Capítulo 20 - Conexão
Dabria veio atrás de mim depois de saber por Malia que eu tinha corrido pelo acampamento com uma aparência nenhum pouco saudável. Ela encontrou Daimen e eu de frente um para o outro e o silêncio como a maior presença entre nós, Deb me chamou e quando olhei para ela sua expressão era de pesar.
Então como não precisava mais implorar por respostas de Daimen, eu lhe dei as costas e sai sem dizer mais nada.
Eu não sabia se estava feliz porque ele disse que me contaria tudo, ou ainda mais temerosa porque agora sabia que aquilo ia me machucar. O quanto ia, também era outra incógnita.
Voltei para o mesmo lugar de antes, mas a vez de Brooke já tinha acabado e quem agora estava sentada ao meu lado era Harley. Eu estava aliviada que não era um anjo do céu.
Passei as horas seguintes afastando a linha que dentro de mim era mais forte e brilhante e tentando dar força para a fraca e quase opaca. Scott precisava que eu fizesse a minha parte e eu não ia decepcioná-lo, não ele que estava sempre me ajudando e precisava concluir sua vingança.
— Ateh, você prefere que eu fique?
Olhei para cima notando finalmente que o próximo turno seria de Daimen e ele estava longe esperando que Deb dissesse que poderia tomar o seu lugar, mas eu não estava pronta para estar ao seu lado quando a sua linha causava tanto problema para que eu me conectasse com a outra linha, além de todos os problemas que tínhamos.
Eu acenei com a cabeça, indicando que Deb permanecesse.
Daimen viu e se afastou procurando outra coisa para fazer.
Tentando por mais algumas horas, a linha de Scott já tinha um aspecto bem mais bonito e brilhante, mas eu sentia que não era o suficiente para usar ela como ponte. Não seria seguro carregar todos nela. Então voltei a procurar por Scott em cada uma das minhas memórias, eu não me lembrava de nenhum momento antes do velório em que ele tenha aparecido para mim.
Era possível que ele apareceu e eu não o tivesse visto, por isso não estava nas minhas memórias, mas talvez nas dele fosse provável encontrar...
Não era certo invadir suas memórias, mas eu estava sem outras formas de tornar nossa conexão tão forte quanto a de Daimen.
Lentamente mergulhando na linha de Scott eu a percorri exatamente como quando eu fui até o véu. Agarrada a nossa linha segui até a ponta que ia na sua direção e aos poucos eu me senti deslizando para dentro de sua mente.
§ § § § §
"Eu estava dentro de uma memória de Scott, era um dia frio e nevava muito, as construções ao redor eram bem antigas, mas eu não estava entre elas. Na verdade, eu estava afastada em um campo aberto sob uma árvore sem folhas e logo ao meu lado de costas para mim estava um homem alto de cabelos na altura do queixo vestindo roupas da época.
O homem olhava na direção da cidade, seus braços cruzados nas costas e os dedos inquietos mostravam que ele estava esperando algo.
Curiosa para saber o que ele esperava me aproximei dele sentindo repentinamente uma sensação acolhedora se espalhando pelo meu peito. Era quase parecida com a sensação que senti no velório, mas os sentimentos eram bem diferentes.
Esses apesar do frio, eram quentes, calorosos e carinhosos. Pareciam sentimentos que uma pessoa apaixonada teria.
— Aqui! — O homem ao meu lado gritou levantando a mão no ar para sinalizar, assustando-me repentinamente.
Olhei para onde ele olhava e vi uma mulher muito bonita se aproximando. Seus cabelos eram cheios e bem escuros, as saias do seu vestidos eram grossas e de um rosa escuro quase como um tom de vinho.
— Você disse que não iriamos tão longe — Ela reclamou, resfolegando.
— Você precisava sair um pouco de casa.
No momento em que o homem a respondeu eu senti a familiaridade na sua voz e me virei para ver o seu rosto. Era Scott, era um Scott sorridente e claramente apaixonado. Seus olhos esmeraldas brilhavam como uma pedra preciosa bem polida e quem causava aquele brilho nos seus olhos era aquela mulher vindo na sua direção.
— Sabe, tenho certeza de que o lugar para onde eu vou é bem aberto com o céu sobre a minha cabeça e a grama verde sob meus pés — Ela disse, sorrindo meio triste.
— Diferente de lá, aqui você tem a mim.
Com as mãos estendidas ele se inclinou na direção dela e esperou que ela usasse sua mão como impulso para ficar ao seu lado mais rápido.
— Mas algum dia poderemos nos encontrar de novo, certo? — Ela falou, segurando a curva do seu braço e deitando a cabeça no seu ombro.
Os olhos de Scott continuaram felizes, mas agora havia tristeza neles.
Eles olharam para a paisagem a frente aproveitando da companhia uma do outro em silêncio, até que ao longe o silêncio foi rompido na neve por dois cavalos correndo a galope rapidamente na direção da árvore, provavelmente tentando alcançar a cidade.
Quando eles se aproximaram o cavaleiro que estava no cavalo da frente olhou para atrás, diminuindo o galope para o detrás acompanhá-lo.
— Vamos, Atelina! Você não estava com pressa?
Meus olhos se arregalaram ao ouvir meu nome e não consegui evitar olhar de um cavalo a outro tentando reconhecer as pessoas que os cavalgavam.
— Nathan, eu estou cansada. Vamos parar um pouco, tem uma árvore aqui.
Éramos nós, Nathan e eu. Eu o convenci a visitar a cidade depois que tínhamos saído da casa de Nádia, mãe de Luke, e voltamos a morar apenas nós e Ally.
Eu quase não me lembrava desse dia.
Ele ficou bravo por eu querer descansar, mas na verdade eu estava pensando no cavalo que estava a um bom tempo nos carregando e não tínhamos parado em momento algum, porque Nathan queria ir e voltar o mais rápido possível com medo de deixar Ally muito tempo sozinha, ela não estava se adaptando muito bem à decisão de morarmos apenas nós três de novo.
— Ah, eu desisto de sair com você! — Ele disse, mas desacelerou e se aproximou da árvore onde Scott e a sua namorada estavam. — Desculpem-me se eu estiver atrapalhando, mas estamos viajando à horas e parece que minha irmã precisa descansar um pouco.
— Não, sem problemas. Fiquem a vontade para usar a árvore. — A namorada de Scott disse sorrindo, lindamente.
Nathan desceu do seu cavalo e o deixou sob a árvore esperando eu me aproximar com o meu e me ajudar a descer, o que não foi muito bonito, pois eu queria descer sozinha e escorreguei da cela e fui direto no chão.
— Ah, meu Deus! — A mulher disse, querendo ir até mim, mas empurrou Scott para me ajudar.
Antes que Nathan chegasse do outro lado para me ajudar Scott já tinha feito isso, estendendo a mão para que eu a pegasse. Eu me lembrava de ter pensado o quanto ele era bonito naquele dia e o quanto o brilho de seus olhos eram ainda mais exuberante.
— Você está bem, querida? — A mulher perguntou, realmente preocupada.
— Ah, não se preocupem. Ela é dura na queda, muito obrigado por nos ajudar — Nathan disse, puxando-me para mais perto dele.
Eu não tinha reparado nesse dia, mas quando Scott e Nathan se olharam ambos arregalaram os olhos e depois com confusão na sua expressão Scott olhou na minha direção. E mais uma vez eu senti aquele calor e conforto, além de uma bagunça e desordem dentro de mim.
Essa foi a primeira vez em que nos encontramos.
Mas de um minuto para outro a sensação sumiu, suprimida forçosamente e nitidamente por... ele.
Ele empurrou tão lá embaixo que a eu daquela época não notou nada de diferente além de um calor repentino que logo foi embora.
— Vocês são irmãos? — A namorada dele perguntou e Nathan assentiu empurrando levemente minhas costas para que eu fosse me sentar.
— Vocês realmente se parecem um pouco — Ela disse, sorrindo.
Mas quando olhei para ela de novo, ela colocou uma mão na testa pressionando sua têmpora. Scott com o rosto contraído de preocupação se aproximou colocando uma mão ao redor da sua cintura carinhoso e deitando o peso dela sobre o seu corpo.
— Tudo bem? — Nathan perguntou dessa vez, fazendo-a rir.
— Com certeza não, mas por hoje eu direi que sim — Ela respondeu misteriosa e Scott revirou os olhos — Eu não tenho muito tempo.
— Sinto muito em incomodar, nós iremos assim que ela tiver descansado. — Nathan disse, com medo de estar ocupando o tempo da moça.
Na época eu não tinha compreendido, mas agora vendo tudo por um ângulo diferente eu sabia que aquela sua frase não queria dizer que estávamos tomando o seu tempo como Nathan achou. Na verdade, ela realmente não tinha muito tempo. Por isso falava sobre o lugar de céu aberto e grama verde sobre os seus pés antes e agora a tontura, os olhares tristes que dividia com Scott.
Eu olhei nos olhos de Scott. Completamente curiosa em saber mais sobre esse lado dele que talvez tenha indo junto com ela para esse lugar do qual ela falava.
Mas ele a amava e provavelmente a amou até o fim."
§ § § § §
— Ateh, tudo bem? — Ouvi a voz de Deb me chamando.
Eu assenti, mas sentia as gotas de lágrimas que escorriam pelo meu rosto enquanto eu pensava naquele dia antes da morte de Nathan e da mulher que Scott amou. Eu não quis invadir um momento tão íntimo, nem naquela época e nem nesse momento, mas agora sabia que foi naquele dia que Scott e a linha que nos conectava foi finalmente encaixada.
"O que você fez que de repente parece que nossa conexão está jorrando força?", eu ouvi sua voz na minha cabeça.
Parecia que ele não tinha sentido que eu tinha invadido, talvez por interferência dos mundos, mas eu queria lhe fazer perguntas sobre aquele dia, não sobre o seu momento pessoal, eu queria saber sobre o motivo dele ter empurrado tanto nossa conexão naquele dia.
"Eu não sei, só parece mais forte agora", respondi e não era totalmente uma mentira, eu realmente não sabia como tinha feito.
"Ok, você já cumpriu a sua parte e nós aqui estamos terminando a nossa. Diga a todos que encontramos o Castelo de Lauren, ele está praticamente vazio e acredito que não vá ficar dessa jeito por muito tempo. Então estava pensando em assim que você chegar, nós soltarmos os prisioneiros primeiro, fazer uma confusão e entrar.", ele disse tudo rapidamente.
"Tudo bem, vou contar a todos. Quando vocês estiverem prontos podemos começar."
E mais uma vez o silêncio reinou na minha cabeça, quando ele se afastou e limpando meu rosto molhado de lágrimas me levantei na direção de Aretusa e o grupo de guerreiros que se preparavam para a invasão. Daimen estava com eles e ao seu lado estavam tanto Malia quanto Brooke.
— Eu consegui fortalecer minha conexão com Scott e ele pediu para informar que o covil de Lauren está praticamente vazio, isso vai facilitar para nós — Informei a eles.
Alguns me olharam com olhos sedentos de sangue, outros apenas contentes por estarmos indo na direção do plano.
— Só quero saber uma coisa, salvadora. — Uma fênix guerreira se levantou, uma lança precária em mãos — Quando podemos entrar?
Eu olhei ao redor, compreendendo a ansiedade de todos.
— Preparem-se, vamos esperar o sinal de Scott na frente do portão.
E então eles gritaram eufóricos, jogando algo na fogueira que fez as chamas queimarem ainda mais com faíscas de cores diversas. Essa não era minha primeira guerra, não era a primeira em que eu participava nem presenciava, mas era a primeira em que eu estaria em um lugar desconhecido.
Quando pequena, eu costumava invadir o Mundo da Ilusão, entretanto, sempre fui acompanhada de outras espécies e os lugares onde íamos eram predeterminados por aqueles que me guiavam para serem seguros para mim. Dessa vez, eu entraria para atacar. E eu veria muito mais do que um dia eu tive permissão de ver.
Eu estava tão eufórica quanto eles.
Com Val no pescoço e com meus itens de sobrevivência guardados na minha mochila segui o grupo de guerreiros até a entrada do Mundo da Ilusão. Eles seguravam tochas nas mãos por causa da escuridão que nos rodeava, e o silêncio reinava.
Quase não dava para acreditar que eles estavam prestes a invadir, mas cada passo dado embora não fizessem barulho eu sentia que seus corações saltavam com expectativa e emanava deles um calor de quem usaria cada milímetro de força dentro de si para alcançar o tão almejado prêmio.
Chegamos na frente do portão de pedra e eu me aproximei de onde estava e toquei a pedra fria. Apenas precisávamos esperar por Scott agora.
"Atelina, estamos prontos." Ele disse na minha cabeça minutos depois.
"Ok, todos estamos aqui na frente. Apenas me diga como devo usar a nossa conexão e eu farei."
"Faça com que todos que irão atravessar segurem as mãos e estejam ligados a você, e depois agarre a linha que nos conecta forte o suficiente para me puxar, mas não puxe, eu puxarei você."
Olhei para atrás e segurei na mão de Deb que não tinha deixado o meu lado nem por um segundo desde a minha recusa em estar perto de Daimen.
— Todos precisam dar as mãos.
E assim todos foram soltando as tochas e pegando na mão do que estava mais próximo deles, formando uma fila conectada, continua.
"Mãos seguradas." Avisei para que soubesse em que fase estávamos, mas logo pensei ser uma ideia idiota, já que estávamos conectados ele sentiria no momento em que eu tocasse na linha.
Por esse pensamento, ouvi uma risada vinda dele. Nossa conexão agora permitia sentir e ouvir muito mais do que podíamos antes com a força tão fraca, e agora eu tinha que ser mais cuidadosa pois podia passar vergonha com meus pensamentos lidos constantemente por Scott.
Com Daimen não era tão problemático, pelo menos não nesse momento e com nós dois andando em ovos ao redor um do outro. Se o momento fosse o de meses atrás eu ficaria horrorizada por isso, ele com certeza arranjaria motivos parar rir de mim, mesmo se não houvesse nada. Mas agora, quem fazia isso era Scott. Ele ia rir de mim por causa dos meus pensamentos.
"Eu ensinarei você a proteger seus pensamentos quando voltarmos." Ele disse, se segurando para não rir.
"Muito obrigada, pela consideração." Respondi, indo com tudo para cima da linha verde que era a dele.
Concentrei minhas forças nela, percorrendo-a como tinha feito antes, mas agora com vontade e deixando que minha presença fosse notada por ele. Scott me encontrou na metade do caminho, eu senti sua presença antes que ele aparecesse e senti um puxão no minuto em que ele me encontrou.
A sensação do puxão não foi nada em comparação com atravessar o portão do Mundo da Ilusão de forma clandestina. Foi uma viagem desconfortável e nauseante, parecia que eu tinha me jogado de um avião a muitos metros do chão e do nada a gravidade me puxasse para cima na direção do céu rapidamente.
Meus órgãos pareciam terem sido chutados.
E eu precisei me concentrar muito para não soltar a mão de Dabria no meio desse abismo de sensações. O medo de soltar ela e os outros quase se misturando no meio de tantas sensações e se perdendo no espaço.
Contudo, eu tentei ao máximo me manter sã e consciente durante toda a viagem, o que não queria dizer que eu me mantive dessa forma quando o chão voltou a ser firme sob meus pés e um cheiro familiar que ainda não tinha catalogado dentro de mim como sendo o de Scott se tornou mais forte.
— Você foi muito bem — Ele disse, um sorriso contente em seu rosto quase parecido com o sorriso que ele dava apenas para aquela mulher que ele com certeza amou.
Eu olhei para cima com dificuldade por alguns minutos e a escuridão tomou conta da minha visão, fazendo com que meus órgãos contrariados anteriormente decidissem se rebelar repentinamente. Scott segurou meus ombros quando me inclinei para frente prestes a cair, mas tanto sua mão no meu ombro quanto uma mão no meu pulso me mantiveram em pé.
— Isso foi horrível! — Falei, estabilizando-me e esperando que ambos me soltassem.
Assim que me soltaram eu me afastei e vomitei.
— Aconteceu porque você está entrando de forma clandestina em outro mundo — Scott explicou, colocando as mãos no bolso e o sorriso ainda nos lábios.
Eu não estava acostumada com o seu rosto sorridente, para mim ainda era muito estranho vê-lo sorrindo tanto.
— O que está acontecendo com ela? — Harley perguntou, o cenho levemente franzido.
— Vocês não sentiram? — Perguntei.
— O que deveríamos ter sentido? — Ela perguntou de volta.
— Parece que você recebeu toda a carga do portão — Scott disse, olhando para a fila antes formada — Eu pensei que Daimen viria depois de você e assim seria diminuído, mas... desculpa, Atelina. Eu deveria ter avisado.
Finalmente após meu estômago se acalmar eu me aproximei deles de novo, Scott sorrio em consolo dessa vez.
— Você fez muito bem em aguentar e conseguir fortalecer a conexão. Bom trabalho — Ele disse, meio constrangido.
Quase me dei um soco na cara para saber se não tinha realmente desmaiado. Scott constrangido? Meu Deus, além de estarmos em outro mundo as pessoas ficavam invertidas?
Com o pensamento, lembrei que estávamos dentro do Mundo da Ilusão e com expectativa passei meus olhos por todo o lugar que nos rodeava. Era noite desse lado também, mas aqui diferente do nosso mundo a noite era brilhante e bem iluminada por pedras que ocupavam o lugar das folhas nos galhos das árvores. A luz era suave, e de um rosa pálido.
— Escolhemos esse lugar, porque era bem grande, mas precisamos ir para outro para passar a noite ou estaremos expostos. — Scott informou, olhando para atrás onde a outra menina que entrou com ele estava.
— Vamos para as plantas, mas os grupos precisam ser divididos — Ela disse, apontando para atrás em um caminho escuro sem árvores brilhantes.
— Nós do outro mundo ficaremos no mesmo grupo, mas precisaremos de outra pessoa que conheça o lugar para ficar e nos ajudar. — Scott conversava diretamente com ela.
Ela assentiu, dando as costas para nós e indo para o grupo do Mundo da Ilusão. Ela conversou com eles por alguns minutos antes de eles seguirem caminho sem ela para guia-los e voltar para nós.
— Ah, espero que não se assustem muito com esse lugar — Ela avisou antes de tomar a frente e nos guiar.
As plantas na verdade eram plantas mesmo, mas em um tamanho enorme e se assemelhavam com cavernas. Eram cavernas também, contudo, sem paredes rochosas e frias. Eram paredes verdes musgos e com uma entrada que se fechava assim que entrássemos dentro e havia várias em um paredão só. E não caberíamos todos em uma, por isso nosso grupo foi dividido.
A menina que veio com Scott nos acompanhou para dentro de uma planta e esperou que a boca de fechasse, mas eu fiquei tão curiosa, pois aquela planta, a abertura e a boca se parecia muito com a planta carnívora que tinha no nosso mundo.
— E elas são mesmo parecidas — Scott disse ao meu lado — Naia, disse que devemos sair delas antes de determinado horário antes que ela comece a nos digerir.
O meu espanto não foi o único som presente após o relato de Scott, todos ficaram espantados com a informação.
— Não se preocupem, há como saber o horário dependendo da posição em que a planta se encontra no paredão — Naia explicou, tentando nos acalmar — Esse é o melhor esconderijo aqui no nosso mundo, pois não são muitos seres que sabem decifrar o horário, mas eu nunca errei uma planta antes.
O alivio também foi nitidamente ouvido, vindo de todos.
Eu me aproximei de uma parede, sentei ao chão e tentei descansar.
Naia e Scott carregavam algumas pedras arrancadas das árvores que brilhavam e distribuíram uma para cada um de nós. Relacionando o fato de estarmos na boca de uma planta, eu tinha certeza de que ela não ficaria feliz se acendêssemos uma fogueira dentro dela, então essa era a única solução.
A pedra parecia mesmo um cristal e seu brilho era estonteante, embora parecesse menos forte do que estava antes quando ainda estavam conectados a árvore.
— Como vai o enjoou? — Scott perguntou quando entregou minha pedra.
— Estou bem.
Não doíam tanto quanto antes, agora era mais como uma sombra todas aquelas sensações horríveis.
Convencido pela minha resposta Scott começou a se afastar, mas o peso de ter invadido seus pensamentos antes apareceu novamente e com ele bem diante de mim eu não consegui suportar.
— Scott, eu preciso falar com você. É sobre a primeira vez que nos encontramos — Falei, deixando que aquele pedaço de informação fosse o suficiente para informá-lo sobre o ponto onde eu queria chegar.
Ele se virou para mim, nenhum medo estampado na sua expressão, mas havia compreensão. Ele sabia do que eu estava falando.
VAMOS VOTAR! VAMOS VOTAR! 🌟🌟🌟
Oie anjinhos, tudo bem? O que acharam do capítulo novo? Esperavam ver esse lado de Scott? E por que será que ele escondeu a ligação deles quando ele conheceu Atelina? Os olhares entre Nathan e Scott, será que eles se conheciam? Scott vai ficar bravo com ela porque ela entrou na mente dele? Ele vai mesmo contar tudo para ela? E como será agora a interação dela com os dois anjos, agora que a linha de ambos é forte? E o Mundo da Ilusão gente, o que vocês esperam desse arco dentro de outro mundo?
Não se esqueçam de VOTAR e COMENTAR!!!
Obrigada por chegarem até aqui! Serei eternamente grata por todo carinho que meus personagens recebem de vocês.
💖💖💖💖
Abraços quentinhos.
- Atenas.
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