Capítulo 12 - Peroladas
"Daimen se culpou tanto depois que você morreu, era lastimável ver o jeito que você o deixou. Ele disse que era você desde o começo e que ele não tinha percebi isso..." as palavras de Brooke apareceram na minha cabeça.
— Oi, Daimen — Brooke cumprimentou, sua voz pesarosa.
Daimen levantou os olhos na sua direção, mas não falou nada e simplesmente moveu a mão que segurava a garrafa e a levou aos lábios secos, bebendo um gole bem longo. Eu quis dar um passo na sua direção, entretanto, o receio que tive quando chamei Deb quando voltei apareceu exatamente igual àquela vez.
Continuei apenas olhando, lembrando que isso era uma memória e eu não podia fazer nada, mesmo se quisesse.
Brooke entrou na sala fria de pedra, aproximando-se de Daimen e se sentou ao lado dele. Ela estava nitidamente preocupada.
— O que aconteceu? — Ela perguntou, apontando para a mão esquerda dele.
Olhei para onde ela apontava e vi o vermelho seco em sua pele, preocupada dei um passo, contudo nada aconteceu e eu permaneci no mesmo lugar, vendo ele abrir a mão para que Brooke olhasse direito.
— Eu tive uns problemas com as flores — Ele murmurou, sua voz estava extremamente rouca.
Quando ela entendeu suas palavras, ela olhou na direção do vaso quebrado. Eu olhei também e finalmente vi que entre os cacos de vidro um deles estava coberto de sangue, sangue e as digitais de uma mão.
— Já era para ter cicatrizado se o sangue secou — Ela comentou, seus olhos crescendo nas orbitas espantada ao perceber algo — Você está atrasando a cicatrização?
— Essa dor é mais fácil de controlar — Daimen respondeu, apenas.
Brooke fixou os olhos nele, ele abriu um sorriso sem graça e doloroso.
— O que aconteceu com você, Daimen?
— Eu não sei, Brooke. Mas doí — Ele murmurou, cobrindo o rosto com as mãos não ligando para o sangue nelas — Sempre foi ela, não era para ser ninguém além dela. Por todos esses anos, eu estava esperando para encontrá-la.
O olhar de Brooke era de confusão, eu não podia negar que também estava confusa. Quando Brooke me falou que ele disse essas palavras de que "era eu", eu pensei que fosse pelo fato de Cassandra estar usando uma pessoa viva para voltar a vida e que ele procurou essa pessoa quando no fim era a pessoa ao seu lado.
Mas, ao ouvir essas palavras e o restante da conversa esse raciocínio não fazia mais nenhum sentido. Por que Daimen estava esperando me encontrar? E por todos esses anos, quantos anos seriam?
— Daimen, você precisa se recompor... você é um anjo...
— Um anjo que falhou três vezes! — Ele gritou, amargurado. — Eu não mereço ser um anjo... por isso o Céu me jogou aqui sem nada além das minhas convicções.
— Não fala assim, por favor — Ela pediu, pegando a mão dele que estava mais próxima. Ele a afastou, pegando a garrafa ao invés de sua mão. — Vamos, Daimen. Você precisa sair desse mausoléu, ela não vai voltar a vida!
Uma facada. Aquelas palavras pareciam ter atingido ele como uma facada dada nas suas costas, seus olhos queimaram em um dourado semelhante a cor de uma parte de lavar ardente. Brooke quase saltou com medo daqueles olhos.
Eu desviei os olhos, meu coração doía loucamente e agora eu sabia onde estávamos. Esse era o meu mausoléu. Daimen estava sofrendo por minha causa e até mesmo se machucar fisicamente doía menos.
Miles disse que ele não tinha sentimentos, mas Scott também falou que passaram-se anos desde o dia em que Miles vira algum de seus irmãos porque tinha ido embora para viver sua vida. E no meio desses anos, algo aconteceu com Daimen que fez com que ele tivesse sentimentos e por isso ele me amou, e por isso ele sofreu por mim.
— Eu vou trazer o Miles até você — Brooke anunciou.
O anuncio fez os olhos de Daimen se suavizarem, mas mesmo assim ele bebeu mais um gole do Whisky.
— Ele não vai voltar, da mesma forma como Scott nunca voltou — Ele disse, mais dor presente em sua voz.
— Eu arrastarei ele até aqui se for preciso e depois procurarei por Scott também... — Ela disse, firme e eu invejei a sua força de vontade em tentar fazer Daimen sair daquele poço que Scott, Miles, o Céu e eu cavamos para colocá-lo dentro.
Daimen riu, levantando a garrafa mais um vez, porém assim que ele a levantou para tocar o bico com os lábios Brooke segurou a garrafa com força e a afastou dele.
— Vamos sair daqui, Daimen — Ela disse, levantando-se do chão e estendendo a mão para ele.
§ § § § §
Ouvi os sons ao meu redor aumentarem e se tornarem nítidos, afastando-me das memórias de Daimen. Eu não vi se ele tinha pegada a mão de Brooke e ouvido o seu conselho de sair do mausoléu, mas mesmo que o ciúmes estivesse presente eu desejava no meu âmago que ele tivesse feito isso e tentado se afastar daquela dor.
— Ateh?
Procurei pelos olhos verdes de Deb, ela estava ao pé da cama com roupas finas e brancas nas mãos.
— Vocês encontraram? — Perguntei, minha voz falhando pela rouquidão.
— Sim, Isobel e Ariel estão preparando o feitiço — Deb informou, esperançosa. — Precisamos que você troque de roupa.
Dabria levantou as roupas que estava na sua mão para que eu visse e se aproximou para me ajudar a vestir, mas eu quase não precisei da sua ajuda. As dores não passavam de formigamentos agora e eu sabia que era só uma face, como aconteceu da outra vez. Era por isso que colocaríamos um fim a elas de uma vez.
As roupas eram realmente finas, exatamente como roupas de verão. Eu poderia dizer que eles iriam me enfiar debaixo da água para fazer esse feitiço, mas eu não conseguia nem imaginar quais meios eles decidiram usar para adaptar um feitiço pequeno de crescimento de dentes para um grande de crescimento de asas.
Ainda não tinha caído a fixa que eu teria asas ao final desse feitiço. Isso me fazia lembrar dos dias em que era Anja Terrestre.
Em Demeure, não era permitido que os anjos menores usassem suas asas e eu nunca tinha parado para pensar sobre isso, mas talvez fosse porque a maioria estava ainda no processo de crescimento de suas próprias asas. Cada um com um metabolismo diferente, levava um tempo diferente para o crescimento completo. Entretanto, ao completarem dezessete anos todos eram obrigados a aprenderem a usá-las e se adaptarem ao peso delas.
No meu primeiro dia de voou eu perdi minha aula e voltei correndo para casa, ao saber que algo sério tinha acontecido e que Nathan tinha voltado às pressas antes de mim. Naquele dia, descobrimos que Tia Michaele tinha morrido em um acidente ao tentar voltar para casa mais cedo após uma viagem que ela disse ser a nossa salvação, ela estava louca para ganhar dinheiro e nos manter alimentados e bem.
— O que foi? — Deb perguntou, os olhos se entristecendo.
— Eu estava me lembrando do motivo de não ter aprendido a voar quando era Anja Terrestre — Falei, notando o pesar na minha voz.
— Quando eu a conheci, os anjos te chamavam de Anja sem asas — Ela comentou — Eu pensei que você não as tivesse.
— Eu tinha, mas nunca usei.
Dabria percebeu que o motivo vinha com uma história triste, então não insistiu e me ajudou a sair da cama.
Eu não precisava mais das muletas e muito menos de apoio para andar agora, por isso o caminho até o andar de baixo foi normal e longe de ser cansativo, desgastante e desconfortável. Simplesmente caminhei ao lado de Deb e fomos para a cozinha.
A porta por onde Daimen tinha me levado para tomar sorvete na varanda, estava aberta e eu podia ver Isobel caminhar ao redor da piscina carregando nas mãos fracos e mais frascos de ervas, exatamente como uma bruxa em meio as luzes acesas na escuridão. Só agora eu podia dizer que ela era uma bruxa, não havia dúvidas, mas ainda assim eu não sentia nada quando estava ao seu lado.
Ao lado, em uma das pontas da piscina Ariel olhava com olhos fascinados para o trabalho que ela fazia, enquanto falava... com Val que estava pendurada em seus dedos delgados.
Olhei para a mesa da cozinha, havia papel, ervas, frascos, líquidos e livros abertos e entre toda aquela bagunça havia duas penas. Uma negra como a noite e levemente com um brilho prateado, embora não estive em seu dono e a outra era dourada, não dourada cor de ouro brilhante. Aquele dourado era opaco, como se escuridão a tivesse tocado e corrompido.
— É linda, né? — Deb expôs exatamente o que eu estava pensando.
Era linda, apesar de parecer sombria sua beleza era extraordinária.
— De quem...? — Perguntei, mas me detive quando os olhos de Deb me perguntavam de volta "Como assim você não sabe de quem é?"
— Eu nunca vi uma asa dessa cor, e parece que devo concordar quando dizem que os anjos do Céu são realmente superiores aos Terrestres. — Dabria comentou, meio triste por admitir algo que criava brigas entres ambas as espécies.
Afastei-me da mesa da cozinha e sai para a varanda, recebem os olhares daqueles que estavam ali.
— Ah, chegou nosso anfitriã — Ariel anunciou, caminhando na minha direção.
Antes que chegassem até mim, disfarçadamente procurei por Daimen ao redor, mas ele não estava lá.
— Iremos começar assim que a sua banheira gigante estiver pronta.
Analisei a piscina novamente. Eles realmente iriam usar a água no feitiço.
— Val, tem certeza se vai funcionar? — Questionei, com medo.
— Se eu dissesse apenas por mim, eu teria dúvidas. Mas o Clã de Isobel é um dos melhores para fazer elixires, banhos, limpezas de cristais e outros tipos de coisas mais voltadas para as ervas, então temos uma grande possibilidade de conseguir — Val disse, também esperançosa.
— Pelo visto Daimen sempre escolhe boas Bruxas para ter ao seu lado — Ariel comentou, eu podia sentir a ironia na sua voz.
Eu fingi que não tinha ouvido seu comentário e olhei mais uma vez para Val em seus dedos.
— Qual Clã?
— Senhorita, meu Clã não é muito conhecido na parte superior das grandes bruxas como as Piierce, mas eu garanto que contanto que não tenhamos que conjurar, o banho vai funcionar. — Isobel disse, aproximando-se com uma garota de uns quinze anos ao seu lado. — Essa é minha filha Page.
— Olá — Falei, abrindo um sorriso. Ela me devolveu um mais tímido — Sinto muito nos conhecermos em circunstâncias como está, mas na próxima eu garantirei estar mais apresentável e receber você melhor.
Isobel sorriu, a filha ao lado assentiu.
— Não se preocupe, senhorita Atelina. — Isobel disse, apontando para a casa — Pegue as penas na mesa.
Olhei para Page que se parecia muito com a mãe em um versão mais nova, meus olhos no caminho acabaram encontrando os de Daimen. Ele caminhou com toalhas grandes na mão até o lugar onde estávamos, largou algumas na espreguiçadeira e uma delas ele carregou até descansá-la sobre o meu ombro.
— Iremos começar, senhor — Isobel anunciou.
Daimen concordou com um leve movimento de cabeça e eu me agarrei a toalha, não estava frio, mas já era de noite e a brisa era gelada. A menina voltou com as penas e entregou elas diretamente para mim.
— Senhorita, entre na água e permaneça no centro. Assim que estiver posicionada solte as penas ao seu redor e começaremos.
Então, fiz como ela pediu após devolver a toalha caminhei pelas escadas da piscina e depois até o meio. A água estava bem alta, alcançava metade do meu pescoço e além das penas que eu soltara assim que cheguei ao centro havia ervas ao redor que eu não podia distinguir graças a escuridão da noite.
— Talvez você sinta dor, Atelina. Se não conseguir aguentar, pararemos — Val disse, receio presente na sua voz.
— Não, não parem.
Eu não queria bancar a forte na frente deles, embora parecesse, eu só queria acabar com isso logo. Era inconveniente ter que esperar que isso acontecesse novamente e era tão incerto quando acontecia que poderia fazer com que eu perdesse dias e mais dias, ou pior, acontecer enquanto estou em um momento crucial da missão.
Ninguém refutou meu pedido, recebi aquilo como uma boa notícia. Os dois D's estavam ali e nenhum deles foi contra meu pedido, era algo para se comemorar. Talvez entendessem o que meu pedido queria dizer. Eu não duvidaria caso tivessem, porque para eles eu era praticamente um livro aberto.
As luzes ao redor se apagaram e as velas dispostas ao redor da piscina se acenderam, o brilho alaranjado inundou todos debilmente, antes de algumas tochas começarem a queimar também, o forte cheiro de ervas permeava o ar.
Val começou a conjurar, sua voz tão alta quanto lhe era possível estando dentro do colar. Em seguida, Isobel e a filha também começaram. As três com os três anjos ali presentes posicionados do lado de cada uma, elas estavam canalizando.
No começo prestei atenção as palavras e as repeti na minha cabeça para dar mais força ao feitiço, mas a água começou a criar bolhas e a temperatura dela subiu a um grau que eu com toda certeza poderia dizer ser semelhante a chamas tocando minha pele. Eu estava me sentindo a rã no experimento de temperatura.
As bolhas aumentaram e toda aquelas ervas estavam sendo cozinhadas juntas a mim. Doía, queimava, mas ainda era suportável. Não olhei para cima, não queria que vissem que a situação ali em baixo estava ficando estranha.
Ouvi passos apressados que não vinham de dentro da casa, mas do jardim.
— Daimen? — Era a voz de Malia.
Não sabia o motivo de ter aparecido aqui e não dava para perguntar, pois como não queria que vissem minha expressão de dor, me concentrei nas bolhas de fervura da água, mas repentinamente elas pararam voltando segundos depois de novo maiores e a água mais quente, vapor e o cheiro das ervas fervidas subindo ao meu nariz.
Minhas dores que não passavam de formigamentos, começaram a aparecer novamente. A náusea, os enjoos e a coceira infernal apareceram intensamente.
Comecei a desejar ter onde me segurar, dessa forma seria mais fácil me manter em pé ali no meio enquanto ferviam minha pele, mas isso nem era o pior, eu queria me encolher em posição fetal e não podia, não estando dentro de uma piscina.
Quando o cântico aumentou e a dor estava no seu ápice a pior sensação que eu já tinha sentido na vida se seguiu com aquela água penetrando a minha pele. Cada poro foi inundado e penetrado por água infundia em ervas, eu não consegui aguentar mais e gritei. Gritei até que minha garganta estivesse arranhada pelo excesso de dor.
Lágrimas escorreram pelo meu rosto, eu não sabia se eram quentes ou frias pois não sentia mais nada. A minha pele estava dormente.
Sem lugar onde me segurar, agarrei meu cabelo e quase o puxei do coro cabeludo. Eu queria correr, qualquer coisa seria melhor que isso e eu quis muito sair dali, sair da piscina e me esconder, mas... não podia.
Mais gritos. Mais formigamentos. Mais dores.
Doía demais.
Eu estava perdendo a minha consciência. Minha visão começou a borrar diante de mim e a água na minha frente tremeluziu antes de se tornar em pura escuridão.
— Ela vai se afogar! — Deb gritou.
Água se espalhou para todos os lados quando senti alguém entrar na piscina e se aproximar de mim. Mãos me apoiaram na cintura e eu fiquei de pé, embora ainda quisesse deixar que meu corpo agora pesado seguisse o caminho que quisesse para o fundo da água. Eu estava sendo apoiada apenas por aquelas mãos, sem forças nas minhas pernas.
— Se apoie nos meus ombros, Atelina — Era a voz de Daimen, ele parecia exasperado e preocupação jorrava de sua voz.
Não pensei duas vezes e passei meus braços por seu pescoço, e em conjunto minhas pernas fracas abraçaram a sua cintura automaticamente.
— Desculpa, eu não consigo ficar em pé — Grunhi com o resto de força que eu ainda tinha.
Daimen estremeceu sob o meu toque e meu abraço de urso, mas não me afastou. Não tinha como fazê-lo sem me machucar, por isso não importava o que estava sentido com essa proximidade repentina, contanto que me mantivesse ali dentro até o final do feitiço. Pelo menos era isso que eu comecei a pensar no minuto em que me agarrei ao seu corpo e ele se encolheu.
Outra onda de dor insuportável veio e sem conseguir evitar, minhas mãos agarraram as costas largas de Daimen com muita força e eu contive o grito, para que não soasse desconfortável aos seus ouvidos por causa da proximidade.
Comecei a chorar, alto e desesperadamente tentando abafar os sons que saiam de mim. Queria que parassem, queria que chegassem ao fim logo. Forcei a área das minhas costas com a força que tinha, tentando instigar aquela parte a funcionar como o feitiço o estava guiando. Não era possível que fosse durar tanto tempo. Não era possível que eu passaria horas ali até que minhas asas saíssem...
— Está acabando, está acabando — Daimen sussurrou, sutilmente no meu ouvido tentando me acalmar.
Agarrei-me mais forte as suas costas e ele se encolheu outra vez.
— Desculpa...
Antes de terminar meu pedido de desculpas, senti minha pele das costas se esticar e se rasgar em um corte sangrento, seguido por uma explosão de dor, a área ardia como o inferno, mas aos poucos tudo se tornou dormente, uma silenciosa dormência se instalou na pele da minhas costas.
Eram pesadas, as asas eram extremamente pesadas e se não fosse por Daimen me mantendo em seus braços eu talvez nem estivesse em pé. Claro, a água também ajudava.
— Acabou? — Perguntei, notando finalmente os arredores.
O cântico tinha cessado, as bolhas e à fervura já não estavam mais em plena força. Meus olhos passaram pelas pessoas ali em volta também, alivio transbordava de seus olhos.
Quando vi Deb, eu senti que ela se segurava para não pular na água e ter certeza de que eu estava bem e sem sentir dor. Pois ela era assim, não descansava até ter certeza de algo que a preocupava.
Malia logo ao lado, tinha ocupado o lugar de Daimen com Isobel. Talvez antes de eu acordar Daimen soubera que seria necessário que alguém me vigiasse enquanto outros seriam canalizados e por isso ele não estava aqui fora quando desci. Ele chamara Malia para ajudar.
Meus olhos pesaram, eu estava cansada, mas estava mais cansada ainda de dormir o tempo todo. E queria logo começar a agir...
— Traga ela aqui — Deb pediu, finalmente não se segurando mais.
Daimen a ouviu e começou a dar passos na direção da escada da piscina para tirar nós dois da água quando eu percebi o modo como o segurava. Então assim que ele pisou no concreto do lado de fora, eu pulei de seu colo caindo vários passos para trás por causa do peso daquelas asas.
Não conseguindo me estabilizar, cai de bunda na grama.
— Meu Deus, Atelina! — Dabria exclamou, correndo até mim.
— Eu estou bem — Falei, levantando as mãos para que ela se contivesse.
Levantei do chão com grande dificuldade e finalmente pude olhar para as minhas costas. Elas não eram tão grandes quanto as de Scott ou as de Dabria, mas talvez fosse pelo fato de eu não ser uma anja de verdade, e sim uma Nefilim. A cor branca, não era leitosa, do tipo puro, mas uma cor um pouco mais próxima a creme, levemente amarelada como se fossem peroladas.
— Você consegue senti-las? — Dabria perguntou, os olhos brilhando.
— Só sinto o peso delas — Falei.
Era verdade, para mim parecia mais como se eu estivesse presa a algo que me puxava para trás e eu não duvidava que se não tomasse cuidado seria isso que elas fariam comigo. Olhei para todos que agora estavam próximos de mim e meus olhos caíram sobre Malia.
Eu sabia, graças a Scott, o quanto devia doer ver e lembrar de sua perda e por isso eu estava imensamente grata pela sua presença e por ter vindo ajudar.
— Muito obrigada por hoje, todos vocês — Falei, realmente grata — Eu quero aproveitar para conversar sobre o meu novo plano.
— Não acha melhor descansar? — Daimen sugeriu.
Por fim meus olhos encontraram os seus, eu gostava de estar sob a sua guarda, mas já estive tempo demais sendo mimada por todos, era hora de finalmente começar a agir e terminar com tudo e para isso eu não podia ser frágil ao ponto de ser coberta por todo o cuidado de Daimen.
Eu abri um sorriso sincero e genuinamente feliz para ele que inicialmente achou estranho minha reação, mas com certeza sabia o motivo.
— Eu irei fazer isso, mas antes preciso dizer o que faremos amanhã e contar quantos estarão dispostos a irem até o acampamento dos seres do mundo da Ilusão — Anunciei, meus olhos passando por todos — Vamos investir contra eles diretamente.
BRILHA, BRILHA ESTRELINHA 🌟🌟🌟
Olá amorinhas, como estão? Espero que bem, eu demorei para publicar esse capítulo e talvez isso aconteça mais vezes. Desculpa, mas tá um correria. Vou tentar melhorar isso e manter as datas certinhas. Bom, voltando para o capítulo. O que acharam desse capítulo? Atelina esteve nas memórias de Daimen e justo nos dias após a sua morte, vocês estavam curiosos para saber como ele estava lidando com isso? E esse feitiço doido deu certo! Como será os dias seguintes de Atelina com suas novas asas? Será que ela vai usá-las ou aprender a usá-las? E essa última frase, o que ela quis dizer com isso?
Não se esqueçam de VOTAR e COMENTAR!!!
Vejo vocês no próximo capítulo.
❤❤❤
Beijinhos e Beijões.
- Atelina T. L. Silva.
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