Capítulo 31 - A Queda

   Eu não insisti para que me contasse mais sobre aquilo, apenas aceitei que precisava descansar mais um pouco apesar de não saber a quanto tempo estava desmaiada por causa das chaves e me deitei na cama, esperando que ele deitasse do outro lado.

   Não podia negar que estava cansada e isso se confirmou no momento em que fechei os olhos e o sono me alcançou momentos depois, mas eu tentei com todas as minhas forças pensar no próximo passo que tomaríamos na missão.

   Na manhã seguinte, Daimen não estava mais comigo. Deb ainda estava no quarto de Ally e eu ficara no quarto esperando e pensando. O tempo passando e eu parada lá.

   Quando decidi descer para tomar café, Scott entrou no quarto seus olhos esmeraldas iluminados pela luz do sol que entrava pela janela.

     — Vamos conversar, Atelina? — Scott perguntou, sendo direto.

     — Eu ia descer para tomar café, vamos conversar lá...

     — Não, aqui é melhor. Bel, vai trazer seu café. Daimen pediu que ela fizesse isso. Então nós iremos conversar — Ele disse com firmeza, apontando para o sofá.

   Com tanta persistência para que conversássemos aqui, concordei e fiz como sugeriu e sentei no sofá, ele tomando assento ao meu lado e bem próximo de mim.

     — Sobre...

     — Você disse que queria falar sobre a primeira vez que nos encontramos. Eu estou pronto para suas perguntas e antes que você parta para outra aventura demorada, quero aproveitar agora e lhe contar tudo — Ele falou, como se estivesse tirando um peso dos ombros.

   Sim, eu me lembrava que queria falar sobre a primeira vez em que nos conhecemos. A vez em que Scott sabia quem eu era e sabia que tínhamos uma ligação e mesmo assim a anulou, a empurrou tão baixo que eu não tinha entendido nada e a nossa linha sumira, perdida dentro de mim.

   Não sumira totalmente, pois como Brooke disse nossa ligação era algo que só quem a criou poderia desfazer.

     — Ok, tudo bem — Falei, respirando fundo e me preparando — Por que você escondeu nossa ligação naquele dia? Eu não tinha percebido na época, mas sem querer entrei nessa memória e senti o momento em que fez isso.

     — Eu não queria... — Ele disse, interrompendo-se e suspirando frustrado — eu não queria ser o seu Anjo da Guarda, Atelina.

   Aquelas palavras não eram as palavras que eu esperava ouvir. Talvez um "eu não queria que você descobrisse", soasse mais acalentador do que isso.

   Olhei confusa para ele, seus olhos estavam fixos em mim também. Scott estava analisando minhas reações a cada palavra dele e por isso preocupação e ansiedade transbordavam dele.

     — Desculpa, eu acredito que precise contar desde o começo para que você entenda tudo — Ele virou totalmente o seu corpo na minha direção — O céu me designou para ser seu Anjo anos antes de você nascer, eu era um Anjo guerreiro como Daimen, Miles e Malia. Mas me tiraram dessa função e me fizeram mudar as minhas asas e a minha capacidade de sentir. Como todo guerreiro do céu, não tínhamos sentimentos, mas os anjos da guarda, por se envolveram com os humanos devem aprender a sentir para uma melhor relação com seu tutelado.

   Ouvimos um leve bater na porta, era Isobel trazendo o café da manhã. Ela notou que estávamos no meio de uma conversa importante e por isso ela apenas deixou a badeja e após agradecermos ela partiu.

   Peguei algo para ir comendo enquanto ouvia sua história.

     — Perdi minhas asas fortes e ganhei sentimentos — Ele disse, rindo sem a menor graça aparente — Como ainda faltavam muitos anos antes do seu nascimento me permitiram aprender sobre os sentimentos, e a função de Anjo da Guarda. A única coisa que eu consegui aprender foi que eu tinha medo do que eles chamavam de amor.

   Meus olhos se arregalaram e minha boca parou de mastigar.

     — Sim, eu tinha medo do amor. Muitos Anjos da Guarda tinham caído por causa do amor que desenvolveram por seus tutelados, além de muitos deles terem sido culpados por catástrofes também. Todos guiados pelos seus sentimentos. — Scott disse, seu ombro cabisbaixo — Eu fiquei com tanto medo de passar pelo mesmo que fugi. Fugi do céu, fugi do meu serviço como Anjo da Guarda e fugi de você.

     — Você fugiu porque tinha medo de se apaixonar pelo seu tutelado? — Reafirmei, arqueando uma sobrancelha — Mas você se apaixonou, Scott. Não pelo seu tutelado, por outra pessoa.

   Scott assentiu, concordando com o que eu estava falando.

     — Você me perguntou o motivo da minha queda e eu respondi...

     — "Por que eu quis" — Repeti suas palavras do dia anterior.

     — Sim, eu fugi do céu então me tornei um caído, mas com asas graças ao fato de ter fugido sem ninguém saber. — Ele explicou — Quando nos encontramos naquele dia, eu senti nossa ligação. Senti o encaixe de quando se encontra seu tutelado e vice versa pela primeira vez, mas eu não achei justo. Não era justo o fato de eu conhecê-la naquele dia, era para eu ter estado ao seu lado desde o começo, mas você estava lá anos depois bem sem a minha presença.

     — Então achou que eu não precisava de você e escondeu a linha?

     — Mais ou menos, se eu permitisse que você percebesse nossa ligação você iria começar a se questionar e questionar aquilo dentro de você e quem iria responder suas perguntas? — Ele perguntou, mas era uma pergunta retorica — Eu não podia respondê-las. Não quando qualquer momento poderia ser o último...

   O último da mulher que ele amou. Ele não queria se comprometer em ser meu Anjo da Guarda naquele momento, não queria porque não poderia estar presente como deveria ser.

     — Eu entendi, Scott...

     — Desculpa, me desculpa mesmo por ter sido egoísta.

   Antes que ele continuasse dizendo mais pedidos de desculpas e se culpasse por não ter estado presente eu toquei levemente sua mão tremula que descansava sobre sua perna.

     — Tudo bem, Scott...

   Repentinamente tudo escureceu. Minha presença foi sugada forçosamente para dentro da minha cabeça e percorreu toda linha verde que pertencia a Scott, sendo levada sem que eu evitasse para dentro da sua mente e das memórias.

   Em segundos eu estava mais uma vez na memória do dia em que encontrei ele no cemitério, era o dia do funeral de Nathan.

   "Scott e eu conversávamos, exatamente como eu me lembrava. Não sabia o motivo para estar ali mais uma vez vendo aquele dia quando não era o nosso primeiro encontro.

   Eu achei que era, mas não era. E agora eu sabia disso. Entretanto...

   Mesmo que esse dia não fosse o dia que tinha me encontrado com Scott pela primeira vez, era o dia em que eu sentira uma essência além da dele. Era o dia em que um ódio e decepção queimaram dentro de mim e eu acreditei que fossem sentimentos que vinham de mim mesma por causa da morte de Nathan.

   Dessa vez, sem ser interrompida esperei ao lado enquanto a minha versão na memória de Scott conversava com ele. Eles se despediram, Scott não queria ir, mas olhara para o céu sobre nós e hesitou antes de sair entristecido.

   A versão de Scott daquele dia correu até que estivesse longe o suficiente para que eu não ouvisse e abriu suas asas brancas, voando pelos céus.

   Ele parou e pousou em uma cabana, era uma casa quase abandonada na floreste de Falls Stay. Seus pés tocaram o chão pesadamente, ele parecia furioso. O rosto que antes estava entristecido por deixar a minha versão passando pelo luto sozinha, tinha sumido.

   Agora em seu rosto a expressão de raiva e de quem teria que brigar nos próximos minutos estava firmemente posta em seu rosto retorcido. Ele caminhou até a porta mantendo a expressão no rosto e a postura rígida de que se fosse preciso, ele brigaria sim.

   Scott abriu a porta sem bater e invadiu a construção pequena.

   Suas mãos se fecharam em punhos furiosos quando ele entrou e viu o estado em que os móveis estavam dentro da casa, ele estufou o peito e soltou um suspiro pesado esperando que assim anunciasse sua chegada.

     — Você parece bem nervosinho agora — A voz da pessoa que estava no canto mais escuro da casa soou, debochada e encharcada de repulsa.

     — Você não pode ser o anjo dela! Eu sou o anjo dela! — Scott explodiu, as mãos tremendo em punhos cerrados.

     — Você deveria ser o anjo dela, Scott. Mas você se lembra? — A pessoa na escuridão perguntou, seus passos soando no espaço da cabana em meio a tensão — Lembra que você desistiu dela antes mesmo de conhecê-la? Se você não lembra, acho melhor começar a lembrar.

   Minhas mãos foram diretamente para a minha boca quando soltei um grunhido de espanto, eu sabia que não poderia ser ouvida, sabia que era uma lembrança, mas no momento em que aquele anjo que falava como se odiasse todos e o mundo todo veio para a claridade e eu pude ver o seu rosto essa era a única expressão que eu poderia fazer.

   Eu não acreditava. Não acreditava no que meus olhos estavam vendo nas memórias de Scott. Também não conseguia acreditar que aquele sentimento de aversão e repugnância pertenciam a ele... Daimen.

     — Então o que? Você vai cuidar dela mesmo comigo ao lado? — Scott perguntou, seus poucos centímetros a menos de diferença de Daimen não o diminuam.

     — O que mais eu posso fazer, Scott? — Daimen perguntou, tristeza inundando sua expressão e apaziguando um pouco do ódio fervente — Eu falhei, falhei com mãe, falhei com o irmão e a vez de agora é dela.

     — Não pode falhar com ela, não com ela — Scott disse, firmemente — E não pode aparecer na frente da Atelina.

   Os olhos dourados flamejantes de Daimen se fixaram em Scott novamente, o cenho franzido em confusão.

     — O que quer dizer com isso?

     — Você não vai aparecer para ela, não como apareceu para a Cassandra e para o Nathan. Você não vai se sentar com ela e tomar um chá e ter conversas longas para fazê-la se afeiçoar a você... — Scott disse, sua voz não falhava em nenhum momento sempre se impondo — Não quando você não tem sentimentos.

   Daimen soltou uma risada. Não uma risada, mas um gargalhada cruel.

     — Tem tanto medo assim...

     — Mesmo que eu tenha desistido de ser o Anjo dela, eu não quero que Atelina passe pelo o que a mãe passou — A voz de Scott diminuiu vários tons — Ela não precisa se apaixonar por alguém que não vai amá-la de volta.

   Daimen olhou para o irmão, compreendendo o que ele queria dizer, mesmo que não pudesse entender e se virou olhando para a janela a direita da casa.

     — Então o que deseja de mim, Scott? — Daimen disse, seus ombros caídos parecendo cansado.

     — Não apareça para ela, não interaja com ela. Só a proteja.

     — Sendo assim, você também não vai aparecer... — Daimen falou, sua voz baixa como uma ameaça e sabendo o que aquelas palavras causariam em Scott que espantado com o pedido contraiu sua expressão — Posso não ter sentimentos, mas sei que ela também não precisa de alguém que desistiu dela antes de conhecê-la.

     — Você...

   Ouvindo a voz de Scott se alterando, Daimen voltou a ficar de frente para ele enfrentando-o e desafiando-o a dizer o contrário do que ele dissera.

   Scott não reagiu, parando sua reação exagerada e esboçando uma expressão derrotada afirmando as palavras de Daimen.

     — Tudo bem. Ambos manteremos distância.

   Daimen abriu um sorriso malvado para Scott, mas depois ele se tornou apenas um sorriso de quem ganhara algo embora não esperava por isso e Scott sorriu por ter conseguido o que queria.

   Eles apertaram as mãos uma do outro e fecharam o acordo.

   Scott partiu logo em seguida, mas eu ainda queria ficar ali.

   Então esse era o segredo que Daimen tinha para me contar, esse único segredo respondia tantas perguntas que eu tinha, mas outras apenas substituíam as antigas por novas perguntas carregadas de dores.

"... eu não quis fazer você me odiar.", "... porque o que eu disse a machucou."

   As palavras de Daimen ecoaram na minha cabeça.

   Ele não queria que eu descobrisse agora, não queria que eu sentisse como se não pudesse confiar nele e em Scott depois de descobrir a verdade.

   Daimen fora Anjo da Guarda de Nathan.

   Daimen fora Anjo da Guarda de Cassandra.

   Ele era o Anjo dela!

   A pessoa que ela procurava, a pessoa que ela tão desesperadamente machucava os outros para ver mais uma vez. Essa pessoa esteve ao meu lado todo esse tempo, todo esse tempo D o anjo de Cassandra esteve ao meu lado.

   No entanto, olhar naqueles olhos dourados tristes, raivosos e decepcionados com si mesmo, ainda fazia meu coração doer e chorar por ele.

   Não queria odiá-lo, não queria admitir que aquele segredo tinha me machucado.

   Mas tinha.

   E nesse momento, enquanto minha consciência voltava para o presente eu não conseguia encontrar palavras o suficiente para dizer o que estava acontecendo no meu coração.

   Meus olhos arderam quando voltei ao presente, sentada ao lado de Scott no sofá e em um quarto da casa de Daimen.

   Antes que estivesse totalmente consciente, mãos forte e grandes agarraram os meus dois braços. Não era um aperto para machucar, mas era bem firme.

     — O que você viu? — Scott perguntou, seus olhos esmeraldas esbugalhados de susto e medo. — O que você viu, Atelina?

   Eu queria dizer que eu tinha descoberto todos os segredos de Daimen e dele, pelo menos em relação a aquilo e aquele dia, mas algo dentro de mim não queria dizer e conhecia o suficiente para acreditar que assim que eu dissesse Daimen estaria em instantes dentro do quarto se desculpando.

   Então, querendo eu mesma tirar isso a limpo eu fiz algo que pensei que não faria para Scott. Eu menti.

     — Nada, eu vi apenas o dia do velório mais uma vez — Falei, minha voz não vacilou — Você me observando e nós conversando.

   Ele olhou fixamente nos meus olhos procurando por algo que dissesse que eu estava mentindo para ele e quando não o encontrou, ele me soltou, soltando um suspiro de alivio.

   Eu voltei a minha atenção para a comida, peguei um pedaço de pão que tinha na bandeja fingindo que estava tudo bem e continuei comendo.

     — Você me assustou, Scott — Falei, tentando ser engraçada e descontraída.

     — Desculpa.

     — Acho que você já pediu desculpas demais — Mas não pelas coisa certas, pensei.

   Scott encostou a cabeça no sofá olhando para o teto do quarto.

   Eu achando que já tinha fingido o suficiente para que ele acreditasse que tudo estava bem, levantei lentamente do seu lado.

     — Vou ver se Bel levou o café da manhã para Ally e se ela já acordou — Avisei, passando por ele e saindo sem olhar para trás.

   Eles tinham escondido a presença deles de mim, escondido as linhas e escondido cada coisinha que sabiam a respeito da minha vida. Então eles não poderiam reclamar por ficarem no escuro nas próximas horas.

§ § § § §

   Eu pensei que iria me perder. Não sabia se me lembrava o caminho certo para essa mansão. Da última vez quem dirigiu foi Deb e eu não prestei muita atenção no caminho, pois tinha muita coisa na minha cabeça.

   Dessa vez também tinha muita coisa na minha cabeça, mas a resposta que eu queria estava ao final daquele caminho.

   Desci do carro que roubara de Daimen mais cedo quando sai escondida de todos que estavam na casa, caminhei até a porta dupla branca e grande e esperei.

   Os olhos negros como o carvão se arregalaram ao me verem, ela abriu um sorriso confuso e passou os olhos por sobre meus ombros.

     — Atelina, eu não pensei que você viria até mim assim — Ela disse, o sorriso aumentando.

     — Eu preciso fazer algumas perguntas para você... Cassandra.

     — Por favor, entre.

   Respirei fundo, vendo-a abrir caminho para que eu entrasse e a seguisse em seguida, até uma sala que tinha as portas abertas. Livros estavam espalhados por todos os lugares, alguns abertos, outros empilhados.

     — A que devo a honra de ser visitada pela minha...

     — Não precisa ir tão longe — Falei, levantando a mão para conter suas palavras — Eu gostaria de saber mais sobre a aparência do seu anjo, talvez eu a ajude a encontrá-lo.

   Eu não faria aquilo, mas era a única forma dela confirmar o que... o que eu tinha visto nas memórias de Scott. Talvez o que eu estivesse fazendo fosse burrice. A maior de todas as burrices que eu tinha feito, mas não dava, não queria acreditar que Daimen e Scott tinham guardado para si isso.

   E todas as vezes em que contei sobre Cassandra estar procurando por seu Anjo da Guarda e ele esquivou disso como se não fosse nada.

     — Ah, verdade. Eu nunca contei para vocês. — Ela disse, sentando-se em um sofá e mostrando o outro na frente para mim. — D tinha um beleza esplendida, com lindos cabelos castanhos e olhos amarelos.

     — Amarelos? Que diferente. — Falei, para mostrar que estava ali para descobrir a aparência e não confirmar a que eu conhecia.

     — Sim, muito diferente. Ele é único em vários aspectos — Ela disse, sorrindo para si mesma ao visualizar algo — Ah, falando nisso. Você perguntou para o seu ex namorado se ele está disposto a se encontrar comigo?

   E o que você fará ao descobrir que ele é o seu D, Cassandra?

     — O que fará quando vê-lo novamente? O seu anjo.

     — Ah, isso é segredo. Dois amantes se reencontrando, acho que não preciso entrar em detalhes sobre o que faremos.

   Eu queria vomitar. Sentia muita repulsa dele, dela e de todos que sabiam e não me contaram nada. Até mesmo de mim mesma.

     — Meu Deus, Atelina. Você está muito pálida! Está se sentido bem? — Cassandra falou, enquanto se levantava e vinha com a mão para medir a minha temperatura — Eu vou pedir um chá para nós, vá um pouco ao banheiro, querida. Passe uma água no rosto.

   Eu não queria sair para ir ao banheiro, eu queria ir embora, mas não queria voltar para a casa de Daimen. Não queria vê-lo ainda.

     — O banheiro fica na próxima porta seguindo esse corredor — Ela explicou, puxando-me do sofá e me empurrando.

   Aceitei, indo ao banheiro e lavando meu rosto como ela tinha falado, mas demorei mais do que deveria para alguém que queria ir embora o mais rápido possível.

   Voltei a sala, a bandeja com chá e algumas bolachas estava na mesa de centro e Cassandra bebericava do seu chá na xicara dourada.

     — Eu acho melhor eu ir embora, tenho um compromisso — Falei, em pé.

     — Ah por favor, sente-se e beba pelo menos um pouco do chá comigo, não precisamos nem conversar — Ela falou, abrindo um sorriso gentil.

   Sem dizer nada sentei novamente, peguei a xicara e beberiquei o chá algumas vezes e por causa da minha demora a voltar do banheiro o chá estava quase frio, mas bebi mesmo assim.

   Quando estava quase terminando, meu estomago revirou.

   A ponta dos meus dedos começaram a doer, olhei para elas e vi pequenas pontas de unhas pontiagudas quererem sair, rasgando a minha pele. O choque foi tanto que soltei a xicara de chá sobre as minhas pernas e o liquido começou a evaporar como se tivesse tocado em chapa quente.

   Meus olhos encontraram os escuros de Cassandra, eu estava preocupada com a reação que ela teria ao ver aquilo, mas ela sorria, não pelo o que acontecia comigo, e sim pelo o porquê acontecia.

     — O que você...

   Ela riu, minha voz falhando antes de terminar minha pergunta. Minha língua tinha travado, meu corpo todo estava ficando paralisado e os poderes das chaves estavam reagindo ao que Cassandra tinha colocado no chá.

   Meu corpo perdeu o equilíbrio e eu cai contra o encosto do sofá, meus olhos a única coisa que ainda conseguia mexer e eles se fixaram em cada movimento de Cassandra assim que ela se levantou.

     — Ah, Atelina. Eu sinto que você está escondendo algo de mim — Ela disse, procurando nos meus bolsos por algo.

   Cassandra puxou meu celular do meu bolso de trás e apertou para desbloquear a tela. Eu não tinha senha.

     — Parece que ele esteve preocupado, você tem quinze ligações perdidas de Daimen. Vou ligar e dizer que não precisa se preocupar — Ela avisou, sua voz jorrava felicidade. Cassandra esperou e ele atendeu rapidamente — Olá, D. Ou você prefere ser chamado de Daimen? Ah, você quer saber onde Atelina está? Está aqui comigo. Você quer vê-la? Venha me visitar, Daimen. Ai você poderá vê-la, esperarei você aqui.

   Não, não, não. Não era isso que eu queria. Eu só queria confirmar com Cassandra se Daimen era mesmo o anjo dela, não era para ela me usar como refém e trazê-lo até ela. O que eu fiz? O que ela vai fazer com ele?

   Ah, caramba. Eu fiz merda.

   Com todo o corpo paralisado minha consciência foi a próxima vítima.

CADÊ MINHAS ESTRELAS, CADÊ MINHAS ESTRELAS??? 🌟🌟🌟

Olá amorinhas, como estão? Capítulo novo chegou mais cedo, espero que tenho gostado, apesar das merdas que Atelina fez. Então, vocês já suspeitavam que esse era o segredo de Daimen? Daimen é o tão procurado D de Cassandra, será que tem mais coisas para descobrir? Como Scott deve ter se sentido por ser o ocupado de Atelina ter descoberto tudo? E Daimen que foi atraido até Cassandra porque Atelina se tornou refém?

Espero vocês no próximo capítulo.

Não se esqueçam de VOTAR e COMENTAR.

💖💖💖

Beijinhos e abraços quentinhos.

- Atelina T. L. Silva.



Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top