Capítulo 11 - Nada Bem

   Eu não lembro em que momento tinha perdido a consciência, mas quando acordei estava sozinha no quarto. As dores dez vezes mais forte do que antes, inclusive as pequenas pontadas tinham se tornado dores intensas de verdade e em resposta soltei um gemido de dor contra a minha vontade.

     — Ah!

   Olhei ao meu lado e assim que a bile subiu queimando, eu segurei o balde debilmente e me curvei sobre a borda, vomitando o que desde manhã estava querendo sair. O cheiro de ferrugem subiu ao meu nariz e eu soube que dos sintomas daquela primeira vez agora só faltavam as alucinações.

   Entretanto, havia algo diferente. Coceira. Minhas costas e todo a pele dela coçava incessantemente.

     — Atelina! — A voz de Deb alcançou meu ouvido, quando ela entrou no quarto como um furacão — Ah, meu Deus...

   Segundos depois, o Dr. Jenks entrou no quarto com Daimen e Isobel também. Todos olhavam para o balde na minha mão. Com Dabria logo ali, eu poderia afirmar que todos sabiam o que tinha no balde. Era sangue e se eles me perguntasse eu sinceramente diria que não sabia o motivo do meu corpo expelir algo tão importante.

     — Senhorita Piierce — O Dr. Jenks chamou minha atenção, aproximando-se a passos lentos — Quais são os seus sintomas?

     — Dor... dói muito — Falei, minha garganta queimando e as lágrimas caindo descontroladamente sem que eu pudesse evitar.

     — D, pegue a mão dela — Jenks pediu, indicando o lado vazio contrário ao que ele estava — Lembra do que eu falei sobre alguns anjos poderem amenizar a dor?

   Assenti, minha cabeça pesada como chumbo ao fazer o leve movimento.

   Daimen se aproximou rapidamente e pegou na minha mão suada, afastando o balde com sangue de nós e abrindo um sorriso consolador. Eu sentia que ele estava com medo, tanto que sua mão tremulava.

   Esperei ansiosa para saber como aquele poder de anjo funcionava, estava quase enlouquecendo e implorando, mas logo tão sútil quanto um liquido quente que englobou meu corpo em um abraço caloroso eu senti a essência de Daimen. Era brilhante e dourada como um raio de sol. Tão belo e magnifico, como seus olhos amarelos e intensos.

   Eu estava sendo mergulhada na sua essência e as dores lentamente eram anestesiadas por aquele simples toque, fazendo meu corpo ficar dormente.

     — Ok, agora explique quais são os outros sintomas — O doutor pediu outra vez — Preciso saber para diagnosticar você.

     — Eu estava com dor de cabeça mais cedo e náuseas, as dores começaram leves, mas agora estavam tão forte que eu não conseguia respirar — Falei, rápido para que pudesse me concentrar naquele calor emanando da pele de Daimen, era quase viciante.

     — Você vomita sangue também — O doutor disse, não era uma pergunta mais uma afirmação — E as dores, são mais intensas em algum lugar?

     — Minhas costas.

   Jenks pegou o estetoscópio e encaixou ele em si mesmo antes de aproximar a extremidade de auscultar o coração para o meu peito. Depois pediu com alguns movimentos que Daimen me desencostasse do colchão para que pudesse auscultar minhas costas.

   Seus olhos prateados sempre atentos a cada respiração que eu dava.

     — Senhorita, quem são seus pais? — Ele perguntou, repentinamente.

     — O que isso...? — Daimen começou a perguntar, nervoso, mas se deteve ao notar que Jenks não estava brincando — Ariel?

   Os olhos dos dois se encontraram, perguntas ocultas presentes naquele espaço entre eles. Eu queria tentar entender, mas isso despendia um esforço que eu realmente não tinha no momento, então apenas deixei meu cérebro raciocinar que o doutor não se chamava Damon.

     — O que você quer dizer com quem são meus pais? — Perguntei.

     — O que eles são?

     — Minha mãe uma bruxa, meu pai um anjo.

   O doutor soltou um suspiro, eu suspeitava que era porque já sabia o que eu tinha e não era nada bom. Mas do nada ele se sentou na cama, virou na minha direção e sorriu.

     — Você já teve asas, senhorita? — Ele perguntou e eu neguei. Embora passara um tempo sendo anja falsa, nunca cheguei a usar minhas asas — Pois seu corpo está criando um par para você.

     — O que? — Questionei, incrédula.

     — Você é uma espécie rara de Nefilim com asas próprias. Pelo visto você tem mais parte anjo do que bruxa na sua estrutura, mas... — Ele olhou para mim, franzindo o cenho — nunca sentiu isso quando era criança ou adolescente?

     — Quer dizer que era para eu ter sentido isso desde tenra idade?

     — Sim, suas asas iriam se criar sozinha conforme você crescia. Por que isso não aconteceu?

     — Porque ela nunca foi o que deveria ser desde muito cedo! — Todos olharam confusos para saber de onde vinha a voz.

   Apontei para a gaveta entreaberta ao lado da cama, Deb ainda cética com o que tinha ouvido foi até lá e tirou o colar de dentro, levantando Val no ar para que todos a ouvissem.

     — Atelina nunca foi um Nefilim de verdade, por proteção Nathan as transformou em Anjas Terrestres muito cedo e em seguida, elas se tornaram vampiras — Val disse, lembrando-me do dia em que ela e Nathan revelaram que eu era uma bruxa.

     — Caramba, o que é isso? — Jenks levantou-se rapidamente, os olhos brilhando de emoção ao ver um colar que falava — O que tem ai?

     — Val veio comigo quando voltei a vida para me ajudar a salvar os anjos e concluir minhas outras missões — Falei, explicando.

     — Isso é incrível! — Jenks exclamou, admirado — Mas voltando para o seu diagnóstico, agora tudo faz sentido. Suas asas estão crescendo senhorita...

     — Atelina, me chame de Atelina — Pedi, minhas pálpebras voltando a pesar.

     — Daimen, já deu. Pare um pouco, você exagerou na dosagem — Jenks avisou, balançando as mãos no ar para afastar Daimen de mim. — Desculpe Atelina, as dores vão voltar.

   Antes que ele finalizasse a frase, eu as senti. Não mais tão forte quanto estavam, mas ainda eram notáveis.

     — Como fazemos isso parar? — Daimen perguntou, suas sobrancelhas franzidas em preocupação.

   Jenks respirou fundo, colocando as mãos nos quadris os olhos passando de Val para mim rapidamente.

     — Bom, me diga vocês, bruxas. Há algum feitiço que faça com que isso acelere ou pare? — Perguntou ele.

     — Val? — Perguntei, jogando a atenção de todos para ela o que fez eu me sentir mal.

     — Sinto muito, Atelina — Valentine disse, e eu pude notar o pesar na sua voz.

   Todos os olhares se perderam, cada um ficou imerso na sua própria mente. Talvez buscando entre todos os anos de suas vidas extensas algum feitiço ou meio para me ajudar. Eu por outro lado não podia pensar muito, minha cabeça estava me privando ao momento presente e apenas nele, o que me permitiu ver as expressões murchas de todos eles.

     — Ah, senhores. Talvez eu conheça algo — Dessa vez sem que eu dissesse algo, os olhares se viraram na direção de Isobel — No meu clã há um feitiço utilizado para fazer os dentes de crianças crescerem mais rápido quando eles por alguma razão param na metade do crescimento. Sei que não tem nada a ver com as asas, mas se modificarmos os ingredientes e as palavras, talvez torne o feitiço mais útil para esse caso.

   O silêncio reino no meu quarto.

   Eu não fazia ideia que Bel fazia parte de um clã de bruxas, ela parecia tão normal quanto qualquer ser humano era e eu não sentia nada vindo dela como sentia com Rebekah por ser uma bruxa também. Contudo, a ideia dela fazia total sentido. Pelo menos para mim.

   Como uma bruxa novata não poderia dizer com certeza se era uma boa ideia, mas em si era sim, mas apenas Val poderia afirmar.

     — Como o senhor Ariel disse que Atelina é uma espécie rara, então não encontrarão nada feito especificamente para ela e sim...

     — Adaptações! — Val completou em uníssono com Isobel.

   Eu senti meus lábios se esticarem em um sorriso feliz e até mesmo grato, por saber que logo haveria uma forma de fazer com que isso parasse.

     — Ótimo! Então onde está o feitiço? — Ariel perguntou, esfregando as palmas das mãos uma na outra.

     — Você vai ajudar? — Daimen perguntou, confuso.

     — Eu estou aqui para isso, não? E mais, eu amo aprender e isso vai ser interessante, principalmente em um caso de uma Nefilim rara. — Jenks disse, depois olhou para Bel — Onde vamos encontrar o feitiço?

     — Na minha casa. Fica aqui mesmo nas terras do senhor Kennedy, mas é um pouquinho longe — Ela começou a dizer, nervosa.

     — Eu vou levar você...

     — Não! — Dabria disse, interrompendo Daimen de se afastar de onde estava ao lado da cama — Fique com ela, eu vou com eles. Só fique e se ela precisar de mais disso dê a ela, por favor.

   Deb tinha os olhos tão chorosos e preocupados que se fosse eu no lugar de Daimen tinha dito que sim na hora. Ela estava tão assustada que eu queria muito ir até ela e consolá-la, mas eu não duvidava que se eu tentasse fazer isso ela ia me dar um baita sermão.

     — Se for em pouca quantidade, não terá problema — Ariel disse, tentando tranquilizar Daimen.

     — O que acontece se for em grandes quantidades? — Perguntei, não aguentando de curiosidade já que foi por isso que ele fez Daimen sair de perto de mim quando a sensação era tão boa.

     — Os seres humanos podem viciar nas essências de anjo e matar por elas — Daimen foi quem me respondeu e meus olhos cresceram nas orbita, assustada.

   Por isso era tão bom a sensação de estar sendo mergulhada naquela cor dourada e dormente. Era um tipo de droga. Uma que podia me fazer matar por ela.

     — Podemos acreditar na minha análise e dizer que seu lado anjo seja maior que o humano, então talvez tenha uma tolerância maior para não se deixar levar por um vício. — Jenks explicou, afastando-se de mim para acompanhar as outras.

     — Por favor, cuide dela. Voltaremos logo — Deb disse, também indo embora com Val presa a sua mão.

   Olhei para o lado, finalmente me dando conta de que ficaria sozinha com Daimen em um momento onde meu cérebro não funcionava muito bem. Eu poderia falar alguma coisa que não deveria e me arrepender depois, mas ainda assim era melhor do que estar totalmente sozinha.

     — Você quer alguma coisa? — Ele perguntou, repentinamente.

     — Água.

   Minha garganta ainda arranhava por causa do vômito recente, entretanto, não era mais necessário me preocupar com beber água logo em seguida, pois já se passaram vários minutos após o acontecido.

   Daimen deu a volta e foi até a mesa de centro entre os sofás para pegar da jarra que Isobel trazia ao quarto todas as manhãs para evitar que eu tivesse que descer o tempo todo para beber água, como eu tive que fazer na noite passada. Ele voltou logo depois, entregando-me com as mãos ainda trêmulas o copo cheio de água.

   Bebi metade. Não querendo encher meu estômago apenas com água.

   Enquanto engolia em goladas lentas, observei os movimentos inquietos de Daimen. Sua inquietação me fazia lembrar do ódio de Brooke dirigido a mim por ter causado em Daimen uma dor que nenhum de seus irmãos tinha presenciado antes.

   Eu não conhecia o Daimen Forasteiro do Céu, sem sentimentos.

   O Daimen que eu conhecia, não era como eles descreviam.

   Eles até mesmo pareciam pessoas diferentes.

   Mantendo minha mão firme levantei o copo no ar, indicando que eu não queria mais e esperei que viesse ao encontro dele. Contudo, assim que ele levantou sua mão para pegá-lo, com minha mão vazia segurei a sua. Além de trêmulas estavam frias.

   O meu sol tinha praticamente se apagado.

   Eu sempre recebi dos meus amigos um conforto frio, porque eles em sua maioria eram vampiros e até mesmo Deb com sua metade Anja Terrestre era tão fria quanto um vampiro cem por cento, mas com Daimen era diferente. Mesmo com minha pele e temperatura serem antigamente de vampira o seu calor era como o sol em meio aos dias de nevascas.

   Deixei o copo na cômoda ao lado e peguei sua mão com as duas agora, esfregando-a suavemente e tentando fazer um calor, mesmo que pequeno, aparecer.

     — O que está fazendo, Piierce? — Ele perguntou, a voz pesada.

     — Tentando aquecer você — Respondi.

     — Não é a minha pele que está fria, mas a sua que está extremamente quente. — Daimen sussurrou, sua voz quase saiu como um ronronar.

     — Ah.

   Eu tinha me esquecido disso por um momento e mesmo que ele tivesse me reiterado, eu não quis afastar minha mão. Na verdade, eu queria tocá-lo, queria ser abraçada por ele e fingir que estávamos no passado, mais especificamente queria voltar ao dia em que ele voltaria de viagem, alguns dias antes do meu aniversário como prometido e eu o receberia extremamente animada e de braços aberto. Algo que nunca aconteceu.

     — Eu preciso da minha mão, Atelina — Daimen comentou, pigarreando para chamar minha atenção.

   Então, desistindo delas e abrindo mão do meu desejo de mantê-lo ao meu lado, eu as soltei e permiti que ele as levasse de mim. Mas, Daimen permaneceu no mesmo lugar. Seus olhos dourados olhando-me fixamente e as mãos agora cerradas.

   Seus olhos estavam nitidamente confusos e uma dúvida provavelmente crescia em sua mente, pois a tez em seu rosto se enrugou levemente.

     — Eu acho que vou dormir... — Murmurei, quase não encontrando minha voz.

   Um olhar de compreensão apareceu no seu rosto, ele assentiu em seguida.

   Eu me virei na cama, deitei em posição fetal e fechei os olhos, tentando me imergir no mundo dos sonhos antes que a dor voltasse e se tornasse insuportável. No momento apenas pequenas fisgadas eram o que eu sentia, mas eu não duvidava que logo voltariam com força total. E eu não queria usar da essência de Daimen e acabar me tornando uma pessoa viciada.

   Embora Ariel tivesse dito que poderia confiar na minha parte anjo, ainda assim era arriscado. Meu corpo estava frágil e suscetível a aceitar qualquer coisa por alivio e mesmo que eu dissesse que não, as vezes ele era mais forte do que a razão para determinados assuntos como quando eu tentei fazê-lo acreditar que não poderia ter Daimen de volta e que seria melhor nos afastarmos, mas ele insiste em acreditar no que ele quer.

   Senti o colchão afundar atrás de mim.

     — Daimen? — Chamei, não conseguindo evitar o tom esperançoso na minha voz.

     — Hum?

   Apesar de ter chamado, eu não falei mais nada.

   Virei na cama novamente e encontrei seu corpo deitado no lado que antes estava vazio. Se era um erro e ele tivesse tomado uma decisão precipitada, então eu não seria a pessoa que deixaria isso ainda mais claro. Porque era óbvio que era uma má ideia, mas não podia negar que estava com o coração sorridente.

     — É só por agora, se caso você sentir dor — Ele esclareceu, estendendo a mão entre o espaço vazio que nos separava.

   Eu ri, baixinho e levei minha mão ao encontro da sua.

     — Está sentindo dor? — Ele perguntou, surpreso.

   Neguei, ainda agarrada a sua mão com as minhas.

   Em seguida, um silêncio reinou no quarto. Era confortável e eu sabia que logo voltaria a dormir, mas uma curiosidade enorme apareceu na minha cabeça.

     — Daimen? — Chamei e ele grunhiu em resposta — Quantos dias antes do meu aniversário você voltou?

     — Quinze dias.

   Eu sabia que ele tinha mantido a sua promessa.

     — Piierce? — Daimen sussurrou, fazendo um grunhido sair do fundo da minha garganta e meus olhos se fixarem nele — Como vai o seu coração?

     — Dormente.

   Essa era a única resposta que eu poderia lhe dar, apesar de estranhar a pergunta em relação ao meu coração, era exatamente dessa forma que eu o sentia. Dormente. Talvez pela dor e o consumo de essência de anjo.

     — Piierce? — Ele chamou mais uma vez. — Você encontrou alguém para abraçar você debaixo do chuveiro quando você pedir?

   Senti meus olhos começarem a marejar. Meu coração dormente saltou algumas batidas rapidamente.

     — Felizmente, não — Falei, fechando os olhos e deixando as lágrimas escorrerem.

   Já não tinha mais volta. Daimen me viu chorar tantas vezes que para ele eu não devia passar de uma chorona.

   Lentamente, senti a cama mexer com a sua aproximação. Sua respiração quente e o perfume que eu estava acostumada inundaram o espaço ao nosso redor e sua mão livre tocou o topo da minha cabeça.

   Daimen acariciou minha cabeça, suavemente.

     — Eu nunca pensaria isso de você.

     — Daimen?

   Eu sabia que provavelmente não teria mais nada disso no dia seguinte e que o que estávamos fazendo não passaria de um momento em que ele sentiu tanta pena de mim que não pôde evitar querer dar o que eu pedia tão desesperadamente na minha cabeça. Então, com toda a coragem que eu reuni dentro de mim decidi ser um pouco mais ousada.

     — Posso abraçar você?

   O silêncio que se seguiu foi estranho, eu quase comecei a me afastar e dar as costas mais uma vez ao meu desejo de tocá-lo, quando ele mesmo extinguiu o espaço que ainda sobrava entre nós. Meu rosto encontrou sua camisa e pescoço, meu corpo febril encontrou o seu naturalmente quente.

   Minhas mãos se agarraram automaticamente as suas costas, enquanto as suas acariciavam as minhas em consolo. Pois talvez fosse triste demais ver alguém se agarrando assim a alguém inalcançável.

   E foi impossível evitar que as lágrimas caíssem mais e mais.

   Dessa vez não era pela dor no meu corpo, mas pela aquela interna que só se cessaria ao final de tudo. Ao final dessas missões, ao final quando eu dissesse a verdade ao Peyton, ao final dos treze meses em que não estaria mais presa a Falls Stay... eram tantas coisas para se chegar ao final que eu tinha medo de me perder no caminho.

§ § § § §

   "Horas depois, eu havia dormido nos braços de Daimen e eu não sabia como, mas tinha conseguido atravessar uma barreira invisível presente em sua mente que me fez emergir em um lugar sombrio e escuro ali dentro.

   Era provável que fosse pelo fato da minha parte anja estar reagindo e os poderes que a acompanhavam estivesse aparecendo.

   Um deles fez com que eu entrasse na cabeça de Daimen, inconscientemente.

   E lá estava eu, dentro de uma sala de pedra fria e melancólica, ouvindo os choramingos de alguém. Não sabia onde estava, ou o porquê dessa memória estar relacionada a Daimen. Era uma cena em que ele vivenciou ou apenas assistiu ao longe como eu estava fazendo agora?

   Quando ouvi sons de passos vindo na direção da sala de pedra, olhei na direção de onde vinham e esperei paciente a pessoa aparecer. Fiquei surpresa quando quem apareceu foi Brooke, a anja que visitou o apartamento de Daimen quando ele não estava junto com Miles.

   Ela estava tão bonita quanto da vez em que eu a conheci, os cabelos encaracolados e escuros como a noite e os olhos azuis brilhantes como as estrelas. Além disso, ela irradiava uma aura que só uma mulher apaixonada poderia irradiar. E como eu sabia que ela tinha uma queda por Daimen, eu supôs que estava prestes a encontrá-lo.

   Brooke caminhou até o limiar da entrada e passou os olhos pela sala de pedra, eu fiz o mesmo e olhei nas mesmas direções em que o azul dos seus olhos olharam, até que... o brilho murchou. A aura apaixonada se contraiu e toda a beleza dela foi coberta por decepção quando avistou o que queria, mas não o encontrou da forma que esperava encontrar.

   No momento, eu só pude compartilhar um pouco da sua dor em relação aquela visão, pois nunca passaria pela minha mente aquela imagem.

   Daimen estava sentado no chão na parede oposta de onde eu estava, eu não tinha notado sua presença ali e nem muito menos o cheiro de terra de um vaso de rosas vermelhas quebrado próximo dele e do álcool da garrafa de whisky que ele segurava com força.

JÁ FEZ AS ESTRELINHAS BRILHAREM?? 🌟🌟🌟

Olá amorinhas, como estão?? O processo desse livro anda um pouco lento, sinto muito. Mas logo vai dar tudo certo e as postagens irão aumentar, então tenham paciência comigo kkkkk. Bom, o que acharam desse capítulo? Mais alguém ficou curioso para saber como foram os dias de Daimen quando ele descobriu da morte de Atelina? E essa descoberta, vocês suspeitaram que as dores dela eram por causas de asas que o próprio corpo dela estava criando? E as reações de Daimen, bem confusas, né? Parece que ele ainda não sabe como reagir ao redor dela, o que vai acontecer nessa relação?

Não esqueçam de VOTAR e COMENTAR.

Até o próximo capítulo!!!

Beijinhos docinhos.

❤❤❤

- Atel.

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