Capítulo 27 - Adeus

ATENÇÃO! Conteúdo sensível!

Menção a suicídio e automutilação. Leia por sua própria conta e risco.

Boa Leitura 💖💖💖

   Após trocar de roupa e me limpar da terra e sujeira da queda, Daimen me deu uma carona até a casa de Dabria. Scott vinha atrás, a curiosidade vencendo qualquer outro sentimento que havia nele. Entretanto, era compreensível. Ele me viu reagindo ao que estava pensando e não pode ouvir nada embora tivesse uma ligação Anjo-tutelado que lhe permitia isso.

   Eu liguei antes de sair da casa de Daimen para visar que estávamos chegando, Deb apenas mencionou que Brian também estaria presente.

     — Você vai mesmo nos fazer esperar todos esses quilômetros para nos contar o que você descobriu — Scott questionou mais uma vez, revirando os olhos.

     — Sinto muito, contarei quando estivermos lá.

   Ele soltou um grunhido, encostando a cabeça e praticamente deitando no banco de trás.

   A viagem até a casa de Deb não demorou, apesar da reclamação constante de Scott tínhamos chegado bem rápido. A casa estava iluminada do lado de dentro e era como eu me lembrava.

   Descemos e caminhamos até a porta, antes de tocarmos a campainha a porta se abriu. Deb abrira a porta com um sorriso alegre no rosto, o que era totalmente o oposto da expressão que seu namorado tinha logo atrás do sofá, onde ainda estava sentado.

     — Olá, entrem. — Dabria disse, abrindo espaço para que nós três entrássemos — Alguma coisa aconteceu para você vir me visitar, Ateh?

     — Claro, porque ela só vem ver você quando alguma coisa acontece — Brian comentou, sua voz arisca e espinhosa.

   Eu nem me importei com o comentário dele, por isso nem olhei na sua direção, mas podia sentir que ambas as linhas dentro de mim começavam a esquentar e brilhar em vermelho de raiva.

     — Está tudo bem, por enquanto não aconteceu nada. Eu na verdade... sinto muito, mas preciso tocar naquele assunto que começamos no acampamento — Falei, olhando para minhas mãos.

     — Ah, é sobre isso.

   Eu não estava olhando para ela, mas senti na sua voz o pesar.

     — Pode perguntar.

     — Antes de perguntar, Deb, você se importaria de me mostrar o livro que você ganhou dela com fundo falso? É só para confirmar uma coisa — Mantive minha voz firme.

   Ela concordou com um grunhido dolorido e se afastou na direção da estante de livros que ficava do outro lado da sala de estar. Deb passou a ponta dos dedos finos sobre a lombada dos livros até puxar um grosso de capa clara como a neve e cheio de relevos dourados.

   Dabria retornou, sua postura um pouco mais rígida e me entregou o livro sem hesitar.

     — Obrigada.

   Lentamente abri o livro. As páginas que existiam em cima eram de verdade, mas após um punhado delas havia um buraco no livro. A chave que estava ali brilhou assim que a retirei de dentro. Sobre a cabeça da chave escrita em alto relevo estava a palavra "Líder".

   Ela brilhou sob a luz fracamente, mas assim que comecei a puxar a bolsa que eu carregava ela brilhou mais intensamente.

     — O que é isso? — Scott perguntou, sua voz confusa.

   Contudo, todos estavam confusos. Menos Daimen, sua linha transmitia o sentimento de medo. Daimen estava com medo do que eu tinha nas minhas mãos.

   Entregando o livro de volta para Deb, retirei da mochila as chaves que eu tinha recolhido durantes os últimos meses. Todas aparecendo repentinamente assim que eu ajudava uma espécie diferente, ou fazia algo digno do nome delas. Onze chaves. Um amuleto de Doze.

     — Essas são as doze Chaves que a vidente comentou? — Dabria perguntou, segurando firmemente o livro na sua mão.

   Assenti, colocando-as umas próximas das outras sem esperar que nada acontecesse, contudo, algo aconteceu e elas começaram a se unirem em apenas uma chave.

   Todos olharam para elas boquiabertos, não acreditando naquilo. Até mesmo Brian que estava longe se aproximou curioso.

     — Por que eu tinha uma delas comigo? — Dabria perguntou, ainda mais confusa.

     — Eu pretendia contar assim que confirmasse isso. — Falei, apontando para a chave única na minha mão — Quando você disse que tinha recebi da sua mãe um livro com uma chave dentro, meu cérebro reagiu, mas eu não dei importância até o momento. Essas chaves podem ajudar Ally e Ren.

     — Sério? — Dabria exclamou, seus olhos brilhantes — Então...

     — Calma ai, Atelina. Eu vim até aqui para saber o motivo de você ter reagido as minhas respostas daquele jeito, então desembucha — Scott exigiu.

     — O Anjo Criador fez essas chaves, elas são um amuleto de doze partes que se unidas podem mudar as espécies de um ser ou até mesmo lhe dar a força das sete espécies presentes aqui...

     — Mas são doze chaves, por que só sete espécies?

     — Aretusa disse que o Anjo criador fez outras chaves além das sete para dificultar a utilização das chaves. Além das sete espécies há as chaves de proteção, a líder, união e outras que não me lembro agora. — Falei, desculpando-me pois estava eufórica — Se Ally e Ren deixarem de ser vampiros, o veneno não terá efeito.

     — E como percebeu que Dabria tinha a chave? Você poderia estar enganada — Daimen perguntou dessa vez antes de Scott.

   Então decidi contar a eles minhas dúvidas criadas durante o acampamento sobre o fato da mãe de Dabria ser a Anja Guardiã, contei sobre minha conversa com Aretusa e sobre o Além Mundo e que eles tinham me contado que a Anja Guardiã tinha uma filha com a espécie que os anjos mais odiavam. Dabria era filha de uma Anja do céu e um Anjo Terrestre e por isso a história da chave no livro voltou a minha cabeça.

   Só não sabíamos de uma coisa. O Anjo Criador que matara a mãe dela, ainda queria as chaves e não sabíamos como ele era.

     — Espera, você fez o que? — Scott perguntou, franzindo o cenho e avançando na minha direção.

   Ele estava falando sobre o acordo que eu tinha feito com o Além Mundo. Eu não sabia se deveria contar, mas seria totalmente estranho esconder deles, pois eles notariam a diferença depois que eu recebesse a força das sete espécies do amuleto.

   No entanto, era óbvio que não concordariam. Não sabíamos como meu corpo reagiriam ou se eu sobreviveria a tanta força. Mas não dava mais para voltar atrás, já que para salvar Ally eu precisava cumprir minha parte do acordo.

     — Eu preciso salvá-los — Falei, respondendo a todos ali que também queriam me fazer repensar minha decisão. — Além disso, só com a minha força eu não consigo recriar o véu e acabar com o grupo extremista.

   Eles sabiam que eu tinha razão, mas mesmo assim queriam me proteger.

     — Eu vou ficar bem.

     — Você já tem todas as chaves, só faltava a que estava comigo? — Dabria perguntou.

     — Na verdade, falta uma. Não sei por que elas se juntaram se falta uma, talvez não fosse importante. — Falei, olhando para a chave na minha mão.

     — Antes de usá-las vamos tentar encontrar essa outra — Daimen disse, finalmente concordando com o plano que eu tinha.

   Concordamos em deixar a pesquisa sobre o veneno de lado e focarmos em uma pesquisa sobre as doze chaves, precisávamos descobrir qual era a chave que faltava e qual era a sua importância. E eu tinha combinado com Daimen que iria até o hospital em Demeure visitar Ally e Ren para poder dar finalmente a esperança que eles mereciam.

   Nada de palavras infundadas. Dessa vez tínhamos esperança.

   Eles seriam salvos e ficariam bem.

   Assim que deixamos a casa de Dabria começou a chover, gotas pesadas e fortes, além de relâmpagos e trovões assustadores. Isso só era sinal de que o verão estava no fim, as chuvas mais presentes e marcantes simbolizavam o preparo para o início da primavera.

§ § § § §

   Sentada na poltrona do quarto, olhei pela janela. As gotas insistiam em cair desde ontem quando decidimos ir embora. Eu queria ir até o Hospital o mais rápido possível, mas ainda precisava esperar o horário de visitas. Harley tinha me contato quais eram e eu estava esperando agoniada.

     — Ah, cara eu ainda não acredito que Debby teve uma filha e com um desses horrorosos — Scott estava se queixando do sofá maior — Como ela pôde fazer isso?

     — Você conhecia a mãe da Dabria? — Perguntei sem tirar os olhos da janela molhada.

     — Sim, mas eu cai e não a vi desde então.

     — Por que... se não for inconveniente perguntar, por que você caiu, Scott? — Essa era um dúvida que eu tinha há um tempo.

     — Porque eu quis — Ele respondeu, sua voz séria embora o esboço de um sorriso bobo estivesse em seus lábios.

     — Simples assim, "porque eu quis"?

   Ele riu, preparando-se para responder quando Isobel entrou no quarto após uma leve batida na porta aberta.

     — Senhorita, o senhor Daimen disse que você poderia pegar um dos carros e ir até Demeure sem ele, porque ele pode demorar mais do que pensou que demoraria.

     — Ok, obrigada, Bel.

   Levantei na sua direção, ela carregava nas mãos duas chaves de carro. Uma do Jeep e outra de um outro carro que não era a sw4. Estranhando e sentido a falta da chave do grande carro olhei para Bel.

     — Onde está a sw4 dele? — Perguntei.

     — Daimen trocou há um tempo pelo outro carro — Scott disse, ainda largado no sofá.

     — Tudo bem, vou com o Jeep então.

   Peguei a chave do Jeep, despedindo-me dos dois antes de ir até a garagem e sair com o carro até Demeure. Essa viagem diferente de todas as outras demorou mais do que eu pensei que demoraria, por causa da chuva constante a estrada estava extremamente escorregadia e os carros estavam mais lentos. Além disso, havia um congestionamento.

   Uma árvore estava caída no caminho, seu tronco, embora fino, tinha a aparência de ser pesado e uma fileira de carros se formava atrás dele enquanto todos esperávamos pelos bombeiros vir e resolver o problema.

   A espera não foi pouca, eu esperei dentro do carro por duas horas. A música foi minha única distração, mas ela não fez o mal pressentimento, que tive desde o momento em que sai da casa de Daimen, sumir.

   Parecia que algo muito grande estava prestes a acontecer, não conseguia imaginar o que seria, nem supor algo, porque a possibilidade de alguma coisa ao meu redor dar errado era impensável. Nada podia dar errado. Não, não podia.

   Os bombeiros chegaram quando o céu parou de jorrar água, as nuvens escuras, carregadas ainda de água começaram a dispersar um pouco, tornando extensões de azul claro de céu aberto um caminho de esperança para aquele dia sombrio. Ainda parecia que ia chover mais, mas aqueles pequenos raios de sol que apareciam eram como a esperança que eu queria levar até Ally e Ren quando os visse logo.

   Voltei a estrada após cortarem vários pedaços do tronco da árvore que permitiam a passagem. Acelerei um pouco e paciente cheguei na Cidade dos Anjos. O prédio do hospital parecia ainda mais estéril do que ontem e agora havia nele uma aura mórbida por causa do tempo de chuva.

   Esperei que me permitissem entrar após derem meu próprio cartão de visitante. Depois fui até a recepção, as mulheres que me atenderam antes estavam lá também.

   Eu me aproximei, mas há dez passos de finalmente alcançar o balcão um alarme soou pelo prédio e o telefone da recepção tocou.

     — O que...? — As luzes do prédio se apagaram e apenas as luzes vermelhas no teto dos corredores eram visíveis e brilhavam próximas a placas indicando a saída.

     — Ela chegou, doutor. Está aqui na recepção! — A recepcionista que atendeu o celular olhou na minha direção —Ren fugiu, todos estão ajudando a procurá-lo pelo prédio.

     — Eu posso ajudar? — Perguntei, mas já estava me preparando para procurar ele.

     — Sim, quanto mais pessoas melhor, mas o doutor disse para não tentar conversar com ele se ele se mostrar agressivo, pode ser perigoso.

   Assenti, concordando e começando a correr pelos corredores do hospital. Troquei de andar subindo pelas escadas de emergência, pois não tinha energia para funcionar o elevador do prédio.

   Enquanto subia as escadas para o próximo andar, lembrei de algo que Ren adorava mais que qualquer outra coisa. Liberdade. E ele estava há dias trancado em um quarto de hospital sendo amarrado e as vezes amordaçado. Então era óbvio que em algum momento ele daria um jeito de fugir, nem que fosse por um momento apenas.

   E ele não poderia sair pelo térreo, pois as portas se trancaram assim que o alarme soou. Sobrando apenas... o terraço.

   Impulsionei minhas pernas a subirem mais degraus após pensar que eu o encontraria lá em cima, ele provavelmente subiu para tomar um ar, em um dia de chuva quando toda água já tinha caído o ambiente era lindamente confortável.

   Quase no final das escadas parei por um momento para tomar folego, respirei fundo e voltei a subir o resto delas.

   Logo que toquei a maçaneta da porta dupla para abri-la, eu ouvi uma risada. Era realmente ele. Ren. Ele tinha os cabelos soltos e molhados voando ao vento conforme ele corria e pulava de um lado ao outro do terraço. Ren estava sorrindo, estava alegre, mas... eu não sabia o porquê aquela visão apertava tanto o meu peito.

   Como eu não estava fazendo barulho, pensei que ele não notaria a minha presença, mas não demorou e ele olhou na minha direção.

     — Oi, Ren.

     — Ah, Atelina! Como você está? — Ele perguntou, o sotaque inglês bem mais nítidos em suas palavras.

     — Eu estou bem e você?

     — Essa é a melhor coisa que me aconteceu, eu nunca tinha me sentido assim antes! — Ele disse, sua voz carregava uma alegria contagiante — Eu não sabia o que estava fazendo com a minha vida até esse momento, eu estive sempre dando voltas e mais voltas, tentando conquistar aqui e ali. Eu era meio chato, né?

   Soltei a porta atrás de mim, vendo ele parar de correr e sorrindo enquanto esperava a minha resposta.

     — Talvez apenas ambicioso? — Sugeri, sorrindo de volta.

     — Talvez eu não passe de um medroso... — Repentinamente sua expressão alegre murchou, ele sorria ainda, mas não era o mesmo sorriso — Eu queria que alguém me ouvisse, agora. Procurei por Peyton ou Luke, mas eles não estava em lugar nenhum.

     — Você quer que eu os chame?

     — Não, não vai precisar. Essa é minha única chance, então... — Ele olhou para o céu escuro e depois de volta para mim — você pode me ouvir?

     — Claro, sempre.

   Ren riu, prendendo seus lábios entre os dentes.

     — Ah, dúvido que possa me ouvir de onde estou indo — Ele disse, se sentando no banco mais distante da porta — Não venha até mim, fique ai.

   Eu grunhi em resposta, mostrando que estava ouvindo e obedeceria seu pedido.

     — Vamos começar pelo mais difícil. LPR. É muito engraçado como acabamos formando esse trio, talvez eu deva agradecer a você, mas enquanto os dois procuravam Atelina Piierce, eu na verdade estive procurando Allyson Piierce. Mas nem mesmo eu sabia disso. — Ele olhou para cima, o cabelo caindo sobre os ombros — Ah, eu me lembro da época em que eu conheci vocês três. E eu me lembro do estado em que ficaram após a morte de Nathan e depois do sequestro de Luke.

     — Como você...?

     — Eu estava lá, em todos esses momentos. No início éramos apenas vizinhos, mas quando você enlouqueceu, Ally fugiu e me encontrou. Ela acabou contando tudo sobre o sequestro de Luke, ela estava muito triste e por isso eu ajudei as autoridades a encontrá-lo. Infelizmente, isso levou longos anos e quando ele retornou, apenas você ainda estava esperando o retorno dele.

   Sim, ele não estava mentido. Depois do sequestro de Luke, Ally e eu nos separamos e demoramos muito tempo para voltar a nos ver. Quando Luke voltou, eu estava lá porque voltava todo ano para ter certeza que se ele voltasse para casa, ele encontraria alguém esperando por ele. Em um desses retornos, eu o encontrei.

   Contudo, não éramos mais os três e sim, apenas dois.

     — Eu não a encontrei naquele dia e eu estava contando com isso, mas como Luke mencionava muito o seu nome eu pensei que a pessoa que ele tanto chamava fosse ela, então para mim a única coisa que eu sabia era seu nome, pois acreditava que a mãe de Luke fosse ela, e não você — Ele disse, rindo da forma como o destino brincou com ele — Quando encontrei Luke de novo, ele estava crescido e não se lembrava de mim. No entanto, graças a ele e Peyton percebi que estava procurando a pessoa errada, mas como isso era o que mantinha nós três unidos eu continuei mentindo para eles.

   Boquiaberta, olhei para ele sentado no banco ao longe. Realmente não sabíamos nada sobre Ren. Nada sobre a sua história passada, nem muito menos sobre suas mentiras.

     — Eu nunca contei como nos conhecemos para eles — Ele abaixou a cabeça e olhou para mim que ainda permanecia perto da porta — Você foi a última que eu conheci, Atelina. Mas foi por causa do seu nome que eu conheci as pessoas mais importante para mim. Eu sinto muito, mas ainda preciso agradecer você.

     — Mas você encontrou ela depois e vocês tiveram algo.

   Ren se levantou e eu não sabia o porquê, mas não conseguia mais olhá-lo e ver aquela pessoa divertida e galanteadora de antes, também não conseguia ver esse lado que mostrou para nós e que conheciamos tão bem e dizer se era verdade, se em cada minuto tudo não passava de uma linda e falsa máscara.

     — Não precisa me olhar dessa forma — Ren disse, colocando as mãos na cintura — Não era falso, mas também não posso dizer que era cem por cento o meu eu verdadeiro. E sim, Atelina, eu me encontrei com Ally. Tivemos nossos momentos, mas tudo acabou.

     — Por que?

     — Eu machuquei muito ela. Literalmente.

   Então o veneno não estava mostrando um lado feio de Ren, mas sim o seu lado verdadeiro. O lado que ele escondeu sobre as cantadas e falsas conquistas. Sobre os cuidados e flertes.

     — Se eu tivesse sido essa pessoa que você conheceu para ela, talvez não tivéssemos nos separado, mas eu só a machuquei. E me desculpe dizer isso, mas não me arrependo das mentiras, só do fato de que eu podia ter feito melhor quando finalmente a tive.

   Ele colocou a mão no bolso do moletom branco do hospital e inclinou mais uma vez o rosto para o céu. Um raio de sol iluminando sua pele.

     — Por que dizer tudo isso agora? — Falei, sentido uma rouquidão na minha voz e lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

     — Eu não sei, queria lembrar os velhos momentos sem sentir o pesar da mentira sobre todos eles. Olha, eu amo a sua irmã e aqueles meninos lá embaixo, sou fraco, embora seja mais velho que vocês, mas... — Ele virou de costas para mim se aproximando do parapeito do terraço — eu estou cansado.

     — O que você quer que eu faça?

     — Nada, Atelina. Você me deu a oportunidade de me sentir estando em uma família, muito obrigado. Eu só queria ter conseguido isso de uma forma diferente, mudar agora seria decepcionante. — Ele colocou uma mão sobre a grade do parapeito e passou o corpo para o outro lado.

   Se ele caísse dali só se machucaria, mas talvez a cicatrização fosse demorada por causa do veneno, então com medo que após a queda ele não tivesse forças para sobreviver a transformação das doze chaves comecei a ir na sua direção.

     — Ren, vamos entrar. Eu conseguir uma forma de salvar você e Ally, então volte para dentro e espere um pouco mais. Não contarei o seu segredo a ninguém por enquanto, você deveria arranjar tempo depois de se recuperar e contar.

   Ren gargalhou bem alto, as duas mãos ainda presas na grade.

     — Desculpa, largar você com essa bomba. Ah, caramba! Parece que eu só sei pedir desculpas a você! — Ele gritou, se virando para ficar de frente para mim — Desculpa de novo, mas eu realmente... estou cansado.

   Quando eu percebi, já era tarde demais.

   Ele não queria pular, por que pularia se a queda não iria matá-lo?

   E o que mais ele iria fazer no terraço de um prédio?

   Mas eu estava errada!

   Sua voz estava bem alta no início da frase, mas assim que ele disse as últimas palavras, lágrimas escorriam pelo seu rosto, enquanto ele tirava do bolso da calça um bisturi e abria um buraco na pele do seu peitoral, enfiando a ponta dos dedos para arrancar o item que permitia que os vampiros andassem sob o sol.

   Tudo aconteceu muito rápido e antes que eu alcançasse ele, chamas englobavam o seu corpo, o cheiro de carne queimava subiu ao ar rapidamente.

     — Renyer! — Gritei, correndo os últimos passos que faltavam.

   No entanto, era tarde demais.

   Seu corpo se transformara em cinzas em instantes e no momento seguinte ele não passava de cinzas sendo levadas pelo vento.

JÁ FEZ A ESTRELINHA BRILHAR?? 🌟🌟🌟

Oie Anjinhos, como estão? Espero que muito bem. O que acharam do capítulo novo? Alguém já suspeitava sobre a história que Ren contou? Ele parecia ser tão sincero. Atelina não fazia ideia também. Mas o que vocês acham que vai acontecer em seguida? Atelina vai contar para os outros? Alguém vai aparecer? Como Luke e Peyton vão reagir com a perda de um membro do trio deles? E Ally, vai sofrer pela morte de Ren? E sobre as doze chaves, vocês suspeitavam que Deb fosse filha da Anja Guardiã? Será que saberemos mais sobre a história de Scott?

Espero vocês no próximo capítulo.

Não esqueçam de VOTAR e COMENTAR.

Beijinhos e beijões.

💖💖💖

- Atenas.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top