Capítulo 19 - Anjo-Tutelado
Com a ajuda de todos colocamos Ally e Ren dentro do carro de Peyton, eles não estavam mostrando sinais de que tinham sido envenenados ainda além das nítidas marcas de mordidas incuráveis. Então não utilizamos muita força e não precisávamos nos preocupar tanto.
Entretanto, antes de Peyton entrar no carro eu pedi mais uma vez que cuidasse dos três e tomasse cuidado também. Ele apenas sorriu em resposta, tomou minha mão nas suas e a beijou.
— Você que deve tomar cuidado, Ateh. Vai invadir um mundo em outra dimensão, vai lutar contra seres de outro mundo. Não se prenda ao que está acontecendo com a gente, só termine tudo e volte para nós.
Eu assenti, apesar do pedido parecer ambíguo eu realmente queria terminar com tudo isso e voltar para o lado deles, me certificar com meus próprios olhos que todos estavam bem.
Peyton entrou no carro e foi embora.
Depois que o carro sumiu na estrada, voltei para o acampamento e para o grupo de guerreiros formados com todos os seres do Mundo da Ilusão que estavam dispostos a arriscar suas vidas para pegar seu lar de volta, os anjos, incluindo Harley — uma terrestre, e os lobos. Todos invadiríamos aquele lugar.
A mesa que ficava na tenda de Aretusa foi arrastada até o lado de fora ao lado da fogueira enquanto estávamos mandando meus amigos embora. Assim que me aproximei, todos eles estavam circulando aquela mesa e eu podia sentir o desejo daquelas pessoas emanar delas como se fosse calor. Era bem quente.
— Então, Salvadora, por onde começamos? — O homem de antes perguntou.
— Lauren está no Mundo da Ilusão? — Perguntei.
— Não, as ninfas disseram que ela não volta há alguns dias. O que pode significar que esteja para voltar — Um dos antigos vigias disse.
— Então seremos rápidos, quando ela voltar não poderá fazer nada — Falei, olhando para Scott que se posicionara na minha frente do outro lado da mesa — Aretusa deu a ideia de usarmos uma âncora para atravessar o portão e sermos levados diretamente para o covil de Lauren lá dentro.
As pessoas ao redor menearam com a cabeça entendendo o que eu estava querendo dizer, sendo assim parti para o próximo ponto.
— Scott se voluntario para ser a âncora — Anunciei.
Os anjos olharam diretamente para ele, os ex prisioneiros assentiram. Talvez sabendo e entendendo seus motivos por causa das coisas que passou estando preso lá dentro.
— Mas você não conhece todo o lugar, conhece? — Brooke perguntou, sua voz e presença sendo inédita para todos — Não adianta se voluntariar se não conhece o território, então por que quer ir?
Scott levantou os olhos esmeraldas, ele tinha um motivo para ir, além de querer ajudar para que sua vingança fosse concluída?
Ele olhou para Brooke, que tinha uma sobrancelha arqueada desafiando-o a dizer o seu motivo, mas ele a encarara por míseros segundos antes de olhar para Daimen que estava ao lado de Malia do meu lado esquerdo. Eles pareceram conversar com aqueles olhares até que Daimen desviou os olhos e Scott olho fixamente para mim.
— Eu quero aproveitar nossa conexão como uma ponte para que você me encontre lá dentro, ou senão você terá que fazer algum objeto encantado para a âncora levar. Se for eu, não precisa criar nada, é só usar o que já temos. — Scott disse, sua voz firme.
O que já temos? Ele estava se referendo ao fato de ser meu anjo da guarda? Isso significava que tínhamos uma ligação tipo a que Peyton fez entre nós dois? E entre Daimen e eu, existia algo assim também?
— Vou poder me conectar com você? — Perguntei, mais uma vez para ter certeza. Ele assentiu — Mas Brooke não deixa de estar certa, Scott.
— Posso levar algum morador de lá comigo. Uma pessoa que conhece e o outro, eu no caso, que tem a ligação com o lado de fora — Ele explicou, seu rosto extremamente sério.
Eu estava realmente curiosa sobre essa ligação natural que eu tinha com Scott, queria fazer perguntas, mas sabia que não era o momento certo.
— Você vai usar a ligação anjo-tutelado, sabendo o que pode acontecer? — Brooke perguntou, olhando de Daimen para Scott.
— É perigoso? — Perguntei, receosa em aceitar agora.
Scott revirou os olhos para Brooke e bufando fixou seus olhos esmeraldas nos meus, tentando transmitir tranquilidade para mim.
— Não é perigoso, não quando a nossa ligação é extremamente fraca.
— Por que? Por que ela é assim? Isso não vai dificultar...
— Não vai, nossa ligação existe e não pode ser destruída por nada nem ninguém além daqueles que a criaram, mas por eu ter estado tanto tempo preso na cela de Lauren e em outro mundo ela se tornou fina e fraca. — Scott explicou, olhando apenas para mim. — Você vai precisar encontrá-la e puxá-la até me encontrar, e isso só vai fazer com que ela tenha um pouco mais de força.
Assim que ele terminou de falar, todos ficaram em silêncio, eu esperei que Brooke fizesse mais questionamentos sobre o assunto porque eu não entendia nada sobre os anjos do céu além do que já me contaram e isso eu acabei de descobrir. Contudo, se nem ela a pessoa que estava fazendo perguntas estava em silêncio, isso queria dizer que não havia mais motivos para recursar tal proposta.
— Ok, se ninguém é contra isso vamos fazer como Scott sugeriu.
Todos acenaram com a cabeça e continuamos a conversa. Bolamos um plano que todos estavam de acordo e todos ajudaram a fazer, por se tratar do mundo deles era preciso saber se o que eu tinha pensado fazia sentido, ou se era apenas balela imaginativa.
Mas nada poderia nos deter nesse momento, Scott e a menina fênix do grupo dos prisioneiros estavam indo agora para o portão, acompanhados de outras pessoas que ficariam de vigia até que eu estivesse pronta para conectar o portão ao covil de Lauren que era o objetivo de Scott encontrar lá dentro. Poderia durar dias essa busca, entretanto lá dentro o tempo corria muito diferente do daqui de fora.
Os seres que não poderiam lutar permaneceriam no acampamento, escondidos e protegidos até que retornássemos com boas notícias. O acampamento seria destruído, para fingir um boicote, se eles encontrassem o acampamento não encontrariam nada além de restos do que ele um dia foi. Dessa forma ninguém saberia que estaríamos invadindo o Mundo da Ilusão para tomar de volta o lar deles.
Eu queria estar ajudando os outros, mas como o número de pessoas que poderia ficar ao meu lado tinha diminuído, eu decidi não interromper e fui trabalhar na minha parte do plano. Conectar-me com Scott, encontrar a linha que nos unia.
— Você não fazia ideia sobre essa ligação né? — Deb perguntou, ao meu lado impaciente para ajudar.
Neguei com a cabeça e ela tocou meu ombro em consolo.
— Sabe como vai encontrar ela? — Ela continuou perguntando.
— Ei, hora de trocar! — Uma voz gritou para Deb, arrogância e tédio presentes no seu tom.
— Ah, eu não sou fã dessa anja — Dabria sussurrou antes de se afastar.
Ficando apenas Brooke e eu, essa já era a segunda vez que ficava sozinha com ela. Se Deb não era sua fã, eu tampouco era. Brooke nem se esforçava em mostrar que não gostava de estar aqui com a gente. Eu sabia que não gostava, todos sabiam, mas ao menos um sorriso fingido ela poderia dar. Hoje foi o dia em que ela mais deu a sua opinião, embora fosse apenas para questionar a ideia de Scott.
— Você não devia estar se conectando com Scott? — Ela perguntou, notando meu olhar sobre ela.
— Eu estou tentando, mas não sei por onde começar — Falei, sendo sincera e ficando arrependida no minuto seguinte, acreditando que ela poderia usar essa informação para me menosprezar.
— Você nunca o encontrou antes? — Ela perguntou.
— Acho que só uma vez no velório do meu irmão.
— Então se prenda a isso, use sua primeira conexão com ele e encontre a linha que os une. Quando você vê seu anjo da guarda pela primeira vez na sua frente você sente como se tivesse encaixado uma peça que você nem sabia que estava faltando. — Brooke disse, olhando para o céu coberto pelas copas das árvores.
Concordei, levemente curiosa para saber mais sobre o assunto.
— Aproveita que estou aqui com você e tente quantas vezes for necessário, nenhum outro anjo aqui vai saber mais sobre anjos da guarda do que uma deles.
— Você é uma anja da guarda? — Perguntei, maravilhada.
Ela não era um caído como os outros, era uma anja da guarda. Isso significava que ela tinha asas? Poderes diferentes? Contato com o céu?
— Sim, eu me tornei uma por escolha. — Ela disse, dando de ombros como se estivesse citando uma lista de compras entediante.
Embora sua reação fosse desinteressada eu a olhava maravilhada, a curiosidade latente querendo saber mais detalhes sobre essa profissão dos anjos.
— Por escolha? Então há outra forma de ser um Anjo da Guarda? — Perguntei, sempre querendo aproveitar quando os anjos ao meu redor me davam um pouco mais de informação sobre eles mesmos.
— Há sim, os anjos podem ser designado por escolha do céu, ou eles podem escolher se tornar um, ou simplesmente tentar cuidar de alguém até que a conexão seja feita.
— Então nas duas primeiras opções quer dizer que a conexão é "implantada", como um chip? — Franzi o cenho, um pouco desgostosa com a percepção.
Brooke soltou uma gargalhada, fazendo todos aqueles que estavam ali ao redor olharem na nossa direção. Sua reação era mais uma coisa inédita para mim.
— Isso não deixa de estar certo, mas não se preocupe. O escalão mais alto escolhe muito bem as pessoas que precisam de guardiões e não parece como se fosse algo forçado goela abaixo — Ela explicou, limpando as mãos na calça que usava.
— Scott disse que ninguém poderia destruir nossa conexão, além de quem a criou...
— Isso é porque quem criou a conexão de vocês foi o céu... — Brooke parou de falar, como se tivesse mordido a própria língua — Desculpa, acho que é o máximo que eu posso dizer sobre vocês, se quiser saber mais pergunte a ele, ou entre tão fundo na linha que conecta vocês que ele não poderá esconder nada.
— Eu posso fazer isso? — Questionei, recebendo um aceno de Brooke.
Eu poderia descobrir o que eu quisesse se entrasse mais fundo na nossa conexão, eu poderia descobrir o segredo que Scott e Daimen tinham e que não me contavam, poderia descobrir mais coisas sobre a hierarquia dos anjos lá em cima, ou até mesmo quantas vezes Scott esteve ao meu lado sendo o meu anjo da guarda sem que eu notasse.
E apesar de estar muito curiosa para saber essas coisas, eu ainda não queria invadir seus segredos. Da mesma forma que eu estava esperando para que Daimen me contasse seus segredos, eu deveria pensar o mesmo para Scott.
Quando eles estivessem prontos, eu estaria preparada para ouvir. Mas e se eu não gostasse do que eu ouviria? Se fosse algo sério do tipo que eles não deveriam ter guardado por tanto tempo?
Esse segredo iria me machucar ao ponto de eu não querer estar mais com eles?
Se fosse algo dessa gravidade eles me contariam, certo?
Olhei para cima, para o espaço entre as copas das árvores que mostravam o céu limpo. Havia chovido na noite passada, mas além da terra molhada não havia vestígio do ocorrido. Balancei minha cabeça, tentando afastar os pensamentos assustadores que eu estava tendo e voltei a me concentrar na conexão de Scott.
Lembrando-me da sensação de tocar sua essência, de chegar tão perto daquilo que o tornava anjo e quais sentimentos e emoções foram despertadas ao sentir conforto e calor no verde esmeralda que ele era por dentro.
Recordei-me do dia no velório de Nathan, quando eu estava perambulando pelas lápides cinzas e de repente eu parei. Parei de andar e encontrei ele diante de mim, sorrindo em consolo e exatamente como Brooke tinha dito, eu senti a conexão.
A primeira vez em que eu me encontrei com Scott, tinha sido naquele velório e a nossa conexão, a peça que estava em falta tinha sido encaixada... mas porque quando eu pensava na sensação daquele dia, eu não sentia o verde esmeralda, mas chamas quentes e raivosas. Ódio quente, decepção, desespero. Não era conforto, não era consolo, não era afeto.
Era mais como se pareceria uma pessoa em que seus planos tivessem ido por água abaixo e agora tivesse que se prender a algo que não queria mais, algo sem importância. Algo que não aguentava mais.
Quanto mais eu ficava ali, mais eu me sentia amedrontada por esses sentimentos, mas em meio ao fogo, eu deslizei pelo sentimento até encontrar um fio do verde da essência de Scott. Eu sabia que estava ali, contudo era tão sútil e frágil.
"Você está no lugar errado!", ouvi uma voz ecoar na minha cabeça.
Abri meus olhos sobressaltada, olhei ao redor e Brooke ainda estava ali em silêncio não mais contando informações da sua espécie.
Eu estava confusa, Daimen era o único que falava na minha cabeça, mas como ele saberia no que eu estava pensando se nem perto de mim eles estava, embora eu não soubesse se havia um limite de distância para se poder ler os pensamentos dos outros.
"Dai..." pensei em uma resposta, mas um risada conhecida interrompeu meus pensamentos.
"Por que ele é sempre o primeiro em quem você pensa?"
"Scott?", perguntei felicidade transbordando da minha voz, eu tinha chegado perto.
"É você está chegando perto, mas esqueça esse dia. Ele não vai ajudar você, não como nós queremos.
"Mas Scott, eu senti a essência de alguém exatamente como Brooke disse que sentiria quando se encontra pela primeira vez com o anjo da guarda e eu pensei..."
"Não era a minha essência, Atelina." Ele disse, eu podia sentir o pesar na sua voz.
Então essa não tinha sido a primeira vez que eu me encontrava com Scott? Mas ainda assim era uma primeira vez... Daimen também se dizia meu anjo da guarda, então poderia ter sido ele?
"No que está pensando?", Scott perguntou, repentinamente me tirando dos meus pensamentos.
"Em nada, vou tentar de novo. Se consigo falar com você mesmo estando em outro mundo, então não vai demorar muito para encontrar você."
"Sim, você vai conseguir."
E dessa forma o silêncio reinou novamente na minha cabeça em relação a Scott, mas em relação aquele dia não. Se aquele tinha sido o primeiro dia em que Daimen tinha se tornado meu anjo da guarda, significava que Scott era o meu primeiro anjo e de acordo com Brooke, nossa conexão tinha sido feita pelo céu. Entretanto, a minha com Daimen existiu a partir desse dia, por que? Como? Quem tinha feito nossa conexão existir? O céu? Mas Daimen não era um forasteiro que não tinha contato com ele? Então foi por escolha dele?
Ah, caramba. O que estava acontecendo?
Parecia que o mundo ao meu redor estava girando, girando sem parar em uma velocidade rápida demais para eu assimilar. Os anjos sabiam tudo sobre mim, sabiam tudo sobre Daimen e Scott, sabiam que algo nos conectava e não era só o fato de serem anjos da mesma pessoa.
— Atelina, você está bem? — Malia apareceu no meu campo de visão, os olhos purpura, sua pele e seu cabelo platinados brilhavam na minha frente — Você parece pálida. Não está conseguindo encontrar Scott?
— Não é isso, eu... eu estou perto. Scott disse que estou perto — Falei, afastando meu olhar dela.
Eu não queria estar perto deles, nenhum deles. Havia um bolo na minha garganta que estava sendo difícil engolir. Eles sabiam tudo, mas ninguém me dizia a verdade. Eles sabiam tudo e escondiam na minha frente. Se não fosse pelas confissões de Scott repentinas, eu saberia menos ainda.
— Ah, então conseguiu entrar em contato com ele?
Assenti simplesmente. Não olhei, não falei... apenas levantei do meu lugar.
O momento não era o certo, eu sabia disso, mas da mesma forma que eu estava tentando encontrar a linha de Scott e fazê-la mais forte, eu acabei encontrando a linha de Daimen. Essa linha dentro de mim era forte e nítida o suficiente para eu segui-la pelo acampamento e ir atrás de Daimen.
— Atelina! — Ouvi a voz de Malia gritando meu nome, a preocupação crescente em seu tom de voz.
Não olhei para trás, segui pelas pedras e galhos quebrados enquanto minhas pegadas estavam sendo deixadas na terra molhada. Encontrei Daimen junto de outros seres do Mundo da Ilusão destruindo barracas e assim que eu o vi meus passos se detiveram.
A coragem se esvaindo do meu corpo como um balão d'água cheio de furos.
O que estava acontecendo comigo?
O que eles estavam escondendo de mim?
Eu não consegui andar e ir embora antes que ele me visse e eu muito menos conseguia ficar ali parada, inútil e ignorante.
— Piierce?
Ah, por que eu tinha que gostar tanto dele chamando meu sobrenome?
Levantei minha cabeça na sua direção. Daimen falou com os outros ali e disse algo que não consegui ouvir, mas que fez eles irem embora e em seguida ele caminhou com passos firmes na minha direção.
— Não, não — Gaguejei, chorosa.
— O que foi? — Ele perguntou, estendendo os braços na minha direção.
Eu me encolhi, afastando-me do seu alcance.
— O que está acontecendo, Piierce?
— Por que? — Perguntei.
— Por que o que Piier...
— Por que você me esconde tanta coisa? Por que todos vocês anjos sabem de tudo e eu não? Por que eu consigo sentir vocês dois? — Falei, minhas palavras saindo como uma enxurrada — Por que você não fala mais sobre você? Por que você nunca fala sobre você? Por que eu tenho que descobrir tudo pelos outros?
Minhas pernas se tornaram fracas enquanto eu sentia minhas forças indo todas para as palavras ditas para ele. Eu sentia que elas tinham forças, pois seu rosto reagiu a cada uma delas.
— Eu só queria saber, o que vocês tanto sussurram com os olhos quando não podem falar em voz alta e não gosto do fato de que isso tem relação comigo e vocês esconderem debaixo dos meus olhos. — Conclui, a raiva começando a aparecer.
— Você conseguiu encontrar Scott? — Ele perguntou, ainda confuso pelo motivo de eu estar reagindo dessa forma.
— Não, mas eu encontrei algo no dia do velório do meu irmão — Falei, esperando que apenas com essas palavras eu fizesse sua lembrança aparecer e ele reagisse.
Seus olhos se tornaram opacos, ele olhou para mim e depois passando a língua pelos lábios desviou seus olhos para outro lugar.
— Eu... — Ele começou a dizer e parou repentinamente tomando folêgo.
— Scott disse que não era dele a essência que eu senti naquele dia, e se não era a dele então... — Minha voz falhou, eu não queria dizer em voz alta que no dia em que Daimen se tornou meu anjo os seus sentimentos eram de ódio, quase como se tivesse repulsa de mim — Por que tinha tanta raiva dentro de você?
— Isso não tinha nada a ver com você, eu não conhecia você, Atelina. — Ele disse, encontrando meus olhos.
Eu queria acreditar nas suas palavras, mas parecia que ele só estava me contanto um pedaço pequeno de uma grande história e não era isso que eu queria. Eu queria a história inteira. Queria saber o motivo de ter dois Anjos, um deles designado pelo céu e o outro? Um deles com a linha fina quase quebrável, enquanto a do outro era forte e resistente.
— Eu nunca disse que não ia contar a minha história para você, Piierce — Ele se explicou, sua voz ofegante — Eu ia contar, estava tudo planejado para quando eu voltasse, mas você estava...
— Morta. Eu sei, mas mesmo assim você poderia ter me dito. Dito tudo o que me envolvia em relação a vocês! — O aperto no meu coração foi diminuindo aos poucos.
— Não tivemos tempo, Atelina. Desde que você acordou estamos em desacordo, não conseguimos ficar um dia sem nos estranhar e o único dia em que conversamos de verdade eu não quis fazer você me odiar... — Daimen disse, sua voz falhando aos poucos.
"Fazer você me odiar", então o que ele não me contou realmente era algo que tinha o poder de mudar o que eu sentia em relação a ele.
— Desculpa se parece que eu andei correndo de você, mas não achei certo tirar sua atenção das suas missões apenas para ter ela toda para mim. — Ele deu um passo na minha direção, receoso — Eu conto o que você quiser que eu conte, mas em outro momento. Não quero que você se culpe depois por ter perdido a concentração porque o que eu disse a machucou.
Machucar, aquilo também iria me machucar. Além de fazer-me odiá-lo, iria me machucar. E eu queria estar firme o bastante para dizer que deixássemos para outro hora exatamente como ele sugeriu, mas eu queria saber, queria sentar na sua frente e esperar que me contasse tudo.
Não queria que me poupasse por medo da minha concentração em relação a missão. Queria que ele fosse tão imprudente quanto Scott nesse momento e contasse assim que eu fizesse as perguntas.
Entretanto, eu conhecia a teimosia de Daimen quando o assunto era ser cuidadoso. Eu me lembrava nitidamente do quanto ele ficou firme quando começou a se sentir atraído por mim, ele tentou me evitar, tentou evitar sentir aquilo mesmo que fosse óbvio.
E eu sabia que ele tinha razão. Não gostava nenhum pouco disso, mas ele tinha razão.
Não era a hora, nem o momento certo para me machucar e muito menos fazer com que eu o odiasse, isso só atrapalharia.
CADÊ MINHAS ESTRELAS, CADÊ MINHAS ESTRELAS??? 🌟🌟🌟
Oie anjinhos, como estão? O que acharam desse capítulo, novidades bombásticas aconteceram, né? Scott decidiu ser a âncora por causa da ligação anjo-tutelado entre ele e Atelina isso fez com que ela tentasse se conectar e ela descobrir uma sensação de ódio e repulsa no dia em que achou que fosse o primeiro dia de Scott, agora ela acha que na verdade era de Daimen esses sentimentos. O que vocês acham, era mesmo os sentimentos de Daimen naquele dia? Se sim, por que ele sentiria isso? Atelina surtou ao notar que os anjos sabiam coisas sobre ela e os dois, mas ninguém nunca conta nada! O que vocês acham de tudo que aconteceu?
Não se esqueçam de VOTAR e COMENTAR!
Até o próximo capítulo!!
Abraços quentinhos.
❤❤❤
- Atel.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top