Capítulo 22 - As Celas
Normalmente o colar de Val, irradiava um calor morno e confortável, mas agora havia apenas o colar gelado de pedra escura. Olhei de Scott para o colar na minha mão e depois uma dor apareceu no meu coração no momento em que percebi que não poderia seguir em frente sem ela.
Quase comecei a hiperventilar quando o brilho apareceu, suave e fraco.
— Atelina, eu estou sem forças, me manter acordada está sendo difícil aqui desde que atravessamos o portão — Ela explicou, sua voz denotava a sua fraqueza.
— Deve ser por que estamos em outro mundo — Conclui.
— Sinto muito, canalizei de você sem permissão para poder falar agora, mas minha magia é sugada muito rápido e logo não poderei mais falar com você... — Gradativamente sua voz foi perdendo força até que não fosse nada e Val voltasse a ser um colar simplesmente.
Tentei buscar na minha cabeça formas de manter Val canalizando e me ajudando sem que eu precisasse fazer ela canalizar de mim, pois eu poderia necessitar da minha magia e a falta não era uma opção então...
Repentinamente a mão de Scott veio na direção do meu pescoço e ele abriu o fecho do colar, tirando Val de mim.
— O que você pensa que...
— Canalize de mim, tenho uma boa quantidade que você pode usar e nem vai fazer diferença se você tirar um pouco — Ele disse, sua voz arrogante e petulante.
Eu sabia que ele estava desesperado, embora não quisesse que os outros soubessem, mas eu sentia pela linha verde que nos ligava que Scott estava tão aflito quanto eu para que nossa parte do plano desse certo. E a intenção era recusar seu sacrifico. Sim, aquilo era um sacrifício. Se Val estava tendo sua magia drenada tão rapidamente usar a canalização em Scott seria como enchermos um balão furado com um cheio.
Em algum momento ele iria ceder.
Isso com certeza se parecia com um sacrifício.
No entanto, não tínhamos outra opção. Eu sabia disso, Val sabia disso e até mesmo Scott sabia disso.
— Você vai me devolver ela quando não poder mais aguentar, ok? — Perguntei, seriamente olhando em seus olhos esmeralda.
Ele soltou uma gargalhada debochada.
— Eu não aguentar? Está brincando!
— Eu pararei antes que isso aconteça, Atelina — Val avisou, acalmando minha preocupação.
— Obrigada Val — Agradeci, voltando minha atenção para a cela. A sereia implorava por ajuda com os olhos chorosos — Você sente essa magia, Val?
— Sim, se parece com a magia de Cassandra. A mesma usada para derrubar seu feitiço no acampamento.
Ela estava certa. Apesar daquelas bruxas serem as culpas pela outra metade enfeitiçada da lua, a magia usada para corroer meu feitiço nas árvores e derrubar o domo era diferente e eu suspeitava que fosse de Cassandra. O fato de encontrá-la protegendo as celas da prisão de Lauren, só aumentava minhas suspeitas.
Cassandra tinha ajudado aqueles dois. Talvez fosse dessa forma que ajudara Lauren.
— Val, você conhece algum feitiço para criar uma chave universal? — Perguntei.
— Sim, mas o que você...
Antes que ela terminasse de perguntar eu me virei para os outros que estavam nos acompanhando. Os lobos montavam guarda nas extremidades que levavam para cada lado do corredor, Harley estava mais próxima e a fênix e Thunderbirds também.
— Vou precisar que alguém tentei me machucar — Pedi, fazendo todos me olharem com olhos assustados.
Scott só faltou me segurar pelos braços e chacoalhar para ter certeza se meu cérebro estava funcionando de forma correta.
— O que você está pensando, sua masoquista esquisita? — Scott perguntou, seus olhos davam a entender que se meu motivo não fosse bom o bastante ele iria declarar que eu era realmente louca.
— Eu preciso de um objeto que possa substituir uma chave, de preferência que não seja desse mundo, pois poderia ser dado como uma ameaça. Pensei em usar sua pena, mas você já foi prisioneiro de Lauren e além disso suas penas são suaves e macias como as da Harley — Expliquei, mas ninguém estava convencido o suficiente e Scott até mesmo parecia ofendido — Pensei em usar as minhas, mas elas só ficam duras quando estão diante de uma ameaça.
— Você não pode ser uma pessoa normal e simplesmente tentar abri-las? — Scott perguntou, quase batendo na própria testa — E me desculpe por ser um anjo de penas suaves e macias.
É ele estava realmente ofendido.
Mas eu não conseguia simplesmente abrir as minhas asas. Após tê-las formado e tirado à força com o feitiço que fizéssemos, elas parecia estar adormecidas e só apareciam nesses momentos de perigo.
— Desculpa, não quis dizer dessa forma e eu não consigo fazê-las sair — Confessei, olhando para os meus pés constrangida.
— As penas das suas asas podem ficar duras? — Harley perguntou, os olhos brilhantes.
Eu pensava que ela estava aqui apenas pelos interesses de seu pai e de Spencer, mas ela parecia realmente gostar do trabalho novo que tinha em ambos os conselhos. Eu tinha que admitir que assim ela era melhor do que ser uma simples recompensar para outra pessoa.
— Posso tentar? — Ela acrescentou, antes que eu respondesse a pergunta anterior, mas ela se encolheu quando recebeu o olhar repreensivo de Scott — Prometo não fazer mal a você, Atelina.
Olhei dela para Scott para repreender sua atitude, mas não consegui. Ele estava realmente aliviado que ela não iria me bater de verdade.
Inconscientemente abri um sorriso, como ele conseguia ficar aliviado com isso?
— Quando estiver pronta, Atelina — Harley disse, afastando-se da cela e ficando no meio do corredor.
— Na verdade, você precisa tentar sem que eu saiba. Quanto mais improvável, me...
E foi exatamente isso que ela fez, ela não esperou eu terminar minha frase para abrir suas asas e dar a volta com uma delas apontada diretamente para mim. Eu pensei que ela tentaria alguma outra coisa, o fato de ter usado suas asas foi impensado por mim e isso fez com que eu me encolhesse.
O som de palmas foi ouvindo, quando abri meus olhos novamente. Harley batia palmas meio abafadas para não fazer muito barulho, seus olhos brilhavam impressionados.
— São lindas, elas tem até mesmo uma cor perolada — Ela expôs.
O peso delas me atingiu quando decidi me mover para voltar a postura normal, elas me desequilibraram e a fênix e thunderbird atrás de mim seguraram nos meus braços.
— Desculpa, eu ainda não estou acostumada com elas — Falei, para as duas.
De volta ao ângulo certo, uma dor agudo foi sentida na ponta da minha asa e aquilo espalhou uma ardência que eu senti no meu corpo todo.
— Ai! — Exclamei, dando a volta e olhando para Scott que agora tinha uma pena em seus dedos.
— Ah, você sente dor. Pensei que essa fosse a sua praia — Ele disse, ainda ofendido pelo o que eu disse antes — Elas estavam voltando ao normal, então eu a tirei antes disso.
Assenti, indicando que entendia.
Scott entregou a pena tenaz na minha mão, ela era bem firme e poderia substituir uma chave perfeitamente. Era exatamente o que eu queria.
— Val? — Chamei, indicando que eu estava pronta.
— E as asas? — Scott disse, apontando para elas com os olhos. Eu tinha dito que não sabia fazê-las saírem, mas isso também incluía o inverso — Respira fundo, pense que está segura. Se o motivo para elas saírem é o perigo, então basta pensar que não está diante dele e elas irão...
Fiz como disse e elas sumiram rapidamente, fazendo-me ainda sentir o peso fantasma delas assim que não era mais possível vê-las. Olhei para ele agradecida e me voltei para Val, pigarreando para indicar mais uma vez que estava pronta.
Ela começou a cantiga do feitiço e eu a repeti, lenta e suavemente para dar ênfase em cada palavra. Não podia fracassar agora, contudo, estava com medo de minha decisão de prolongar o feitiço causasse mau em Scott, pois ainda não era possível ver se ele estava chegando ao seu limite.
Ao final do feitiço, Val se silencio repentinamente poupando tempo e forças.
O feitiço fez com que a pena ficasse ainda mais firme, mas ao invés de reta, longa e levemente contorcida como uma pena ela tinha ficado pequena, bem reta e a parte da ponta não era mais afiada.
Segurei ela pela extremidade oposta a levei na direção da fechadura, tentando deixar que minha mão não encostasse no campo de força que protegia aquela cela.
— Mas se abrirmos a cela, como vamos atravessar esse campo de força? — Harley perguntou, no momento em que um clique foi ouvido.
A sereia na banheira com os olhos aliviados pela possível fuga eminente, tinha voltado a estar aflita por causa do comentário de Harley.
Não é que eu não tivesse pensado no campo de proteção, mas que eu esperava que assim que a cela estivesse aberta aquele espaço não precisasse mais de proteção e a própria magia iria deixar de protegê-la. Pois embora nós, bruxas, utilizássemos a magia e a moldássemos como desejávamos ela tinha vida própria e pensava por si mesma.
Eu não expliquei isso aos outros, eles não entenderiam.
Mas demonstrar que meu pensamento estava certo, seria mais fácil.
Então, assim que o clique foi ouvido eu afastei a pena-chave e aproximei minha mão para emburrar a porta da cela. Minha mão passou sem problema algum.
E os olhos da sereia foram fechados enquanto gotas e mais gotas saiam pelas pálpebras cerradas. Ela estava grata, e eu podia sentir esse sentimento irradiar dela.
A fênix e thunderbird avançaram e passaram pela porta, seguidas por Harley e partiram as correntes que prendiam os braços da sereia no ar por não sei quantos dias. Ela pegou um punhado de água suja da banheira e lavou os braços e rosto, provavelmente repondo a água do corpo, depois ajudada pelas duas que faziam parte desse mundo ela foi tirada da banheira.
Harley retirou o casaco que estava amarrado na cintura e o entregou para que a sereia se secasse, mas a fênix negou agradecida e com as mãos sobre o corpo da sereia ela a secou com o calor de suas chamas que só machucavam se ela quisesse. A sereia seca não tinha mais cauda e sim pernas. E foi com essa descoberta que notei o motivo de Lauren ter prendido ela daquela forma.
— Muito obrigada — Ela sussurrou em um voz rouca e machucada.
— Ficamos feliz em ajudar — Eu disse, indicando que deveríamos partir para as próximas celas — Um de vocês dois — Chamei a atenção dos lobos — Comece a abrir a maior quantidade de celas possíveis, tome cuidado.
O menor deles se afastou do corredor que vigiava e agarrou a chave na minha mão, partindo para a cela seguinte no corredor onde estávamos. Eu tive sorte nessa cela, mas o campo de força tinha me repelido uma vez, se acontecesse de novo eu poderia perder a chave. E pelo fato de os lobos não fazerem parte desse mundo, eles tinham mais chances de não serem repelidos.
Voltei meus olhos para a sereia e as outras duas que pertenciam a esse mundo e me dei conta de uma grande falha no nosso plano. Esses seres estavam cansados, machucados e em sua maioria debilitados, então como poderíamos usar o número de prisioneiros para poder vencer as fadas?
Sim, elas poderia estar em menor número, mas ainda assim como prisioneiros que foram torturados iriam brandir lanças improvisadas sem um mínimo de força para fazê-lo?
Olhei para Scott que estava ainda parado ao lado da porta da cela e notei que ele estava me ouvindo. Ouvindo meus pensamentos e seus olhos diziam que ele pensava o mesmo.
— Precisamos olhar os outros prisioneiros — Avisei, fazendo a fênix e thunderbird assentirem e partirem para a próxima cela para elas mesmas convencerem aqueles que passaram pelo mesmo que elas.
Aproveitando que elas não estavam mais perto, aproveitei para pensar no que deveríamos fazer agora que não teríamos mais como usar eles para destruir as fadas. Talvez levá-los para a saída fosse a melhor escolha, eles iriam embora e estaríamos contando com a sorte no momento de enfrentar as fadas com o outro grupo.
Scott ainda me olhava quando conclui o que deveríamos fazer e ele concordou, balançando a cabeça positivamente.
— Harley, veja se ela pode ficar de pé e traga ela para fora, por favor — Pedi, olhando para o corredor e o lobo menor passando de cela em cela abrindo as fechaduras sem ter problema algum.
Assim que Harley estava do lado de fora com a sereia tentando não precisar da sua ajuda ou apoio, eu puxei a porta da cela para que ela voltasse a se fechar e o campo de força voltar ao lugar, pelo menos deveríamos manter as aparências.
Pedi que Harley ajudasse os outros prisioneiros e que ela deixasse a sereia ao lado de Scott, esperando, enquanto nós terminássemos com aquele corredor. Ela seguiu pela direita e eu pela esquerda ajudando quem precisava de ajuda para andar pelo corredor e esperar os outros se unirem a nós. Demorou um tempo considerável e a maioria daquele corredor estava em bom estado para pelo menos ajudar os outros, mas no geral todos estava acabados.
Seja mentalmente, ou fisicamente todos estavam cansados.
— Scott, conhece alguma outra saída? — Perguntei — Uma mais próxima?
— Saída, salvadora? — A fênix perguntou, espantada com a mudança de planos — Pensei que fossemos todos juntos para o andar de cima pegar as fadas.
Quando ela mencionou o antigo planos alguns prisioneiros tiveram seus olhos acendidos, um fogo semelhante ao de Scott se referindo a sua vingança contra Lauren ardia nos olhos deles.
— Decidimos mudar uma parte dos planos, nem todos estão aptos para partir para uma luta contra fadas bem descansadas.
Ela fez menção de falar novamente, mas seus olhos se direcionaram aqueles prisioneiros presentes e ela entendeu o que eu quis dizer. Eu estava fazendo isso para protegê-los e garantir que estivessem livres mesmo que o plano de atacar as fadas desse errado.
— Eu quero ajudar — Um homem de pele escamosa disse, levantando a mão no ar. Ele não estava em tão mal estado.
— Eu também!
Outros se voluntariaram com suas mãos levantadas no ar, embora uma parte fosse aqueles que estavam em mau estados e saúde debilitada, meu peito se encheu de alivio e esperança.
— Sinto muito, aqueles que estão mal precisam ir e se afastar desse lugar o mais rápido possível e talvez eles precisem de ajuda para sair daqui. Peço que se ajudem pelo menos nesse momento — Falei, fazendo eles ficarem tristes por não poderem ficar — Um número pequeno pode ficar e ajudar, mas a maioria deve ir embora.
Então olhando de uns para os outros eles mesmo se decidiram entre quem ficaria e quem partiria junto com os enfermos para ajudá-los.
Depois da repartição feita por eles mesmo, Scott mostrou a saída mais próxima e fomos todos até ela e enquanto os lobos, a fênix e thunderbird ajudavam aqueles que iriam embora fiquei ao final do corredor ao lado de Scott e Harley vigiando os corredores.
Quando os escolhidos sumiram pela passagem na parede, nós voltamos e escolhemos outro corredor para soltar mais prisioneiros. E conforme o número ao nosso redor aumentava eu percebia que uma chave era pouco se queríamos soltar todos aqueles prisioneiros. O lobo que se encarregava de abrir as celas era rápido e ágil, mas só conseguíamos abrir um corredor por vez e precisávamos poupar tempo.
Não sabíamos ao certo quando o nosso outro grupo lá fora chegaria ao portão então era preciso estarmos preparados e quase no final da nossa parte.
Querendo diz para Scott minha ideia de aumentar as chaves eu olhei para o lugar onde ele estava, encontrando seus olhos esmeraldas já fixos em mim.
Ele balançou a cabeça assentindo e se desencostou da parede onde estava, vindo na minha direção. Scott sabia o que eu queria e concordava com isso.
Olhei para o outro lado para chamar Harley, mas Scott segurou meu braço repentinamente e negou com os olhos e a cabeça.
— Até quando você vai precisar do medo formulado para poder abrir suas asas? — Ele questionou realmente bravo.
— Mas eu não sei abrir elas!
— Atelina, olha, se você criar uma relação de mentira com as suas asas elas jamais confiaram em você e em algum momento elas não vão se abrir quando você estiver em perigo — Ele explicou, soltando um suspiro consternado.
— Elas podem fazer isso? — Perguntei, franzindo o cenho com medo e ele concordou — Então... me ensine?
Ele abriu um sorriso, realmente contente por essa ter sido a minha decisão, mas debaixo daquele simples sorriso eu conseguia ver que Scott estava cansado.
Talvez a simples ação de segurar Val estava lhe causando danos.
— Procure as suas asas dentro de você como você procurou pela linha que nos conecta, ouça elas, sinta a presença delas e mostre que você comanda quando elas devem aparecer. — Scott explicou, um olhar de felino selvagem em seu rosto — Exatamente como uma briga.
— Você quer que eu brigue com elas? — Perguntei, achando sua definição engraçada.
— Exato.
Elevei uma sobrancelha na sua direção e ele sorriu ainda mais, afastando o cansaço que eu tinha visto momentaneamente.
Menos preocupada com ele, me concentrei nas asas que eu considerava até o momento um peso morto que era usado para a minha proteção quando eu precisava.
Quando era uma anja falsa o que eu mais queria era aprender a voar, mas depois elas se tornaram um nada dentro de mim e tinha sido a coisa mais fácil do mundo ter aberto mão delas. Por isso que o fato de tê-las novamente completas, bonitas e fortes mais uma vez, não me deixava tão saltitante como qualquer outra pessoa normalmente ficaria. Eu não tinha intenção de usá-las, mas elas apareceram e me protegeram.
O mínimo que eu poderia fazer agora com a ajuda de Scott era dar uma chance a elas.
Não foi difícil encontrar o lugar onde elas ficavam dentro de mim, contudo eu não quis brigar com elas. Elas embora ocupassem uma presença grande dentro de mim, estavam adormecidas e encolhidas como se não pudessem fazer mal a ninguém.
A única coisa que decidi fazer foi ir até elas e tocá-las, pedindo internamente que elas saíssem.
— Você com certeza tem um talento inato para habilidades angelicais — Scott disse, maravilhado — Eu pensei que a briga seria sangrenta, mas as suas asas são dóceis.
Abri os olhos, olhando por sobre meus ombros encontrando minhas asas peroladas que reluziam aparentando um ser muito mais contente.
Foi tão fácil que eu me sentia boba por ter evitado tanto.
— Obrigada, agora... — Virei as costas para ele, dando a entender que ele precisava fazer isso por mim — Duas, por...
Ele puxou sem que eu dissesse que poderia fazê-lo ou pelo menos contasse até três para que eu me preparasse, mas foi tão rápido que eu senti uma leve ardência repentina que logo passou.
— Prontinhas — Ele cantarolou, entregando-as a mim.
— Val? — Chamei, ainda olhando para o sorriso de Scott. Val respondeu com um grunhido — Vou fazer as duas ao mesmo tempo, talvez você sinta dor Scott e depois disso você vai me devolver Val e vai descansar, ok?
Scott balançou a cabeça ainda sorrindo, como se minha advertência não fosse nada.
Devolvi as asas para as minhas costas e comecei a conjurar, Val aparecendo logo em seguida cantando o cântico e fazendo a mão de Scott se contrair e fechar ao redor do colar.
Antes apenas utilizamos o feitiço para fazer uma pena-chave e dessa vez eram duas ao mesmo tempo, além do mais ele parecia cansado desde o final do feitiço anterior, então como poderia ficar ao final desse?
Assim que a luz da conclusão do feitiço apareceu e diminuiu, olhei ao redor e percebi que estávamos sozinho naquele corredor.
Os outros tinham seguido adiante e estavam levando os novos prisioneiros soltos para a saída.
Levantei minha mão sem pensar duas vezes e agarrei a mão de Scott, puxando Val de suas mãos e antes que ele pudesse reagir eu a havia prendido firmemente no meu pescoço, mas a reação dele em seguida não era a que eu esperava.
O corpo de Scott se inclinou na minha direção e o peso do seu corpo me pegou desprevenida, fazendo nossos corpos caírem contra a parede atrás de mim.
— Meu Deus, Scott! — Chamei, exaltada.
— Atelina? — Harley tinha voltado.
Segurei firmemente o corpo dele com cuidado e levantei na direção dela, as chaves novas prontas.
— Ele só precisa descansar, pegue as chaves e aumente a quantidade de corredores e dívida entre vocês que vieram com a gente — Ela pegou as chaves, suas mãos tremulas pois Scott era quem estava nos guiando até o momento, então eu compreendia o seu medo — Vá, eu irei em seguida.
Harley pegou as chaves e com uma expressão determinada, embora forçada, foi correndo de volta ao lugar onde os outros estavam.
Novamente sozinha com Scott, eu tentei encostar seu corpo na parede e sentá-lo no chão sem machucá-lo mais do que já tinha feito. Ele devia ter devolvido Val e avisado que não estava aguentando, mas eu também deveria ter imaginado no momento em que ele tinha se encostado na parede esperando que pedíssemos a sua ajuda, pois ele não iria negar.
— Ah, caramba eu quero muito socar você agora. Depois você fica falando que eu sou a suicida. — Falei, raiva subindo pela minha cabeça, mas ela logo sumiu quando vi o estado em que ele estava — Talvez sejamos anjo-tutelado porque temos isso em comum, não?
Enquanto falava com ele, terminei de arrumá-lo no lado mais escuro do corredor, sentando-me ao seu lado e soltando um suspiro de alivio ao concluir essa tarefa.
Eu ainda estava sentindo sua linha verde dentro de mim, mas ela transmitia o cansaço dele em ondas fortes e nítidas.
— Precisamos fazer mesmo a patrulha agora, Séph? — Ouvi uma voz feminina vindo do corredor ao oeste, o corredor que saia da prisão.
— Cala a boca, Lauren disse que precisamos fazer isso. O grupo de Atelina não está mais no acampamento, então ela acha que ela pode ter planejado outra coisa.
Ai caramba! Se elas seguirem pelo corredor elas encontrarão os prisioneiros sendo tirados de suas celas e fugindo por passagens...
Respirando fundo, sai do lado de Scott e caminhei até o corredor de onde vinham as vozes. Elas queriam me encontrar aqui, então elas me encontrariam e não buscariam por mais ninguém.
Não se eu chamasse mais atenção.
— Você deveria ouvir a Lauren, ela as vezes acerta alguma coisa — Falei no minuto em que as fadas finalmente me viram.
— Ah, então você estava aqui.
A fada que eu suspeitava ser Séph, abriu um sorriso maligno que fez todos os pelos do meu corpo se arrepiarem. Eu estava ferrada.
JÁ FEZ A ESTRELINHA BRILHAR? 🌟🌟🌟
Oie anjinhos, como estão? O que acharam desse capítulo? Pura tensão, prisioneiros fugindo, Scott ensinando Atelina a tirar suas asas, ele passando mal, mdssssss, o que será que vai acontecer? Atelina se entregou mesmo para as fadas? O que elas vão fazer com ela? Scott vai ficar desmaiado sozinho no corredor? Será que o outro grupo já chegou no portão da frente? Val não pode ajudar Atelina mais sem canalizar? O que vai acontecer agora que os prisioneiros não podem ser usados no plano feito por eles?
Não se esqueçam de VOTAR e COMENTAR.
Até o próximo capítulo!
Beijões.
💖💖💖💖💖
- Atenas.
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