma das mãos para segui-lo.

   Atravessamos o centro do labirinto, passando pela mesa onde tínhamos tido as reuniões todas aquelas vezes e após algumas curvas, encontramos Mason deitado sobre uma cama de solteiro. Ele tinha feito um quarto improvisado para si aqui dentro da estufa. Por isso eu raramente via ele lá fora.

   Ao lado da cama, uma pilha de livro descansava sobre uma mesinha ao lado de uma vela apagada.

   Direcionei meus olhos para o homem deitado, a pele esbranquiçada e pálida. Os olhos fechados, a boca seca e levemente coberta por um preto petróleo como se ele estivesse vomitando.

     — O que... — Comecei a perguntar, minha voz chamando sua atenção e fazendo-o se mexer.

     — Atelina? — Mason perguntou, seus olhos se abrindo aos poucos — Quando ela chegou? Como ela chegou?

   Nathan se aproximou para empurrar ele de volta para o colchão, Mason embora cansado quis se sentar para ter suas perguntas respondidas. Inclusive a que negaria a suspeita da minha  possível morte.

     — Eu vim pelo cordão que me ligava ao véu — Avisei, tentando evitar que a preocupação o assolasse.

   Quando finalmente se sentou e ouviu minhas palavras, seus olhos foram inundados por um alivio extremamente nítido. Ele respirou fundo algumas vezes, mas um excesso de tosse o interrompeu e ele teve que pegar uma toalha ao lado para cobrir a boca.

   O branco do tecido se tornando negro petróleo.

     — Nathan? — Chamei, querendo que me explicasse.

     — O véu se tornou fraco em comparação a essência de Mason e é ela que está impedindo o véu de se autodestruir — Ele disse, explicando — O véu com suas últimas forças quer tirar o empecilho da sua frente.

     — O véu o está matando? — Perguntei, não sabia que um Anjo Caído pudesse morrer dessa forma, nem se era possível isso acontecer.

     — Se serve de consolo, eu não fazia ideia de que poderia deixar de existir por causa da insistência de um Mundo Oculto em se destruir — Mason disse, sua voz brincalhona apesar da expressão mórbida em seu rosto.

   Nathan sorriu, mas o sorriso em seu rosto era triste. Nathan já estava morto a duzentos e doze anos agora, o que poderia explicar os sentimentos que ele pôde cultivar com nosso pai durante esses anos. Sentimentos que o faziam sofrer com a possível morte do outro.

   Eu me sentei no chão próxima dos dois, com Nathan entre Mason e eu.

     — O que precisam que eu faça para que tudo volte ao normal?

     — Primeiro, sinto muito. Michaele queria muito pedir desculpas a você por tê-la envolvido em uma situação tão complicada e com uma missão tão pesada — Mason disse, seus olhos quase totalmente fechados — Mas seremos egoístas o bastante para pedir que encontre uma forma de recriar o véu, Atelina...

   O que? Recriar o véu? Um Mundo Oculto inteiro apenas com o que eu tenho de forças?

   Antes que eu pudesse surtar na frente deles, Mason apontou para mim e Nathan se aproximou tentando me consolar.

     — Não se preocupe, se o que pensamos estiver certo as almas daqui estão sendo enviadas para o Mundo dos Vivos e todos que fazem parte desse grupo já se comprometeram a ajudar você — Mason disse, seguido de uma tosse rápida — Você só precisa encontrar o feitiço na terra que criou o véu e recriá-lo antes de mandar Cassandra de volta...

   Eu estava olhando fixamente para o rosto jovem de Mason que diriam que ele era tudo, menos o pai de três outros adultos, mas eu não conseguia mais olhar. Olhava agora para minhas mãos analisando e repassando o quão fracas elas eram e o que deveriam suportar. Instantaneamente, com o pensamento eu senti como se elas estivessem se tornando chumbo.

   Não sabia como reagir. Apenas salvar os anjos me deixara inconsciente por três semanas e com machucados que só estavam melhores por causa dos poderes de Daimen de Anjo. Como meu corpo suportaria o fato de que teria que criar um paraíso para almas não humanas habitarem após suas mortes e além disso mandar Cassandra de volta, destruir a prisão de Lauren e parar o que quer que Leandro estivesse fazendo?

   Os tremores tomaram conta do meu corpo.

     — Atelina, Atelina — Nathan me chamou, segurando meus ombros firmemente para me manter sã — Você não está sozinha, todos iremos ajudá-la.

   Olhei de Nathan para Mason que assentia logo atrás, a aparência dos dois se sobressaindo como se fossem reflexos em um espelho.

     — Vai dar tudo certo, Atelina — Mason murmurou — Agora que você sabe, nós dois iremos embora na próxima onda que aparecer para nos sugar.

     — Não sabemos quanto tempo dura a travessia, mas se puder nos procurar do outro lado será de grande ajuda para que nos encontremos mais cedo. — Nathan comentou.

   Assenti levemente, tentando abrir um sorriso. Uma tentativa falha.

   Eu queria gritar e pedir que me tirassem dessa, mas não podia fazer isso. Exatamente como quando eu estava prestes a entrar no pentagrama para ser enviada de volta à vida, eu tinha escolhido me voluntariar para essa missão e embora tivesse feito isso por um desejo egoísta de ver Daimen e os outros novamente, eu tinha decido ajudar não importava o que eu passasse. Sim, o fardo era grande demais para eu carregar, mas eles estavam colocando sua fé em mim.

   Uma bruxa que não tinha experiência, mas que era a única esperança de todos eles. Dos vivos, dos mortos e dos que ficavam entre eles.

     — Vão precisar de mais alguma coisa? — Perguntei, eu precisava voltar logo para o meu corpo.

     — Você descobriu algo enquanto estava lá em cima? — Mason perguntou, seus olhos me analisando profundamente e eu sabia que era porque ele tinha conhecimento dos pensamentos na minha cabeça.

     — Eu conheci o Anjo Renegado — Falei, minha voz agora firme superficialmente — Ele disse que tinha simpatizado com a história de Cassandra sobre o anjo que ela amou.

   Assim que minhas palavras foram entendidas, eu vi as expressões dos rostos dos dois homens murcharem na minha frente. Eu não queria fazer mal a eles, mas precisava saber se com essa informação Mason pelo menos pudesse tentar se lembrar de um de seus irmãos que tinha sofrido por amor antes ou depois de se tornar renegado.

   Entretanto, seus olhos se fixaram apenas nas minhas palavras e não no que eu queria aflorar com elas.

     — Você não se lembra de nenhum anjo renegado que tenha sofrido de amor não correspondido? — Perguntei, diretamente dessa vez.

     — Não, pois há muitos deles — Ele disse apenas.

     — Anjos com amores não correspondido?

     — Sim, Atelina. Dependendo da função que se exerce no céu os anjos devem receber como benção a dádiva de ter sentimentos, que só os seres humanos possuem — Mason disse, dessa vez sem um tosse para interromper — Alguns gostam de acreditar que nunca serão como aqueles que caíram por amor, ou até mesmo que nunca vão se rebaixar a se envolver com o seu trabalho a esse ponto, mas muitos... muitos se deixaram levar pelos sentimentos.

   Ou seja, era quase impossível que eles soubessem quem esse Anjo Renegado era sem que eles mesmo o vissem...

     — Mas tome cuidado com ele, sendo ou não um anjo, ele agora é renegado e uma ameaça para todos os mundos graças ao grupo extremista criado por ele. — Ele avisou, preocupação presente em seus olhos — Cassandra conseguiu encontrar seu anjo?

     — Eu acho que não, ou ela estaria soltando fogos — Falei, um sorriso se abrindo em meu rosto que não durou muito.

     — Ela vai procurá-lo, talvez ele tenha sido enviado para o inferno sem que ela percebesse — Mason disse, seu rosto contorcido. Eu não sabia se era de dor ou pesar — Eu diria para não acreditar nela, mas você sabe o que deve fazer, Atelina.

   Sim, e não. Eu na verdade não fazia ideia do que fazer agora, nem em relação a Cassandra começar a procurar o seu amor não correspondido, nem em relação a Ally, Lauren, Leandro, Daimen e Peyton.

     — E a Ally, Atelina? — Nathan perguntou.

   A menção do nome dela, apesar de lembrar da nossa discussão me fez lembrar de outro detalhe que eu tinha que conversar com Nathan.

     — Você sabia que Luke era seu filho? — Questionei, sem rodeios.

   A pergunta repentina fez seus olhos castanhos se arregalarem como se eu tivesse xingado ele, mas a compreensão apareceu em seu rosto logo em seguida acompanhada de uma passada de mão no cabelo por causa da gravidade da conversa.

     — Eu sinto muito — Ele murmurou, a voz realmente culpada — Desculpa por não ter contado para vocês. Eu sei que sou um canalha por ter feito isso, mas eu descobrir meses depois de termos nos mudado e eu não quis falar, você ainda não tinha superado a mudança e Ally parecia preferir ficar longe dos dois.

   Nathan tinha razão, após nos mudarmos da casa de Nádia e a deixarmos para cuidar de Luke sozinha eu fiquei muito mal por me separar daquela forma de Luke e culpava Nathan com forte veemência. E Allyson crescia muito alegre e feliz longe de Nádia. Não de Luke. Mas Nádia que parecia sugar nossa alegria e felicidade sempre que possível.

   Então eu meio que entendia agora, todas as escolhas que Nathan teve que fazer por nós duas, embora recebesse ódio e xingamentos no lugar de agradecimentos e abraços ele tentou todos os dias ser o pai que não tínhamos e isso o privou até mesmo de ser o pai de seu filho.

     — Mas você criou ele depois, então tenho certeza de que não faltou amor para ele — Nathan disse, sua voz melancólica e... agradecida.

     — Obrigada — Falei, minha voz não passava de um sussurro, mas era sincera — Eu preciso ir.

   Levantei-me do chão e olhei para os dois ainda sentados, tentando abrir mais um sorriso para que aquela chama de esperança e fé ainda depositadas em mim permanecessem por mais algum tempo. Eu não queria arrancar isso deles, principalmente depois de saber a situação em que estavam.

     — Fiquem vivos, e apareçam em Falls Stay — Falei, quase implorando.

     — Pode deixar, maninha — Nathan disse, fazendo uma continência — Ah, se Ally descobrir sobre Cassandra deixe que ela veja por si mesma. Não fale que ela é uma pessoa horrível e não merece o amor da filha, só... deixe que ela mesma veja o que Cassandra é de verdade.

   Concordei antes de fechar os olhos e voltar a escuridão de antes, onde eu segurava a ponta do cordão. Dei meia voltei e percorri todo o caminho oposto indo para a outra extremidade conectada ao meu corpo no quarto de Daimen que eu estava usando no momento.

   Assim que abri meus olhos, eu encontrei os ambares de Luke fixos em mim e percebi pela primeira vez a semelhança que ele tinha com Nathan e decidi não culpar o meu irmão. Eu era parte da culpa de ele não poder ter criado Luke ou até mesmo cultivar alguma coisa mesmo que pequena.

   Deb apareceu do outro lado, o cabelo amarrado em um rabo de cavalo balançando enquanto sua mão meio fria segurava a minha e me ajudava a sentar.

     — Você demorou — Luke disse e eu percebi que um alivio apareceu em sua respiração.

     — A situação do outro lado não é nada boa...

   Eu deveria esperar para contar para todos o que estava acontecendo, inclusive para aqueles anjos lá embaixo, mas eu não queria esperar. Deb e Luke poderiam contar para os meus outros amigos e eu poderia pedir que Isobel contasse para Daimen espalhando de forma mais rápida a informação enquanto eu organizava minhas ideias com Val.

   Então contei tudo e pedi que contassem a todos o que tinha acontecido com o véu, deixando todos prontos para se caso eu tomasse uma decisão do que deveria fazer agora.

   E por isso, quando o sol deixou o céu e a escuridão apareceu eu não questionei e nem pedi que Deb ficasse. Eu deixei que ela e Luke pegassem carona com Malia que se ofereceu toda alegre e depois aceitei que Isobel me ajudasse a tomar banho antes de mais uma vez sentar no sofá que Luke tinha colocado no lugar e mergulhar em pensamentos.

   Estava completamente e totalmente ferrada.

   Todos esperavam que eu fizesse alguma coisa para resolver tudo isso e eu não fazia ideia de por onde começar, não depois de ter arriscado a saída dos anjos do inferno por ter confiado em uma pessoa nada confiável e ter quase morrido por causa disso.

   Talvez Keilan tivesse razão. Era demais para mim e não importava o quanto eu pensasse nisso, eu estava em um beco sem saída. E como eu queria uma saída, ansiava por uma feito louca. Meu estado atual era a maior prova de que isso não era para ser entregue a mim. Eu fui egoísta e ingênua ao pensar e apenas pelo desejo de rever aqueles que eu amava fosse me dar forças o suficiente para lutar contra os céus e o inferno por eles.

   Passei a mão pelo meu cabelo solto, ele cresceu demais desde o momento em que eu voltei a vida, e agora até mesmo ele parecia ser mais um empecilho que me empurrava mais e mais para baixo, enquanto gotas e mais gotas pingavam contra a minha pele em meus joelhos.

   Eu chorei horrores por um bom tempo, até minha cabeça doer, meu peito se contorcer e meus pulmões implorarem por uma pausa. Não estava nem mesmo me importando com a possibilidade de que Daimen pudesse me ouvir, pois eu não tinha forças nenhuma para me controlar e minha garganta parecia ter vida própria.

   Mesmo assim... um calor reconfortante apareceu repentinamente sobre a pele exposta do meu ombro. Era quente, acolhedor e eu não pensei duas vezes e me encostei contra seu corpo quando ele se sentou ao meu lado, seu cheiro familiar e cítrico inundando meus sentidos e despertando memórias do nosso breve relacionamento.

   Eu implorei internamente para que ele não se afastasse e assim ele fez. Exatamente como fizera comigo antes Daimen deixou que eu chorasse na sua frente enquanto seus braços me confortavam e o calor do seu corpo angelical me acolhia.

   Ele acariciou minha cabeça suavemente e com as mãos gentis entre meus fios de cabelo eu poderia afirmar que ele estava sussurrando que eles não eram um empecilho para mim e que estava tudo bem comigo.

   Não falamos nada por um tempo que eu não tinha certeza de quanto fora, mas era exatamente o que eu ansiava durante todos aqueles dias em que eu tomei decisões e fiquei com medo de cada uma delas e não pude demonstrar para ninguém o que realmente estava sentido dentro de mim. Por esse motivo, motivo que me fazia acreditar que precisava de Daimen na minha vida que eu precisava pedir desculpas a ele por tudo.

   Tudo que fiz com ou sem intensão, mas que causou dor nele.

BRILHA, BRILHA ESTRELINHA 🌟🌟🌟

Oie Anjinhos, como vocês estão? Espero que maravilhosamente bem! O que acharam do capítulo novo? O véu realmente estava diferente do que tínhamos visto no prólogo, ficou ainda pior, se possível. Atelina quase surtou na frente de Mason e Nathan, porque sua missão agora é maior do que era antes e ela ainda não sabe nada sobre o anjo de Cassandra. E essa parte do  final que Daimen consola ela embora eles ainda estivessem meio brigados por causa da muitos discussões. Então o que acham que vai acontecer? Alguma teoria? Desejam que algo mais aconteça?

Deixem seus COMENTÁRIOS e VOTEM bastante.

Vejo vocês na próxima semana.

Abraços gigantescos.

❤️❤️❤️❤️❤️

- Atelina.

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