Capítulo 7 - A Fada Filha
https://youtu.be/d-vIE1RBXbM
Revirei-me na cama e senti meu estômago acordar com o cheiro delicioso que vinha da cozinha. Não me lembrava qual foi a última vez em que senti meu estômago roncar quando era uma anja falsa, a sensação era nova e estranha.
Levantei, querendo desesperadamente descobrir o que Miles estava fazendo que assanhava tanto meu estômago. Entrei na ilha da cozinha, ele estava de costas para mim mexendo em algo que fazia na frigideira. O cheiro era tão bom.
— Miles? — Chamei sua atenção para que soubesse da minha presença.
— Bom dia! — Ele cumprimentou, dando uma olhadela rápida em mim, sorrindo e voltando a prestar a atenção no que cozinhava — Ah, sinto muito por essa bagunça, mas ao saber que voltou como humana percebi que Daimen ficaria muito bravo comigo se soubesse que não fiz nada para você.
Olhei dele para o balcão cheio de comidas.
— Uau, obrigada..., mas isso com certeza é muito para mim, você vai tomar café comigo? Daimen nunca comia, então sei que vocês anjos não precisam, mas eu ficaria grata por isso.
— Que ruim para ele que perde o melhor do ser humano — Ele disse, enquanto ria. Eu concordava com isso, comer era a melhor parte de estar viva.
— Miles, você acha que a Brooke está bem depois de ontem? — Perguntei, estava realmente curiosa quanto ao seu estado.
— Ah, sim. Com certeza está bem, aquela é dura na queda. — Ele disse, colocando um prato cheio na minha frente — Ela ainda gosta de Daimen, mesmo depois de tanto tempo recebendo recusas.
Eu queria saber mais sobre a história entre Daimen e Brooke. E principalmente saber mais sobre Daimen, eu só sabia aquilo que tinha visto e descoberto aos poucos.
— Como eles se conheceram? Foi depois da queda de Daimen? — Perguntei, tentando não parecer tão curiosa quanto ao seu relacionamento com ela.
Miles preparou seu prato e se sentou ao meu lado no balcão, ainda mantendo um banco giratório entre nós para que assim pudesse ainda olhar para mim.
— Não, todos nós nos conhecemos no céu. — Miles disse e esperei ansiosa para saber mais — Lá em cima para que os Anjos não tenham um rendimento inferior ao esperado, eles não são permitidos ter sentimentos e nem ser levados pelas emoções. Sempre foi assim, nenhum de nós tínhamos sentimentos e agíamos como robôs, feitos apenas para fazer o nosso trabalho. Mas após a criação dos seres humanos os Arcanjos receberam uma caixa que continha os ingredientes usados na criação humana, inclusive dentro da caixa havia o poder de sentir como eles.
— O que aconteceu? — Perguntei, depois que sua pausa se tornou extensa.
— Eles não queriam mexer com aquilo, então deixaram nas mãos dos anjos de categoria mais baixa. E como a curiosidade foi maior, eles decidiram testar aquilo que estava lá dentro. Já que não haveria utilidade — Miles bebeu um gole do chá que estava ao seu lado e respirou fundo — Fizeram uma competição entre aqueles que tinham interesse em saber o que eram os sentimentos e os dois anjos que ganharam foram Daimen e Brooke.
— O que fizeram com os sentimentos que ganharam?
— Eles testaram. Brooke se apaixonou por Daimen depois disso e desde então ela vem querendo ter ele só para ela, mas antes de ele poder retribuir esses sentimentos Daimen perdeu esse poder de sentir e foi expulso do céu.
Arregalei os olhos sem nem perceber. O que Daimen tinha feito de errado? Comi um pouco do que tinha no prato ainda esperando por mais informações vindas de Miles.
— Eles não arrancaram suas asas, mas tiraram um dos castigos dos anjos. — Miles disse e eu fiquei confusa, castigo? — Quando um anjo é expulso, ele perde suas asas e é jogado na terra praticamente como um ser humano. Com sentimentos e sem asas, mas ainda com alguns poderes de anjo.
— O que Daimen fez? — Para ser tratado com tanta distinção, ele deve ter feito algo muito ruim.
— Isso ninguém sabe, mas com certeza foi grave — Ele olhou para frente como se estivesse imaginando — Daimen não tinha sentimentos como um anjo caído deveria ter, parecia mais com um forasteiro do céu na terra, mesmo assim no fundo ele sabia que não era mais do que um caído sem sentimentos. Depois, eu não sei direito o que ele fez, nem com quem se meteu, mas se tornou guardião dos portões do inferno e foi assim que...
— Ele me conheceu. — Terminei sua frase, ainda analisando e repassando as descobertas novas.
— Exatamente.
Eu sentia falta de Daimen, mas depois de ouvir o que Miles disse não conseguia parar de pensar em tudo que vivemos sem ter uma leve dúvida em relação aos seus sentimentos. Daimen era um forasteiro do céu na terra, um caído sem sentimentos, mas então por que Brooke disse que eu o magoei? E como Daimen conseguia demonstrar tanta preocupação e amor por mim sem realmente sentir?
Terminei de comer ouvindo Miles contar um pouco mais sobre alguns de seus irmãos anjos e sobre seu trabalho como fotografo, ele parecia realmente amar esse trabalho. Mas eu particularmente não prestava muito a atenção. Ainda tinha na cabeça o fato de que talvez, apenas talvez, Daimen não tivesse me amado como dizia me amar.
— Você parece meio abatida — Miles comentou, procurando meus olhos — Eu não devia ter contato sobre Daimen, sem que ele estivesse aqui para se explicar.
Tentei abrir um sorriso, mas apenas consegui fazer meus lábios tremerem.
— Não se preocupe, eu falei com ele quando vocês estavam namorando e tenho absoluta certeza de que ele estava muito feliz com você. — Ele disse, segurando meu ombro em consolo — Eu não via meu irmão há muito anos, por isso não sei o que aconteceu com ele. Malia saberia, mas acho que você deve esperar para perguntar diretamente para ele.
Eu não sabia quem era Malia, mas esperaria por Daimen como ele disse. Eu sabia que meu coração só teria paz quando ouvisse a explicação vinda dele. E apenas dele.
— Acho que é melhor eu ir, vou ficar na cidade até que essa história dos anjos se resolva — Ele explicou, estendendo a mão na minha direção — Foi um prazer conhecer você, Atelina.
— O prazer foi meu, Miles. E obrigada por me contar mais sobre Daimen.
Ele apertou minha mão e suavemente a beijou, sorrindo.
Assim que ele saiu, fui atingida totalmente pelos fatos que ele me esclareceu. Eu não queria mostrar meu lado fraco na frente Miles, mas sem ele aqui eu sentia meu coração apertado e as perguntas saltando como se estivessem explodindo na minha cabeça. Daimen realmente sentiu tudo aquilo que demonstrou sentir?
Meus pensamentos foram interrompidos pelo som do meu celular tocando. Dessa vez eu tinha certeza que era a Dabria. Só ela sabia que eu tinha voltado.
— Oi, Deb.
— Oi, Ateh. Eu liguei porque queria saber se estava bem, já que não tive notícias sua comecei a pensar que tinha sonhado com tudo que aconteceu no cemitério — Ela disse e pude notar que sua voz estava embargada e que estava quase chorando.
— Ah, Deb. Eu estou bem, não se preocupe — Falei, fisicamente eu estava — Vou ligar com mais frequência ou mandar pelo menos uma mensagem por dia para você não ficar assim.
— Eu não quero me intrometer nem nada, mas o que anda fazendo? — Ela perguntou, sua voz voltando ao normal aos poucos.
Olhei para a mesinha na sala, encontrando a bola de cristal e os meus papéis. Eu precisava voltar ao trabalho, tinha seres de um mundo praticamente inexistente para salvar. Eu poderia contar para Dabria, mas ainda precisava saber como. Principalmente como contar a novidade de ser humana se ela já não sabia. Era difícil disfarçar o cheiro humano.
— Deb, eu não posso contar agora. Mas assim que possível eu conto, porque tenho certeza que vou precisar da sua ajuda.
— Ajuda no quê? Atelina, você está me deixando curiosa e preocupada... — Deb parou de falar de repente — Eu ligo depois, e espero que dê as respostas que quero.
Ela havia desligado antes mesmo de eu ter oportunidade para responder. Será que aconteceu alguma coisa?
Aproximei-me da mesinha na sala e coloquei minhas coisas sobre ela para analisar meu próximo passo. Eu precisava ajudar as espécies do Mundo da Ilusão que estavam presas na cadeia de Lauren. Essa era minha primeira missão.
De acordo com a vidente, Sophie era a chave, então eu precisava me relacionar com ela enquanto ainda estava com sua mãe para não levantar suspeitas, mas assim que ela estivesse comigo eu precisava mandar ela para outro lugar para a sua proteção.
Será que aceitaria se eu a mandasse para a Califórnia para estudar? Ela só tinha 15 anos e seria maravilhoso se sua vida não fosse modificada por essa briga.
Mas antes de tudo eu precisava conhecê-la e deixar ela saber de tudo, não podia começar nossa relação com mentiras e do que iria adiantar usar ela para salvar aqueles que ela se preocupava sem ela saber?
Bom, estava na hora de conhecer a fada filha. Mas antes já que era caminho eu passaria na casa de Dabria para deixá-la saber que eu estava bem. Troquei de roupa e peguei as chaves do carro novamente. Primeiro fui até a casa de Deb. Ela parecia completamente vazia e silenciosa.
Mas o carro estava na garagem, então bati na porta. Ela levou um tempo para atender e quando apareceu seus olhos se arregalaram e sua pele empalideceu momentaneamente.
— O que faz aqui? — Ela perguntou, sua voz trêmula.
— Oi para você também. — Respondi. Ela estava estranha — Eu pensei que estava preocupada, por isso decidi vir e comprovar que estava bem.
— Ah, sim. Agora, tchau.
Ela começou a fechar a porta, mas coloquei meu pé entre a porta e o batente. Tinha algo errado com ela, isso eu sabia. Dabria nunca faria isso e seu olhar me implorava para ir embora.
— O que está acontecendo, Dabria? — Perguntei, realmente preocupada com minha amiga.
— Esse não é um bom momento, volte outra hora.
— Por que?
— Eu não sei, quando...
— Dabria, eu peguei seu celular para ligar para o Peyton e percebi que você ligou para a minha... — Ele levantou a cabeça e seus olhos encontraram os meus.
Luke ficou tão pálido quanto Deb ao me ver na porta, mas diferente dela, ele ainda não sabia que eu estava viva. E exatamente como ele, eu não estava pronta para ver nenhum dos outros ainda.
— Mãe? — Ele conseguiu perguntar depois de longos segundos.
Ah, como eu amava quando ele me chamava de mãe. Eu não me sentia nenhum pouco velha, apenas me sentia amada. Mas dessa vez sua voz estava tão carregada de tristeza que a única coisa que eu queria fazer era abraçar ele e deixar que chorasse no meu colo como fazia quando criança. Só que ele não era mais criança e a menos de um mês havia perdido... havia me perdido.
— Vo-você está aqui mesmo? — Seus olhos cor de âmbar brilharam com as lágrimas. — Deb, você também pode vê-la?
Ele olhou para ela esperando uma resposta, pronto para refutar minha existência como se tivesse tido um sonho onde eu ainda estivesse viva. Deb assentiu, abrindo passagem para que eu entrasse.
— Mas eu vi o seu corpo cinza e petrificado. — Luke disse, firme.
Dei alguns passos na sua direção, queria sanar sua dor apesar de ser culpada por ela existir em seu coração. Luke se afastou, mantendo os braços longos entre nós para que eu não me aproximasse.
— Luke? — Chamei, mas ele parecia não querer me ouvir — Eu sinto muito.
— Não, você não sente! — Ele elevou seu tom de voz — Há menos de um mês eu vi minha mãe dar a vida dela por um amor que mais a machucou do que a fez feliz. E nesse dia, ela me deixou.
— Luke, eu estou aqui.
— Não, você não pode estar aqui. — Ele sussurrou, as lágrimas escorriam pelo seu rosto — Você sabe o que eu passei...? Mãe, você sabe pelo que nós passamos?
Eu tinha uma ideia do que eles tinham passado por minha causa e doía em mim saber que eu era a culpada. Mas eu compensaria todos. Algum dia eu encontraria uma forma de compensar toda a dor que eu causei.
— Ei, meu pequeno. — Chamei, minha voz tão embargada quanto a dele.
Tentei me aproximar dele mais uma vez e consegui alcançar sua mão tremula cerrada em um punho nervoso.
— Eu não mereço ser perdoada, mas não fica bravo comigo. — Apertei sua mão, olhando nos seus olhos.
Luke me pegou de surpresa quando me abraçou, seus braços ao meu redor pareciam querem me prender e não me deixar ir e eu entendia isso.
— Eu amo você, Luke. — Sussurrei — Eu realmente sinto muito por ter morrido e por ter voltado sem ir ver você.
— Eu não ligo mais, fico feliz de você estar aqui de novo — Ele murmurou — Eu sei que um dia terei que me desprender de você, mas acho que não vou conseguir.
— Eu nunca quis causar dor em nenhum de vocês, principalmente em você e em Daimen. Eu vi o que fiz...
Olhei para o seu rosto, havia bolsas escuras abaixo dos olhos e elas eram profundas. Ele também parecia estar mais magro que antes. A barba crescia desforme e o cabelo também.
— Atelina, se você não quiser ser vista é melhor ir agora! — Deb avisou ainda na porta escancarada.
Nós dois olhamos preocupados para ela e vimos que ela olhava preocupada para fora e para o celular balanceando seu olhar entre eles. O celular na sua mão era o de Luke.
— Eu liguei para o Peyton e ele disse que estava vindo — Luke explicou.
Eu não queria ser vista por ninguém e por Peyton muito menos.
— Então estou indo — Levantei-me na ponta dos pés e beijei a testa de Luke — Tchau, pequeno.
Virei-me para correr de voltar para o carro, mas Luke pegou no meu braço.
— Espera! Quando vai dizer que você está viva para todos?
— Ele tem razão, Atelina. A cidade é pequena e você pode esbarrar em alguém qualquer dia desses.
Pensei em uma recusa, mas eles tinham razão. Eu poderia esbarrar em alguém na cidade e o resultado poderia ser desastroso. Mas onde eu faria isso?
— Vá à escola amanhã, estaremos com você o tempo todo — Deb disse, sorrindo — Não deixaremos nada acontecer com você.
Era uma oportunidade. E eu não podia gastar muito tempo em assuntos pessoais. Quanto mais cedo resolvesse isso, mais cedo voltaria a minha missão.
— Tudo bem, então amanhã.
Ambas assentiram em concordância e só então me deixaram ir embora, evitando um reencontro possivelmente desastroso com Peyton. Voltando ao motivo inicial da minha saída, dirigi na direção do mundo da Ilusão.
Desci mais uma vez a cachoeira e me aproximei da rocha gigante.
— Oi, Lauren. Eu voltei para conversar com a Sophie, pensei que seria uma boa ideia nos conhecermos antes de estarmos presas uma a outra — Falei, explicando logo o que queria.
A rocha começou a tremer, fazendo o chão se mover por instantes antes dela se abrir e uma Sophie emburrada aparecer acompanhada pela mãe.
— Seja uma boa menina e não trate a Atelina mal.
— Ok, mãe. — Sophie respondeu, abrindo um sorriso amarelo para mim.
— Quando vai poder levá-la? — Lauren perguntou, direta.
Sophie olhou para a mãe com uma expressão incrédula. Ela praticamente estava sendo empurrada para fora de casa.
— Eu acredito que na semana seguinte, não vou demorar.
Então, Lauren voltou para dentro deixando Sophie e eu sozinhas. Eu não imaginava o motivo de Lauren estar me dando sua filha, mas eu não permitiria que ela usasse a menina e também eu não voltaria para usar a biblioteca como havíamos concordado no nosso acordo. Eu não comeria carne dentro da toca do lobo.
Voltamos para o carro no maior silêncio, ela com certeza não estava feliz com essa situação. Eu entendia o lado dela, minha mãe também não me quis quando eu nasci.
— O que você acha de irmos ao shopping na cidade vizinha? — Perguntei.
— Tanto faz, eu nunca saio de casa mesmo.
Isso dificultava as coisas para o meu lado, uma garota que nunca tinha deixado sua casa não iria querer ficar a 7h de viagem de onde vivia. Pelo menos era esperado que não.
Não demorei muito a chegar no shopping da cidade vizinha, pois o silêncio mórbido que nos acompanhou durante o trajeto era meu incentivo para ir cada vez mais rápido e chegar logo. Entretanto, quando estacionei e olhei para o lado, quase me arrependi por ter sido insensível em relação ao que essa garota estava passando.
Sophie tinha os olhos inchados e vermelho, a respiração controlada para que os soluços fossem evitados e além disso suas mãos tremiam.
— Sophie? — Chamei, minha voz o mais sútil possível.
Ela se negou a olhar para mim, mas grunhiu em resposta.
— Eu sinto muito, me envolver no relacionamento que você e sua mãe tem é a última coisa que eu quero. Mas eu realmente preciso que sua mãe acredite que está me ajudando. — Falei e isso ativou sua curiosidade, ela inclinou a cabeça na minha direção — Eu quero ajudar as espécies do Mundo da Ilusão que sua mãe mantém naquelas celas.
Os olhos de Sophie pareciam querer saltar das órbitas de surpresa. Mas agora vinha a raiz do problema. Ela vai querer me ajudar, ou vai contar tudo para sua mãe quando nos separarmos?
BRILHA, BRILHA ESTRELINHA 🌟🌟🌟
OI ANJINHOS, COMO ESTÃO?? Espero que bem, muito bem. E o capítulo de hoje veio com mais reencontros dessa vez de uma mãe e de um filho e eu sou simplesmente apaixonada pelo amor materno que Atelina tem por esse bebê que é o Luke e que nem tem o seu sangue. Mas falando em mesmo sangue o que vc acharam da Sophie? Será que Atelina fez certo em contar a ela sobre o plano de soltar os seres do mundo da Ilusão? Sophie vai trair a mãe e ficar do lado de uma desconhecida? E conhecemos mais um pouco da história de Daimen contada por Miles, o que fez a mente de Atelina explodir de perguntas sobre o relacionamento deles. Como devem ser as explicações disso?
Tudo isso e mais nos próximos capítulos kkkkkkk não percam e não me abandonem nesse momento.
Amo vocês! 💖💖❤️❤️
Não se esqueçam de votar e comentar, a opinião de vocês é muito importante para essa pessoa aqui do outro lado.
Beijinhos e beijões geladinhos!!
- Atel.
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